Moçambicanas
e Moçambicanos, Caros cidadãos, Dentro de escassos dias comemora-se o Natal,
Dia da Família, e também o Fim-do-Ano e a entrada no Ano Novo de 2013. Não
poderíamos deixar de Vos dirigir umas palavras de apreço. Natal é o dia em que
nasceu numa gruta, em Belém, o menino, Jesus Cristo. A história é de uma mãe
perseguida, que acabou dando à luz num local modesto. Natal é a celebração de
grande amor de Deus, o dia em que Deus nasceu no mundo, trazendo paz, luz,
amor, esperança, uma nova vida. O filho de Deus Jesus de Nazaré, nasceu em
Belém, como uma criança humilde e marginalizada e encontrou todas e todos neste
mundo, oferecendo-lhes a presença e a reconciliação de Deus. Hoje é momento de
libertar os olhos de esperança, acreditando que esta data há-de promover na
humanidade o sopro de vida de que tanto necessitamos. Esperamos que com a
imagem do menino Jesus, que nos vem à mente, os nossos corações sejam premiados
pela paz, paternidade e amor ao próximo. Minhas Senhoras e Meus Senhores, Este
ano foi marcado por prisões políticas e arbritárias contra jovens moçambicanos,
nossos membros, apoiantes e colaboradores, pelo uso da força pública e das
instituições públicas, pelos detentores do poder que fizeram renascer os
momentos inesquecíveis dos presos políticos. Este ano foi marcado por
vandalização de simbolos de partido bem como perseguição de membros, incluindo
transferências arbitárias daqueles que se encontram na função pública. Criámos
o MDM, para participar na vida política nacional duma forma activa e enérgica,
duma forma responsável e organizada, duma forma tolerante e trabalhadora. Num
Estado de Direito governa quem tem aval do povo e isto se faz através do voto
nas urnas, duma forma transparente, livre e justa, mas infelizmente ainda temos
este desafio resultante de quem se tenta perpetuar a todo custo, violando os
direitos humanos e os direitos consagrados na Constituição da República. As
violações das liberdades e dos direitos humanos nunca devem ficar impunes, e de
nenhum modo se deve cultivar a cultura de impunidade, por isso continuaremos a
lutar para que na nossa pátria não haja estas situações. Temos de continuar a
defender e a lutar pelos princípios fundamentais a promover a liberdade e os
direitos individuais, a democracia e os direitos humanos, o Estado de Direito,
a Justiça e a Igualdade, o respeito por instituições nacionais fortes e
transparentes assim como pela promoção de eleições livres e justas, acrescidas
de liberdade de imprensa e imparcialidade na informação, bem como por responsabilidade
do governo perante os concidadãos. Minhas Senhoras e Meus Senhores, O 1º
Congresso do MDM constituiu um marco histórico, abriu a esperança aos
moçambicanos sobre a vitória do nosso partido, mostrou que o MDM é um
verdadeiro partido da unidade nacional representado por pessoas e culturas de
todas as regiões do país, uniu os moçambicanos que connosco trabalham de forma
abnegada no processo desenvolvimento, progresso, reconciliação, democracia e
paz, sobre o facto de podermos vir a sermos uma opção credível e consensual
como alternativa político-partidária para governar Moçambique. Reteiramos os
nossos agradecimentos a todos que directa ou indirectamente contribuíram para o
sucesso da realização do Congresso, pois foi o momento de reafirmação do MDM
como um partido de unidade nacional, representado por nossos Delegados de todas
as culturas e de todas as partes do nosso país. Estendemos a nossa admiração e
respeito à Imprensa, pela forma como realizou o seu trabalho no decorrer do
Congresso. Estamos cientes de que sem imprensa livre não se constrói um Estado
Democrático, nem se garante à sociedade os seus direitos. Compatriotas, Temos
acompanhado de que decorrem diálogo entre o partido Renamo e o Governo da
Frelimo, a portas fechadas, e no fim de cada sessão de diálogo cada um nos
transmite a sua versão, um atirando pedras sobre outro e vice versa, algo
cultivado desde os acordos de Paz. O MDM privilegia o diálogo construtivo como
