02/03/2011
Por Maria José Moreno Cuna (*2)
Cuamba, 27 de Fevereiro de 2011
Gostaria de confessar-lhe, Senhor Presidente da República que me perturbam profundamente os insistentes convites para nos filiarmos no Partido Frelimo, como condição para a devolução do nosso património.
Uma vez mais lhe escrevo, Senhor Presidente da República. Por um lado para reagir ao despacho exarado por Vossa Excelência que nos remete para a Justiça, “querendo”. Por outro, porque necessário se torna que não se passe por cima de alguns aspectos ligados à minha petição, aspectos esses que se não forem analisados à luz da história deste País, nunca serão cabalmente entendidos.
O historial breve de meus pais:
1. O cidadão português José Caetano Moreno, meu pai, chegou a Moçambique no longínquo ano de 1951, tendo-se fixado em Niassa.
2. Nessa altura, ele conhece a cidadã moçambicana Ana João Chukwa com que se casa, constrói todo o património e de quem tem dois filhos (eu e o João António). De uma ligação anterior com uma outra pessoa, nascera Maria Rosa, minha irmã mais velha.
3. Com efeito, depois de casados, meus pais construíram duas residências e um hotel na Cidade de Cuamba, uma propriedade agro-pecuária, uma pescaria e uma mina de pedras semi-preciosas. Eram igualmente proprietários de mais de duas mil cabeças de gado bovino.
Na sua acção quotidiana, meus pais nunca descuraram o apoio social às camadas mais carenciadas. Nos seus investimentos, não faltavam a escola e o posto de saúde, devidamente apetrechados, para seus trabalhadores, familiares e vizinhos.
4. Com a Independência de Moçambique – com a qual meu pai estava de acordo e tinha activamente apoiado – de forma natural, ele e família optou por continuar a viver neste País que aprendera a amar como seu. Durante cerca de três anos o meu pai foi responsável dos Assuntos Sociais de Cuamba, tarefa que executou com todo o zelo e dedicação.
5. O sistema social que se estava a implantar em Moçambique era, do ponto de vista do discurso, um sistema baseado numa sociedade de igualdade e fraternidade entre os homens, filosofia com a qual meu pai e toda a família estavam de acordo.
6. Alguns anos depois, com apreensão, a minha família começou a perceber que do discurso proferido às acções praticadas, a distância era cada vez maior. Num País que se afirmara, na proclamação da sua Independência, de maior justiça social e respeito pelos direitos dos cidadãos, as injustiças eram mais e mais gritantes. Surgiram os campos de reeducação de triste memória.
Com eles as prisões arbitrárias e as execuções sumárias de pessoas muitas vezes bastante próximas de minha família.
7. Sensivelmente na mesma altura, meu pai toma conhecimento, através de amigos seus bem posicionados no aparelho partidário, que estava eminente a sua detenção e encaminhamento (dele e esposa) para o campo de reeducação de Mitelela, onde já se encontravam figuras como Joana Simeão, Urias Simango e esposa e tantos outros.
8. A partir dessa altura e, perante a gravidade das atrocidades que eram diariamente cometidas no Niassa (onde era Governador o senhor Aurélio Benete Manave) sair de Moçambique com sua esposa, era uma questão de vida ou de morte. Os meus pais foram forçados a sair do País, sob risco de serem mortos.
9. Meus pais saíram numa madrugada de Setembro (dia 20) de 1978. Eles haviam sido informados, às 23 horas do dia 19 que constavam de uma lista de cinco pessoas que seriam presas e mortas, no dia seguinte.
Efectivamente, na manhã do dia 20, o Padre Estêvão, o Sr. Ramassane (funcionário da Administração) e o Sr. Floriano, foram presos – o Padre Estêvão à saída da igreja - e levados para os campos de reeducação onde, pouco depois, foram sumariamente executados.
10. Foi exactamente isto que aconteceu. Eles não saíram de livre e espontânea vontade. Foram coagidos a sair. O Governo não esperou sequer que decorressem os 90 dias preconizados na Lei das Nacionalizações.
Tratou logo de ocupar e usufruir de todas as suas propriedades, chegando ao extremo de abater todas as cabeças de gado deixadas pelos meus pais.
Diga-me, Senhor Presidente da República: havia condições para eles voltarem?
11. À semelhança do que aconteceu com muitas outras famílias, a minha família viu-se forçada a um exílio de 15 anos, exílio a que o Acordo Geral de Paz veio pôr fim. Eliminadas as causas que forçaram minha família a sair de Moçambique, retornámos.
12. Mas a Paz que veio para Moçambique não foi usufruída por todos da mesma forma. Meus pais continuaram a ser perseguidos: tentativas de envenenamento e duas minas antitanque foram colocadas para atingi-los, em duas ocasiões diferentes, no ano de 1994. Numa das ocasiões tiveram que ser resgatados e escoltados pelas forças da ONUMOZ. O objectivo tem sido, claramente, eliminar fisicamente a minha família.
13. De 1993 a esta parte, junto de quem de direito, temos reivindicado a devolução do nosso património. Paradoxalmente estes processos têm vindo a colapsar, sempre porque o expediente misteriosamente se perde...
14. Ao negar devolver o património de minha família, há moçambicanos que são altamente lesados com esta decisão.
Eu, meus irmãos e minha mãe (se estivesse viva) somos moçambicanos.
Não se trata de uma questão com um estrangeiro, português, meu pai, como Vossa Excelência quis dar a entender.
Senhor Presidente da República, as nossas diferenças políticas não devem servir de desculpa para o Governo ocupar o património de minha família.
