quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Carta aberta ao tio Afonso Dhlakama

Carta aberta ao tio Afonso Dhlakama
Por Teu Sobrinho
Tio Afonso,
Lembras-te de Jonas Savimbi, aquele líder carrasco da UNITA lá na Angola? Ele acreditava que a maioria do povo angolano gostava dele, uma vez que era filho dos "Ovimbundu", o maior grupo étnico lá da Angola. Como tal, sonhava poder vir a ser Presidente da Angola. Porém, depois de lutar pela independência da Angola com esse sonho, eis que Jonas Savimbi não consegue chegar ao poder como sonhava. Não satisfeito com isso, ele mobilizou os seus apoiantes—que eram multidões, como o vídeo que vai junto com esta carta documenta—e moveu uma guerra civil para lograr a conquista do poder político à força. Tal guerra—que era correctamente tratada por "guerra civil angolana", pois a "União Nacional para a Independência Total da Angola (UNITA)", movimento fundando e dirigido por Jonas Savimbi, era é uma organização política com génese e causa angolanas—tal guerra, dizia eu, só veio a terminar em 2002, quando Jonas Savimbi, finalmente, morreu "macacamente" nas matas d'Angola. Portanto, o Jonas Savimbi é tido na história angolana, e também africana e do mundo inteiro, como o homem que, por excesso de confiança e teimosia, mergulhou Angola numa guerra civil que ele acreditava que o levaria ao poder naquele país. No lugar de lograr o objectivo individual do Jonas Savimbi, essa guerra só serviu para facilitar a pilhagem dos recursos angolanos pelos cartéis financeiros internacionais e empobrecer a Angola. Hoje, a Angola e o povo angolano estão bem sem o Jonas Savimbi, e muito bem mesmo! E sabes, tio Afonso, quem facilitou a morte macaca de Jonas Savimbi? Foram os mesmos cartéis que lhe vendiam armas em troca dos recursos d'Angola!
Tio Afonso,
Tu sabes e muito bem que diferentemente de Jonas Savimbi—o angolano que fundou e dirigiu a UNITA—, a "Mozambican National Resistence (MNR)", que hoje se chama "Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO)", não é criação de nenhum moçambicano. Quem fundou a MNR/RENAMO foi o Ian Smith, líder da "Rhodesian Front (RF)", esta (RF) que foi um partido político de minoria branca que dirigiu a República da Rodésia (hoje República do Zimbabwe), entre 1964 e 1979. Durante este período, a Rodésia (hoje Zimbabwe), cujo Governo era dirigido por Ian Smith, era um Estado sem reconhecimento internacional, porque declarara a sua independência de forma unilateral para instalar um regime de segregação racial, durante a vigência do qual a minoria da população branca subjugou a maioria negra. Para a formação da MNR/RENAMO, Ian Smith teve como aliados o regime do Apartheid na África do Sul (dirigido por Pieter Botha) e os dissidentes da Revolução dos Cravos em Portugal, os quais tinham à cabeça o general António de Spínola.
O objectivo das pessoas que criaram a MNR/RENAMO, em 1975, era desestabilizar a República Popular de Moçambique (hoje República de Moçambique), que na sua óptica constituía mau exemplo para os povos negros da então Rodésia (hoje Zimbabwe) e da África do Sul, que se encontravam sob a dominação de regimes de minoria branca e a lutar pela erradicação desses regimes, com o apoio aberto de Moçambique. Nessa altura, tu, tio Afonso, nada ou muito pouco sabias sobre as verdadeiras intenções dos fundadores da MNR/RENAMO.
