E não se vislumbra sensatez que altere coisa alguma.
Dizia-se que a política no comando, mas agora os “comissários políticos” de ontem mostram que os negócios chorudos estão no comando.
E, por força disso, temos situações que se deveriam evitar, mas que os protagonistas não estão interessados em que as partes se aproximem e que os problemas existentes sejam resolvidos.
Configuram-se posições de irredutibilidade no horizonte, e não é preciso ser vidente para descobrir que abunda precariedade e mediocridade entre os nossos chamados políticos.
Misturaram tanta política com os seus negócios privados que agora não sabem onde amarrar ou desamarrar.
Políticos de mamadeira e empresários atípicos conjuram os seus posicionamentos e negam-se abertamente a entendimentos frutuosos para o país.
Houve tempos em que aparentemente se fazia política pela política ou, pelo menos, a ingenuidade e analfabetismo político da maioria não permitiam que a vista embaciada descortinasse o que realmente se passava.
O entusiasmo e a entrega vibrante de milhares de pessoas aconteceram, mas passaram, após alguns anos de experiências mal paridas e geridas.
Anunciavam-se tempos novos, em que um homem novo iria assumir o seu destino. Mas tudo desembocou numa ditadura de um núcleo de “superdotados”, que não conseguiu traduzir os seus anseios ou proclamações em algo de que os moçambicanos beneficiassem.
Dizia-se que a política no comando, mas agora os “comissários políticos” de ontem mostram que os negócios chorudos estão no comando.
E, por força disso, temos situações que se deveriam evitar, mas que os protagonistas não estão interessados em que as partes se aproximem e que os problemas existentes sejam resolvidos.
Configuram-se posições de irredutibilidade no horizonte, e não é preciso ser vidente para descobrir que abunda precariedade e mediocridade entre os nossos chamados políticos.
Misturaram tanta política com os seus negócios privados que agora não sabem onde amarrar ou desamarrar.
Políticos de mamadeira e empresários atípicos conjuram os seus posicionamentos e negam-se abertamente a entendimentos frutuosos para o país.
Houve tempos em que aparentemente se fazia política pela política ou, pelo menos, a ingenuidade e analfabetismo político da maioria não permitiam que a vista embaciada descortinasse o que realmente se passava.
O entusiasmo e a entrega vibrante de milhares de pessoas aconteceram, mas passaram, após alguns anos de experiências mal paridas e geridas.
Anunciavam-se tempos novos, em que um homem novo iria assumir o seu destino. Mas tudo desembocou numa ditadura de um núcleo de “superdotados”, que não conseguiu traduzir os seus anseios ou proclamações em algo de que os moçambicanos beneficiassem.
Começou-se a desenhar no horizonte concreto das pessoas que, afinal, não éramos todos iguais. Havia, logo à partida, uns que eram especiais e que, embora não exibissem fausto nem pompa, sentia-se que eram “camaradas superiores a outros camaradas”.
Hoje, volvidos todos estes anos, caiu-se numa realidade de precariedade e pobreza filosófico-política. A ideologia antes idolatrada esvaziou-se, e o país encontra-se paralisado.
Parece que todos estamos esperando por milagres que serão realizados por novos deuses, já que os iluminados de outrora perderam a luz.
A promiscuidade e os conluios dominam tudo. Há como que pactos de obediência, disciplina, alinhamento, cultura da fraude e dos compadrios, falsificação e degradação ético-moral acelerada.
Perguntas há muitas, mas as respostas pertinentes não surgem, porque os que poderiam ajudar estão preocupados com outras questões.
Quando se fala de que a coisa pública misturada com a privada dá em salada intragável, não significa que a coexistência seja impossível. Mas, quando se parte da falta de transparência como método para a consumação de assuntos e agendas, os resultados não são outros senão a proliferação da corrupção e da impunidade.
Estamos em crise aguda, porque a política transformou-se numa forma de alavancagem de negócios privados.
Os partidos desnaturam-se a olhos vistos, e os seus membros mostram-se desnorteados, porque as lideranças apresentam agendas díspares do que enunciam ou publicitam.
Partindo de uma concepção de política que sobrepõe a obediência e disciplina ao pensamento próprio e independência individual, foi-se construindo um mundo povoado de demónios. Os outros que não comungam das nossas posições ou daquilo que o partido determinou que seja o nosso comportamento são os demónios que importa impedir ou a quem recusar direitos.
Os “dossiers” nacionais que apresentam conflitualidade são transversais e intimamente relacionados, mesmo quando parece que nada têm a ver com os outros.
Muito do que divide os moçambicanos poderia resumir-se a discriminação de vária ordem.
Discrimina-se politicamente e economicamente. Discrimina-se com base na etnia e na raça. Discrimina-se com base na orientação religiosa ou sexual.
Depois, adopta-se a posição ou postura de avestruz. Nega-se a pés juntos que exista discriminação. Alega-se e centra-se tudo na recusa de encontrar soluções de natureza política para problemas políticos, como se isso fosse fazer desabar o edifício montado.
E para agravar o panorama político nacional temos uma grande parte dos fazedores de opinião, dos analistas, das referências político-morais caladas, remetidas ao silêncio tácito, tudo em nome da supremacia das instruções da superestrutura partidária.
Há um verbo em voga que se chama “mentir” em defesa de uma eleita causa.
Tudo vale, desde que se mantenha o poder, e nisso alinham figuras e individualidades aparentemente insuspeitas.
Até líderes religiosos mentem em público. Outros aceitam recrutamento e acabam “pivots” de programas promovendo a mentira oficial e oficiosa.
As queixas dos moçambicanos não param de aumentar e, do orgulho que se tinha de se ser moçambicano, resta a esperança de que a moçambicanidade ainda não existe, ou que a sua construção continua arrastando-se sem fim à vista. Uns moçambicanos continuam os cavalos, e outros, os cavaleiros empoleirados e “empoderados”.
Uma das grandes mentiras propaladas tem sido o Estado de Direito em que alegadamente vivemos.
E neste sentido o que assusta é a máquina de controlo dos recursos naturais e a da terra instalada.
Contra o colonialismo, dizia-se que combatíamos para libertar a terra e os homens.
E, agora que a terra foi liberta, outros homens tomaram-na artificiosamente a privatizaram-na, em nome da sua primazia e relevância, pois são os “libertadores”.
O homem, esse jamais foi liberto, pois, quando o colonialismo terminou, surgiu, em sua substituição, um sistema que introduziu uma repressão e opressão de “tipo novo”.
O “saco” dos moçambicanos está cheio, que transborda, depois de tantas historietas que lhe têm sido ciclicamente injectadas.
Ninguém está pedindo para participar no banquete imperial. Governe quem tem legitimidade para tal, e que seja de forma digna, transparente e séria.
Compatriotas, o país requer transparência nos negócios públicos.
Esse é o ponto de partida para qualquer coisa que se queira deste Moçambique. (Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 14.01.2016
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