A experiência mostra que a exclusão político-socio-económica é nefasta às sociedades. Os ventos que sopram pelo mundo, são ventos de mudança, em busca de uma melhor justiça social.
Para finalizar, gostaria de confessar-lhe, Senhor Presidente da República que me perturbam profundamente os insistentes convites para nos filiarmos no Partido Frelimo, como condição para a devolução do nosso património. Continuo a acreditar que a adesão a um partido político deve ser voluntária.
Tomara que esta minha petição seja acolhida por Vossa Excelência.
C/C
- Liga Moçambicana dos Direitos Humanos
- Embaixada de Portugal em Maputo
- Gabinete do Primeiro Ministro de Portugal
- Dr. Almeida Santos
(*) Título da responsabilidade do Canal de Moçambique
(*2) Ex-deputada da Assembleia da República e ex-chefe da Bancada da Renamo
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 02.03.2011
Penso que me compreendou mal-claro, que o sr.tem todo o direito de saber sobre as mortes desses padres-mas acho que sabemos os criminosos dessas mortes:
- Quem tinham as armas durante a guerra civi?
-Os dois movimentos sao culpados dessas tristes mortes.Neste momento, o que é mais importante é "purificar " as instituiçoes estatais.Repare nisto:
-Se tivermos instituiçoes estatais eficazes e competentes será mais facil investigar sobre todo o nosso triste passado. Nao concorda??
_ Repito, o sr. tem toda liberddade de fazer todas investigaçoes que quiser mas ha uma questao:
-Nao seria melhor investigar o caso do Siba Siba- que abrange toda a sociedade moçambican??
Se lhe ofendi, peço minhas sinceras desculpas
Abraço
licos
-
Nao sou partidário dessa ideia de desenrascar argumentos do Licos. Se Euseubio diz que esta a investigar o caso X, o Licos responde que nao, deve-se de investigar o caso Y.
Isto não é censura, Licos?
Nao é a ideia do pensamento comum que nos impunham durante a ditadura do partido único?
Nesse tempo éramos ditos que devíamos de pensar como o chefe decidia, nao se podia “desviar”.
Eu quero mesmo saber quem matou os missionários em Chapotera. E também quero a solução do caso do Siba-Siba, do Simango, da Joana, do Gumane, do Guenjere, e de muitos outros. Duma forma ou doutra haverei de saber.
Licos, se isto nao te interessa, é teu direito. Mas nao tens o direito de me disciplinar o pensamento. O meu pensamento está dentro da minha cabeça. A cabeça é minha, pertence ao meu corpo e alma. Nao te aluguei nem te emprestei a minha cabeça, nem a minha alma. Nao sou o prostituto da história que vende, aluga, troca, modera ou altera os pensamentos consoante as ocasiões, ou dá as costas no momento da aflição como esses senhores que falam a linguagemm do lido, visto e passa.
Fico de aguardar mais contributos.
A LUTA É CONTÍNUA
Abraços
Lendo as reflexões de Moises, culturalmente interpretadas, percebe-se porque a população diz que este é um governo amaldiçoado, porque dirige a custa de sangue de inocentes. Outros resumem de forma simples «isto é África»
Abraços
É bom lembrar.
A questão que coloquei, a dúvida, foi esta:
"Agora, tenho uma grande dúvida - Uma Nação funda-se por decreto lei, lei revolucionária, comício, discurso de 5 a 6 horas,..., como é?
Fundador de quêêêê???????"
Como estou AQUI também para aprender, trocar experiências e saberes, até que gostava como se funda uma Nação, e mais ou menos em quanto tempo?
Só para saber, ficar de saber.
Obrigado a quem possa ajudar.
A LUTA É CONTÍNUA
-Descobrir a morte dos padres ou do jovem economista???!!!
Para dizer a verdade, o sr.Eusebio está a perder o tempo dele:
-Duam forma ou outra foi a Renamo ou a Frelimo....ou os dois juntos,dado que durante a guerra civil os dois movimentos comiam da mesma panela....assim como fazem hoje....Mas os Moçambicanos nao sao parvos: Estao cientes deste jogo tao sujo e porco destes movimentos
se Licos Ivar nunca ouviu, é assunto arrumado.
Essa a regra sacrossanta de alguns comentadores: Não ouvi, logo não existe.
Também há a regra dos que "ouviram" (através da BBC, por exemplo), mas que não podem provar.
É o que os tugas chamam, conversa da treta.
Os catolicos nao so tinham escolas mas tambem tinham hospitais. Sinceramente, eu penso que Samora Machel queria reduzir toda a gente ao seu nivel, eliminando os educados.
Uma triste sorte para Moçambique. E obrigado Eusébio. É este mesmo o padre Domingos Isaac Mlauzi. Um homem altamente civilisado e genial. Bem que concseguiu se escapar senao teria sido um defunto por este diade hoje.
Matéria muito específica, mas vai-se aprendendo.
Agora, tenho uma grande dúvida - Uma Nação funda-se por decreto lei, lei revolucionária, comício, discurso de 5 a 6 horas,..., como é?
Fundador de quêêêê???????
A LUTA É CONTÍNUA
http://www.unmalawi.org/agencies/unhcr.html
Num documento da ONU lê-se
«Num continente reconhecido pelas suas políticas de asilo liberais, o Malawi destaca-se como sendo um dos mais generosos. Apesar da sua pequena dimensão, da debilidade da sua economia e da quantidade limitada de terra arável, o Malawi acolheu mais de um milhão de refugiados do vizinho Moçambique, ao longo do final dos anos 80 e primeira metade dos anos 90.
