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Na semana passada, o banco privado suíço HSBC foi desmascarado. Ele mantem nos seus cofres dezenas de biliões de USD em contas cujos titulares são, na sua maioria, criminosos de guerra, criminosos fiscais, políticos corruptos, empresários desonestos. Também tem gente do show business, mas aquele da pesada, não a do nosso provincianismo corriqueiro. Mas o dinheiro eh todo ele sujo. A denúncia foi feita pelo International Consortium of Investigave Journalists (ICIJ), uma coisa adstrita ao Centre for Public Integrity, uma ONG americana que usa o jornalismo investigativo como sua ferramenta chave.
O perfil de titulares dessas contas eh variado. A nacionalidade também. E quem pensa que não há la moçambicano, desengane-se. Os dados colectados pelo lCIJ incluem 9 cidadãos moçambicanos ou titulares de passaportes moçambicanos (com 19 contas bancarias). Como nossa nacionalidade eh vendida ao desbarato, ate podem ser uns paquistânicos (desses que chegam ca e se tornam barões em meia dúzia de dias) ou chinocas (desses que desbravam nossas florestas com beneplácito oficial).
Ora o ICJI não divulgou os nomes de todos os malandros. Amplificou selectivamente alguns deles, estranhamente, expondo-se a um rol de críticas de justificado quilate. Mas os dados estão lançados: trata-se de muito dinheiro roubado aos Estados e que, no caso dos países africanos, se junta a outras dezenas de bilhões de USD que anualmente “fogem” do continente em esquemas de subfacturação e outros artifícios ilegais, alimentando contas no ocidente; e que, no caso de Moçambique, se adiciona a desenhas de milhões de USD de impostos que os megaprojetos não pagam porque se beneficiam cinicamente de isenções fiscais comprovadamente descabidas.
Agora que os dados estão lançados, espero que a Procuradoria-Geral da Republica e a Autoridade Tributaria de Moçambique (ATM) se juntem em esforços e procurem saber de quem são as contas bancarias e tomem ações para que o Estado recupere o que nos foi roubado. Eh o que muitos países estão a fazer: não assobiaram para o lado e querem perceber a origem desses fundos. Eh o mínimo que eu posso esperar da ATM, ate porque se trata do outro lado da moeda da tal popularização do imposto; eh o minino que posso esperar da PGR, ate porque se trata do outro lado da moeda dos pequenos desvios de fundos que enchem as estatísticas do combate a corrupção.
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