- 23 Dezembro 2012
- Opinião
Luanda – As reservas naturais de petróleo e gás de Angola ainda podem ir mais longe que 30 anos, se os projectos em curso forem bem geridos e negociados, contrariamente ao que sugerem alguns analistas internacionais, devidos as descobertas nos últimos anos de reservas de petróleo e gás nalguns países potenciais importadores do produto Angolano. O ano de 2012 foi mais um ano em que a gestão do petróleo, gás, energia e outros recursos minerais angolanos mereceram atenção nacional e internacional.
Fonte: Club-k.net
Fonte: Club-k.net
Como se não bastasse, contra todas as expectativas, desaires e incêndios nas instalações principais do Soyo atrasaram o primeiro carregamento. E mais, já na ponta final do ano, o Governo angolano viu-se obrigado a mudar de mercado para o primeiro lote de vendas.
Até meados de 2012, tudo apontava que os Estados Unidos da América seriam o primeiro destino do nosso gás natural. Entretanto, as últimas descobertas de gás em abundância naquele país ao longo do ano de 2012, o que torna o mercado das americas saturado deste produto, forçou a mudança estratégica de mercado por parte das autoridades angolanas.
Num relatório intitulado “The New Push to Export America’s Gas Bounty” (A Novo Promoção para Exportar a Abundância do Gás Americano), datado de 23 de Outubro 2012, o jornal The New York Times indica que os Estados Unidos da América, que antes eram dependentes de importações de gás natural, passaram de comprador a potencial vendedor, depois de uma recente “lufada” de descobertas de gás natural em todo país, acessíveis com novas tecnologias de extracção.
Segundo o jornal, os novos recursos agora disponíveis fizeram baixar o preço do gás natural Americano a mais ou menos um quinto do preço praticado noutros países, particularmente nas economias crescentes da Ásia. “As pessoas estão a batalhar para decidir o que fazer com estas bençãos de energia”, disse Roger Ihne, um especialista no mercado energético da consultora Deloitte em Houston.
Segundo The New York Times, as empresas Exxon Mobil (Americana) e BP (Britânica), são as principais com intenções de vender, a preço barato, o gás natural Americano para outros mercados a nível global, havendo já países Asiáticos, nomeadamente a China e a Índia, e da América do Sul, interessados em comprar.
Entretanto, a ExxonMobil (com 13,6 por cento) e a BP Exploration (com 13,6 por cento), também fazem parte do Projecto Angola LNG, a par das petrolíferas Chevron (36,4 por cento), Sonangol (22,8 por cento), e Total (13,6 por cento).
UNIÃO EUROPEIA, O PRÓXIMO PROVÁVEL DESTINO
A empresa nacional de petróleo e gás da Áustria poderá comercializar o gás natural de Angola na União Europeia, após recentes negociações levadas a cabo na capital angolana, Luanda, entre o embaixador da Áustria em Angola, Martin Gartner (residente na África do Sul), e as autoridades angolanas, realçando-se a audiência com o Vice-Presidente da República, o Engº Manuel Vicente, em Dezembro último.
VANTAGENS PARA ANGOLA
De acordo com a Agência Internacional de Energia, a demanda pelo gás natural no mundo prevê aumentar para 50 por cento nos próximos 20 anos. Maior procura preve-se dos mercados emergentes como a Índia e China, que são grandemente dependentes da importação de produtos energéticos para suportar as suas economias.
Angola pode adiantar-se aos Estados Unidos da América vendendo o seu gás na Ásia e principalmente na Europa aonde as empresas de óleo e gás são grandemente afectadas pelo mal-estar económico. Isto porque apesar da abundância nas suas descobertas, os Estados Unidos da América ainda não possuem instalações suficientes para começarem já já a exportar o seu gás natural.
O jornal The New York Times escreve que apesar dos investimentos multi-bilionários americanos, o gás natural Americano ainda não está em forma para ser exportado, porque para tal é necessário que sejam construídos terminais de gás natural. America ainda não tem estes terminais, e a sua construção podem levar anos.
O gás natural Americano ainda é novo e os seus futuros exportadores dependerão de estruturas alheias se quiserem abraçar mercados internacionais, especialmente na Europa e na Ásia, aonde as empresas que comandam o mercado não estarão tão interessadas em dar lugar a novos concorrentes, como as empresas Americanas.
Assegurar o negócio com uma empresa no Mercado da União Europeia, como a empresa de petróleo e gás da Áustria, oferece à Angola a oportunidade de adiantar-se nos mercados Europeus e Asiáticos. Entretanto, parece sábio nesta altura abraçar a cooperação com a Áustria. Mas deve-se estudar todas as possibilidades e encontrar a empresa com maior corredor logístico, terminais próprios e influência de mercado reconhecida na Ásia e Europa.
*Jornalista económico freelance – paulolibertado@gmail.com
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