Contudo, ao respeitar padrões humanitários tão elevados, o Malawi pagou também um preço elevado em termos ambientais. Durante o tempo que permaneceram no país, os moçambicanos dependiam da lenha cortada localmente para quase todas as suas necessidades - cozinhar alimentos, construção e aquecimento.
De acordo com uma estimativa, a lenha consumida pelos refugiados exigia o corte de cerca de 20.000 hectares de floresta por ano.
O problema da desflorestação no Malawi não se encontra exclusivamente ligado à presença de refugiados. Os 4.6 milhões de hectares de floresta do país têm vindo a ser utilizados à taxa de 3.5% por ano, em parte porque os residentes também dependem desta lenha para as suas necessidades domésticas e, também, porque o processo de secagem utilizado na indústria do tabaco, a principal exportação do país, consome grandes quantidades de lenha.
A diminuição da cobertura florestal do Malawi tem vindo a juntar-se a outros problemas ambientais e económicos. O Malawi é um país densamente povoado, com um número de habitantes que cresce à taxa de 3.5% ao ano. Também é um país eminentemente agrícola, onde mais de 50% da população vive abaixo do limiar de pobreza. Para produzir mais alimentos, as florestas têm vindo a ser substituídas por terrenos aráveis e as encostas despidas de vegetação. O corte substancial de árvores e arbustos, têm provocado uma grave erosão dos solos, conduzindo a inundações e aluimentos.
Em 1988, num momento em que um grande número de moçambicanos fugia da guerra no seu país, o ACNUR estabeleceu um programa que visa repôr 10.000 hectares de árvores no Malawi - objectivo que foi já quase atingido. Em vez de procurar repôr todas as árvores utilizadas pela população refugiada, o programa visava um conjunto de áreas onde o problema da desflorestação era particularmente grave. Ao mesmo tempo, o ACNUR tem assistido as autoridades do Malawi no desenvolvimento das capacidades necessárias à gestão das florestas, conservação da água, estabilização dos solos, reflorestação e desenvolvimento de uma consciência ambiental junto das populações locais»
Posso acreditar que não tenha ouvido destas escolas... eu tambem não sabia mas cheguei a saber e segui o fio da miada:
A criação de centros de Aprendizagem e Designação
Outubro de 1991 foi o ano em que o ACNUR, o Gabinete da Educação para Refugiados e a JRS criaram Centros de Aprendizagem (CdAs) no âmbito do Ensino Secundário Geral do Primeiro ciclo nos campos de refugiados. Este curso foi designado MOLU-ESEM, que significava “Mozambican Open Learning Unit - Ensino Secundário Especial Moçambicano” que combinava duas modalidades: ensino aberto e ensino à distância com tutorias presenciais.
Tratando-se de um problema de refugiados de expressão portuguesa, houve a necessidade de se olhar o seu problema em pormenores. Moçambique atravessava um momento que não estaria capaz de libertar professores para irem aos campos de refugiados, Angola, o nosso irmão mais próximo também vivia a sua guerra. Foi nesse aspecto que a ideia foi contactar com os jesuítas portugueses para que fornecessem professores voluntários, o que resultou no envio das três voluntárias que fizemos referência para que iniciassem o ano lectivo, em Setembro de 1991.
Os trabalhos começaram em três salas de Mankhokwe cedidas pelo EP2 do Campo e os jesuítas tiveram que reabilitar a casa da paróquia do Nsanje para servir de residência para as três voluntárias. O primeiro programa educativo iniciou com a 8ª Classe e contava com […] alunos. No ano seguinte o programa expandiu-se para os distritos de Ntcheu e Mwanza nos campos de Katsekaminga, Lizulu, Chipula, Chifunga, Muloza, Kunyinda e Changambika, tendo beneficiado 556 jovens dos quais apenas 28 eram do sexo feminino.
Equipa coordenadora
A equipa Central foi instalada em Blantyre e desta vez estava fortificada com a vinda de um grupo de jovens jesuítas, Chilinda e José Ignatio, além de tantos outros voluntários portugueses. Com o previsível fim de hostilidades em Moçambique, o JRS fez um estudo de viabilidade para a continuidade com o programa MOLU-ESEM donde resultaram as províncias de Tete, Zambêzia e Niassa, como possíveis beneficiários. Em 1993 começou-se a desenhar plano de transferência de escolas de Ntcheu e Dedza, transferidas depois para Angónia em Moçambique enquanto as do Mwanza seriam transferidas para Moatize (Zobue) e Mutarara. No ano seguinte, para fortificar a equipa central do Limbe no desenho de projectos de transferência, chegaram a fazer parte a irmã Delvina Pasquali, Isminia e Liusi.
Colocavam-se problemas para a transferência de professores, recrutamento e treino do pessoal que respondesse às exigências do programa. A nova realidade exigia mudanças radicais no esquema do programa que, em primeiro lugar teve que mudar de nome e, em segundo, de sede. A mudança de nome foi para melhor enquadramento e contextualização dentro de Moçambique e a designação MOLU-ESEM foi substituída pela designação de ESAM - Ensino Secundário Aberto Moçambicano, que instalou os CdAs em Milange (Zambézia) 1993, depois entregue à Direcção Provincial da Educação nos finais de 1994); Angónia, Moatize e Mutarara em Tete – com as Escolas de Lifidzi na Angónia, Zóbuè em Moatize, Dona Ana, Inhangoma, Dôa e Charre em Mutarara.
