Académico britânico denuncia Dhlakama (CONCL)
NO estudo que o académico britânico Alex Vines publicou pouco antes das eleições autárquicas de 20 de Novembro último, no qual desvenda as verdadeiras intenções de Afonso Dhlakama, destaca que o líder da Renamo voltou às matas para tentar reagrupar os seus ex-guerrilheiros e treinar outros.
Ele tomou esta decisão porque está sem dinheiro, depois de esbanjar os mais de 50 milhões de dólares americanos recebidos da Lonrho, da ONU e do Estado moçambicano.
Segundo Vines, o valor não inclui as doações do seu patrão “apartheid” durante os 16 anos da guerra movida contra Moçambique, que causou a morte de mais de um milhão de compatriotas e acima de quatro milhões de refugiados em países vizinhos, incluindo o Malawi, a Zâmbia, o Zimbabwe e a África do Sul.
Segundo Vines, o valor não inclui as doações do seu patrão “apartheid” durante os 16 anos da guerra movida contra Moçambique, que causou a morte de mais de um milhão de compatriotas e acima de quatro milhões de refugiados em países vizinhos, incluindo o Malawi, a Zâmbia, o Zimbabwe e a África do Sul.
Os cerca de 50 milhões de dólares incluem os cinco milhões que recebeu da Lonrho durante a guerra dos 16 anos, para não atacar os empreendimentos da multinacional que, na altura, estava a desenvolver no país, acrescidos aos 17 milhões recebidos da ONU para transformar a sua Renamo num partido político, mais os 1,4 milhão que recebia anualmente do Estado entre 1994/2004, quando a sua bancada parlamentar possuía acima de 100 deputados, não só para si, como também para financiar o seu partido.
Porém, segundo Vines, quase todo este valor ficou com Dhlakama e um pequeno círculo de amigos que a ele se juntou e o bajulou até se tornar no seu meio de acumulação.
Esses indivíduos são os mesmos que hoje são as caras mais visíveis da Renamo, nesta altura em que Dhlakama voltou a usar as matas como esconderijo desde 21 de Outubro até ao último reaparecimento a 7 de Maio, quando foi recensear-se num dos postos móveis enviados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) em coordenação com o Governo.
Vines aponta que foram essas pessoas que ao se aperceberam de que Dhlakama estava a receber muito dinheiro, juntaram-se a ele, apesar da guerra brutal que levou a cabo com a sua Renamo, contra Moçambique e que deixou envergonhados a todos os sensíveis.
Vines deixa claro que a lealdade desses indivíduos a Dhlakama não é, de facto, com ele, mas sim é uma forma de eles garantirem o seu pão de cada dia, e aponta o facto de os 51 deputados que apesar de terem sido instruídos pelo seu líder a não tomar posse depois das eleições de 2009, desobedeceram e foram investidos sem o mínimo de vergonha, incluindo o seu 10º secretário-geral, Manuel Bissopo, que agora anda a ameaçar dividir o país em dois.
OS FALSOS
ESTES politiqueiros da Renamo, como António Muchanga e Fernando Mazanga, são os mais falsos, porque, segundo Giovani Papini, aparentam estar tão empenhados na causa do povo e prontos a sacrificarem-se por ele, quando na verdade são movidos por interesses pessoais e dos seus mais próximos.
A fim de encobrirem as suas reais intenções, segundo Papini, passam a vida inteira a dizer o que não pensam, e pensam o que não dizem, do mesmo modo que fazem o que não dizem e dizem o que não fazem. São como as mulheres ou homens que não amam a pessoa com que partilham a cama, mas só para tirar proveito das suas finanças ou outros bens materiais ou imateriais que permitem levar uma boa vida.
Vines desvenda a apropriação de Dhlakama pelos oportunistas urbanos que a ele se juntaram às catadupas, apontando o facto de apenas 18 por cento dos deputados que a Renamo passou a ter na Assembleia da República entre 1994/99, serem os que combateram ao seu lado nas matas, porque 82 por cento eram os citados.
Para garantirem a manutenção no topo da liderança da Renamo, nunca persuadiram Dhlakama a adoptar métodos democráticos de eleição interna, dos que deviam ser membros dos vários órgãos de Direcção ou mesmo do Parlamento, preferindo que fosse ele próprio a nomear cada um e todos eles para esses órgãos.
Para garantirem a manutenção no topo da liderança da Renamo, nunca persuadiram Dhlakama a adoptar métodos democráticos de eleição interna, dos que deviam ser membros dos vários órgãos de Direcção ou mesmo do Parlamento, preferindo que fosse ele próprio a nomear cada um e todos eles para esses órgãos.
