terça-feira, 24 de março de 2015

SIGAROWANE - Ovos de codornizes



SIGAROWANE - Ovos de codornizes
Terça, 24 Março 2015

BOLAS, de manhã não consegui que o barbeiro cuidasse de mim de tão longa que era a fila e acabei gastando o dinheiro para o efeito sentado a uma mesa debaixo de uma frondosa mafureira e com uma latinha de cerveja na mão.

Lembrei-me que combinara com um amigo, que por acaso vive pertinho do local, para nos encontrarmos no barbeiro, que ele anda com a cabeleira bem farta. Foi então que lhe telefonei dizendo-lhe da fila demasiada longa e do local onde me encontrava. Também lhe disse que podia aproveitar a circunstância para vender os seus ovos de codornizes ao dono do botequim. E entrou com duas dúzias de ovos na mão, mas não foram cozidos a tempo de os tomarmos como petisco, perdendo assim, o nosso bom amigo, a chance de nos ter como primeiros clientes desta iguaria. Primeiro éramos dois e depois ficamos três, como já deve ter percebido. A manhã já se tinha mandado a que tempos e a tarde governava a nossa vida. O homem dos ovos, o vendedor, recebe uma chamada telefónica e é um convite para um repasto daí a minutos. Esperneia, mas com a insistência acaba cedendo e tem de se preparar. É a minha libertação, eu que já estava com uma fome de engolir um Elefante. Tínhamos ainda a quarta latinha de cerveja e às meias acabamos com o conteúdo e cada um seguiu a sua estrada, a minha mais longa, obviamente. Mas antes o dono do botequim ofereceu-nos um pato que o comeremos por estes dias, só não digo quando para que não aconteça a presença de auto-convidados.

Brincadeira. São todos convidados, que o pato vai chegar para todos e sobrar para o almoço matinal do dia seguinte.

A xiquento.

A tarde estava no seu início, mas já pesava. Com alguma rapidez cheguei a casa e percebi por que é que até aquela hora não tinha recebido nenhum telefonema: as pessoas estavam feitas peixes na água. Sentei-me à mesa escutando suas conversas e o som que as braçadas produzem. Estou alimentado e me deixo levar pelos protestos da Gungu. Aquilo às vezes relaxa. Ali fiquei até ao fim do programa.

E então recordei-me dos ovos de codornizes e de os ter levado a casa uma noite qualquer de um dia qualquer. Eu queria comer ovos, mas na minha casa a minha mulher e os filhos decidiram que só posso comer um ovo no dia um de cada mês, isso para lhes facilitar o controlo já que um médico disse que essa era a minha quota mensal. Negócio que já vai no seu décimo terceiro ano.

Eu queria comer ovos e pedi que preparassem uns tantos a um empregado que acho que não conhece esta regra. Trouxe cinco e eu comi três e no final disse:

– Olha, deixei dois ovos para ti.

– O quê? Tu comeste ovos hoje.

– São de codornizes, não fazem mal.

– É melhor ires já tomar remédio.

– Isso não custa. É para já.

Mas hoje também me apetece comer ovos de codornizes, na sopa, por exemplo, mas isso não vai acontecer. Tenho que esperar por uma eventual distracção ou quando estiver na fila para fazer a barba debaixo da mafureira.

Djenguenyenye Ndlovu




Um olhar ao actual estágio do nosso basquetebol
Terça, 24 Março 2015

EFECTIVAMENTE, a designação “Selecção Nacional” agora vale o que vale. Ou andam(os) todos distraídos com outras prioridades ou então a notícia do difícil e vergonhoso apuramento da Selecção Nacional de basquetebol para o Africano da Tunísia, em masculinos, não obedecia aos critérios básicos de noticiabilidade e de debate em horários nobres.


Impressionante.

Chegamos ao cúmulo de na segunda “mão” ganharmos por 1 ponto e darmo-nos por felizes.

Quem diria.

Estamos a colher os primeiros resultados da consultoria que alguns experts e visionários – as sempre bem-sucedidas sanguessugas do nosso basquete (e da nossa sociedade, em geral) prestaram à FMB – a alteração do calendário para estarmos em consonância com o de outras geografias africanas.

MUITO OBRIGADO, “Chiquinho”! Do pouco que li e ouvi foste proeminente.

Para quem vive(u) intensamente o basquetebol, ganhar ao Botswana por 1 ponto é daquelas notícias de cortar os pulsos com a primeira lata de Coca-Cola que lhe aparece na frente.

