07/04/2013
Reinício de guerra civil é possível em Moçambique, diz analista
Download Reinício de guerra civil é possível em Moçambique, diz analista Moçambique DW.DE 04.04.2013
Em ano de eleições e com aumento de tensões entre partido oposicionista RENAMO e o governo, Moçambique fica em situação de possível instabilidade, afirmou Sultan Mussa, da Fundação alemã Konrad Adenauer em Maputo.
Nesta quinta-feira, 04.04, agravaram-se as tensões entre o governo de Moçambique e a RENAMO, o maior partido da oposição do país oriental africano que, entre 1976 e 1992, foi palco de uma guerra civil entre o antigo movimento rebelde e a FRELIMO, que hoje é o partido no poder.
Segundo a agência noticiosa LUSA, a retórica cedeu a confrontos armados. Segundo a DW África apurou junto a fontes locais, quatro pessoas morreram e 13 ficaram feridas. A LUSA fala em cinco mortos e "vários feridos".
Na quarta-feira (03.04), a polícia realizou ações de desalojamento de militantes da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) de sedes partidárias nas províncias de Manica e Sofala, no centro do país. O ex-movimento rebelde retaliou na noite de quarta-feira e assaltou uma sede policial em Muxungué. Esta ação, segundo a LUSA, causou cinco mortes – quatro polícias e um comandante da RENAMO.
Face a esta situação, que futuro terá o maior partido oposicionista moçambicano? A DW África conversou com Sultan Mussa, representante da Fundação alemã Konrad Adenauer na capital moçambicana Maputo.
DW África: Na sua opinião, porque estão acontecendo estes confrontos na região centro de Moçambique?
Sultan Mussa (SM): Isso tem a ver com muitas reivindicações da RENAMO. Aliás, já sabemos que [é] desde o ano passado que havia reuniões entre a RENAMO e o governo sobre as reivindicações, a despartidarização [da Comissão Nacional Eleitoral, CNE] e a separação de poderes [no país]. [Estas reuniões] não tiveram um resultado satisfatório para a RENAMO. Então, a RENAMO já vem a dizer isto há tempos, a dizer que vem realizar manifestações. Estas manifestações nunca se realizaram porque, de uma parte, o governo também ameaça quando a RENAMO pretende fazer estas manifestações. [Daí] também existe uma ameaça do governo a dizer "olhe, é proibido". Na prática, portanto, a RENAMO nunca realizou estas manifestações.
DW África: Então esta ação é uma resposta da RENAMO à falta de resposta por parte do governo moçambicano?
SM: Exatamente. E também, neste momento, tem a ver com as eleições. Quer dizer, a lei eleitoral tem uma questão muito importante para o partido RENAMO, que é a composição da CNE. Então a RENAMO exige que haja a paridade, que o número dos membros da sociedade civil, dos partidos políticos, que seja igual. A RENAMO pretende que a composição seja só dos membros dos partidos políticos.
Então, como isso não aconteceu, os membros da RENAMO reclamaram, pretendem boicotar as eleições com manifestações etc. E isso também fez pressão ao governo, e o líder da RENAMO [Afonso Dhlakama] posicionou-se na serra da Gorongosa [centro do país] e isso também é um aspecto de que o governo tem "medo".
DW África: Face a esses confrontos e a tensão que se vive na região centro do país, podemos falar do reinício de uma guerra civil em Moçambique?
SM: É possível, sim, porque acho que o governo não tomou muita atenção no diálogo com a RENAMO. Porquê? O governo tem o seu direito, nós sabemos que a Constituição da República existe, que todo o diálogo, tudo o que foi apontado no Acordo Geral de Paz deve ser dialogado e discutido na Assembleia da República.
Até aí, tudo bem. Mas, a RENAMO, lá na Assembleia da República, esse partido não tem esse poder de decisão ou como influenciar a decisão na Assembleia da República. Então isso fez com que a RENAMO fosse às negociações. E essas negociações não foram, por assim dizer, "atendidas". A RENAMO acha que praticamente já fez tudo e eles vão se manifestar e vão boicotar as eleições. Então isso vai ser uma fase difícil para Moçambique porque poderá haver instabilidade na sociedade civil e tudo o mais. É o que estamos a ver.
