sábado, 24 de outubro de 2015

Protestos contra recandidatura de Sassou Nguesso já fizeram três mortos

22.10.2015 • 17h19


Referendo de domingo pode dar oportunidade ao presidente congolês de se recandidatar.
Por REDE ANGOLA.
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A realização de um referendo no próximo domingo que pode vir a permitir a recandidatura de Denis Sassou Nguesso à Presidência da República do Congo, que governa desde 1979 (à excepção de um interregno de cinco anos), levou milhares de pessoas a tomarem as ruas de Brazzaville. Nos confrontos com a polícia, pelos menos três pessoas morreram e oito ficaram feridas, divulga o Le Monde.
Apesar da Constituição não permitir – devido ao limite de idade (70 anos) e de acumulação de mandatos -, o chefe de Estado, de 71 anos, pretende apresentar-se a sufrágio nas eleições de 2016. A tensão tem vindo a aumentar à medida que se aproxima o referendo. Há relatos de três mortes, confirmadas ao Le Monde pelo jornalista da Reuters que terá visto os corpos.
Desde sábado que há registo de manifestações e nesse dia a polícia efectuou disparos durante uma manifestação na cidade de Ponta Negra.
Se ganhar o “sim” no referendo, Sassou Nguesso poderá candidatar-se a novo mandato e tentar manter o poder que exerce ininterruptamente desde 1997, depois de ter sido presidente entre 1979 e 1992.
Apesar das notícias e dos vídeos que indicam o contrário, o governo congolês garante que “a vida segue a normalidade em Brazzaville”. O ministro da Educação, Anatole Collinet Makosso, garantiu que o apelo à desobediência civil da oposição foi um fracasso. “O clima de psicose criado pela oposição incitou, sem dúvida, a população a adoptar uma atitude expectante nas primeiras horas do dia [terça-feira, 20] mas, quando se aperceberam que não se passava nada de anormal, as pessoas deslocaram-se normalmente para os seus locais de trabalho”, citou o Le Monde.
Na manhã de terça-feira, antes do início das manifestações em Brazzaville, os serviços de Internet móvel, SMS e o sinal de rádio da francesa RFI foram cortados.
O presidente francês François Hollande já pediu ao seu homólogo congolês que faça tudo para acalmar a tensão no país.

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