Hoje às 08:16
Eddie Routh, presumível assassino de Chris Kyle, conhecido como "American Sniper", regressou paranoico e alterado da guerra do Iraque, declarou, esta terça-feira, a mãe, no julgamento contra o filho que decorre em Stephenville, no Texas.
MIKE STONE/REUTERS
Jodi Routh, mãe do suspeito, Eddie Ray Routh
"Ele já não era feliz e despreocupado como sempre foi. Voltou muito mais sério", disse Jodi Routh, afirmando que o seu filho, ex-soldado "estava muito atento ao que ocorria à sua volta" e "era muito cauteloso com as pessoas".
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Jodi Routh explicou na sua declaração que foi ela quem solicitou a Kyle que ajudasse o seu filho, que sofria de stress pós-traumático após ter servido no Iraque e no Haiti.
"O Chris disse-me que sabia aquilo que Eddie estava a passar. Disse-me que ele também sofria de stress pós-traumático e que gostaria de fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para o ajudar", assegurou.
Kyle dedicava-se a ajudar veteranos de guerra como Routh a reintegrar-se na vida civil.
Apesar de ser ela quem solicitou ajuda, a mulher assegurou não saber que Kyle e o seu amigo Chad Littlefield iam levar o seu filho Routh a um campo de tiro no fatídico dia 2 de fevereiro de 2013, onde ambos foram assassinados.
Jodi Routh garantiu que, meses antes dos assassínios, escondeu as armas que tinha em casa após uma discussão em que o seu filho ameaçou suicidar-se.
Durante a sessão de terça-feira, a quinta desde o início do julgamento, a acusação divulgou a conversa que Routh manteve no carro-patrulha com o oficial da polícia que o deteve.
"Você está bem soldado?", questionou o oficial, ao que Routh respondeu: "Tenho estado muito paranoico e esquizofrénico hoje. Não sei o que pensar. Não sei se estou louco".
Os advogados de Routh, Warren St. John e Tim Moore, procuram a absolvição do ex-soldado ao argumentar que quando matou Kyle e Littlefield não estava consciente dos seus atos.
Kyle, que cumpriu serviço no Iraque na "Navy SEAL", a unidade de elite americana, é apontado como o franco-atirador mais letal da história dos Estados Unidos, com 160 mortes confirmadas oficialmente, embora afirmasse que foram 255.
A insurgência iraquiana apelidou-o de "o diabo de Ramadi" - em referência a uma das cidades em que combateu - e colocou a sua cabeça a prémio.
O julgamento coincide com o êxito do filme "American Sniper", inspirado em Kyle, realizado por Clint Eastwood, que tem batido recordes desde a sua estreia e está nomeado para seis Óscares.
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