Os membros do EI queimaram dois mil livros da Biblioteca de Mossul
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Ciência, filosofia, medicina, cartas, jornais, um sem-número de documentos históricos – nada lhes escapa. A pretexto de serem textos ou obras de ‘aparência não-islâmica’, o seu destino tem sido sempre o mesmo, a fogueira ou a detonação. Segundo a Associated Press (AP), só em Janeiro, os membros do Estado Islâmico (EI) queimaram dois mil livros da Biblioteca de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, conhecida pelo rico património histórico que albergava.
A pretexto de serem textos ou obras de ‘aparência não-islâmica’
Outra biblioteca, da Universidade local, relata ainda a AP, não escapou à acção dos militantes extremistas. Centenas de livros arderam, à vista dos alunos, que terão sido obrigados a abandonar aquele local de ensino ‘não consagrado à palavra de Alá’.
De acordo com um professor universitário citado pela agência e não identificado por temer represálias, o EI tem apontado de maneira mais feroz as bibliotecas, que eram profícuas naquela cidade iraquiana. Não terão escapado às chamas os arquivos da biblioteca sunita, da Igreja latina (com 265 anos), documentos ainda do tempo do Império Otomano, entre outras relíquias. De resto, logo após as primeiras ofensivas sobre a cidade, o EI tinha feito explodir o túmulo do profeta Jonas, situado num sítio arqueológico que remontava ao século VIII a.C.
A piromania contra quaisquer formas de cultura alternativas à visão que o EI faz do Islão já o equipara à fúria iconoclasta dos talibãs no Afeganistão – que em 2001 destruíram os antiquíssimos Budas Gigantes de Bamyian – ou às fogueiras dos livros da cultura ‘degenerada’ levadas a cabo pelos nazis em 1933.
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