Temos o recensamento a partir do mês de maio. Nessa altura, se calhar pode aparecer um desequilíbrio, onde haja tiros, como já está a acontecer no centro do país. Acho que esse diálogo deveria ser explorado, muito mais do que foi feito até agora.
Analista Sultan Mussa acha que retorno à guerra civil "é possível". A foto é de soldados do Zimbábue patrulhando o corredor da Beira em 1987
DW África: O fato de a população ter traumas da guerra civil e não querer, portanto, o retorno à guerra: a RENAMO conseguirá manter uma boa imagem de pacifismo junto da população depois dos confrontos da madrugada desta quinta-feira (04.04)?
SM:Não. Eu acho que a RENAMO não tem nada a perder. A RENAMO não está preparada para as eleições, para a campanha, não está preparada para isso. Então ela praticamente só sabe reivindicar os seus direitos desde há muito tempo.
DW África: Que futuro visualiza para a RENAMO como partido?
SM: É uma situação difícil. Apesar de a RENAMO ter grandes massas, também o líder [Dhlakama] ter muito sustento nas massas e as eleições decorrerem neste ano, a RENAMO também poderá perder mais assentos na Assembleia da República.
Em contrapartida, existe uma grande insatisfação também da população por causa da situação sociopolítica atual. Neste momento, Moçambique descobre vários recursos naturais, temos os "megaprojetos" e isso agora vai criar um crescimento e há uma grande massa dos moçambicanos que vão ficar mais pobres. Vamos criar uma elite muito forte, com grandes poderes.
DW África: É possível renovar a liderança da RENAMO?
SM: Acho que sim. Há necessidade de um diálogo interno. O líder mantém-se lá e quer manter a eternidade porque diz que é o líder da estabilidade. Internamente, isso é um pouco difícil. Mas há os outros partidos que já estão a crescer, como o MDM (Movimento Democrático de Moçambique), que são um exemplo.
DW – 05.04.2013
Download Reinício de guerra civil é possível em Moçambique, diz analista Moçambique DW.DE 04.04.2013
Em ano de eleições e com aumento de tensões entre partido oposicionista RENAMO e o governo, Moçambique fica em situação de possível instabilidade, afirmou Sultan Mussa, da Fundação alemã Konrad Adenauer em Maputo.
Nesta quinta-feira, 04.04, agravaram-se as tensões entre o governo de Moçambique e a RENAMO, o maior partido da oposição do país oriental africano que, entre 1976 e 1992, foi palco de uma guerra civil entre o antigo movimento rebelde e a FRELIMO, que hoje é o partido no poder.
Segundo a agência noticiosa LUSA, a retórica cedeu a confrontos armados. Segundo a DW África apurou junto a fontes locais, quatro pessoas morreram e 13 ficaram feridas. A LUSA fala em cinco mortos e "vários feridos".
Na quarta-feira (03.04), a polícia realizou ações de desalojamento de militantes da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) de sedes partidárias nas províncias de Manica e Sofala, no centro do país. O ex-movimento rebelde retaliou na noite de quarta-feira e assaltou uma sede policial em Muxungué. Esta ação, segundo a LUSA, causou cinco mortes – quatro polícias e um comandante da RENAMO.
Face a esta situação, que futuro terá o maior partido oposicionista moçambicano? A DW África conversou com Sultan Mussa, representante da Fundação alemã Konrad Adenauer na capital moçambicana Maputo.
DW África: Na sua opinião, porque estão acontecendo estes confrontos na região centro de Moçambique?