Na transferência das escolas do MOLU para Tete, desempenharam papel de relevo Francis Magagula e Ambrósio além do Pe. François enquanto para o Niassa, esteve à frente a irmã Pasquali que mais tarde chamaria Francis (que, a convite do Pe. Michael, estava prestes a ir trabalhar na UCM da Beira) para a acompanhar, na altura do fecho das escolas de Tete. Ao mesmo tempo que o repatriamento se desenrolava, em 1994 iniciou-se com a 8ª classe nos campos de Nyamitutu e Tengani. A ONG Leigos para o Desenvolvimento providenciou professores voluntários portugueses enquanto outros professores eram recrutados dentre os refugiados. Cabia aos Leigos para o Desenvolvimento a elaboração do material instrucional, administração e controle de avaliações assim como o acompanhamento de tutores moçambicanos, zelando pelo cumprimento de programas do ensino.
O MOLU for a organizado em dois locais Blantyre/Limbe e Nsanje. O primeiro local era um local administrativo onde estavam presentes a equipe administrative, o desenvolvimento do programa e a produção do material. O distrito de Nsanje que tinha maior n’umero de refugiados era a parte da instrução.
Antes do estabelecimento permanente da sede do MOLU Blantyre, dois locais foram temporariamente usados. Depois o JRS completou a construção Our Lady of Wisdom Archdiocesan Secondary School. J.R.S. onde esperavam usar por quarto anos gratuitamente antes que fosse entregue a Arquidiocese. A construção serviu de trabalhos centais e dormitorios para a equipe central. O pessoal da JRS que esteve presente foi Michael Schultheis, S.J. - J.R.S. que tinha sido Director geral do JRS em toda a Africa Jose Cunha e Silva and Angelina Toffolon – directores de projectos vindos de Portugal eram responsaveis pela administração e produção de materiais, Lolin Menendez, RSCJ – era Director das publica,coes de modulos de lingua inglesa e revisao de outros materiais
Na sede esteve presente um computador I.B.M. e outro MacIntosh, Lazer Printer, Máquina fotocopiadora e Gestetner Copier
O longo processo de discussao inicado em 1989 com o ACNUR, Ministerio de educação do Malawi e Minist’erio de Educação de Moçambique terminou com a aprovação do Programa do Molu sob responsabilidade do JRS, em Maio de 1991, pelo Gabinete do presidente e pelo Minist’erio das Finanças do Malawi.
Os livros usados no Campo de Mankhokwe eram fotocópias dos livros usados em Mocambique após o padre Michael ter discutido com o entao Director Nacional do Ensino Basico de Mocambique, Manuel Golias, na sua visita de Fevereiro de 1991? Depois das discussões, não houve resposta da parte de Golias e, então a questão foi colocada à senhora Theresa Anselma, durante uma entrevista em 18 de Junho. Esta foi quem deu resposta afirmativa, dizendo que não havia problema em fotocopiar os materiais.
Os primeiros modulos desenvolvidos foram os de Ingles, baseados num projecto sudanes designado SOLU (Sudanese Open Learning Unit) em que alguns dos materiais foram traduzidos para Português. Havia voluntários a viverem na paroquia de Nsanje. A sua residência nos primeiros momentos era precária e esforços estava sendo feitos. Uma das possibilidades era arranjar uma residência por reabilitar junto da paroquia. A segunda opção seria a construção completa de uma moradia e, enquanto a segunda opção estava sendo providenciada alguns dos voluntaries optaram em viver junto da residencia paroquial porque ai sentiriam-se seguros.
No Mankhokwe duas salas permanents com respectivas carteiras e quadros pretos estavam sendo utilizadas para instruçoes. Enquanto isso, quatro salas de aulas estavam em construção para serem usadas em 1992. duas serviriam para instruções directivas enquanto outras duas seriam para aprendizagem.
A equipe do JRS de nasanje era composta de voluntaries da CUPAV vindos de Portugal: Maria Jose Campos; Isabel Maria Carvalho, Maria da Graca Coutinho. Os professores moçambicanos eram Fernando Barreto, Araujo Chataica e Jorge Meque.
Enquanto não fosse possível elaboram-se os modulos instrucionais para aquele ano, aproximadamente 140 alunos da oitava classe seriam instruidos no modelo tradicional, no Mankhokwe. Mankhokwe era único campo dos refugiados com alunos que tinham terminado a 7ª Classe.
O começo foi difícil e professores (tutores) enfrentaram muitos obstáculos): chegada tardia para o começo do ano lectivo, falta de materiais instrucionais, dificuldade de procura de manuais em Moçambique para a sua fotocópia. Por não saberem que matéria haviam de ensinar não tinham trazido nenhum material auxiliar de Portugal. Apenas uma voluntária tinha a experiência de ensino e havia necessidade de darem responsabilidade aos professores moçambicanos para assumirem mais responsabilidades.
Além disso, as voluntaries não tinham experiencia de como se lidarem com alunos traumatizados pela Guerra. Por isso, começaram as suas aulas com uma expectativa que nunca fora correspondida pelos alunos. Levou tempo para que os alunos começassem a ir ao encontro da metodologia. A nproposito disso, a senhora Anselma, durante uma visita, dissera: “Vi nalgumas turmas que a maioria dos alunos parece estar a compreender as liçoes. A alta motivação é evidente não apenas pela qualidade da participação mas também pelo bom entendimento”.