Concretizada a criação da MNR/RENAMO, o Ian Smith ficou com a responsabilidade de organizar um grupo de homens que seriam "recrutados" no interior de Moçambique e posteriormente treinados e armados, militarmente, para levar a cabo acções de sabotagem e terrorismo no interior de Moçambique. O comando desse primeiro grupo de homens armados, o qual iniciou incursões armadas no interior de Moçambique em 1977 (depois de dois anos de preparação em mercenarismo), foi confiado ao André Matsangaíssa. André Matsangaíssa integrou esse primeiro grupo de homens armado da MNR/RENAMO na sequência do seu rapto, em Gorongosa, por grupo de forças especiais do regime de Ian Smith. Quando foi raptado, André Matsangaíssa se encontrava a cumprir uma sanção disciplinar, na sequência de uma infracção que cometera nas fileiras do exército das Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM). A preparação do André Matsangaíssa e seus comparsas pelo Regime de Ian Smith incluiu impingir-lhes a ideia de que as suas acções de sabotagem e terrorismo em Moçambique se enquadravam na luta contra o regime comunista instalado em Moçambique, dirigido pela Frelimo, esta que era nessa altura a única organização política que representava os moçambicanos na articulação da sua vontade política no plano interno e externo. Mas isso de que aqueles homens armados da MNR/RENAMO estavam a lutar contra o regime comunista instalado em Moçambique era apenas um pretexto. Os verdadeiros objectivos da criação da MNR/RENAMO eram guardados em segredo por Ian Smith e seus aliados. Ao que se veio a saber logo a seguir ao início das incursões armadas daqueles contra alvos civis no território moçambicano, tratava-se simplesmente de desestabilizar Moçambique, para inviabilizar o seu estabelecimento como um Estado socialista organizado e funcional. Isso facilitava a pilhagem dos recursos naturais de Moçambique, que eram usados como moeda de troca na compra do material bélico que era utilizado no conflito armado que já se havia instalado.
Tio Afonso,
Tu te lembras como foste contactado para "desertares" as fileiras das FPLM e integrares as fileiras dos homens armados da MNR/RENAMO? Claro que te lembras! Mas quando és questionado sobre a tua trajectória para a MNR/RENAMO, não dizes a verdade. Também não contas a verdade sobre como foi que tu te tornaste "líder" da MNR/RENAMO, em 1979, depois da morte de André Matasngaíssa. Bom, isso é da tua conta com aqueles que conhecem, igualmente como tu próprio, a tua trajectória de "fuga" das FPLM para a MNR/RENAMO, onde vieste a te tornares o "líder" que hoje és… Não é sobre isso que te estou a escrever esta carta.
Escrevo-te esta carta, tio Afonso, para te dizer que durante dezasseis (16) anos tu viste muito sangue dos seus concidadãos ser derramado injustamente neste país, numa "guerra" em que tu te deixaste envolver sem causa sacra, que comungasses com os teus irmãos, mas simplesmente movido por interesses egoístas, interesses esses despertados em ti por ideias que te foram impingidas por outrem hostil a ti e a todos nós. Na verdade, aquilo não era guerra, tio Afonso. Uma guerra tem uma causa clara, o que permite definir claramente os alvos a visar. Naquela "guerra dos 16 anos" TUDO era alvo, até populações civis e indefesas, incluindo mulheres e crianças. Para engrossar as fileiras dos homens armados da MNR/RENAMO, já sob o teu comando superior, até crianças menores de dezoito (18) anos eram recrutadas. Quando destacadas em "missões de combate", essas crianças eram destemidas e brincavam de destruir coisas e matar pessoas de forma muito cruel e indiscriminada, mas que para aquelas "crianças-guerrilheiras" constituía um espectáculo engraçado. Creio que hoje estás consciente de que aquilo não era guerra, tio Afonso. Aquilo era terrorismo. Tens alguma ideia da dor que aquilo causou aos teus concidadãos? Foi muito doloroso, tio Afonso! Até hoje, as pessoas que presenciaram as cenas de destruição e matança indiscriminadas, protagonizadas por aqueles miúdos que tu comandavas superiormente, vivem traumatizadas. Foste muito cruel, tio Afonso! E a chatice é que, quando fazemos uma retrospectiva, não encontramos razão alguma que pudesse justificar todas as atrocidades cometidas por aqueles miúdos que tu orgulhosamente comandados. E isto mesmo quando tentamos admitir que a causa por que lutavas contra o teu país, usando aqueles miúdos, era justa. Nada razoavelmente humano se acha que pudesse justificar tanta crueldade de uns contra outros, entre nós, que vivemos no decurso daquele conflito armado.
