Quarta, 25 Março 2015
A PERSISTÊNCIA de casos de tuberculose não tratada e a resistência desenvolvida por alguns pacientes aos medicamentos continua uma preocupação nas comunidades em todo o país, para onde têm sido expandidos os serviços de rastreio e tratamento da doença.
Falando no quadro do Dia Mundial da Luta Contra a Tuberculose, ontem assinalado sob o lema “Tuberculose - encontre, trate, cure”, o vice-ministro da Saúde, Mouzinho Saíde,
deu conta que o estigma e o desconhecimento muitas vezes fazem com que as pessoas não procurem os serviços e não tenham acesso ao tratamento, embora este esteja disponível.
Com cerca de 140 mil casos de tuberculose por ano, Moçambique consta da lista dos 22 países mais afectados pela doença no mundo. O dia de ontem serviu para mais uma campanha de advocacia tendo em vista a redução de casos.
“Muitas vezes os casos de tuberculose estão escondidos na nossa comunidade e é preciso que procuremos estes casos e os encaminhemos para os serviços que possam ajudar a diagnosticar, a rastrear, tratar e curar, porque é uma doença que tem tratamento e tem cura”, disse.
Com uma cobertura em todos os distritos com serviços de tratamento, o país conseguiu alcançar 85 por cento de tratamento de casos no ano passado.
“Todos os distritos do país têm acesso ao rastreio e tratamento, sendo por isso inaceitável que ainda haja pessoas a padecer da doença. Apelamos a toda sociedade para que se empenhe na busca e referenciamento destes casos de tuberculose para as nossas unidades sanitárias para que seja feito o devido tratamento. A sociedade civil tem estado engajada nesta luta e há investimento na formação, colocação de pessoal, equipamento, apetrechamento das unidades sanitárias. Por isso, pensamos que é possível com mais acções com mais actividades de busca e rastreio activo de casos de tuberculose, melhorarmos a qualidade e impacto do tratamento”, indicou.
Por outro lado, Saíde deu conta que o Ministério da Saúde está preocupado com o aumento de casos de doentes que desenvolvem tuberculose multidroga resistente devido à fraca adesão ao tratamento, toma irregular da medicação e não observância ou abandono do tratamento.
“Todos devem fazer o tratamento de forma adequada. As nossas unidades sanitárias estão preparadas para fazer o tratamento. Todos que têm o diagnóstico devem cumprir com o tratamento. Quando a tuberculose se torna resistente, agrava substancialmente os custos do tratamento. Um doente tem um tratamento de seis a oito meses e custa apenas cem dólares, mas quando é resistente sobe para dois mil a 2500 dólares”, alertou.
O MISAU vai continuar a buscar parcerias para uma contínua melhoria do impacto do tratamento na sociedade e para limitar o nível de transmissão.
É neste contexto que os parceiros da luta contra a tuberculose fizeram ontem a entrega de 30 motorizadas que se vão adicionar a outras 70 que estão já no terreno para o reforço das missões de rastreio dos casos de tuberculose nas comunidades.
Ao lançamento da missão de rastreio da tuberculose estiveram presentes representantes dos parceiros da área e ainda técnicos do sector que nos próximos dias deverão, dentre outras unidades, visitar alguns estabelecimentos penitenciários com o objectivo de fazer o rastreio da doença.
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