forma de como moçambicanos possam encontrar formas de todos contribuirmos para
a construção da nossa sociedade, mas queremos apelar que abram as portas para
que ao vivo possamos acompanhar e participarmos no processo, e deixarmos a
parte de portas fechadas pois ao longo dos vinte anos vem mostrando que não
funciona, não tenham medo, os moçambicanos querem ouvir, ver e participar
nestes diálogos que se diz ser de interesse dos moçambicanos, aqui fica o nosso
conselho não nos escondam o que andam a discutir em nome dos moçambicanos. Por
isso nos reserva o direito de vós convidar e lembrar vos de que não sois ilhas,
mas moçambicanos constituídos dai que encontrem outra forma de dialogo com
tolerância, respeito e amor ao próximo, não façam tardar o sonho dos jovens por
ambições particulares, temos que imediatamente encontrar soluções aos problemas
na mesa, duma forma justa e sem discriminação, lembrem-se que queremos
construir uma nação solidaria. Moçambicanas e Moçambicanos, O próximo ano 2013,
será um ano eleitoral e o nosso desejo é de que as Eleições do próximo ano não
se transformem numa imagem de exclusão social nem de coligação entre as
entidades que as organizam e o Partido no poder. O Povo moçambicano estará mais
vigilante neste aspecto, pois é sentimento comum de que há necessidade de
consolidação de toda a família moçambicana, o que deverá passar por eleições
livres, justas e transparentes, e pela libertação dos Municípios de interesses
particulares. Continuamos a acreditar que nenhum tirano vencerá a família
moçambicana. Por isso, temos que estar unidos, temos que saber contornar os
obstáculos, e nisto caminharemos juntos. Nós estamos do lado do povo, por isso
apesar de acreditarmos que no futuro temos a celebrar vitórias aconselho-os a
trabalharem de forma abnegada na educação cívica eleitoral e a se recensearem
para os próximos desafios, porque não há vitória que não nos obrigue a suar.
Por isso e por esta via queremos convidar a todos moçambicanos, para que usemos
o benefício que a nossa Constituição nos oferece, para elegermos e sermos
eleitos, participando activamente no processo de recenseamento eleitoral para
que de uma forma livre façamos a escolha do nosso destino, pois é fundamental
que cada um de nós contribua votando, definindo desta forma o futuro que nos
reserva. Moçambicanas e Moçambicanos, Caros cidadãos, Queremos renovar o nosso
compromisso, de lutarmos por MOÇAMBIQUE PARA TODOS, onde cada um de nós se
sinta livre, onde cada um de nós possa participar livremente na vida politica,
económica e social sem ser perseguido ou obrigado a alianças para assegurar o
seu próprio investimento. Temos que estar à frente dos processos, para que os
nossos filhos não continuem a ser encurralados nas células do partido, para que
este país não seja terra de instrumentalizados pelos sonhos alheios. E para que
esta economia seja verdadeiramente independente e próspera, temos que trabalhar
para ascender ao poder e fortalecer o Estado, geri-lo por forma a
impulsionarmos a expansão dos bancos às áreas rurais e levando a que o povo
participe activamente na vida social, política e económica gozando de uma
cidadania plena e limpa, sem exclusão. O programa da Redução da Pobreza é um
fracasso por causa da exclusão social, daí que a nossa vitória será um alicerce
para estimularmos que os jovens regentes agrícolas possam obter financiamento para
produzirem grandes quantidades de comida para os centros urbanos, nos vales
úberes e férteis como Limpopo, Zambeze, no planalto de Angónia, no Niassa e em
outras terras diversas do país, para que os sete milhões de meticais sejam uma
base e alavanca que possa tornar Moçambique o celeiro de África e não
importador, como até hoje acontece. Uma economia livre desenvolve um Estado
próspero, um Estado livre da corrupção. A nossa responsabilidade é tornarmos o
nosso País num pólo de desenvolvimento industrial, assente na transformação de
recursos naturais, o que permitirá diversificar as nossas exportações e
tornarmos livres da dependência de fundos externos o nosso orçamento do Estado.