Mesmo quando realizavam as chamadas conferências nacionais para a eleição desses órgãos, não passavam de simulações, porque Dhlakama sempre teve a prerrogativa de nomear os que ele queria que ocupassem este ou aquele cargo. Uma das provas disso está no facto de ser ele quem nomeia mesmo os secretários-gerais, a ponto de já ir ao 10º, depois de demitir nove outros, desde que se tornou líder da Renamo há 33 anos.
Na verdade, as lutas internas e o compadrio na Renamo tiveram como epicentro o Dhlakama, por ser instrumento dos politiqueiros, situação que, na óptica de Vines, foi enfraquecendo a “Perdiz” ano após ano, porque a cada vez que um deles se tornasse mais influente, era pontapeado para dar lugar a outro ambicioso pelo poder e pelas regalias.
Este foi o caso de Raul Domingos e mais tarde de Daviz Simango, em que no caso deste último, foi lhe recusada, por Dhlakama, a possibilidade de se recandidatar ao cargo de Presidente do Município da Beira, preferindo Manuel Pereira, que, na altura, mais bajulava o seu líder e para dar a aparência de um engajamento, à semelhança do Muchanga, Bissopo e mesmo Mazanga, agora.
Este foi o caso de Raul Domingos e mais tarde de Daviz Simango, em que no caso deste último, foi lhe recusada, por Dhlakama, a possibilidade de se recandidatar ao cargo de Presidente do Município da Beira, preferindo Manuel Pereira, que, na altura, mais bajulava o seu líder e para dar a aparência de um engajamento, à semelhança do Muchanga, Bissopo e mesmo Mazanga, agora.
Na altura, Manuel Pereira ameaçava também dividir o país, como se antes tivesse havido dois Moçambiques que a Frelimo teria transformado à força num e único país, quando na voz de Samora Machel proclamou, em 1975, a independência nacional.
Facto curioso é a prática de recorrer a nomeações e não a eleições, herdada por alguns dos expulsos da Renamo por Dhlakama, como é o caso de Daviz Simango que faz exactamente a mesma coisa que o seu antigo líder, a ponto de a cúpula do MDM “é quase toda constituída por senas de Chibabava, donde os seus pais são originários”.
Facto curioso é a prática de recorrer a nomeações e não a eleições, herdada por alguns dos expulsos da Renamo por Dhlakama, como é o caso de Daviz Simango que faz exactamente a mesma coisa que o seu antigo líder, a ponto de a cúpula do MDM “é quase toda constituída por senas de Chibabava, donde os seus pais são originários”.
QUEDA DA MASCÁRA
UM dos últimos episódios que desfez a “carapuça” e deixou claro que Daviz dita as ordens no MDM, foi o seu recente aparecimento a dizer que anularia o voto dos seus deputados na AR, onde aprovaram também a Lei que outorga o que se passou a designar de Excessivas Mordomias dos deputados.
A afirmação deixou-o tão mal na fotografia política moçambicana, porque tenta lavar as mãos duma situação que ele próprio foi um dos mentores, mas agora está a tentar dar a entender que tudo foi feito sem o seu consentimento, mas isso é inacreditável porque o chefe da sua bancada parlamentar Lutero Simango, é seu próprio irmão.
O que está a tentar fazer é, na verdade, atirar o carvão, aceso e quente, às mãos de Guebuza, para que quando der o aval à lei, dizer aos moçambicanos “viram meus compatriotas, o nosso Presidente não me ouviu, e, se não der aval, dirá que foi graças ao seu apelo e não teve como senão chumbá-la”.
O que está a tentar fazer é, na verdade, atirar o carvão, aceso e quente, às mãos de Guebuza, para que quando der o aval à lei, dizer aos moçambicanos “viram meus compatriotas, o nosso Presidente não me ouviu, e, se não der aval, dirá que foi graças ao seu apelo e não teve como senão chumbá-la”.
Estas partidas, só podem enganar os incautos, porque são de alguém que quer tirar dividendos num e noutro caso, e ficar com a aparência de bonzinho que não é e nunca foi, segundo me têm assegurado os que melhor o conhecem.
As fontes mais conhecedoras afirmam categoricamente que Daviz Simango deu luz verde para que os seus deputados dessem o voto favorável, porque ele é um dos potenciais beneficiário da lei, porque é um dos concorrentes à Presidência, e ela estabelece também os valores com que os ex-presidentes deverão receber como pensão ou reforma.
Afirma agora estar contra, em função dos protestos contra essa lei, e como se caminha a passo acelerado rumo às eleições, prefere recuar para não comprometer a sua eleição, mas depois de conseguir, não tenho a menor sombra de dúvida que fará tudo o que não diz, mas que é o que pensa de facto fazer quando se instalar na Presidência da República.