Isto das indignações e revoltas tem muito que se lhe diga. Para este caso, deve ser o inverso “problema” da proeminência (racial). Custa perceber que é proeminente quem acrescenta valor ao seu meio envolvente, fazendo o seu trabalho com dedicação, zelo e amor.

No caso do nosso basquetebol o zelo e o amor foram substituídos pelas macgyvices. Só podia terminar num (quase) desastre.

É inútil colocar remendos novos em trapos.

No Botswana estivemos perto de carimbar o atestado de caducidade destes arranjos de que o basquetebol moçambicano vive.

O histórico das deslocações das selecções nacionais dava uma boa comédia: são equipamentos distribuídos no hall do aeroporto, greve(s) de jogadores por incumprimento das condições previamente negociadas com o órgão de tutela, viagens em autocarros com direito à pernoita na fronteira, entre outros.

Sobre isto das mal programadas viagens em autocarros, Vasco Condo diria assim: “será que um dirigente qualquer não poderia contactar uma empresa qualquer, que desse um valor qualquer e depois a LAM faria um desconto qualquer, num horário qualquer e as delegações viajavam num avião qualquer?!?”

Engraçado é que os dirigentes, na maior parte dos casos, senão sempre, fazem os mesmos de avião. Plebe e nobreza não se podem misturar.

Todavia, para os olhos e ouvidos menos atentos o basquetebol moçambicano vai bem e recomenda-se. As boas prestações das “Samorais”, a nossa “tropa de elite” – Asanti Sana– são o expoente máximo dessa falsidade.

Andamos a encestar num cesto roto e isto dá para concluirmos que o sucesso das “Samorais” foi prejudicial para as outras equipas. Sempre foi tudo ajustado ao gosto e prazer de quem comanda(va).

A Selecção Nacional era um clube. Conseguiram-se vitórias importantes e de que todos nos orgulhamos, mas houve retrocessos.

Para um basquete que acontece sem planeamento algum, só sacrificando os “cordeiros” é que poderíamos ter uma selecção sénior competitiva.

A título de exemplo, estamos em finais de Março e desconhecemos a data de realização da competição mais importante.

Depois queixamo-nos da falta de apoio ao basquete por parte do empresariado nacional.

Começo a dar razão ao empresariado que patrocina tournées de músicos angolanos, festivais de uísque/vinho/cerveja e etc., e deixa o basquete fora dos famosos budgets de marketing.

Aqui, revisitamos o termo noticiabilidade.

É normal ouvirmos dos “laurentinos” e dos “vasquinhos”, nas inúmeras “embaixadinhas” que têm nascido como cogumelos nas esquinas de Maputo, comentários saudosistas e/ou nostálgicos: “Isto nos tempos é que era. Era mesmo top. Tudo bem organizado.”

Não vivi esse tempo, mas começo a pensar que é verdade.

É preocupante a esquizofrenia da FMB e a acentuada Síndrome de Estocolmo dos clubes, mas não nos viciemos na tristeza.

É importante dizer que o basquetebol feminino continua a lançar bons estímulos e que, com orientação acertada, pode continuar a marcar uma digna presença no ranking africano.

Temos assistido a um interessante despontar e afirmar de talentos, dispersos em vários clubes e escalões. São adolescentes e jovens, de físico promissor, que tratam a bola com elegância, donas de refinados gestos técnicos e que amam o jogo.

(A próxima convocatória, em seniores, deveria reflectir a ascensão desta “classe rejeitada”.)

É o resultado de um trabalho desenvolvido por jovens como Carlos Dezanove, Ernesto Nhalungo, Horácio Quive, Leonel Manhique, João Macuácua, Hernânio Manhetele e outros mais, que começa nos bairros e escolas e termina nos clubes.

Juventude que trabalha sempre com disposição contagiante num país em que não há martelos para quem lida com pregos. Estes jovens treinadores imbuídos de um forte espírito de trabalho e atitudes positivas podem ser os futuros pensadores do basquete moçambicano. É necessário estimular e potenciar a capacidade de raciocínio destes, quase autodidactas.

Vontade não lhes falta.

Melhorar a sua capacidade de leitura, de gestão e de treinamento é garantir um futuro risonho para o basquete (feminino) por muitos longos anos.

E da mesma capacitação necessitam os dirigentes dos clubes. Só assim os interesses pessoais não se sobreporiam ao desenvolvimento normal das atletas e não teríamos atletas que jogam iniciados e juvenis, juvenis e juniores, juniores e seniores, num fim-de-semana.

