segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Presidente Nyusi admite voltar a falar com Renamo para ultrapassar crise política


PDF
Versão para impressão
Enviar por E-mail
Destaques - Newsflash
Escrito por Lusa  em 04 Outubro 2015
Share/Save/Bookmark
O Presidente moçambicano admitiu neste domingo(04) a possibilidade de voltar a falar com o partido Renamo, considerando que o seu executivo deve alargar a base de diálogo a outras entidades para ultrapassar a crise política com o maior partido de oposição. "Dos contactos que temos feito, durante o desenvolvimento das últimas duas semanas, temos a esperança de que dentro de pouco tempo voltaremos a falar", afirmou, sem avançar mais detalhes, Filipe Nyusi, falando em Maputo durante a cerimónia da comemoração do Acordo Geral de Paz.
Quando se assinala o 23.º ano de um acordo(assinado em Roma, encerrando uma década e meia de guerra civil com a Renamo) que pôs fim a um conflito que matou mais de um milhão de pessoas, o país vive sob o espectro de uma nova guerra, com registo de três confrontações militares em três semanas, que levaram o líder da oposição para parte incerta.
Destacando a vontade de "manter um clima de paz" em Moçambique, Filipe Nyusi disse que o seu executivo continua a valorizar o diálogo para ultrapassar a crise que o país enfrenta, enaltecendo a importância do envolvimento de todos os moçambicanos para que se encontre a solução.
"Nós queremos estender esse nosso diálogo a mais moçambicanos, porque entendemos que não é só o Governo e a Renamo que aparecem em frente a destabilizar a tranquilidade dos moçambicanos", afirmou Nyusi, sublinhando que o país não quer "voltar a reconstruir infraestruturas destruídas pela guerra", em alusão às consequências da guerra civil.
A violência política aumentou nas últimas semanas e na sexta-feira forças de defesa e segurança e militares da Renamo voltaram a confrontar-se no distrito de Gondola, província de Manica, com as duas partes a responsabilizarem-se mutuamente pelo começo do tiroteio.
Após este último incidente, que forçou a fuga de dezenas de habitantes na região, não houve registo de novos confrontos, apesar da permanência no local de forças da polícia e presumivelmente também de homens armados da Renamo.
Foi no mesmo distrito que, no passado dia 25, Afonso Dhlakama disse ter escapado de uma emboscada das forças de defesa e segurança, que por sua vez acusam os homens da Renamo de ter iniciado o incidente ao abrir fogo sobre uma viatura de transporte semipúblico que ia a passar e alegando que a polícia apenas se dirigiu ao local para repor a ordem.
Destes confrontos, morreram pelo menos sete elementos da Renamo, segundo o partido da oposição, e 23 homens de Dhlakama, de acordo com o Governo moçambicano, além do motorista da viatura civil.
Esse foi o segundo incidente em menos de duas semanas envolvendo a comitiva de Afonso Dhlakama, após, a 12 de Setembro, a sua caravana ter sido atacada também na província de Manica, num caso que permanece por esclarecer.
Moçambique vive sob a ameaça de uma nova guerra, devido às ameaças da Renamo, que quer governar pela força as seis províncias do centro e norte do país onde o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de 15 de Outubro do ano passado.
Pedro Mufuukula · 
Parece que comeca a haver duvida entre o que o Presidente da Republica diz publicamente e o que instrui secretamente, como, por exemplo, quando usa um discurso de paz e Damiao Jose usa discurso de Guerra, como quando fala no dialogo e ha ataques armados violentos!!! Na sua tomada de posse o Presidente da Republica alimentou muita esperanca nos mocambicanos de todos os quadrantes. Porem, na medida em que o tempo passa a credibilidade publica desse discurso aquando da recepcao do martelo do poder comeca a criar duvida, e isso eh muito perigoso para o respeito devido a sua figura, na sua qualidade de mais alto magistrado da Nacao. A somar a esse cenario esta a desinformacao mal feita, encenada por pessoas mal preparadas para "manipular" informacoes oficiais. Nao eh qualquer pessoa que pega numa informacao e trabalha no sentido de vender ao publico de maneira satisfatoria, leva tempo para formar um quadro para agir, com equilibrio, desse modo. De outra forma os que se fazem aos microfones nada mais fazem senao desgastar a imagem das autoridades, ridicularizando quem merece estima e grande respeito da colectividade. A esta altura da era digital ninguem eh dono da verdade e todo o cuidado eh muito pouco. O melhor caminho eh mesmo optar por um dialogo franco e honesto a favor de Mocambique, sem nenhum complexo, quer de superioridade como de inferioridade. Entre mocambicanos nao deve haver quem eh mais mocambicano em quem eh menos mocambicano, essa fase esta ultrapassada. O Governo corre o risco de se desacreditar em grande escala junto das populacoes, quando o discurso oficial nao ir na direccao das accoes, nao alinhar com os actos diarios. O povo mocambicano ja esta maduro politicamente, eh preciso muito cuidado com palavras e actos, as pessoas podem parecer ignorantes, por optar pelo silencio, mas estao atentas a tudo...
Gosto · Responder · 2 · 19 h
Paulo Soares · 
Como? Comemorar Sozinho o Acordo Geral de Paz? - É mesmo? As populações sem àgua em casa, cortes na electricidade constantes... Abates, tiros, mortes, crianças a fugir agarradas às mães... E, 
Comemora-se a Acordo Geral de Paz... Que temos progredido nos tiros, nos últimos 15 dias... Estamos quase a Savimbizá-lo!

Sem comentários: