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O desfecho do conclave da Frelimo que se inicia amanha na Matola depende muito da coragem de Armando Guebuza em sacudir os seus medos e enfrentar a realidade como um cidadão comum. Um desfecho esperado eh que ele deixe a liderança do partido Frelimo, terminando a actual governação bicéfala que tem atrasado o arranque pleno do consulado de Filipe Nyusi. Minhas fontes na Frelimo dizem que, a cada dia que passa, Guebuza se vê isolado e começa a perceber que não tem condições para insistir em liderar o partido contra a corrente. Existe, por isso, uma grande probabilidade de ele aceitar um convite para sair voluntariamente, como fez Chissano. E Guebuza vai aproveitar, dizem-me, esta oportunidade para sair em grande e não pela porta pequena, como seria se ele insistir em fazer finca-pé.
Mas Guebuza esta a morrer de medos. São medos que ele terá de gerir. Estando a frente do partido, a gestão desses medos fica mais facilitada pela proteção de que goza quem tem esse cargo. Mas fora dele, a coisa fica mais preta. Ou por enquanto cinzenta. Muitos no partido, e fora dele, estão a espera que ele se desproteja daquele lugar para “ajustarem as contas”. Não sei o que isso significa mas o facto eh que em cada esquina os anti-guebuzistas esfregam as mãos. Estão a espera desse momento retumbante. “Guebuza prejudicou muitos”; dizem que ele era do tipo de não apenas afastar aliados desavindos mas também atira-los para o fundo do poço para que eles não mais se erguessem, nem mesmo no espirito da fábula do cavalo.
No essencial, os medos tem o padrão comum: conflitos em negócios e um aparente enriquecimento ilicito com recurso ao bem publico. Por isso, o medo de retaliações e de uma perseguição judicial. Mas, esta ultima hipótese, parece ainda remota no plano nacional. A Beatriz Buchile e o Américo Muchanga estão la para protege-lo. Por enquanto, a coisa fica mesmo cinzenta.
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