SOCIAL
Barbosa Vicente23 Março 2015
A empresa Correios de Cabo Verde vai instaurar um processo disciplinar contra o seu colaborador Amândio Barbosa Vicente por causa das acções levadas a cabo nos últimos tempos, designadamente entrevistas à imprensa e uma petição para impugnar a recondução da presidente do Conselho de Administração, Alita Dias. A empresa também deu por finda a sua comissão de serviço no cargo de director de Planeamento e Controlo e Coordenador Nacional do Fundo de Melhoria e Qualidade de Serviços junto da União Postal Universal (FAQS – UPU).
O despacho é assinado pela presidente do Conselho de Administração da Correios e o instrutor do processo disciplinar é o Gabinete de Advogados Eurico Correia Monteiro & Associados. Este explica que, da análise do conteúdo dosregistos, se pode descortinar “indícios sérios de infracção disciplinar de injúria/difamação ao seu superior hierárquico e quebra do dever de lealdade à entidade empregadora”. Diz ainda que se constatou tentativa reiterada e deliberada de desestabilizar e provocar conflitos.
“O colaborador Amândio Barbosa Vicente desempenha o cargo de director do Gabinete de Planeamento, e torna-se evidente que a verbalização do juízo acentuadamente pejorativo sobre a PCA desta empresa, e publicitada nos órgãos da comunicação nacional, obrigaria até do ponto de vista ético, que o autor renunciasse a tal cargo de direcção, de livre escolha”, lê-se no despacho.
Entretanto, este optou por manter-se no cargo, pelo que o CA, ao abrigo do Regulamento sobre o Exercício dos Cargos de Direcção e Chefia, entendeu dar por finda a sua comissão de serviço “por justa causa e com efeito imediato” no cargo de director de Gabinete de Planeamento e de Coordenador Nacional do Fundo de Melhoria e Qualidade de Serviço junto a União Postal Universal-UPU.
Foi a 5 de Março que Amândio Barbosa Vicente encabeçou uma petição popular, solicitando a substituição de Alita Dias no cargo do Presidente do CA, para salvaguardar os superiores interesses de Cabo Verde. A gestora foi acusada pelo administrador Cipriano Carvalho de esbanjar recursos da empresa, praticar gestão danosa e sistematicamente violar os estatutos do gestor público e demais leis no âmbito empresarial do Estado. Paradoxalmente, Dias foi reconduzida no cargo e o administrador Cipriano Carvalho exonerado.
Na petição, que foi assinada por 52 trabalhadores dos Correios, os subscritores questionavam a posição ministerial sobre as alterações do CA de castigar quem denunciou e de premiar a autora da prática de irregularidades. Realçava ainda que recaía sobre Alita Dias dúvidas de honestidade moral, ética e legal na gestão da coisa pública, facto ignorado pelas tutelas operacional e financeira da CCV.
Estes solicitavam ainda uma sindicância para apurar a veracidade das acusaçõesfeitas por seu par Cipriano Carvalho. Esta ousadia resulta agora neste processodisciplinar e na cessação da comissão de serviço no cargo de director de Planeamento e Controlo e Coordenador Nacional do Fundo de Melhoria e Qualidade de Serviços junto da União Postal Universal (FAQS – UPU).
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