Quando chegarmos aqui teremos um verdadeiro Estado, que favorece a plena competição
no mercado, um Estado que não discrimina entre aqueles que pagam impostos e
outros que não pagam, como acontece agora em que muitos não pagam impostos por
privilégios atribuídos pelo partido que defendem. Temos que ter clareza do que
significa participarmos nestas próximas eleições, pois através delas poderemos
devolver o poder àqueles que deram a sua vida na luta de libertação nacional,
mas que foram excluídos; aqueles que lutaram pela democracia, mas estão sendo
excluídos; aqueles que estudaram mas não têm acesso ao mercado do emprego
porque não alinham com os ideiais de que só é moçambicano aquele que pensa de
mesma forma como eles. O mais está em desenvolvermos e querermos a fruição do
pensamento livre e que todos sejamos iguais nos sacrifícios e benefícios, e
ninguém possa ser mais que o outro porque lutou dez anos. Somos todos filhos
desta terra e merecemos por igual o benefício dela. Não podemos sair desta
terra à procura de outra, porque melhor terra não há senão aquela onde
nascemos. São cada vez mais e muitos os moçambicanos que trabalham connosco dia
e noite nesta luta e batalha árdua, porque acreditam que o nosso projecto é
sério e iremos vencer, sabem que o nosso ideário é em favor de um Estado de
Justiça social para que tenhamos um MOÇAMBIQUE PARA TODOS, não um país de uma
elite predadora, que não se preocupa com a solução do problema de habitação e
emprego que aflige os jovens, que não se preocupa com os velhos abandonados,
deficientes e mendigos. Saibam que a razão e a roda do tempo gira em nosso
favor. Na FAMÍLIA DE TODOS OS MOÇAMBICANOS não se destigue entre aqueles que
participaram na criação e nascimento do MDM, nem entre aqueles que promoveram a
chamada Revolução de 28 de Agosto e estiveram no nosso 1º Congresso, pois o
nosso princípio não é destribuir privilégios nem honras. Recordamos que apesar
de não distribuirmos honras, honramos e invocamos a memória dos acidentados de
Gorongosa e outros compatriotas que tombaram nesta marcha, rumo a MOÇAMBIQUE
PARA TODOS. Solidarizamo-nos com os regressados da ex RDA há mais de vinte anos
excluídos de uma vida digna. Solidarizamo-nos com os desempregados e
excedentários das privatizações mal sucedidas desde 1987 até esta parte, quando
o país se abriu à economia liberal. Solidarizamo-nos com os vários compatriotas
desmobilizados, mutilados que continuam a lutar para se beneficiarem das suas
pensões, e tomamos a liberdade de os defender para que situações justas sejam
empreendidas e os seus casos resolvidos, para que esses nossos concidadãos possam
continuar a educar os seus dependentes. Solidarizamo-nos com os diversos
funcionários públicos espalhados pelo país a trabalharem em difíceis condições,
que tudo fazem e procuram fazer para cuidarem da nossa saúde, para nos educar e
nos servir, e muitos se vêm privados de parte dos seus magros ordenados
descontados para cofres particulares, enfim desafios que ainda teremos de
enfrente ao longo do próximo ano. Minhas senhoras e Meus Senhores, Esperamos
que o próximo ano seja repleto de esperança, de modo a partilharmos, o desejo
de vermos um Estado forte e particularmente uma economia viável e
Concorrencial, cada vez mais Empregadora e Inovadora. Precisamos duma economia
mais forte, atingindo desta forma os níveis desejáveis e concorrenciais, dando
oportunidade e acesso a cada vez mais e melhores tecnologias, bem como ao
aproveitamento dos recursos disponíveis, para o interesse nacional. Precisamos
duma sociedade moçambicana atenta a vários processos de globalização,
alimentando deste modo a visão futurista dum ambiente sustentável de
realizações e desafios. Permitam-me a terminar, desejar a todos, em nome de
todos os membros e simpatizantes do MDM, e em meu nome pessoal, um Natal Feliz,
um Dia Família e um Ano Novo, cheios de Paz, Amor, Saúde, Amizade e Repleto de
Esperança. Estendo também votos de Festas Felizes a todos os expatriados que
vivem no nosso País. Que Deus abençoe a Família Moçambicana e nos ilumine nas
tarefas que a História nos confere.
Maputo, 24 de Dezembro de 2012 Daviz Mbepo Simango (Presidente do Movimento Democrático de Moçambique)
Maputo, 24 de Dezembro de 2012 Daviz Mbepo Simango (Presidente do Movimento Democrático de Moçambique)
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