Por José Chirinza e André Catueira
Quando os cerca de mil delegados ao primeiro congresso do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) se fizeram ao Pavilhão de Desportos da Cidade da Beira, no Bairro da Ponta Gea, no dia 5 de Dezembro, poucos duvidavam que a eleição de Daviz Simango para continuar à frente dos destinos do partido estava praticamente selada.
Tendo o congresso o seu ponto mais alto a eleição dos órgãos de direcção do partido, sobretudo o seu presidente, a única interrogação que se punha no ar é se havia outros candidatos ao cargo de presidente. Invariavelmente, a resposta era única: não havia razões para mudar de líder.
Mas, surpresa-surpresa, quando chegou o momento de anunciar as candidaturas, havia alguém que inconformada, estava disposto a entornar o caldo. Laurinda Muchanga, uma delegada da província de Gaza, manifestou a sua disponibilidade para dirigir o partido durante os próximos quatro anos.
Quando os cerca de mil delegados ao primeiro congresso do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) se fizeram ao Pavilhão de Desportos da Cidade da Beira, no Bairro da Ponta Gea, no dia 5 de Dezembro, poucos duvidavam que a eleição de Daviz Simango para continuar à frente dos destinos do partido estava praticamente selada.
Tendo o congresso o seu ponto mais alto a eleição dos órgãos de direcção do partido, sobretudo o seu presidente, a única interrogação que se punha no ar é se havia outros candidatos ao cargo de presidente. Invariavelmente, a resposta era única: não havia razões para mudar de líder.
Mas, surpresa-surpresa, quando chegou o momento de anunciar as candidaturas, havia alguém que inconformada, estava disposto a entornar o caldo. Laurinda Muchanga, uma delegada da província de Gaza, manifestou a sua disponibilidade para dirigir o partido durante os próximos quatro anos.
Só a avaliação da Comissão Eleitoral, de que a candidatura tinha sido submetida fora do prazo, impediu que a eleição do presidente do partido fosse uma opção entre dois candidatos; uma mulher e um homem.
Daviz Simango, também edil da cidade da Beira, bastião do MDM, viria a ser eleito por aclamação na noite de sexta-feira. Mas a seu pedido, ostensivamente para vincar o cunho da democracia interna do partido, a votação seria repetida na manhã de sábado, vindo a obter 661 votos dos 676 delegados presentes no momento do escrutínio físico.
Os outros 14 votos foram desqualificados devido a erros insanáveis, e um outro estava em branco.
Laurinda Muchanga disse ao SAVANA que embora não se conformasse com a reprovação da sua candidatura, dado que ela reunia todos os requisitos, optou por não recorrer da decisão da Comissão Eleitoral.
Residente em Xai-xai, mãe de seis filhos, membro do MDM desde a sua fundação em 2009, Muchanga diz que até 2001 era membro da Frelimo.
Não revelou as razões que a levaram a abandonar as fileiras do partido no poder.
Tomada de posse
No seu discurso de tomada de posse, Daviz Simango invocou a necessidade da união entre os membros do MDM como condição para que o “movimento marche para um Moçambique para todos”.
“Neste Congresso provamos mais uma vez que somos a nova força política em Moçambique, um partido de unidade nacional, comprometido com a Democracia e o Estado de Direito, onde há clareza na separação de poderes”.
“Não há duvidas de que essa marcha vai continuar a avançar, graças a todos, que dedicaram seu tempo e sua energia para que esse Congresso pudesse ser realizado” disse Daviz Simango agradecendo a confiança dos seus partidários que prometeu corresponder as expectativas de todos.
“Somos uma grande família. Uma família que está a crescer cada vez mais e que busca os ideiais de liberdade, de dignidade e de oportunidades para todos. E esta família provou, no decorrer dos últimos dias, que é capaz de dialogar, apresentar ideias, discutir seus pontos de vista, sobretudo, escutar o seu próximo”, disse Daviz Simango.
“Ouvir, aprender e respeitar as mais diferentes opiniões deve ser a nossa prática, e unidos por um ideal comum deve ser a nossa grande riqueza. Uma riqueza que não se compra, uma riqueza que não se impõe, mas que se pratica de boa vontade. Essa é a grande marca de diferença a cultivar no MDM. Somos um partido com ideal, com objectivo de fazer valer, de facto, os direitos dos moçambicanos por um Moçambique para todos”.
“O MDM quer que o mundo veja Moçambique, como uma nação moderna, democrática e como um Estado de Direito de facto. Onde quem tenha opiniões diferentes das do partido no poder, possa manifestar livremente sem correr riscos ou privações, por isso arbitrariedades como essas, não podem ser toleráveis”.
Acrescentou: “não é aceitável que nossas crianças morram sem ter acesso às garantias das suas necessidades mais básicas, como o alimento, a saúde e a formação.
Não é aceitável que nossos jovens não tenham oportunidades e pereçam vítimas de uma violência que está a crescer em nossas cidades. Não é aceitável que uns poucos se beneficiem, enquanto a maioria sofre as consequências de um Estado que confunde o partido com a nação, com total incapacidade de gerir os bens do país. Um Estado que distribui privilégios somente aos amigos”.
O Congresso traçou bases de preparação para as eleições autárquicas de 2013 e gerais de 2014. Aprovou estatutos e programa do partido, relatórios de actividade, moções, hino nacional, além dos membros do Conselho Nacional.
No programa do partido, 2013-2017, o MDM prevê o fortalecimento do Estado de Direito Democrático, política de soberania e dignidade de Moçambique, políticas económica e financeira mais produtivas e justas e uma administração pública mais efectiva, útil e acessível ao cidadão, política sóciocultural, saúde e bem estar, pela qualidade de vida num ambiente mais humano, política externa, e novos desafios nacionais.
SAVANA – 14.12.2012
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