Afirma agora estar contra, em função dos protestos contra essa lei, e como se caminha a passo acelerado rumo às eleições, prefere recuar para não comprometer a sua eleição, mas depois de conseguir, não tenho a menor sombra de dúvida que fará tudo o que não diz, mas que é o que pensa de facto fazer quando se instalar na Presidência da República.
O FRACASSO DE DHLAKAMA
NO estudo de Vines, donde me inspirei para tecer estas considerações sobre Dhlakama e os que ele moldou, à semelhança deste Daviz Simango, afirma-se que Dhlakama voltou às matas porque nas suas tentativas de manipular os moçambicanos à aderirem as manifestações iguais a chamada Primavera Árabe, que culminou com queda dos regimes no poder na Tunísia, Egipto e de algum modo na Líbia, não lhe deram ouvidos.
O académico britânico aponta a fracassada manifestação que Dhlakama tentou desencadear em Novembro de 2000, ao alegar que as eleições de 1999 tinham sido fraudulentas, episódio que se saldou na morte de 40 pessoas, sobretudo em Montepuez.
Aliás, depois desse fracasso, segundo Vines, a autoridade de Dhlakama foi-se declinando, e foi quando começou a avaliar a mudança de Maputo para Nampula, por acreditar que era no Norte e no Centro onde ganhou a maioria nas tais cinco províncias.
Na outra investida a que Dhlakama se viu sem apoiantes, foi quando decidiu boicotar algumas das eleições municipais, como balão de ensaio para medir a sua popularidade. O povo não o acatou e votou nos partidos concorrentes, como foi o caso do escrutínio de Novembro 2013 boicotado pela Renamo, mas não pelo povo.
Aliás, depois desse fracasso, segundo Vines, a autoridade de Dhlakama foi-se declinando, e foi quando começou a avaliar a mudança de Maputo para Nampula, por acreditar que era no Norte e no Centro onde ganhou a maioria nas tais cinco províncias.
Na outra investida a que Dhlakama se viu sem apoiantes, foi quando decidiu boicotar algumas das eleições municipais, como balão de ensaio para medir a sua popularidade. O povo não o acatou e votou nos partidos concorrentes, como foi o caso do escrutínio de Novembro 2013 boicotado pela Renamo, mas não pelo povo.
Um ano antes das eleições previstas para Outubro, ao aperceber-se que o povo não aderia ao boicote, decidiu mesmo que teria de recorrer à força, para evitar a sua realização, e foi dai que começou a intensificar o treinamento de mais guerrilheiros, a partir de Satungira, antes da tomada da área, em Outubro de 2013 pelas Forças de Defesa e Segurança.
Aquando da tomada da área, segundo Vines, Dhlakama devia ter já entre 500 a 1000 homens prontos para o combate, sendo estes que estão a protagonizar os ataques desde Abril do ano passado, com o intuito de inviabilizar as eleições que se aproximam.
Dados de peritos indicam que se as tropas do Governo não tivessem invadido Satungira, Dhlakama teria treinado já, por esta altura do ano, um efectivo de 4.000 homens, e tinha, pelo menos 400, em cada uma das 10 províncias prontos para desencadear ataques.
Dados de peritos indicam que se as tropas do Governo não tivessem invadido Satungira, Dhlakama teria treinado já, por esta altura do ano, um efectivo de 4.000 homens, e tinha, pelo menos 400, em cada uma das 10 províncias prontos para desencadear ataques.
Na óptica de Vines, a decisão de Dhlakama de enveredar novamente pela via militar sair-lhe-ia muito mal, por não ter as condições de há 21 anos, quando contava com o apoio militar e financeiro do “apartheid” e de algum modo de alguns países ocidentais contra a Frelimo, que viam nele um aliado dos países comunistas, como a então União Soviética e a China de que hoje os próprios ocidentais vão agora pedir apoio financeiro para debelar as suas crises.
Vines deixa claro que Dhlakama está assustar os seus compatriotas, mas que está ele condenado a fracassar, porque de guerra real ele não está em condições de a fazer porque não tem uma fonte segura e sustentável de armas e carece de apoio popular que prefere que ele seja um político tal como os outros o fazem.
NOTÍCIAS – 10.06.2014
Nao fico espantado pois com escrita desta jaez que faz escola no irmao do Atlantico tambem. Ha coisa de 2 semanas, o Jornal de Angola publicou um editorial crucificando a actual direccao da UNITA por crimes contra natureza e trafico de droga durante o consulado de Savimbi na Jamba, dizendo que isso constava de um livro de memorias de Jay Breitenbach, ex- comandante do Batalhao 32 (Bufalos). Como e natural, tambem ignorou as passagens que apontavam as FAPLA e aos cubanos a dizimacao de largas manadas de pacassas do Cunene e outros crimes equivalentes.
