Herminio Muiambo feeling hopeful
Temos de ter cuidado com as tentativas de "chitigmatização" das nossas bebidas tradicionais. Há muita (des)informação preocupante/alarmante a circular. O vinho, a cachaça, o whiskey, a cerveja e outras também são bebidas tradicionais em certas culturas. Ao longo do tempo foram valorizadas, industrializadas e (inter)nacionalizadas para o benefício das gentes dessas culturas. Algumas famílias passaram esses negócios (e segredos/conhecimentos) entre várias gerações.
Infelizmente nós, cá em Moçambique, ainda estamos com dificuldades, por exemplo, de confecção dentro dos limites mínimos de higiene e de uma série de práticas recomendáveis na produção de bens de consumo público. Por enquanto consumir bebida tradicional é (e com alguma dose de razão) sinónimo de ser baixo/fraco/etc devido aos factores que mencionei acima.
A transversalidade dos desafios na valorização, conservação, processamento, preparação, embalagem, marketing, etc de produtos locais exije uma séria conjugada de esforços. Aliás nós produzimos muita fruta (matéria-prima para a produção de bebidas, alcoólicas ou nao-alcoólicas) que está sendo sub-aproveitada, mesmo em zonas onde os níveis de desenvolvimento são muito baixos.
Produzir e consumir produtos "Made in Mozambique" é possível embora ainda tenhamos que queimar muitas etapas, algumas delas até triviais. Gostaria de um dia ouvir que um produtor Moçambicano de "phombe" (por exemplo) ganhou um prémio internacional.
PS: Se aproxima a época do canhú (ukanyi) e quero me deliciar sem prenconceitos e stress, depois de várias temporadas no "estaleiro". Aliás sempre tive o privilégio de apanhar aquele último copo...
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