sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

“Hoyo Hoyo” Presidente Nyusi


Sexta, 16 Janeiro 2015 00:00

SENHOR Engenheiro Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de Moçambique, investido nas funções a 15 de Janeiro de 2015, em acto público, no espaço municipal da nossa capital Maputo, a cidade das acácias, perante representantes da comunidade internacional e amigos de Moçambique, aceite as minhas sinceras felicitações pelo cargo a que o povo moçambicano o escolheu de entre os três dos seus filhos que concorreram para o efeito. Refiro-me concretamente, a si, pelo partido Frelimo, a Afonso Dhlakama, pelo partido Renamo e ao Daviz Simango, pelo partido MDM.
A cidade de Maputo engalanou-se nas suas melhores vestes por ocasião da sua investidura. A informação que tenho é de que muito mais gente queria estar na sua investidura, mas por razões que se prendem com os princípios de isenção e não exclusão, o Protocolo do Estado preferiu fazer convites com base em princípios muito objectivos, ou seja, convidar os países da região geográfica e económica a que estamos inseridos, a SADC e os países com os quais partilhamos a língua, une-nos o passado de colonizados e partilhamos por força de convivência, algo de comum.
Deixe-me dizer Senhor Presidente que os critérios não poderiam ser mais objectivos e insuspeitos, por isso podemos considerar que estão criadas as condições para que a sua liderança arranque sem suspeição, sem a descriminação entre as velhas e novas alianças. Como sabe Senhor Presidente, Moçambique já teve aliados naturais, aqueles que ajudaram a Frente de Libertação de Moçambique a combater o sistema colonial. Contudo, por força do fim dos blocos do Ocidente e do Leste, refiro-me ao fim da Guerra Fria, o país entrou para o sistema de economia de mercado e os não aliados de ontem são nossos amigos de hoje.
Senhor Presidente da República, o país está numa situação grave. Registamos mortes na província de Tete, distrito de Cahora Bassa, localidade de Chitima, que resultam do consumo de bebida de fabrico caseiro que ao que tudo indica alguém introduziu veneno com fins criminais: matar os seus consumidores. O fabrico da referida bebida não é de agora. As pessoas não teriam perdido a prática, até porque, segundo informações dos residentes de Chitima, o fabrico da referida bebida obedece a um critério de rotatividade, ou seja, hoje é aquela família, amanhã é outra e assim sucessivamente.
O Governo cessante, sob liderança do Presidente Armando Emílio Guebuza, decretou luto nacional de três dias, “despachou” o titular da pasta da Saúde para trabalhar na cura e descoberta das origens do problema e caberá a si Senhor Presidente continuar este “dossier” que não é nada fácil. Faço votos para que os serviços da Polícia de Investigação Criminal encontrem o autor moral e material desta chacina para que seja exemplarmente punido.
Mas existe um outro problema, que ao que me parece vai requerer de si e a sua equipa de trabalho muita paciência e ponderação. Trata-se do “dossier Renamo”. Como sabe, a Renamo não foi desmilitarizada no período pós Acordo Geral de Paz de 1992. Ainda não o foi agora ao abrigo do Acordo de Cessação de Hostilidades Militares, assinado pelo Presidente Armando Guebuza e o líder da Renamo Afonso Dhlakama.
Senhor Presidente! Lide com este “dossier” de forma desapaixonada e sempre olhando para os interesses superiores do povo que o elegeu, ele, o povo, saberá julgar as suas acções, acredite, aconselhe-se quanto baste.
Existe um outro problema Senhor Presidente, esse provocado pela natureza. Refiro-me as cheias e inundações que se observam por quase todo o território nacional. O Governo accionou o alerta vermelho institucional, sinal de que estamos perante graves problemas de calamidades naturais e muitos cidadãos perderam seus ente queridos e preciosos bens. Muitos cidadãos estão desesperados e olham para o Governo como a última tábua de salvação. Olhe com carinho as actividades do INGC, esteja por perto, e transmita o seu calor aos afectados por esta calamidade. Lembre-se Excelência que disse “no meu coração cabem todos os moçambicanos”, cito um dos seus slogans da campanha eleitoral.
Senhor Presidente! Uma das consequências destas chuvas e ventos foi o derrube de, até agora, dez torres de energia de alta tensão, deixando uma parte considerável do território nacional sem energia eléctrica. As pessoas não podem conservar alimentos para o seu consumo, as fábricas não podem laborar e os serviços também, as informações dadas pelos serviços competentes apontam, com algum optimismo, uma semana para a reposição de energia, como digo, muito optimismo porque na verdade o período chuvoso vai até Abril e, não sabemos como irão se comportar os rios e seus afluentes neste período, sabido que estamos a jusante de quase totalidade dos rios que atravessam o nosso país. Isto equivale dizer que, ainda que não chova em território nacional, pode ser que a situação se mantenha de alerta por força dos rios a montante.
Senhor Presidente! As vias de acesso estão danificadas, precisamos da sua veia diplomática para mobilizar recursos e repararmos essas vias, o país está dividido a partir de Mocuba, mas para além dessa via que é a espinha dorsal, outras vias estão ficando piores senhor Presidente! Tenha saúde para enfrentar estes e outros desafios que o país enfrenta, estaremos consigo sempre, parabéns Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de Moçambique.
ADELINO BUQUE

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