Mas porque tinha um objectivo especifico de queimar a oposicao montou a mesa e serviu-a ao publico (e)leitor.
Caríssimo Srº Francisco Moises mais vez lhe agradeço as correcções e esclarecimentos aqui mencionados,mas como jesus disse uma vez,eu sou católico,"Senhor perdoai-lhes porque eles não sabem o que dizem".
Saudações Cordiais.,
Meu caro ilustre,
Venho por esta via perdir-lhe que mande uma ressalva no seu artigo sobre "Académico britânico denuncia Dhlakama (CONCL) de Alex Vines. Pois V.Exia. afirma que:
"Daviz Simango que faz exactamente a mesma coisa que o seu antigo líder, a ponto de a cúpula do MDM “é quase toda constituída por senas de Chibabava, donde os seus pais são originários”.
Nao constitui verdade que o Distrito de Chibabava fala a lingua sena. Pois este distrito faz fronteira com gaza/inhambane e Zimbabwe; portanto, fica a Sul/oeste da provincia de Sofala.
os Senas, a lingua sena fala-se no norte da provincia de Sofala e de Manica, lado este de Tete o sul/oeste da Zambezia, sul do Malawi, ex: Tambara, Caia, Chemba, Maringue, Cheringoma, Gorongosa, Marromeu, Muanza, Nhamatanda, Dondo, Chinde, Mopeia, Doa, Mutarara, Morrumbala, Luabo, Malawi: Nsanje, Chicuawa.
Caso V.Excia., nao se pronunciar e nao mandar uma ressalva, querera dizer-nos que o Sr. Gustavo Mavie, nao conhece a geografia de Mocambique e de SADC. E consequentemente, podera nos induzir em duvidas sobre realeza/veracidade da informacao que publicar nos orgaos de comunicacao.
Fungulamos masso faz tempo.
É muito bom, maningue nice.
Agora...o Guebuza foi lá nos "Oropa" receber ordens dos patrões, e ele mesmo também como patrão de Moçambique da frelimo/FIRlimo, ainda, também deu ordens aos seus moleques.
Tudo combinado, coordenado.
Faz parte do jogo que os patrões da frelimo lhes ensinam.
O resto é só bula-bula.
O essencial mesmo é que o Povo Moçambicano já sabe o que quer:
NÃO QUER A frelimo/FIRlimo - cansamos de vez.
Podem roubar, matar de morte, tudo mesmo.
Só que a Luta vai continuar, continuamente, sem parar....atééééééé´...
É PRECISO REFLECTIR.
VAMOS REFLECTIR AINDA MAIS MELHOR.
Fungulani pyadidi maso muwone – abram bem os olhos para verem (bem).
O INIMIGO JÁ ESTÁ CONCRETAMENTE BEM DEFINIDO, E VERIFICADO.
"O povo deve lembrar-se sempre do seu inimigo"
Na luta do povo ninguém se cansa.
Ife tensene tinadzmanga FIRlimo
NÓS todos vamos correr com a FIRlimo.
E sempre a dizer sem cansar,
Fungula masso iué (abram os olhos).
A LUTA É CONTÍNUA
O homem que escreveu isto devia se ter informado e devia ter feito pesquisas para nao dizer esta inverdade de "senas de Chibabava." Chibabava esta na terra de ndaus. E é mesmo a terra do Dhlakama. Teria sido muito estranho se Dhlakama e Daviz Simango so tivessem selecionados senas de Chibabava, que devem ser uma minoria infima no seio dos ndaus no coraçao da Ndaulandia para formarem as lideranças dos seus partidos -- da Renamo e do MDM respeitivamente. Dhlakama e Daviz Simango sao ndaus e nao senas.
Esta afirmaçao é um erro de grande magnitude como quando Eduardo Mondlane afirmou numa reuniao em Dar Es Salaam que "o camrada Uria Simango é um sena." Uria Simango era ndau.
Foi prontamente corrigido, rectificado e indireitado. Em reaçao a correcçao, Mondlane veio com a famosa teoria de agrupamentos quando disse:
"Inhambanes, rongas, changanes junta,
Ndaus, senas, nhunguès junta
Macuas, macondes e jauas junta."
Com aquilo Bobo (era o nosso cognome para Mondlane) queria dizer que as pessoas de cada agrupamento que ele fez pertenciam a mesma tribo pelo que nao havia a razao de pessoas de cada tribo no agrupamento para se lamentar que estao sendo excluidos da liderança da Frelimo.