sexta-feira, 27 de junho de 2014

É possível criar um fundo para integração dos antigos combatentes da Renamo"


Em Entrevista ao Jornal o Pais, Mario Raffaelli, um dos principais negociadores o AGP disse o seguinte: "...Como disse antes, é necessário reconhecer o papel da Renamo e de Dhlakama, particularmente. A questão principal é a transparência, eficácia das eleições e a forma como são contemplados os vários sectores da sociedade moçambicana. Trata-se de um problema geral e não de um questão monetária. A... questão é a integração na vida civil dos combatentes da Renamo. Penso que a questão não é divisão do exército em 50%, mas, sim, deve tomar-se em conta que há pessoas que passam necessidades dia-a-dia no país. Deve identificar-se soluções para ajudar essas camadas. É possível criar um fundo para integração dos antigos combatentes da Renamo"

Aqui eu destaco o que sempre tenho vindo a dizer e a debater: Inserção, Integraçao, justiça, neutralidade e estado republicano. o problema em minha otica continua não nos resultados, a guerra. Mas nas causas e isso é o que nos negamos a ver. Egidio Vaz, Livre Pensador, Olivio Mutaquiha, Énio Viegas Filipe Chingotuane, Nrd Macata, Mablinga Shikhani, Jalal Hussein, Gito Katawala, Lissungu Mazula, Josina Malique, Eusébio A. P. Gwembe, Jose Alexandre Faia, Ericino de Salema, Joao Cabrita
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  • Nrd Macata Acho complicado esse posicionamento, mas não li ainda a entrevista toda, pelo extrato que nos traz Brazao,
    (1) Acreditando que a constituição defende o "bem estar social", parece que estamos de alguma forma a justificar que em defesa da constituição se viole a constituição, acredito que isso só é possível caso reconheçamos que somos uma sociedade cujo projeto politico-social falhou copiosamente, não acredito que seja esse o caso de Moçambique.
    (2) Existe uma certa tendencia de olharmos para as reivindicações da Renamo (leia-se dos seus militares e correlegionários e que são por isso demandas muito particulares), não enquanto reivindicações somente da Renamo , mas como reivindicações de todo "povo moçambicano", evidentemente a Renamo politicamente usa de tudo para legitimar a sua ação. Brazão quando dizes que o problema esta nas causas, vais pelo mesmo discurso cuja validade é só politica, vamos imaginar um cenário em que Guebuza senta com Dlhakama, lá mesmo em parte incerta, e acata as demandas todas da Renamo, quantos dos problemas dos moçambicanos que não são da Renamo, estariam resolvidos?
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  • Livre Pensador Rafaelli apenas nos recorda o que ficou por fazer. Ele nao deseja ir mais ao fundo da questao para se perceber por que razoes ninguem mais desejou ir para vida militar. Tambem nao menciona o facto de antes do AGP unidades de elite das FPLM terem sido transferidas para a PRM para estabelecer uma forca-tampao como a FIR, que depois se tornou esfemisticamente PIR. E muito menos fala do SNASP/SISE que e um dos dossiers que ele nao conseguiu fechar em Roma, supostamente, porque Chissano e Dhlakama concordaram discutir o assunto depois.See Translation
  • Olivio Mutaquiha Nrd Macata eu acho que o que Brazao Catopola se está a referir é a questão de transparência e estado republicano . Não precisa fazer muito esforço para saber que os AGP foram geridos de forma não transparente e da parte de um dos beligerantes que sempre dominou a máquina governativa houve ostracismo constante, isso é bem documentado. Eu acho que você levanta um falso dilema quando refere que "estamos de alguma forma a justificar que em defesa da constituição se viole a constituição, (...)". Julgo que é um falso dilema porque precisamos entender as reivendicações da RENAMO dentro do contexto histórico no qual construímos o governo moçambicano pós guerra civil. Essa nossa constituição não é um documento á parte, e por ser o mais importante documento da nação é necessário que na sua origem você não tenha desacordos... é essa transição que a RENAMO (espertamente) tenta trazer a discussão, e não totalmente sem mérito... O que acho é que a FRELIMO e a RENAMO precisam se sentar de novo, expurgar os males todos e fazer um acordo como referido que seja TRANSPARENTE de forma que possamos avançar.See Translation
  • Eusébio A. P. Gwembe Virei mais tarde, Brazao Catopola, para dizer que um problema não deve ser resolvido começando pelas consequências, como me tem parecido, às vezes.
  • Joao Cabrita Concordo consigo, Eusébio A. P. Gwembe, que não se resolvem problemas começando pelas consequências. É elementar. Temos de ir às raízes dos problemas. A Frelimo, quer como Frente, quer como Partido dirigente, nunca revelou essa capacidade. O que é compreensível: ela é parte fundamental, a causa princpal deste e de vários outros problemas. (Nrd Macata, a entrevista pode ser lida na íntegra em http://opais.sapo.mz/.../29960-deve-reconhecer-se-a... )
  • Eusébio A. P. Gwembe Joao Cabrita, a Frelimo sempre teve capacidade, apenas teve muitos empecilhos ao longo do percurso, porque enquanto ela construia, havia os que moral e materialmente destruiam.
  • Eusébio A. P. Gwembe Em relação a essa matéria, pergunto eu o que é que Afonso Marceta Dhlakama fez com o dinheiro que recebeu para desmobilizar os seus homens?
  • Livre Pensador Parece que esta a focalizar-se nas consequencias. Afinal, o dinheiro por mais que chegasse, acabava. Como acabou. E a prova disso sao os desmobilizados que se manifestam periodicamente nas ruas de Maputo exigindo o pagamento de subsidios. Sao da RENAMOtambem? Bem...o que esta em causa aqui e toda uma reconstrucao do tecido social desagregado primeiro, por uma ditadura marxista-leninista. E depois por uma guerra fraticida. Para exemplificar, em 1975 apenas 1/5 da populacao era urbana. Hoje, ja superou os 50%. E muitos deles para ca vieram por causa da guerra. Quando ela terminou, outros mais se lhes juntaram. E aqui temos entao um duplo problema a resolver. Eu nunca vi por parte de governo, doadores ou mesmo cientistas sociais, com excepcao do Arquitecto Jose Forjaz, alguma declaracao defendendo o replaneamento fisico de Mocambique. A descompressao das urbes. O incentivo fiscal a (re)colonizacao interna pelos nacionais. Curiosamente, estas 3 coisas sao feitas por estrangeiros em Mocambique. Da que pensar. Mas tambem da para perceber que dinheiro nenhum do mundo seria suficiente para curar as feridas do passado. Mas sim exemplos. Comecando pelos lideres.See Translation
  • Joao Cabrita Eusébio A. P. Gwembe, você está a ver o problema de uma forma diferente. Aqui, a questão fundamental é o poder. A Frelimo não quer abdicar do poder e ao longo de toda a sua história são vários exemplos que demonstram que as crises por ela geradas, no seu próprio seio e a nível nacional, têm a ver com o poder.