Sultan Mussa (SM): Isso tem a ver com muitas reivindicações da RENAMO. Aliás, já sabemos que [é] desde o ano passado que havia reuniões entre a RENAMO e o governo sobre as reivindicações, a despartidarização [da Comissão Nacional Eleitoral, CNE] e a separação de poderes [no país]. [Estas reuniões] não tiveram um resultado satisfatório para a RENAMO. Então, a RENAMO já vem a dizer isto há tempos, a dizer que vem realizar manifestações. Estas manifestações nunca se realizaram porque, de uma parte, o governo também ameaça quando a RENAMO pretende fazer estas manifestações. [Daí] também existe uma ameaça do governo a dizer "olhe, é proibido". Na prática, portanto, a RENAMO nunca realizou estas manifestações.
DW África: Então esta ação é uma resposta da RENAMO à falta de resposta por parte do governo moçambicano?
SM: Exatamente. E também, neste momento, tem a ver com as eleições. Quer dizer, a lei eleitoral tem uma questão muito importante para o partido RENAMO, que é a composição da CNE. Então a RENAMO exige que haja a paridade, que o número dos membros da sociedade civil, dos partidos políticos, que seja igual. A RENAMO pretende que a composição seja só dos membros dos partidos políticos.
Então, como isso não aconteceu, os membros da RENAMO reclamaram, pretendem boicotar as eleições com manifestações etc. E isso também fez pressão ao governo, e o líder da RENAMO [Afonso Dhlakama] posicionou-se na serra da Gorongosa [centro do país] e isso também é um aspecto de que o governo tem "medo".
DW África: Face a esses confrontos e a tensão que se vive na região centro do país, podemos falar do reinício de uma guerra civil em Moçambique?
SM: É possível, sim, porque acho que o governo não tomou muita atenção no diálogo com a RENAMO. Porquê? O governo tem o seu direito, nós sabemos que a Constituição da República existe, que todo o diálogo, tudo o que foi apontado no Acordo Geral de Paz deve ser dialogado e discutido na Assembleia da República.
Até aí, tudo bem. Mas, a RENAMO, lá na Assembleia da República, esse partido não tem esse poder de decisão ou como influenciar a decisão na Assembleia da República. Então isso fez com que a RENAMO fosse às negociações. E essas negociações não foram, por assim dizer, "atendidas". A RENAMO acha que praticamente já fez tudo e eles vão se manifestar e vão boicotar as eleições. Então isso vai ser uma fase difícil para Moçambique porque poderá haver instabilidade na sociedade civil e tudo o mais. É o que estamos a ver.
Temos o recensamento a partir do mês de maio. Nessa altura, se calhar pode aparecer um desequilíbrio, onde haja tiros, como já está a acontecer no centro do país. Acho que esse diálogo deveria ser explorado, muito mais do que foi feito até agora.
Analista Sultan Mussa acha que retorno à guerra civil "é possível". A foto é de soldados do Zimbábue patrulhando o corredor da Beira em 1987
DW África: O fato de a população ter traumas da guerra civil e não querer, portanto, o retorno à guerra: a RENAMO conseguirá manter uma boa imagem de pacifismo junto da população depois dos confrontos da madrugada desta quinta-feira (04.04)?
SM:Não. Eu acho que a RENAMO não tem nada a perder. A RENAMO não está preparada para as eleições, para a campanha, não está preparada para isso. Então ela praticamente só sabe reivindicar os seus direitos desde há muito tempo.
DW África: Que futuro visualiza para a RENAMO como partido?
SM: É uma situação difícil. Apesar de a RENAMO ter grandes massas, também o líder [Dhlakama] ter muito sustento nas massas e as eleições decorrerem neste ano, a RENAMO também poderá perder mais assentos na Assembleia da República.
Em contrapartida, existe uma grande insatisfação também da população por causa da situação sociopolítica atual. Neste momento, Moçambique descobre vários recursos naturais, temos os "megaprojetos" e isso agora vai criar um crescimento e há uma grande massa dos moçambicanos que vão ficar mais pobres. Vamos criar uma elite muito forte, com grandes poderes.
DW África: É possível renovar a liderança da RENAMO?