Tudo pelas tacinhas.

Só assim deixaremos de ter maníacos que andam nos clubes a aliciar as atletas com extensões capilares, (mais) minutos de jogo, saldo no telemóvel, roupinhas da moda e outras tantas futilidades.

Bandidos!

Só assim deixaremos de ter árbitros que são seccionistas, árbitros que se transformam em treinadores e treinadores que querem ser árbitros.

Só dialogando é que estas práticas podem ser desencorajadas.

Pensar e interviré papel de todos nós enquanto amantes desta arte.

Temos todos que “txovar” este “my love” que anda sem motor de arranque em todo o país.

E. SARANGA

Homem/Mulher: “A riqueza da diferença”
Terça, 24 Março 2015

HOMEM e mulher, como pessoas na ordem do ser, são iguais. Mashádois modos diferentes e complementares de ser pessoa: ser homem e sermulher. Ambos têm a sua especificidade própria a nível cultural, biológico e, naturalmente, sexual.


Não há a pessoa neutra, o ser humano é constitutivamente masculino ou feminino, portador de uma característica única fundamental, que é a racionalidade e a posse da sua decisão – a liberdade.

Ele necessita de amar e ser amado, não há um “eu” sem um “tu”, não pode viver sem se dar e o amor não existe sem correspondência. É também esta capacidade afectiva sexuada que o impele à formação do lar, da sua família e da sua descendência.

Ser homem ou ser mulher significa um diferente modo de ver, entender, avaliar e actuar no mundo. Em suma, a psicologia é a responsável pelas diferenças psicológicas no masculino e no feminino, que são a base da sua complementaridade.

Só com plena e clara consciência da igualdade na diferença seremos capazes de ver o outro com uma verdadeira visão global e redefinir os papéis que ambos têm na sociedade, sabendo que as virtudes e os hábitos positivos não são masculinos nem femininos mas pessoais, cada ser conquista-os e desenvolve-os, pois o homem não nasce mas faz-se pessoa.

Aparentes antagonismos, longe de se gladiarem, completam-se e todo o ser humano deve recorrer ao intercâmbio como forma de enriquecimento mútuo.

Se a reconciliação do trabalho e da família é uma ambição de homens e mulheres de todo o mundo desenvolvido, há que não esquecer que só à mulher cabe o papel de dar a vida à humanidade e humanidade à vida.

É inútil e castrador procurar igualar-se ao outro e a única saída inteligente está na ajuda racional e afectiva entre pares, na colaboração e na partilha, que leva o outro, aquele que amamos, a crescer, a ser mais e a ir mais além, na certeza de que, ao lado duma grande mulher deve haver, sempre, um excelente homem.

MARIA SUSANA MEXIA


COMISSÃO POLÍTICA
COMUNICADO DE IMPRENSA

Sob direcção do Camarada ARMANDO EMÍLIO GUEBUZA, Presidente da FRELIMO, teve lugar a 42ª Sessão Ordinária da Comissão Política, alargada aos camaradas Primeiros Secretários dos Comités Provinciais e da Cidade de Maputo, no dia 23 de Março de 2015, na Sede Nacional da FRELIMO.


1. A Comissão Política analisou a situação política, económica e social, actual, do País e considera que as celebrações dos 40 anos da nossa Independência Nacional, a 25 de Junho de 2015, sob o lema “40 anos de Independência: Unidade Nacional, Paz e Progresso” e dos 53 anos da Fundação da FRELIMO, sob o lema “53 anos da FRELIMO: consolidando a Unidade Nacional, revitalizando as Células, Círculos e Zonas do Partido”, constituem um marco indelével, no aprofundamento e na preservação dos nobres valores da nossa moçambicanidade, da nossa Unidade Nacional, da nossa Paz, da nossa solidariedade de moçambicano para moçambicano, do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Indico;

2. A Comissão Política saúda o Camarada FILIPE JACINTO NYUSI, Presidente da República de Moçambique, pela participação, no dia 21 de Março de 2015, nas festividades dos 25 anos da Independência Nacional da Namíbia e na investidura do Presidente da República da Namíbia, Hage Geingob;

