As autoridades sul-africanas anunciaram, esta terça-feira, que vão investigar a questão do racismo nas escolas privadas, após uma queixa contra um estabelecimento onde os alunos foram colocados em turmas de acordo com a cor da sua pele.
Em janeiro, cerca de três dezenas de famílias assinaram uma petição de protesto contra a formação de turmas num estabelecimento pré-escolar e primário de Pretoria, o Curro Foundation School, onde crianças brancas e negras foram separadas.
A direção do grupo que gere a escola - e 41 outros estabelecimentos no país - desculpou-se publicamente, negando qualquer intenção racista e justificando que se tratava de separar as crianças por "culturas" para que beneficiem de um ensino na sua língua.
"O setor tem que ser regulado", declarou Panyaza Lesufi, ministro regional da Educação, depois de ter visitado a escola.
"Não tolerarei que uma única criança se encontre na situação de onde saímos", disse, numa alusão ao regime segregacionista do "apartheid", que educava os negros e os brancos em escolas diferentes até 1994.
A Comissão dos Direitos Humanos sul-africana, um organismo público mas independente, também lançou uma investigação à escola em causa e enviou hoje observadores ao estabelecimento de ensino para verificarem se tinha havido uma redistribuição entre as turmas.
"É preocupante ver que crianças vão ser vítimas de segregação com base na sua cor de pele na nova África do Sul", disse o porta-voz da comissão, Isaac Mangena.
Uma geração depois da queda do "apartheid" e da chegada ao poder do primeiro presidente negro, Nelson Mandela, o racismo continua presente na sociedade sul-africana, segundo a comissão.
"O racismo é generalizado e a maioria das queixas que analisamos estão relacionadas com ele", disse ainda Mangena.
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