segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Morreu António Almeida Santos

Morreu Almeida Santos

Morreu na noite desta segunda-feira António Almeida Santos, figura histórica e presidente honorário do PS.

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Morreu na noite desta segunda-feira António Almeida Santos, 89 anos, figura histórica e presidente honorário do PS. O corpo do fundador do PS deverá estar em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, mas não haverá cerimónia religiosa, a pedido do próprio, adiantou fonte da família.
Almeida Santos. ex-presidente da Assembleia da República durante a década de 1990, morreu em casa, em Oeiras, pouco antes da meia-noite, disse a mesma fonte à Lusa. O presidente honorário do Partido Socialista sentiu-se mal após o jantar e foi ainda assistido na sua residência. Recorde-se que já tinha sido submetido por duas vezes a cirurgias cardiovasculares. O antigo advogado que nasceu em Seia e se formou em Coimbra completaria 90 anos no próximo dia 15 de Fevereiro. 
Terminado o curso, Almeida Santos rumou a Moçambique e estabeleceu-se na então Lourenço Marques, actual Maputo, onde se envolveu em actividades políticas e de apoio a nacionalistas, fazendo oposição a Salazar. Ali viveu durante duas décadas, regressando a Portugal em 1974, a convite do então Presidente da República António Spínola. O envolvimento na política levou-o a ser um dos protagonistas no Portugal pós-25 de Abril de 1974, como ministro de várias pastas, desde o I Governo Provisório. Mais tarde foi conselheiro de Estado, presidente da Assembleia da República e presidente do PS, tendo sido um dos mais próximos colaboradores de Mário Soares.
Foi autor de dezenas de livros, tinha várias condecorações, designadamente as portuguesas Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e da Ordem Militar de Cristo. Actualmente era o presidente honorário do PS.
Reacções de pesar
Carlos César deu a notícia no Facebook: "Em pouco tempo morreram dois amigos  – Pedro Coelho e António Almeida Santos. Ao Pedro devo uma amizade fraternal e uma camaradagem continuada. A Almeida Santos, cuja notícia de falecimento acabo há pouco de receber, devo uma amizade quase paternal."
O primeiro-ministro, António Costa, só soube da morte à chegada a Cabo Verde e recebeu-a “com enorme choque”, confessou. “Recebi com enorme choque a notícia da morte de Almeida Santos, agora à chegada a Cabo Verde”, afirmou, acrescentando que se trata da “perda de um grande amigo, de um camarada”. 
Para o chefe do governo, Almeida Santos “foi um homem extraordinário, um grande legislador, que construiu o Estado de Direito a seguir ao 25 de Abril de 1974”. E realçou que Almeida Santos foi “um grande combatente pela liberdade e um dos obreiros da descolonização”.
A acompanhar Costa a Cabo Verde está o ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva: "Devem-se a António de Almeida Santos algumas das traves mestras que constituíram a primeira legislação democrática. Assinalo a sua participação muito importante no processo de descolonização, mas, muito antes disso, foi também um combatente pela liberdade, um grande advogado e um jurista insigne."
Recorde-se que neste domingo, o histórico do PS participou na campanha às presidenciais de Maria de Belém, na Figueira da Foz. Na altura, Almeida Santos declarou que se a ex-presidente do PS não ganhar no próximo domingo, "ganha para a próxima" e prometeu. "A próxima vez que a Maria de Belém se candidatar eu cá estarei com ela, porque nessa altura já vai ser muito difícil derrotá-la, lembrem-se do que eu vou digo hoje: se não ganhar desta vez, não sei se ganha ou não, da próxima ganha ela”, declarou então Almeida Santos.
Almeida Santos "vai fazer muita falta, pelo seu bom senso e capacidade para encontrar soluções para as questões e também pelo respeito que as pessoas lhe tinham", declarou por seu lado Jorge Coelho. O ex-ministro lamentou a morte do "grande amigo", uma "referência para todos os que se revêem numa sociedade mais humana e solidária". "Estou profundamente chocado com a morte de um grande, grande amigo, que deu tudo de si ao país e ao Partido Socialista e era uma referência gigantesca para todos os que se reveem numa sociedade mais humana e mais solidária", declarou.
Também o candidato presidencial Sampaio da Nóvoa recordou, na noite de segunda-feira, na mesm rede social, Almeida Santos como um “combatente pela liberdade e por todos acarinhado” enquanto presidente da Assembleia da República. Foi uma “personalidade marcante do Portugal contemporâneo, fundador da nossa Democracia, combatente pela liberdade e por todos acarinhado como Presidente da Assembleia da República exemplar na sua forma de construir consensos e prestigiar o debate democrático”, escreveu o candidato na sua conta de Facebook, na madrugada desta segunda-feira.
Mas Almeida Santos era respeitado em todos os quadrantes políticos, que o diga Marcelo Rebelo de Sousa que, ouvido pela SIC Notícias, o classificou como uma "personalidade invulgar" e "um homem muito inteligente", destacando o papel desempenhado pelo ex-dirigente do PS na consolidação da democracia. Marcelo, que é professor na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa destacou as qualidades do histórico do PS como legislador e o “traço significativo de causas, pacificação e abertura política” que marcou o seu percurso. “Teve um papel fundamental no período da consolidação da democracia”, reconheceu o candidato apoiado pelo PSD e CDS/PP, que manifestou o seu “desgosto pessoal” e enviou as suas condolências à família.

Atualmente Presidente Honorário do PS, tinha 89 anos

Há 1 horaCatarina Machado
Almeida Santos e Jorge Lacão visitam José Sócrates (Lusa/Nuno Veiga)
Morreu António Almeida Santos, anunciou o Presidente do Partido Socialista, Carlos César na sua página no Facebook.

O político português tinha 89 anos e era Presidente Honorário do PS.

Segundo fonte da família, citada pela agência Lusa, Almeida Santos faleceu na sua casa, em Oeiras, pouco antes das 00:00.

O presidente honorário do PS sentiu-se mal após o jantar e foi ainda assistido na sua residência.

Almeida santos, que completaria 90 anos a 15 de fevereiro, foi submetido por duas vezes a cirurgias cardiovasculares.

O corpo do fundador do PS deverá estar em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, mas não haverá cerimónia religiosa, a pedido do próprio.

No domingo, António Almeida Santos esteve na Figueira da Foz a apoiar a candidata presidencial Maria de Belém, o único candidato membro do PS que, disse, podia apoiar.


António de Almeida Santos, nascido a 15 de fevereiro de 1926, em Cabeça, concelho de Seia, era licenciado em Direito pela Universidade Coimbra.

Foi ministro da Coordenação Interterritorial nos I, II, III e IV governos provisórios (demitiu-se no IV Governo), ministro da Comunicação Social no VI Governo Provisório, ministro da Justiça no I Governo Constitucional, ministro adjunto do primeiro-ministro no II Governo Constitucional, ministro de Estado e ministro dos Assuntos Parlamentares no VI Governo Constitucional, deputado eleito pelo PS desde a I Legislatura, líder do Grupo Parlamentar do PS entre 1991 e 1994, presidente do Partido Socialista desde 1992, membro do Conselho de Estado, de 1985 a 2002, presidente da Assembleia da República nas VII e VIII legislaturas e membro do Conselho de Estado na IX Legislatura.

Além de presidente honorário do PS, era sócio da Academia Nacional de Belas-Artes.

Recorde-se que no passado dia 12 de janeiro morreu outro socialista, o fundador do partido  Pedro Coelho.

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