sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A esperança está no povo!



Editorial

Maputo (Canalmoz) - Este é o último editorial que escrevemos aos nossos estimados leitores no ano de 2015. Quando o jornal estiver nas mãos do estimado leitor, faltarão escassas horas para os sinos anunciarem o Ano Novo.
O ano que termina editorialmente foi rico em acontecimentos, mas foram acontecimentos que, na sua esmagadora maioria, não orgulharam a nenhum cidadão de bom senso. Foi um ano difícil, por isso, para não esquecer. Não podemos esquecer os erros crassos que foram sendo cometidos, porque corremos risco de tornar o patológico em normal, e caminharmos de mediocridade em mediocridade. É preciso romper.
O ano que termina começa agitado, com um golpe eleitoral igual ao de 1999 e com a entronização, mais uma vez, dos ladrões de votos, consagrados vencedores numas eleições porcas, que deviam envergonhar a qualquer um. Fomos obrigados a assistir a um degradante espectáculo dos agentes da golpada, com uns a culparem os outros sobre o paradeiro dos editais, que, até hoje, nunca ninguém viu. Nem o próprio Nyusi sabe como ganhou, e, se calhar, é por isso que, até hoje, não sabe se está a governar ou se está a ser governado. É o coeficiente material da ilegitimidade.
Somos obrigados a assistir a um aposentado como Chipande, sem indicação oficial qualquer, vir a público ditar as pedras angulares da governação, como se ele fosse o encarregado de educação do “menino presidente”, ou seja, dão-nos a entender que tudo o que Nyusi diz não passa de brincadeira, e que só deve ser tomado a sério se Chipande o disser. Enquanto Chipande não disser, então não é para levar em consideração.
Dias depois da legalização da golpada eleitoral, somos colhidos por um discurso de tomada de posse gordo em intenções falsas, que só precisou de 24 horas para que o seu prazo de validade expirasse. Em menos de 24 horas depois de ter sido anunciado que seria formado um Governo competente e de todos os moçambicanos, eis que são chamados amigos, cunhados, filhas de antigos colegas, sobrinhas de antigos credores, moços que tramitavam expediente na campanha e, para não desiludir, as habituais amigas que foram úteis em várias de frentes de ocasião.
Estava claro que não se podia esperar mais nada senão o habitual “chegou a nossa hora de comer”. E é o que se vê. Não há qualquer iniciativa que dê esperança ao povo, e muito menos projectos colectivos de construção da República. Um deserto de ideias, com cortes de fitas em mercados e inauguração de máquinas de escamar peixe.
E como estamos perante a extensão da saga destruidora do bando anterior, não há qualquer interesse em esclarecer crimes financeiros como o da EMATUM, que lançaram o país para o fundo do poço. Aliás, seria o mesmo que pedir a um estuprador para escolher a sua moldura penal.
Resultado: sem responsabilização exemplar, fomos reportando casos graves de desvio de fundos públicos sem que nada acontecesse aos prevaricadores. Casos como o da EMOSE são a antecâmera do que acontece em quase todas as empresas públicas, onde a noção de bem público foi apagada. O primeiro-ministro visitou todas essas empresas e constatou tal realidade, e a única medida que foi tomada foi colocar os gestores a auto-regularem-se.
Os episódios de guerra civil atingiram níveis extremos. Morreram inocentes. Houve cidadãos deslocados em desespero. Escolas e postos médicos foram encerrados. Alunos não foram examinados. O chefe do maior partido da oposição vive escondido nas matas, porque anda a ser caçado pelos homens armados do partido no poder.
Simulam-se negociações políticas e escolhe-se como mediadores os sectores mais degradados da sociedade. Estamos a entrar para o Ano Novo sem qualquer perspectiva de paz, reconciliação e tolerância. A nível económico, as perspectivas são as mesmas. Verifica-se a generalização da subida de preços, com o metical a decair para níveis nunca antes vistos. A opção por projectos duvidosos arrastou-nos até este ponto: projectos como a EMATUM não diferem do novo e milionário edifício do Banco de Moçambique, cuja finalidade até aqui ninguém conhece.
Tudo isto acontece porque, como povo, temos estado a adoptar uma postura de assustadora apatia perante os abusos que são cometidos. Com falta de engajamento cívico dos jovens, aos que governam não resta mais nada senão emitir um certificado autenticado de imbecilidade colectiva. Há que ter coragem e dizer “não”, quando é necessário. Ninguém irá respeitar o povo, enquanto o povo não assumir o seu papel de dono e patrão desta terra. Os dirigentes estão para servir ao povo, e não para serem chefes do povo. Se a consciência cívica de cada moçambicano despertar, teremos um Ano Novo de 2016 de mais esperança, porque a esperança vem do próprio povo. Ninguém melhor do que o próprio povo para decidir as suas prioridades. Gostaríamos de terminar esta reflexão desejando Festas Felizes e um Próspero Ano Novo, mas preferimos concluir exigindo mais consciência cívica de participação em 2016. Voltaremos a encontrar-nos aqui, neste mesmo espaço, daqui a sete dias, quando for 6 de Janeiro de 2016, ou seja, no Ano Novo. A luta continua. (CanalMoz / Canal de Moçambique)