Até ao final do ano, nenhum professor havia concluido com o programa da 8ªclasse. Como não houvesse exames at’e a 10ª classe, a senhora Anselma aconselhou que os professores deviam testar os alunos nas unidades concluídas e dar continuidade na nona classe. A decisão do MOLU foi continuar, no ano seguinte, com as unidades por concluir porque representavam metade das unidades. Mas a decisão ministerial moçambicana foi autorizar a passagem de todos para a classe seguinte.
Enquanto isso, havia a necessidade de redefinir a sequencia de alguns conteúdos contidos em manuais moçambicanos, nas condi,coes em que o currículo apresentava. Havia cerca de 10 areas. Havia de se eliminar alguns que não fossem necessaries.
Neste ano duas disciplinas não tinham sido intriduzidas, Quimica e Física, até ao mes de Setembro, o que poderia vir a influenciar as passagens do exame, três anos depois.
Como pode ver licos, a guerra e o silencio dos historiadores moçambicanos tem campo de actuação para ressuscitar este passado que tende a ser esquecido de forma colectiva. Todos os factos, locais e nomes das pessoas sao verdadeiros porque recebi autorizacao deles.
Um abraço
....No Malawi???!!!....mas eu tive a oportunidade de visitar o Malawi nos inicios dos anos 80- Fiquei la uns meses no Limbe e nunca ouvi destes padres e escolas...Estranho.É possivel!
Pe. Michael Schulters (norte-americano), Ambrósio (Masena), Delvina Pasquali (brasileira?) ou Francis Mathews Magagula (malawiano?) foram algumas caras repetidamente mencionadas pelos entrevistados como sendo os que perante a incapacidade do Governo em garantir a educação aos refugiados presentes no Malawi, sob pretesto de que a faze-lo dariam a entender que a guerra iria prolongar-se, arriscaram suas vidas em prol de uma educação de qualidade no exílio, dando continuidade o comprometimento dos jesuitas de «não abandonar as ovelhas»
Numa das passagens do meu rascunho, quando entrevistei alguém sobre o abandono do governo moçambicano aos seus filhos vivendo nos países vizinhos, lê-se: «Não foi fácil convence-los e a intransigência do governo moçambicano pela crença no rápido fim da guerra fez com que as negociações levassem três anos. O então director geral do ensino Básico de Moçambique, Manuel Golias, justificando a demora, afirmava, “Estivemos muito tempo a discutir sobre a proveniência dos fundos, mas também não julgávamos que a guerra ia para além de 1990, por isso não víamos necessidade de tal ensino. Isso era suficiente para justificar o nosso posicionamento”.
A informação foi confirmada pelos visados, cada um deu a sua versão, mas o medo em informar aos padres era comum: os padres não receberam a informação. Ora, são informações soltas, que não deixam de ser relevantes para o estudo que tenho vindo a fazer.
Sei que o espirito partidário dificulta o trabalhor de um Historiador, mas eu faço o trabalho como paixão pessoal, que surgiu no momento em que fazia estudos de viabilidade da Mozambque Leaf Tobacco Company, no início do milénio.
Abraços
http://books.google.pt/books/about/Os_Jesu%C3%ADtas_em_Mo%C3%A7ambique_1541_1991.html?id=Rb4qAQAAIAAJ&redir_esc=y
Mas sendo obra escrita pelas vitimas, todo o cuidado é pouco.
Abraços
Abraços
Existe um livro que foi feito em 1998, se estiver ao alcance, leia
http://www.estantevirtual.com.br/betusca/Editorial-A-O-Braga-Vale-a-Pena-Dar-a-Vida-57287868
Abraços
Moçambicanos dignos de seu nome não jubilam morte de seus semelhantes. Pelo menos nem estou lembrado de ter escutado a BBC em língua portuguesa dizendo coisas dessas e nem a BBC num momento da tristeza iria transmetir odios. Ingleses sempre nos respeitam como Pátria soberana. Deram a condecoração máxima de Cavaleiro da Ordem britânica ao nosso amado fundador da nação.
Abraço
licos
Agradeço-lhe bastante pela informaçao. A nossa grande humanidade manda que choremos e lamentemo-nos por estes crimes contra a humanidade. Até que tenhamos informaçoes que testemunhem sobre os mandantes e os perpetradores do crime, podemos so dizer que estao amaldiçoadas as pessoas que o cometeram -- fossem quem fossem e por que motivos fosse.
Infelizmente. Ha muitos fantasmas em Moçambique. Os que derramaram o sangue inocente estao a pagar e estarao a pagar. Uns ja morreram tambem como as suas vitimas e outros andam enlouquecidos e aporados. Esta é a regra da natureza humana e cosmica. E Cristo o disse: "quem mata pela espada, pela espada morrera." Mesmo se esta espada veio como um relampago do céu. Outros como Dhlakama e Sérgio Vieira, Marcelino dos Santos quase que andam enlouquecidos e dizem coisas que nao fazem sentido.
Espero que um destes padres de Angonia nao tivesse sido o Padre Domingos. Ja nao faço ideia do nome da familia. Um padre jesuita preto de Angonia veio ao Seminario de Zobue e foi nosso hospede por alguns dias no Seminario no ano de 1964 ou 1965.
Tinha estudado em Portugal. Ele tinha um sutaque bem metropolitano. Durante a sua visita, ele falou-nos na sala espiritual da sua historia.
Angonia tinha tambem um pequeno seminario dos jesuitas que preparava estudantes até 2o. ano antes destes partirem para estudar em Portugal.
