As ruas da Beira, segunda maior cidade de Moçambique e bastião da oposição, ficaram hoje desertas horas antes da divulgação prevista dos resultados oficiais das eleições gerais e encontra-se sob forte vigilância policial, disseram à Lusa moradores.
O comércio encerrou e o transporte público abrandou desde o princípio da tarde, com receio de manifestações, que possam acabar em violência, após s divulgação de resultados das eleições de 15 de Outubro, que a oposição reivindica estarem viciadas por irregularidades.
"O mercado do Goto já não tem pessoas e muitas lojas já fecharam na cidade. As pessoas estão a preferir recolher para casa", disse Francisco Froide, um residente local, que descreve um ambiente de "medo" na população.
O comandante da Polícia de Sofala, António Pelembe, proibiu na quarta-feira manifestações públicas de celebração ou repúdio dos resultados das eleições, e apelou aos partidos para controlarem as emoções, para prevenir actos de violência.
Na terça-feira, o conselho centro-norte estruturas Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) avisou, depois de uma reunião na Beira, que não vai reconhecer os resultados, alegando que a sua contagem paralela dá vantagem ao maior partido da oposição e ao seu líder, Afonso Dhlakama.
"A FIR (Força de Intervenção Rápida) começou a circular com viaturas na cidade. Com a lição do dia de votação muitos preferem ir ficar em casa. Até funcionários públicos estão a ser dispensados", disse Aida Paulino, uma moradora de Munhava, palco de graves actos de violência no dia da votação, a 15 de Outubro.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique divulga hoje os resultados finais das eleições gerais (presidenciais, legislativas e das assembleias provinciais).
Os resultados intermédios, a partir das somas dos apuramentos provinciais, davam vitória à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) nas legislativas, com maioria absoluta no parlamento, e ao seu candidato presidencial, Filipe Nyusi, à primeira volta. Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados a 15 de Outubro para escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.
No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.
Fonte: Lusa – 30.10.2014
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