    A Frelimo, como Frente e Partido dirigente, tentou explicar sempre a sua obsessão pelo poder com recurso a factores externos. Houve uma «linha reaccionária» ao serviço do imperialismo e que teria sido derrotada antes da independência. E na transição para a independência, a Frelimo «virou o cano das suas armas para os inimigos internos», supostamente ao serviço de forças imperialistas.

    De fora, ficou a política de exclusão (que nasceu no preciso momento da fundação da Frelimo, sendo o afastamento de Adelino Gwambe prova disso), reforçada por um regime de férrea ditadura instaurado à nascença da Nação.

    Confrontada com uma inevitável crise de proporções nacionais, em 1992 esse regime é forçado a rever a situação, mas sempre com o objectivo de assegurar o poder. Daí, a «evolução na continuidade» que passou a advogar; uma continuidade que desde então tem sido mantida à base da fraude eleitoral e que é a raiz e essência da actual crise.

    Portanto, Eusébio Gwembe, se há empecilhos, esses foram criados, como demonstrei, pela própria Frelimo, como Frente e como Partido dirigente.
  • Jose Alexandre Faia Confrontada com uma inevitável crise de proporções nacionais, em 1992 esse regime é forçado a rever a situação, mas sempre com o objectivo de assegurar o poder. Daí, a «evolução na continuidade» que passou a advogar; uma continuidade que desde então tem sido mantida à base da fraude eleitoral e que é a raiz e essência da actual crise.See Translation
  • Eusébio A. P. Gwembe Quererá dizer que a Frelimo deve abdicar-se do poder, oh, Joao Cabrita? A actual crise é também económica, porque enquanto houve dinheiro, Dhlakama nunca se manifestou tão hostil. Quando se deu conta de que já estava a secar e que o outro não compactuava, como Chissano, com a compra da estabilidade, começou com as ameaças que resultaram na retirada de duas licenças que detinha, sob justificativo de fuga ao fisco. Mas tudo, continuo a pensar que começou lá em 92 quando permitiram que fosse ele (Dhlakama) a desmobilizar os próprios homens, enquanto outros tantos dormiam ai no Hotel Cardoso, felizes da vida urbana.
  • Cedrickslov Nkhoma

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