Para alem deste padre da Angonia, o malogrado Padre Mateus Pinho Gwenjere, cujo nome era conhecido em toda as partes da Senalandia, veio tambem ao seminario de Zobue no dia 12 de Setembro de 1964 depois da sua ordenaçao. Viu-o primeiro em Mutarara donde tomamos a automotora para a entao Vila Cladas Xavier angora Kambulatsitsi ou alguma coisa, dizem. Gwenjere vinha visitar a sua alma mater. Foi entre os primeiros alunos na fundaçao de Zobue.
Foi um grande jubilo que recebemos o Gwenjere. O velho padre reitor Prein, que tambem tinha sido o professor de Julius Nyerere e do Cardeal Rugambwa de Tabora em Tanganyika, um dos primeiros cardeais africanos da Igreja catolica, apresentou-nos o Gwenjere na sala espiritual com lagrimas nos seus olhos. Prein, um velho padre branco alemao, disse: "quando Mateus Pinho Gwenjere veio ao seminario era ja adulto e disse-me 'senhor Padre, eu serei padre' e hoje Gwenjere aqui esta e é padre."
Houve um grande aplauso dos seminaristas antes do Gwenjere falar. A emoçao era grande. Gwenjere ficou no seminario durante uma semana. Falava com toda a gente e gostava muito de jogar o ping pong ou o tenis da mesa.
Vi depois a estar com Gwenjere em Dar Es Salaam em 1968 durante a nossa revolta contra a liderança de Mondlane e mais tarde em Nairobi, Kenya, donde viria a ser raptado por tanzanianos e a Frelimo. Quanto ao resto ja se sabe o aconteceu embora nao se saiba exactamente como aconteceu. Sérgio Vieira pode nos dar informaçoes.
Um diplomata da Frelimo que estave internado no campo de reeducaçao em Sacudze em Gorongosa, onde André Matade Matsangaisse esteve antes de se escapar para a Rodésia e começar com a guerra de resistência, me falou me pelo telefone de algures para onde vivo la na decada de 1990. Tenho que proteger o nome do individuo que é ainda gente grande do regime. Ele disse-me que um dia, e isto muito depois de sair de Sacudze, ele disse a Machel que foi um grande erro da Frelimo ter morto o Gwenjere visto que os senas o considerava como o seu deus. "Machel foi tomado de panico e quase que desmaiou. Tivemos que pegar no Machel e consola-lo para que nao tivesse um ataque de coraçao."
Depois vieram tambem ao seminario o malogrado Domingos Ferrao de Tete que segundo o que me disseram dois agentes do SNASP, que tinham vindo de missao de raptar alguns de nos em Nairobi, muito sofreu com Frelimo que o tinha enviado para um campo de re-educaçao no norte de Moçambique acusado de imoralidade sexual. E ja li algures Sérgio Vieira a falr cinicamente do padre a quem ele se referiu como amigo dele -- e tambem padre Manuel Mucauro de Buzi ou algures na Ndaulandia.
Os dois eram colegas do Gwenjere e os três foram ordenados padres no mesmo dia pelo bispo Sebastiao Soares de Rezende na Cidade da Beira em 1964 antes de Tete ter a sua propria diocese que depois contas de missios e do seminario de Zobue em Tete. Antes disto, o bispo Resende era o bispo de Tete, Manica e Sofala.
a morte do missionário de Chapotera foi atribuída à Renamo, mas surgiu logo uma dúvida. No local do crime foram deixados cartazes com a imagem do líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
Sinto dificuldade em aceitar que o alegado autor, ou mandante de um crime, tivesse deixado provas incriminatórias tão óbvias no local do homicídio. Faz lembrar o massacre de Homoíne, que o seu partido também atribuiu aos da Renamo.
Muita coisa há que aconteceu na guerra que não foi da responsabilidade da Renamo mas todavia culparam-na. Lá dizia o dramaturgo grego, Aeschylus, que "a verdade é a primeira vítima de uma guerra".
António Bilal
A carta foi encomendada por um padre monfortino de Balaka a um outro padre norte-americano, devidamente identificados e este último fizera-se acompanhar por um mecânico que fora para zona de Ntengo wa Mbalame com objectivo de conseguir motores da camiões ou tractores abandonados.
A carta me foi dada por um velho catequista porque segundo ele, o padre que a encomendara não chegou a recebe-la pois tinha sido transferido. A carta não fala de Lifidzi, mas da Fonte Boa, ainda não consegui localizar o local de onde se escreveu (Kabwazi)? e como não há história sem interpretação, a avaliar pelo conteúdo, fico surpreso sobre a tentativa de estabelecimento de causa efeito entre a situação do momento, a nacionalização e a morte dos dois padres. O que está acima me foi explicado pelo catequista e em baixo está a transcrição da dita carta de que possuo a original.
Kabwazi, 1 de Novembro de 1989
Dear Fr.======
Consumaram-se, ontem, 4 anos inteiros desde que Kamtedza e Silvio, estão ausentes do mundo dos vivos. No domingo passado, 29, tive a ocasião de ver lágrimas de pessoas adultas, numa das capelas, quando o gurupa (pastor/catequista)? pronunciou os referidos irmãos e recordei-me do nosso compromisso. Eu estou bem, o motorista mecânico também está bem e conseguimos algumas peças que certamente servirão.
Quanto ao nosso compromisso, temos que volver agora os olhos para a Missão da Fonte Boa, que, apesar de ser recente possessão dos Jesuítas /1941/, tem uma elevada importância oferecendo condições para um maior questionamento sobre porquê e quem matou ou mandou matar os padres de Chapotera. Sobre quem matou ou mandou matar, o padre não terá a minha resposta mas tentarei dizer um pouco sobre o porquê. Em Lifidzi alguns apontaram dedo aos armed bandits, dizendo que quiseram com isso incitar ódio das pessoas contra o governo e força-las a fugir.