Mas vamos lá tentar pôr uma borracha naquelas naquilo tudo. É claro que é difícil. Mas com o tempo podemos superar a dor e o trauma que nos foram causados por aquele conflito que tivemos entre nós, instrumentalizados por outrem. Nós, teus pais e tios, teus irmãos, filhos, sobrinhos, netos e concidadãos em geral, sabemos que há momentos em que qualquer um de nós pode estar nas trevas por razão qualquer. O importante é que reconheçamos os nossos erros, quando nos são indicados e provados como tal pelos outros. O reconhecimento dos nossos erros abre caminho para a nossa reabilitação social. Certamente que os dezasseis (16) anos de conflito armado, que nos opôs uns contra os outros, nos ensinaram alguma coisa. Ensinaram-nos, por exemplo, que a guerra é muito má, pois destrói vidas e propriedade, e agudiza a pobreza. Não devemos aceitar nunca mais conselhos cuja adopção por nós nos possa conduzir à uma nova guerra entre nós. A guerra não traz benefícios duradouros para ninguém dos que se envolvem nela. A guerra só trás benefícios duradouros para os que a orquestram e financiam. Esses são quem ganha muito com a guerra, em detrimento daqueles que lutam entre si, directamente. De facto, enquanto os beligerantes directos lutam entre si, os que orquestram e financiam o conflito alargam as suas oportunidades de negócio. Quem está em guerra não pode produzir e precisa de armas. Quem não está em guerra pode produzir mais para suprir as necessidades de quem tiver défice de produção. É desta forma que orquestrar e financiar guerras é uma estratégia para alargamento das oportunidades de negócio e para a conquista do monopólio comercial no mercado mundial.
Tio Afonso,
Aqueles que ontem te usaram como instrumento na guerra de desestabilização de Moçambique, hoje já têm outra agenda. Nessa sua nova agenda, adaptada à conjuntura sociopolítica e económica actual no país (Moçambique), na região (África Austral), no continente (África) e no resto do mundo, a guerra já não consta como mecanismo eficaz de pressão política/económica para o enfraquecimento os mercados onde eles pretendem investir. Isso significa que eles já não precisam de empregar pessoas versadas em terrorismo, como tu. Agora eles precisam é de pessoas que sabem fazer política sem recurso à violência armada. No lugar de conflitos armados, eles preferem instigar descontentamentos populares que paralisam as actividades produtivas através de greves constantes da massa laboral. Mas em Moçambique aqueles teus "amigos" já não mais interessados nem na guerra nem nesta outra estratégia de instigar o descontentamento da massa laboral, porque já negociaram e assinaram com o Governo deste teu/meu/nosso país os contratos para a exploração dos recursos que lhes interessam aqui. Bem ou mal, isso já está feito, tio Afonso, e os projectos de prospecção e exploração de recursos naturais, incluindo hidrocarbonetos, minérios, gemas, florestas, terra arável e pescas, já estão em curso. Isto significa que os investidores já meteram avultadas quantias de dinheiro neste país e estão muito interessados em ver o retorno dos seus investimentos a fluir para engordar as suas contas.
