domingo, 18 de janeiro de 2015

INVESTIDURA DO PR: O povo é meu patrão

Sexta, 16 Janeiro 2015 00:00 |


FILIPE Jacinto Nyusi, empossado ontem Presidente da República, disse, na sua primeira comunicação à Nação, que o seu único compromisso é servir o povo moçambicano, seu único e exclusivo patrão.


Falando na Praça da Independência, em Maputo, momento após a sua investidura ao cargo de Chefe de Estado, Nyusi disse estar pronto para desenvolver a missão que os moçambicanos lhe confiaram e que o seu compromisso é, também, respeitar e fazer respeitar a Constituição da República e as leis moçambicanas.


“ Eu estou pronto! Estou confiante que, juntos, iremos construir o bem-estar do nosso povo e um futuro risonho para as crianças”, disse.


Intervindo perante milhares de pessoas, entre convidados nacionais e estrangeiros, e população em geral, o novo Presidente moçambicano disse fazer parte de uma nova geração, que recebe um legado repleto de enormes sucessos e de exaltantes desafios.


Segundo ele, repousa sobre os moçambicanos, de todas gerações, a responsabilidade de preservar as conquistas alcançadas, pois, a história de Moçambique é rica em conquistas que fizeram do país um caso de sucesso, respeitado em todo o mundo.


“A riqueza deste legado histórico fundamenta-se em três conquistas principais: a Independência Nacional, o ponto de partida de todo o nosso percurso como povo e como Nação; a Unidade Nacional, condição para a construção de um Moçambique democrático, unitário e próspero; a Paz, condição primária para a estabilidade politica, desenvolvimento económico, harmonia e equidade social”, afirmou para depois frisar que nenhuma conquista é considerada definitiva, daí que alertou para que se consolide cada uma delas.


Para Filipe Nyusi, os valores da convivência pacífica, harmoniosa e de solidariedade social devem ser vividos como uma cultura colectiva, a cultura de todos os dias. “Todos os actores sociais, desde a família, as confissões religiosas, a sociedade civil, os partidos políticos, as instituições de ensino e de pesquisa, são chamadas a participar activamente na educação do cidadãos na consolidação de uma cultura nacional de diálogo e harmonia. Estou consciente da necessidade de se reforçar o papel das instituições da Justiça e da Lei e Ordem para que o nosso povo, tão pacífico e trabalhador, deixe de viver ciclicamente num clima de medo e de insegurança”, disse.


É neste contexto que o Chefe de Estado prometeu primar pela abertura ao diálogo construtivo com todas forças políticas e organizações cívicas para promover a concórdia. “Podem estar certos, caros compatriotas, que tudo farei para que Moçambique, jamais, irmãos se voltem contra irmãos seja a que pretexto for”, sublinhou arrancando aplausos da plateia.


OS DESAFIOS


De acordo com o novo Chefe de Estado moçambicano, os desafios que o país tem pela frente vão, certamente, implicar novas atitudes colectivas e individuais. Esses desafios, implicam a coragem de operar mudanças. As mudanças que forem necessárias devem ser feitas democraticamente e dentro dos marcos institucionais e com responsabilidade.


Assim, Filipe Nyusi disse que lutará para que os moçambicanos sejam os donos e a razão de ser da economia, assegurando uma crescente integração do conteúdo local e a participação efectiva dos nacionais nos projectos de investimento, em especial na exploração de recursos naturais.


Referiu que o seu Governo vai assumir-se como parceiro estratégico na afirmação de uma classe empresarial moçambicana mais ampla e robusta, sublinhando a sua vontade de ver o Estado e os moçambicanos a serem os verdadeiros donos das riquezas e potencialidades da pátria.


“Queremos construir um país que aposte na formação e desenvolvimento do capital humano, o principal activo nacional. Investiremos na formação de moçambicanos de todas as regiões do país. Promoveremos a criação de novos postos de trabalho para qualificações de nível superior, médio e básico. E apostaremos no aumento visível e tangível, a médio e longo prazo, das receitas públicas e do rendimento nacional médio e per capita”, referiu para depois manifestar a vontade de ver Moçambique a continuar a ser referência como um dos países do mundo que mantém taxas de crescimento elevadas.


Filipe Nyusi reconheceu, por outro lado, o facto de ainda existirem moçambicanos a viverem na condição de pobreza. “Esta pobreza remanescente é tanto mais grave quanto a nação moçambicana é uma nação maioritariamente jovem e com uma elevada taxa de crescimento demográfico. As previsões são claras: em 2025 seremos 33 milhões de moçambicanos. Precisamos de preparar hoje esse futuro não muito distante. Precisamos de acções e não de palavras. Precisamos de uma plataforma de unidade efectiva e não de retórica e ideológica. Porque esse futuro, que é tão próximo, vai requerer mais habitações condignas, mais alimentos, mais água potável, mais e melhores serviços de saúde e educação, mais emprego, mais transporte e melhores condições sociais e económicas”, referiu.


Mussá Mohamed

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