SM: Acho que sim. Há necessidade de um diálogo interno. O líder mantém-se lá e quer manter a eternidade porque diz que é o líder da estabilidade. Internamente, isso é um pouco difícil. Mas há os outros partidos que já estão a crescer, como o MDM (Movimento Democrático de Moçambique), que são um exemplo.
DW – 05.04.2013
Arrivederci.
his efforts in translating my comments to Portuguese language. There are about 20
million Mozambicans and not all of them speak or read Portuguese, and yet you can not
deny them as not Mozambicans. I was born on June 6,1946, and for Africans to learn
at that was only based on the cities.I attended school for short time before I was
taken to work contratado, and my Portuguese schooling was cut short. My late sister
who just died on April 11,2013 at Nhamatanda at age of 97 years old, did not know
how to write Portuguese,and yet she was married with chief Manuel Gauru Nharugue who
knew Portuguese very well. The same made me to suggest the formation of united front
to Gwambe in 1961 in Tanzania, and which today is Frelimo. In 1961, when Aurelio Bocuene and David Chambale escaped from us and handed themselves to the PIDE, our
brothers and sisters from Mueda went to tell Nyerere that we were stooges (zwibalaka
in Swhaili) of Portuguese because how we speak and write Portuguese when they can not.Again, thank brother Ricardo.Jaime Mauricio Khamba, USA.
Pois enquanto no resto do mundo à queda de regimes autoritarios e totalitarios, seguiu-se a participaçao no poder de novos grupos e de novas lideranças, em Moçambique, por acordos para la' de suspeitos envolvendo os Estados Unidos e algumas naçoes da Europa, a ditadura foi "legitimada" atraves de uma aparencia, de uma "casca" democratica, que de democratico nada tem posto que a democracia para ser considerada como tal, requer alternancia de partidos no poder, alternancia essa que nao existe em Moçambique como nao existe em Angola nem na maioria dos paises africanos.
No entanto, nao apenas em Moçambique como em outros lugares da Africa, aos poucos as populaçoes vao lutando contra esse conluio de pseudodemocracias e de potencias estrangeiras, luta essa que passa por guerras ditas "civis" mas que na verdade sao contra o grupo que detem o poder. E lamentavelmente nao ha' alternativa a isso como bem o demonstrou a situaçao de Moçambique nos ultimos vinte anos.
A duvida que resta e nao ficou bem esclarecida na entrevista ao Sultan Mussa, é de onde a oposiçao ao regime da Frelimo vai buscar apoios sobretudo de natureza belica visto o nivel de prostituiçao a que chegou esse mesmo regime em relaçao às potencias estrangeiras, disponibilizando-lhes o pleno e irrestrito acesso às riquezas minerais de Moçambique.
Imparcial ou mais uma "cobra mandada" dessas que vao aparecendo por ai'?
Alem de ser extremamente deselegante se expressar em ingles, uma lingua que a maioria dos comentadores acredito nao domine (e por que deveria dominar?) é muito estranho que tenha esquecido o portugues...
... e que se tenha deixado colonizar pelos yankees...
Engraçado, morei mais de uma decada na Italia e nunca esqueci o portugues...
Moro no Brasil ha' 26 anos e nunca esqueci o italiano...
Sr. Jaime Mauricio, se esqueceu a lingua procure uma boa escola de portugues! Alias, ja ouvi falar que nos States o estudo do portugues anda de vento em popa. Mas se lhe da' nojo expressar-se na lingua de Camoes, que tal procurar um blog em que se use essa outra sua lingua...
Sofala, and Tete (Nhungue), and leave southern provinces safe. During World 1
(1914-1918), about 130,000 Africans from these provinces died in defense of Mozambique against Germans,during colonial war (1964-1974), Africans from these
provinces suffered more; during civil war, these people also sufferd more under
poor leadership of Dhlakama. I have said it time and time again that Renamo.s
weapons now is call for international arrest of all leaders who commited and
approved murder of people at Mutetela. Kenneth David Kaunda, who is still alive can
be can be called for his testimony. You want these people to be brought to prison
when they are in the grave. War is not always solution to solve things. Jaime Mauricio Khamba, May 4,2013,USA.