terça-feira, 13 de outubro de 2015

Compromisso com a paz


Terça, 13 Outubro 2015

O PRESIDENTE da República, Filipe Jacinto Nyusi, mais uma vez mostrou-se aberto e de forma incondicional, disponível, para com a agenda da paz em Moçambique.
Sem perder de vista aquilo que foram os efeitos nefastos da guerra de desestabilização, que matou perto de um milhão de moçambicanos e fez mais de cinco milhões de deslocados, interna e fora das nossas fronteiras, Nyusi disse na Praça da Paz, onde se juntaram várias confissões religiosas do nosso país para orarem pela paz por ocasião do 4 de Outubro, que “nas nossas mentes e nos nossos corações, odiamos a guerra. Estamos aqui para juntarmo-nos a todos os crentes, e não só, para mais uma vez manifestarmos a nossa solidariedade e a nossa vontade absoluta de vivermos em paz”. Recorde-se que, aquando da tomada de posse, Filipe Nyusi deu como prioridade n.º 1 a PAZ.
As cerimónias do 4 de Outubro de 2015 decorreram sob o lema geral “Escolheu a Paz, Siga a Paz”. Filipe Nyusi enumerou as infra-estruturas perdidas nos dezasseis anos de desestabilização nos seguintes termos: “a guerra destruiu estradas, casas, escolas, hospitais, mas durante os 23 anos em que vivemos em paz conseguimos recuperar uma boa parte das infra-estruturas e criamos mais outras. Não queremos mais voltar a reconstruir, queremos ganhar tempo para construir aquilo que não existe”, destacou, e mostrando de forma clara a sua aversão e a do Governo que dirige em relação à guerra e aproveitou a ocasião para anunciar o reinício do diálogo entre o Governo e a Renamo, baseando-se no desenvolvimento das duas últimas semanas.
Curiosamente, numa entrevista passada na televisão privada STV, no “Jornal da Noite”, o líder da Renamo corroborou com as palavras do Chefe do Estado, anunciando a retoma do diálogo para breve. Nas palavras do líder da Renamo que disse estar velho, com filhos e netos para cuidar, “as coisas estão a ser tratadas em Maputo com seu assessor e tudo aquilo …” mostrando de certa forma a sua própria disponibilidade para o diálogo e reiterando o seu “não à guerra”, peseembora sempre dizer isso e as suas acções mostrarem o contrário. Provavelmente os últimos acontecimentos “elucidaram-no a melhor via “ para se alcançar a paz.
Aliás, no dia 7 de Outubro, um grupo numeroso de jornalista desembarcou na cidade de Chimoio para testemunhar a saída do líder da Renamo do lugar desconhecido em que se encontrava desde os eventos de 25 de Setembro, numa altura em que os observadores do diálogo e membros do Governo eram esperados na cidade da Beira para o mesmo efeito, o que foi demonstração clara de que não existe confiança por parte do partido Renamo e o mesmo pretende surpreender tanto o Governo, os mediadores e observadores, incluindo jornalistas, no que tange sobre a sua localização. Na minha opinião, o importante é que compreenda que o país precisa de tranquilidade e regresse a Maputo para fazer política e deixar o discurso belicista a parte.
Mas voltando à prioridade número 1 do Presidente da República e a-propósito do 4 de Outubro, diria que o “dia 4 de Outubro é a expressão suprema da vontade dos moçambicanos de viverem em harmonia consigo mesmo e entre si, unidos e reconciliados na diferença e empenhados na construção da paz em todas as dimensões através do diálogo, porque a paz é condição indispensável para o bem-estar e felicidade”. E disse mais “o Governo reafirma a sua disponibilidade e abertura incondicional para o diálogo com todas as forças vivas da sociedade para que a paz e reconciliação prevaleçam no lugar do medo e da ameaça bem como no estreito respeito à nossa “lei-mãe”, a Constituição da República de Moçambique”, destacou o Chefe do Estado.
Esta abordagem revela que o Chefe do Estado Filipe Nyusi é consequente com o seu compromisso de tudo fazer para que a paz reine no nosso seio. É verdade que não pode conseguir a paz sozinho,pois é importante a colaboração de todos para que tal aconteça, mas por parte da pessoa de Filipe Nyusi, Chefe do Estado e do Governo de Moçambique, mostrou que não existe nada superior à paz e já passam nove meses e a prioridade não mudou, a prioridade é a paz.
Espero sinceramente que o líder da Renamo e os seus pares colaborem nos esforços que o Presidente da Republica empreende para a paz efectiva. Um dos sinais que seria relevante, na minha opinião, é a integração dos homens armados deste partido nas Forças de Defesa e Segurança e outros ainda reintegrá-los na vida social. Mas fazer tudo com o devido cuidado para não se perder o controlo destes homens
A sociedade civil, igualmente, tem um papel preponderante no desanuviamento deste clima. Na minha opinião, as pessoas devem condenar aquilo que é de condenar e darem pistas, senão, caminhos a seguir de forma a que o processo tenha sucesso. Não nos acobardamos no silêncio, vamos praticar uma cidadania activa e sem insultos e que paute pelo respeito ao outro, na certeza de que ninguém é detentor da verdade absoluta.
ADELINO BUQUE

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