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Comments


Francisco Maingue Jose Obrigado pela companhia, so que para um cidadao com salario minimo nao vai aceder as vossas noticias em PDF, sai lhe muito caro. entendemos o vosso lado, vcx precisam de fundos para assegurar a permanencia do jornal, espero que revejam isso para o ano.


Felisberto Filomeno Obrigado por tudo.
Mas faltou por colocar no resumo a onda dos raptos e a impunidade; o espírito de deixa-andar por causa dos assassinatos galopantes e até nalguns casos envolvendo membros da corporação; abate de animais e árvores nas reservas e florestas até nalguns casos em parceria com administradores distritais e membros da PRM. Pra o ano que se avizinha o my love será pior


Jorge Joao Monteiro Obrigado jornal por sempre ter partilhado a verdade que se constata neste belo Mocambique, em bora muitos nao valoriam o povo mocambique. Mas sempre eu creditei que um havera justica divina, todo aquele e qualquer que humilha o outro, sera refem dos seus actos maleficos. Deus abencoe o povo mocambicano e envie Espirito Santo para que faca pousar Paz esperada em Mocambique


Ginoca Ramos Feliz ano novo para toda a equipe e família do Canlmoz. Já agirá podiam voltar ao que vocês eram antigamente, dar as notícias para quem não compra o vosso jornal e não os títulos, de qualquer maneira, tudo de bom para vocês.


Nelo Nhancale Agitadores esses


Ginoca Ramos Quem são os agitadores? Senão gosta não lê, há mais quem goste de ler.


Paul Antunes Gitador é vce, cara de pau


Ginoca Ramos Paul Antunes, que é agitador aqui? Já fiz esta pergunta e ninguém ainda teve a coragem de apontar o dedo.




Saene Junior Ngirazafa Saene Feliz ano novo prosperado. #canalmozsempre em frente da verdade. Viva 2016


Andre Jorge Mais comentarios para quê? esta tudo dito e bem certo no post. Boas saidas e boas entradas para o 2016. Estamos juntos


Neclino Chaphata Que continuem a nos informar no ano que vem, informações na medida certa, sem distorções. Bem haja.


Luis Muripa O corredor de desenvolvimento de norte, que esta em tendência de abolir o comboio de transporte de passageiros para dar lugar as suas boladas da mineradora de Moatize. Esquecendo-se de criar um transporte do patrão que os elegeu.


Elidio Mucunga BOAS PALAVRAS.VEREMOS UK VAI ACONTECER NO ANO K VEM,K SERA AMANHA


Alfiado J Matimbe Joaquim obrigado pela informação na hora certa. Mas o problema é que há mais comentários críticas pra o governo. Tudo a favor da posição o que é mau pra um jornal. Queremos informação na hora de todos quadrantes. Força CANAL MOZ e festas felizes.