Assim sendo, tem que ficar claro para ti, tio Afonso, que para eles tu já representas uma despesa desnecessária, e até uma ameaça séria para a estabilidade dos negócios deles. Por isso, se não te pões a pau, vão fazer contigo o mesmo que fizeram com o Jonas Savimbi na Angola. Sabes como é que eles estão a agir contigo? Já te digo. Primeiro, eles agora estão a financiar a tua campanha política, para te convencer—e também convencer ao Governo—que tens uma boa base de apoio popular. Com isso eles querem fazer-te crer que se fizeres uma guerra de guerrilha pela partilha do poder, podes ganhar. Segundo, eles vão instigar-te a iniciares a rebelião armada, pretensamente para forçares o Governo a aceitar a partilha do poder com o teu partido. Aquela simulação de atentado contra a tua vida, que ocorreu recentemente em Manica, visa forçar-te a retalhar, atacando posições das forças governamentais. Isso, se fizeres, marcará o início de uma nova onda de hostilidades militares entre os teus homens armados e as forças governamentais, e resultará em que terás que voltar a entrincheirar-te no mato, como aconteceu em 2013. Finalmente, quando já estiveres entrincheirado, eles vão orquestrar e facilitar a tua perseguição pelas forças governamentais, para a tua eliminação física. Como podes ver, tio Afonso, estás armadilhado pelos teus próprios amigos. A guerra que te apontam com opção para forçares a partilha do poder é uma cilada contra ti. Se as hostilidades militares voltarem a ocorrer, isso poderá significar o teu fim. Aquele batalhão de jornalistas de órgãos de comunicação privados e internacionais que te acompanham para todo o sítio onde vais na tua campanha política, alguns deles são agentes secretos ao serviço dos teus "amigos". O que esses agentes fazem nas tuas caravanas é recolher informações sobre a tua agenda e actividade por onde passas, em preparação da tua morte macaca, caso as hostilidades militares começarem e tu te entrincheires novamente. Se fizeres isso, tio Afonso, não terás muito para onde fugir. Já está tudo minado, em todo o lado. Os conselhos que esses teus "amigos" te estão a dar no sentido de continuares a pressionar o Governo para este aceitar a partilha do poder com teu partido à margem dos resultados oficiais das eleições de 15 de Outubro de 2014, são só para te conduzir até à armadilha que eles preparam para te fazer uma preza. Se fores por esse caminho que eles te estão a "aconselhar" a seguires, corres sério risco de seres "savimbizado". Com a tua morte, esses teus "amigos" ficarão livres da "despesa desnecessária" que hoje tu representas para eles. Eles estão pagar-te para te matar, tio Afonso. Para esse efeito, eles fazem-se passar por teus amigos e se prontificam a pagar as tuas contas, tudo isto para não te aperceberes do plano deles de acabar contigo definitivamente. Cuidado, tio Afonso, eles já não precisam de ti!
A saída que tu tens, tio Afonso, para escapares do plano macabro dos teus amigos é abandonar o terrorismo e voltar para casa. Essa ideia que te impingiram de que podes conseguir a partilha do poder pela força é só para facilitar o plano que eles urdiram para acabar contigo e não assumirem responsabilidade. O nosso Presidente da República (PR), «o Novo, o Nyusi», não quer isso. É por isso que ele tem estado a dizer a ti e a todos nós, teus concidadãos, que está inteiramente disponível para conversar contigo. Mas essa coisa que tu, tio Afonso, começaste a fazer, nomeadamente mandar amarrar e "chamboquear" administradores, pode fazer com que o PR «o Novo, o Nyusi», te abandone e com razão. Mandar amarrar e "chamboquear" administradores não é de lei; é ilegal. O PR, «o Novo, o Nyusi», não pode saber que tu fazes isso e não tomar uma atitude em defesa da lei, porque se fizer isso—se ele não agir em defesa da lei—ele próprio também estaria a violar a lei que jurou respeitar e defender. Portanto, tu, tio Afonso, pára de praticar actos ilegais, pois isso pode conduzir ao início de hostilidades militares. Lembra-te que, como eu te disse acima, as hostilidades militares vão obrigar-te a voltares para a trincheirar, onde correres o risco de ser "savimbizado" pelos teus falsos amigos. Respeita a lei, tio Afonso; pára de praticar e promover ilegalidades! Ninguém precisa de te pedir favor para respeitares a lei. Em democracia, todos os cidadãos devem obediência à lei. Dá o exemplo, como líder que és! Nada justifica que não observes a lei. Aliás, tu tens dito que lutaste contra a tirania «comunista». Mandar amarrar e "chamboquear" administradores é tirania e contraria a causa pela qual dizes ter lutado. Se continuares a fazer isso, o Governo não poder providenciar-te protecção e garantir a tua segurança. Isso poderá facilitar a execução do plano urdido pelos teus falsos amigos para a tua eliminação física, já que hoje consideram que representas uma despesa desnecessária.
