terça-feira, 17 de março de 2015

Igreja sem norte ou desnorte sem Igreja?


Quarta, 18 Março 2015
A FRAGILIDADE humana e a luta pelo poder têm toldado a mente daqueles que se querem assumir como verdadeiros defensores e seguidores de Cristo.
“Quem entre vós quiser ser o primeiro, esse seja o vosso servo”. Ora, a história nos tem provado que não é bem assim. A verdadeira mensagem de Cristo foi sendo distorcida e alterada desde o seu início para se adaptar aos interesses dos que detinham poder e influência, quer fosse o poder político quer o próprio poder eclesiástico.
Em que situação fica a fé com mais de cinco séculos de agressões? É certo que desde o calvário que a Igreja tem sido atacada, mas desses ataques, aqueles que tem tido um efeito mais nefasto são os que foram desferidos pela própria Igreja.
Do que é que a Igreja tem medo para ter chegado ao ponto de ser fundamentalista, matar em nome de Deus, incutir medo, ter dois pesos e duas medidas?
Com esta visão distorcida do passado os seguidores de Cristo nos dias que correm são vistos por essa nova vaga de pensadores ateístas como alguém sem pensamento racional, como “agarrados” às suas crenças e constantemente relembrados dos actos mais cruéis da Igreja.
Está à vista no que é que a nossa sociedade se tem vindo a transformar: uma sociedade desprovida de sentido, uma sociedade que não sabe de onde vem nem para onde vai, uma sociedade sem esperança, que não pára para pensar.
A prática da meditação e da oração são lentamente apagadas das nossas vidas com os poderes da comunicação social, substituídas pela apatia controladora dos meios audiovisuais e de pseudo-comunicação, despreza-se a moral, desrespeita-se a vida, grita-se que o país está a envelhecer e, no entanto, a hipocrisia domina-nos, o dinheiro e o poder parecem ser as únicas coisas que trazem felicidade a quem as possui.
Felizmente, tivemos na nossa história grandes santos que nos mostraram o verdadeiro caminho, que se converteram ao amor, à caridade, à compaixão e à misericórdia. Pessoas normais que tiveram o dom da palavra, que com os seus actos e sacrifícios nos mostraram o que é ser cristão, nos mostraram do que é feita a fé.
É graças a estes homens e estas mulheres, “santos ou ilustres desconhecidos”, que nunca quiseram ser grandes, que dão tudo de si para o bem do próximo, que a mensagem de um Cristo que é amor tem sido transmitida… “Amai a Deus sobre todas as coisas e amai o próximo como a vós mesmos”. É uma mensagem que tem ajudado os verdadeiros crentes a manterem-se firmes na sua fé, sem se deixarem seduzir por fáceis caminhos e, no entanto, é tão difícil praticar.
ANA MARTA SANTOS

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