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Maputo (Canalmoz) – Depois de o Governo ter dito na semana passada que a Equipa Militar dos Observadores da Cessação das Hostilidades Militares era um grupo ocioso, e que não podia continuar a financiar as despesas inerentes ao financiamento da missão, esta semana mudou de discurso. O Governo disse ontem que fará tudo o que estiver ao seu alcance para que haja paz e estabilidade.
Questionado se seria ou não prorrogado o prazo da EMOCHM, José Pacheco disse que o Acordo de Cessação das Hostilidades Militares prevê a integração e reinserção dos homens da Renamo.
“E quem deve fazer isso são os peritos militares. O Governo vai continuar a trabalhar para que isso aconteça, com ou sem observadores internacionais”, disse José Pacheco, acrescentando que “os observadores internacionais até aqui estão no país, e o que vai acontecer é um trabalho de casa que está sendo feito entre nós Governo, Renamo e os próprios países de proveniência dos observadores militares internacionais”.
O chefe da delegação do Governo disse que tudo será feito de forma rápida para que a questão da integração dos homens da Renamo seja concluído.
“Mesmo quando acabou o primeiro prazo, nós não os pusemos na rua. Veremos, contudo, que tratamento a dar à questão da observação militar internacional que nós acomodamos. Nada podemos responder, e não sei se eles estarão dispostos a aceitar seja qual for a modalidade” disse Pacheco, acrescentando que não há fundamentos para continuar a financiar ociosidades.
Continuam os impasses
Entretanto, na 105.a ronda de negociações, as partes voltaram a não alcançar consenso sobre as matérias em discussão.
A Renamo exige a adopção da matriz para a implementação do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares. Saimone Macuiana, chefe da delegação da Renamo, voltou a falar de partilha de responsabilidades nas Forças Armadas.
Sobre a despartidarização do Estado, a mediação trouxe para o diálogo uma proposta que a Renamo considera de base para que nos próximos dias sejam concluídos os acordos de princípios, e pediu para ir analisar.
Falando em conferência de imprensa, o sheik Saide Abibo disse que ainda não houve resultados palpáveis na mesa de diálogo. “Hoje discutiu-se mais sobre questões que estão à margem do diálogo. As expectativas da sociedade estão a ser defraudadas, e pensamos que é preciso melhorar a linguagem no diálogo”, disse aquele mediador.
Reconheceu que a questão militar tem sido um assunto delicado nas negociações, tendo reafirmado que o assunto deveria ser levado ao mais alto nível. (Bernardo Álvaro)
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