Nós, teus pais e tios, teus irmãos, filhos, sobrinhos, netos e concidadãos em geral, aconselhamos-te a seres um pacifista. Não há como a guerra te irá render alguma coisa útil nos tempos de hoje. Ninguém sensato quer a guerra na África Austral. Aliás, é bom lembrares-te de que a MNR/RENAMO e tu próprio não sois bem vistos nesta região, pois fazeis lembrar os regimes minoritários racistas de Ian Smith e do Apartheid. Aceita conversar com o teu irmão, o «Novo, o Nyusi», para discutirem sobre a integração daqueles nossos irmãos a quem mandas cometer aquela ilegalidade de amarrar e "chamboquear" administradores. Esses homens vão, assim, poder ser integrados nas fileiras das forças de defesa e segurança para servirem a todos nós, moçambicanos, e não só a ti. Deixa de andar a ameaçar o povo com o discurso de retorno à guerra. Começa a convencer-te a ti mesmo sobre o facto de que não tens inimigos moçambicanos. Os verdadeiros inimigos que tens são aqueles que te querem convencer a voltares a fazer guerra contra o teu país. Esses querem a tua cabeça, pois já não precisam mais de ti para nada. Cuidado, tio Afonso!
E podes ter a certeza absoluta de que esse plano deles de acabar contigo não tem nada a ver com a Frelimo, como alguns círculos de opinião pretendem fazer-te crer. Tem, isso sim, a ver com aquele passado quando eles te usaram para fazeres a guerra, enrolando-te com aquelas fabulosas promessas. Já não estão dispostos a honrarem as promessas que te fizeram. Enganaram-te. Ao Jonas Savimbi também enrolaram n'Angola e no fim acabaram com ele. São uns grandes malandros, aqueles teus "amigos", tio Afonso! Quem se mete com eles acaba malandro também e morre sem glória. Aqui em Moçambique, eles já conseguiram quase tudo o que queriam conseguir naquela altura que tu fizeste a guerra contra este país, a mando deles. Com efeito, nos últimos quinze (15) anos de relativa paz em Moçambique, eles aproveitaram o clima de aparente estabilidade política para "nogociar" tudo o que lhes interessava com os governos que o país teve. Por isso, a melhor saída para ti, tio Afonso—e a melhor saída também para todos nós—é tu sentares, serenares e aprenderes a fazer política séria, sem ameaças. Isso vai-te permitir usufruíres, em paz com todos, dos rendimentos que advirão do que já está "nogociado". Tudo vai correr bem na tua conversa com «o Novo, o Nyusi» sobre como dividir o pão que temos para que chegue para todos nós. Confia nele!
Não precisas de continuar a fazer confusão só porque não foste tu a "nogociar". As ameaças que andas a fazer enervam perigosamente aqueles teus supostos amigos, que afinal são os mesmos que meteram muito dinheiro em investimentos em Moçambique. Eles podem executar aquele plano deles de livrarem-se de ti aqui, como fizeram com Jonas Savimbi n'Angola. Olha, tio Afonso, que Jonas Savimbi, enganado por eles, acabou morrendo sem glória, razão pela hoje quase ninguém se lembra dele n'Angola! Nós aqui em Moçambique gostaríamos de poder glorificar-te, tio Afonso, como um monumento da nossa democracia. Afinal tu também lutaste pela libertação deste nosso belo país. E a "guerra dos 16 anos", na qual também estiveste directamente envolvido, apesar dos profundos traumas que nos causou por causa da sua desumanidade, serviu para estimular e acelerar a abertura democrática no nosso país (Moçambique). Não gostaríamos, por isso, que aqueles teus "amigos", que na verdade são inimigos da nossa independência e soberania, inviabilizem esta nossa vontade. Mas isso também depende muito da tua disciplina política neste momento crucial da nossa história, em que o Moçambique já entrou na rota para o progresso.
Já disse o que tinha para te dizer nesta carta.
Obrigado pela atenção que me dispensaste, tio Afonso!

"Não definia o angolano como o mulato, o branco, o preto. Definia o angolano como aquele que ama angola e luta por angola"
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1 comentário:

júlio Pereira disse...

Por que so agora ? A quem achas que vais comvencer? O povo já definiu o inimigo no " presente " . E a maioria sempre vence =O POVO