3. A Comissão Política congratula-se pela direcção do Camarada Presidente FILIPE JACINTO NYUSI, no dia 20 de Março de 2015, na Academia de Ciências Policiais (ACIPOL), na Província de Maputo, da cerimónia de encerramento do curso de Licenciatura em Ciências Policiais e de graduação de Oficiais da Polícia de Guarda Fronteira;4. A Comissão Política foi informada sobre o decurso da preparação e organização da IV Sessão Ordinária do Comité Central, a ter lugar de 26 a 29 de Março de 2015, na Escola Central da FRELIMO, na Cidade da Matola, Província de Maputo e saúda o trabalho realizado;

5. A Comissão Política analisou o estágio actual do diálogo entre o Governo de Moçambique e a Renamo, saúda a postura assumida pelo Governo e reitera que é um imperativo nacional e urgente, a integração, reinserção social e económica dos homens residuais e desmilitarização da Renamo, à luz do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares;

6. A Comissão Política foi informada sobre o decurso dos preparativos da II Sessão Ordinária da Assembleia da República, a ter lugar a partir do dia 31 de Março de 2015, saúda a Chefia da Bancada Parlamentar da FRELIMO, ao Conselho de Chefia, aos Deputados e encoraja-os a continuar a honrar e dignificar o mandato que o povo lhes conferiu;

7. A Comissão Política regozija-se pelo elevado sentido patriótico e de auto- estima que tem sido manifestado pelo povo moçambicano, no âmbito da solidariedade de moçambicano para moçambicano, pelo apoio multiforme que tem sido concedido às populações afectadas pelas cheias e inundações e pelo repúdio e condenação veemente, a todas as formas e tentativas de pôr em causa a Unidade Nacional, a Paz e o Estado de Direito Democrático que estamos a construir;

8. A Comissão Política saúda a Organização da Mulher Moçambicana (OMM), pela passagem do 42º aniversário da sua fundação, a 16 de Março de 1973 e encoraja-a a continuar, com zelo e dedicação, a nobre missão de servir o povo moçambicano, em geral e a mulher moçambicana, em particular;

9. A Comissão Política saúda o Governo de Moçambique, pelo lançamento oficial, no dia 18 de Março de 2015, do movimento das celebrações dos 40 anos danossa Independência Nacional, a 25 de Junho de 2015 e do programa cultural das comemorações, em todo o território nacional;

10.A Comissão Política saúda calorosamente e encoraja a nossa selecção nacional de futebol onze, sub-23, pela vitória conquistada diante da sua congénere do Gana, no dia 21 de Março de 2015, na Cidade da Matola, Província de Maputo, no jogo de acesso aos Jogos Africanos de Congo Brazaville, feito que honra e enche de orgulho o povo moçambicano;

11.A Comissão Política exorta aos militantes, simpatizantes da FRELIMO, as Organizações Sociais e o povo moçambicano, em geral, do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Indico, a participar de forma activa, com entusiamo e sentido patriótico, no movimento das celebrações dos 40 anos da nossa Independência Nacional e dos 53 anos da Fundação da FRELIMO;

12.A Comissão Política reitera, com respeito e admiração, a saudação a Policia da República de Moçambique e outras Forças de Defesa e Segurança, pelo trabalho abnegado que realizam, na prevenção e combate ao crime, em todo o território nacional.

50 Anos
Unidos na Luta Contra a Pobreza
FRELIMO, A FORÇA DA MUDANÇA

Maputo, 23 de Março de 2015




NYUSI recebe embaixadores da UE com discurso sobre paz

O Presidente Filipe ‪#‎Nyusi‬ recebeu, hoje, 23/03, os embaixadores da União Europeia e reiterou o seu compromisso em manter o diálogo para garantir a paz no país.


Este foi o primeiro encontro entre o Chefe do estado e embaixadores da UE em‪#‎Moçambique‬. Os embaixadores manifestaram apoio ao parlamento na discussão do projecto de lei sobre as autarquias provinciais. No entanto, sublinham ser importante respeitar o acordo de fim de hostilidades assinado em Setembro do ano passado.


EDUCAÇÃO: Moçambique aproveita potencial alemão

O Governo do Estado alemão de Hessen vai assinar convénios com o Instituto Industrial de Maputo e as universidades Eduardo Mondlane e Católica de Moçambique. Estes acordos fazem parte do Programa da visita do Presidente do Bundesrat (Conselho Federal) do Estado de Hessen, Volker Bouffier, que iniciou dia 19/03 e termina a 26/03.


No encontro com Volker Bouffier, em Maputo, o Ministro dos Negócios estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, destacou o “enorme potencial” do Estado de Hessen em particular na área do desenvolvimento humano, de infra-estruturas e do investimento empresarial privado.

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