No passado mês de Julho, aproveitando do frio, fui até Chisoka, terra natal de Kamtedza e de lá não tive grande coisa, só há ruinas e as pessoas que ai trabalham as mundas? recusam prestar informação aos brancos sobre este estranho mister, mas um homem de idade, com ar de chefe veio ao nosso encontro e após ouvir-nos apontou-nos o caminho da Fonte Boa, para irmos às aldeias onde era possível encontrar catequistas. De facto, ai um pouco acima, a 7 Kms de distância, na subida de Ntengeza que alguns velhos chamam «M´therano» devido ao elevado número das emboscadas sofridas pelas army?, vemos Lidowo, uma aldeia cujo número de respectivas ruinas testemunha o modelo de convivência compulsiva gwirizano? ao que João de Deus Kamtedza parece ter condenado publicamente nas homilias.
Em Machisi, um dos bairros desta aldeia em ruinas, as palavras de fiéis, alguns dos quais convertidos ao anglicanismo, evidenciam uma relação causa efeito entre o silêncio das autoridades e a morte praticada em Chapotera. Dizem que quando a Missão da Fonte Boa foi nacionalizada, Kamtedza foi construir o Centro de Satemwa, outros 7 km abaixo, para quem vai a Vila Coutinho (Vila de Ulongue) e aquilo era, a vista do regime, grande afronta. Quando foi transferido para Lifidzi, onde igualmente a missão fora nacionalizada, mandou construir outra residência, a de Chapotera, onde veio a ser barbaramente assassinado. As missas do padre eram mais participadas e suas mensagens percorriam, ao dia, grandes milhas a tal ponto que não era preciso escutar rádio para saber o paradeiro do referido sacerdote.
Percorri mais de 10 aldeias, entre elas Kachenya, Kalipale, Kaloga (Malawi), Chisoka, Manyanga, Banga, etc. o nome do sacerdote é simplesmente conhecido. Ouvi histórias interessantes sobre o padre Chithendo, um outro nome pelo qual era chamado devido ao seu aspecto. Dizem que era gordo. Uma delas diz que ele afirmara, numa missa em Kalipale, «recebi aviso para me calar, na pior hipótese ou exilar-me na melhor, mas o pastor não deve abandonar as suas ovelhas». Ouvi isso de 11, das 15 pessoas que perguntei sobre que memórias guardam das últimas missas de Kamtedza.
«Como não há diálogo entre o pastor e as ovelhas, as ovelhas não poderão saber nunca o quanto o pastor sofre por estar aqui a sentir os efeitos desta guerra sobre todo o pasto, embora o pastor consiga perceber as necessidades pertinentes das suas ovelhas. E a vossa necessidade é única, por enquanto – a paz». Desta homilia saíram muitas interpretações, uns pensaram que o padre tinha tomado muito vinho, outros pensaram que ele corria risco de divulgar as confissões e ao fim e ao cabo ninguém prestou atenção.
Como o papel está prestes a acabar prefiro parar por aqui. Muita coisa irei contar de boca para o ouvido.
Pax Christ
Fr. =========
PS. Agradeço ao Gil por este lugar,sem o qual não era capaz de alcançar outras paragens: permitiu-me, em três dias, receber 8 testemunhos, 3 dos quais primários. Agradeço as pessoas que me enviaram documentos valiosíssimos,seguindo o meu pedido, e farei o possível, como fazem os jornalistas, de não comprometer as fontes.
Penso eu que em quase todas as culturas africanas, demarramar sangue inocente é um proibido e tabu. Ninguem jamais fica abençoado com isto e por isto. Os nossos dirigentes africanos esquecem-se disto na sua ganância pelo poder recorrem a chacinas e ao genocidio.
E depois eles proprios pagam pelos seus feitos nefastos. Porque é que pagam? O senhor Eusébio disse aqui que ...."o sangue de inocentes nao vai em vao" '«magazi wa osalakwa sapita pachabe», posso não ter escrito bem a tradução, mas quando li o seu comentário, apeteceu me escutar as cassetes em que guardo as entrevistas e esta parte tocou me muito. Ironia do destino, todos morreram em Outubro, terminava este velho!'
Na verdade o sangue dos inocentes nao vai em vao. Na minha cultura, diz-se que os espiritos de pessoas assassinadas inocentemente vingam-se e os assassinos terminam com mortes horriveis. Um destes dois pensamentos deve existir na cultura dos meus irmaos changanes. E Samora Machel nao prestou atençao a isto ou os espiritos malignos nele ja o tinham enlouquecido com o amor e desejo de matar pessoas. E ele proprio teve uma morte horrivel, no fim e ao cabo. Nao foi de admirar.
O missionario branco que me falou dos milagres do reverendo Chakanza quando era curandeiro nao duvida o que dizia e para ele nao eram milagres, mas feitos do Satanas -- que Chakanza atravessava o Chire e o Zambeze a pé e se fazia acompanhar de hienas encantadas nas suas deambulaçoes nocturnas, mas infelizmente atribuiu aquilo ao Satanas.
Chakanza nao fazia aquilo por nenhuma força do Satanas. O conceito de Satanas nao existe na cultura sena a qual o malawiano Chakanza pertencia.
Chakanza fazia o que fazia por causa dos espiritos dos seus antepassados que o abandonaram logo que ele se converteu ao Cristianismo. E depois cobardemente precisou de entrar em almadias para atravessar o Chire. Quando Chakanza era curandeiro era um santo homem que curava e ajudava as pessoas a resolver os seus problemas.