Antonio Uaracula Sao pontos d vistas. Kem nao ker comentarios dst jornal o favor nao entre no linking


Alfiado J Matimbe Joaquim Muito bem, são pontos de vista que sejam abrangete não puxar pra um lado. por exemplo a oposição também precisa de críticas pra mudar alguns comportamentos. Obrigado e o meu último boa tarde pra 2015.

Mandeia Afonso Jequessene Jequessene Kanimambo. A toda equipe do canal em especial ao Director Geral Fernando Veloso. Por ser um jornal melhor pra quem sabe oque e jornal. Para que continue a ter a melhor credibilidade ao 2016.


Abdala Cheia Esta ano aumentem o conteúdos para alguns de nós que nao temos condições paea tornar assinante devido ordem financeira


Cesar Alfinete Obrigado a equipa editorial do canalmoz,e que em 2016, nos brindem cm mais e mais artigos do interesse da nação.
Boas saidas e boas entradas.




Chitamef Chiraf Canalmoz, sempre leio as vossas publicacoes!


Nelson Mourao Em termos sócio-políticos foi uma desgraça.


Ofece Deniasse Chania CanalMoz é o jornal que informa a verdad ao povo.


Zulficar Mahomed Estado Geral da Nação.


Alcidio Mapalane E bem dito.


Marcos Waly moz sta sob scravidao d frelimo


R Justino Cuinhane Vai com deus


Joao Domingos Joao Bem falado






Amavel Pinto Mahala Mahala Canal canal de verdade eu eu xpero por ti boas entradas


José Viriato Magona Muita força para vocês


Tassara Chapingua Tudo dito!


Xavier Antonio Voltem a nos informar. Feliz novo ano.


Esmeralda Maria Obrigada CanalMoz pelo excelente trabalho em 2015. Força e coragem para 2016 smile emoticon


Reis Dos Reis Continuem a falar a verdade, um dia o povo vai agir no silencio e tomar o novo rumo, como diz o ditado,Pedra dura àgua mole tanto bate ate k fura.


Manuel Armando Maleve Canal de Moçambique, o jornal que sempre esteve perto do cidadão informado. Vocês são super. Vocês são pontuais e realistas, por isso estão de parabéns


Felix Manjate Este canal merece a minha especial vénia, é triste mas recordar a morte do dr. Cistag e companhia k permanece impune mas o povo conhece os seus verdadeiro assassino


Nanu Manecas Leu e descreveu meus sentimentos. Ate lá, Canal Moz! Venham com assuntos iguais a estes onde o refém e silencioso povo se sente representado....


Geraldo Mandlate " Ninguém irá respeitar o povo, enquanto o povo não assumir o seu papel de dono e patrão desta terra. Os dirigentes estão para servir ao povo, e não para serem chefes do povo." A luta continua


Razaque Molas Eu acho que o acesso as vossas noticias em pdf devia custar mais barato visto que a energia que põe os PCs a funcionarem, o papel e o toner que imprimem são do cliente, diferentemente da versão impressa a cores vossa que essa sim, devia custar o que custa o pdf.




Gilda Alberto Feliz Ano Novo para toda a "Equipa" do Jornal! grin emoticon like emoticon


Antonio Serra E mesmo assim "estamos orgulhosos.... " kkkkk


Albertino Dos Santos Napancane Informem o povo não é para fazer política, sejam responsáveis


Deolentino Teófilo Comunicar-nos-émos oportunamente, graças a Deus.


Akka Uabure Ninoutamalelane.


Danny Abu Man Moz Boas entradas


Júnior Ngwendere densiformador total esse jornal não espero nda de vocês


Hélio Alfredo Basta ter PDF no cell


Kadinho Kuti continua!!!!!


Arlindo Mavie No comment....



1 comentário:

gabriella disse...

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