O LÍDER da Renamo, Afonso Dhlakama, afirmou ontem, via telefónica a partir de Satunjira, província de Sofala, que a Igreja Católica aceitou o pedido endereçado pela sua formação política para mediar o desentendimento que diz existir com o Governo.
Respondendo a uma questão colocada pelos jornalistas à margem da reunião dos quadros daquele partido na Beira, a qual dirigia à distância, Afonso Dhlakama revelou que aquela agremiação religiosa está comprometida com a promoção da paz e democracia, razão por que prontamente respondeu à solicitação da Renamo.
Afonso Dhlakama disse ainda estar à espera da resposta do pedido formal feito com o mesmo propósito ao Chefe de Estado sul-africano, Jacob Zuma, acrescentando possuir indicações de este ter aceitado.
Neste evento, em que reiterou as suas pretensões de querer governar nas seis províncias onde reclama vitória nas eleições do ano passado, Dhlakama reconheceu a importância da Igreja Católica como a do Presidente sul-africano que, segundo afirmou, poderão jogar um papel preponderante no entendimento que se pretende.
Para Dhlakama, apesar de Jacob Zuma fazer parte da mesma linha orientadora da Frelimo, “ele (Jacob Zuma) conhece Moçambique, viveu aqui no tempo em que havia revolução na África do Sul e acredito que a pacificação do nosso país lhe possa interessar”.
O líder da Renamo revelou também que o grupo de observadores constituído por Dom Dinis Sengulane, Professor Doutor Lourenço do Rosário e outras figuras cessou as suas actividades, justificando não ter desempenhado o seu papel com imparcialidade.
“Eles não eram mediadores, apenas facilitadores. Nós sabíamos que os mesmos tinham ligações com a Frelimo e não estamos a dizer que eles foram comprados, mas a sua situação não permite que sejam vigorosos para este tipo de abordagem”.
Anunciou que em Março vai começar a colocar seus governantes nos pontos onde diz que o seu partido ganhou as eleições.
“Nós vamos governar nas províncias onde ganhámos. Não iremos promover a guerra, somente iremos responder em caso de provocação”, disse Dhlakama, afastando qualquer possibilidade de aceitar o convite do Presidente Filipe Nyusi para conversações.
NOTÍCIAS – 12.01.2016