EDITORIAL
O sumiço de Afonso Dhlakama para parte incerta promove incognita ao futuro político do país. Defendemos que é imperativo o reaparecimento público de Afonso Dhlakama e a sua retomada normal a actividade política.
A sociedade moçambicana e as suas instituições devem tomar iniciativas para persuadir Afonso Dhlakama a abandonar o lugar incerto, que tem estado a privilegiar nos últimos anos.
Afonso Dhlakama é um importante líder e actor político nacional. Independentemente da sua orientação ideológica, um facto comum é o respeito que se deve cultivar pela vida e segurança do líder político que bastante diferença já fez no contexto do desenvolvimento do actual quadro político-governativo no país, assente nos princípios de estado de direito democrático multipartidário, contrariando o regime que vigorou em Moçambique após a primeira década e meia da independência nacional.
Afonso Dhlakama é até o momento a sua própria alternativa. Entanto que líder da Renamo, principal partido da oposição política nacional, e em tanto que figura individualmente carismática neste país, Afonso Dhlakama já foi visto como uma peça importantissima a favor do progresso do povo moçambicano.
Oxalá haja iniciativas sérias para resgatar Afonso Dhlakama do lugar incerto ou do esconderijo, seja no campo ou na cidade, a fim de retomar o convívio normal com os seus compatriotas e, particularmente, com a sua família.
Temos experiências de figuras nacionais que já provaram capacidade de convencer Afonso Dhlakama. Felizmente essas figuras estão disponíveis. Uma delas é o primeiro Presidente da República democraticamente eleito: Joaquim Alberto Chissano. Coincide bem o facto de Afonso Dhlakama tem revelado bastante respeito e entendimento no diálogo com Joaquim Chisano.
Joaquim Chissano tem responsabilidades acrescidas para a melhoria do quadro político nacional, primeiro na sua qualidade de figura política experiente com respeito e forte influência incluindo a nível internacional; segundo na sua qualidade de antigo estadista e membro do Conselho de Estado; e terceiro na qualidade de “mais velho da nação” e Presidente Honorário do Partido Frelimo.
Desafiamos a Joaquim Chissano e as instituições nacionais que contribuem no dossier que coloca Afonso Dhlakama constantemente em parte incerta a encontrar mecanismos que viabilizem a reintervenção do antigo estadista no diálogo com Afonso Dhlakama para a paz em Moçambique.
Não se trata de reconhecer falta de capacidade de quem devia estar a fazer esse trabalho, mas havendo uma via facilitada é sempre melhor considerar, com a vantagem de evitar o risco de agudização do cenário.
O AUTARCA – 26.10.2015
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