O Cristianismo nos fez a guerra espiritual. E sem nos entender e nao lhe apetecia nos entender, mixturou tudo e pos o no mesmo saco: curandeiros, feitiçaria e os espiritos ancestrais. Três coisas distinctas e diferentes nas culturas africanas.
O Santo Evangelho fala de Cristo ter saido dum barco e andado na agua e o evangelho atribuiu aquilo a natureza divina de Yeshwa. O nome de Jesus em hebreu era Yeshwa, mas os romanos tiveram a dificuldade de pronunciar este nome indigena judeu e diziam Jesus. Ha judeus que hoje se chamam Yeshwa. Em um nome hebreu
Nas outras culturas -- fala-se do Gautama Buddha,o fundador do Buddhismo, como quem atravessava a pé o Ganga (rio Ganges) mesmo em tempos de plenas cheais. E um belo dia ele riu-se dum santo homem hindu que tinha passado 28 anos a meditar e santificar-se para poder andar na agua. Buddha foi nascido hindu na casta de governantes, mas criticou muitos aspectos do Hinduismo, mas a religiao que fundou foi essencialmente o Hinduismo
menos a crença em deuses ou Deus, castas e outros poucos aspectos. O Buddhismo tornou-se missionario enquanto o Hinduismo nunca pratica o missionarismo.
Eu acredito que cada um de nos tem o direito inalieval de pertencer a qualquer associaçao politica. A Frelimo que eu tanto critico e da qual fui membro nao foi fundada para se tornar naquilo que Mondlane a transformou e que depois dele Samora Machel transformou num inferno. Muitos nao perceberao porque eu sempre critico Mondlane. Nao estiveram la como eu e outros que nao querem e nao podem falar por razoes de varias ordens. A liderança da Frelimo apresenta a sua historia que entra em conflito com o que vi e vivi e o meu ponto de vista sobre o regime mondlanista na Frelimo.
A nossa humanidade fica esmagada com estes feitos e com estas matanças selvaticas dos moçambicanos. Que as matanças seja da Renamo ou da Frelimo, somos nos como moçambicanos que perdemos a nossa humanidade e nos sentimos esmagados. Que tambem houvesse tais guardas prisionais que recebiam ordens e matavam pessoas, isto foi uma triste sorte dos moçambicanos.
Talvez que eu nao entenda bem a mentalidade genocidaria de muitos irmaos moçambicanos que executavam tais ordens. E no fim ao cabo, nem era Samora Machel que mandava matar toda esta gente e provavelmente ele nao sabia de muitas mortes que tomavam lugar no pais. Todavia a culpa era dele visto que ele era o dirigente maximo. Foi ele que desencadeou o regime de terror.
Muitas pessoas nao sabem que entre os que sofreram nos campos ditos de re-educaçao destacam-se muito as pessoas do Sul. Imagine este conselho que Machel deu ao amigo dele de nome Braz, um sena de Sofala, que era chefe do posto em Niassa onde o terivel Aurelio Manave, um homem sem consciencia era governador provincil. "Nos enviaremos para ca no Niassa muitos reacionarios de sul. Eles nao sofreram na guerra colonial e tem muito bicho colonial na cabeça que se deve remover. Quando receber as pessoas do sul deve castigar com mais rancor e vigor."
Imagine esta ordem dada ao analfabeto Braz e este individuo executou mesmo as ordens com olhos fechados e odio nos campos de reeducaçao onde havia prisoes subterraneas. Poucos individuos analfabetos como Braz podia ter uma consciência. As maiores rusgas acontecia em Maputo e provavelmente o maior numero de pessoas despachadas a tais campos saiam de Maputo.
Li algures onde se dizia que eram os macuas que constituiam o maior numero. O certo é que os macuas nunca gostaram da Frelimo e a Frelimo achou dificil senao impossivel penetrar em Nampula durante a guerra de dez anos com o regime colonialista. Durante a guerra civil, a Renamo recebeu um apoio preponderante de Nampula, coisa que Dhlakama agora quer continuar a explorar e abusar sem nada fazer para os nampulenses, principalmente quando tinha os milhoes da ONUMOZ.
E o que nao dissseram? Logo a seguir a morte de Machel, houve cenas de jubilo pela morte do tirano nos campos de refugiados na Africa do Sul, Suazilândia, Zimbabwe, Zambia e Tanzania. A BBC destacou muito a cena de alegria pela morte de Machel no campo da Suazilândia. Afinal nao dizemos aqui que o sul é favorecido pela Frelimo. Este é um exagero. Alguns individuos, principlamente de Gaza, sao mais favorecidos do que outros individuos. Eu nunca aceitei esta teoria sulista. Nao os sulistas que formavam e forma a maior parte de residentes que vivem na maior pobreza absoluta em Maputo?
Obviamente, o regime da Frelimo nao se importa muito do centro e do norte e Alberto Chipande e Raimundo Pachinuapa estao bem satisfeitos com isto na medida em que eles tem de tudo e se engordam foram da medida. Na minha maneira de ver, Moçambique deve permanecer uno e indivisivel. Nao concordo com oDhlakama quando na sua frustraçao fala de dividir o pais. Moçambique pode so permanecer uno e indivisivel com um sistema equitativo que tome conta e o bem estar de todo o pais.
Essa coincidência da morte de Samora.... afinal o senso comum é comum mesmo e o sangue de inocentes não vai em vão «magazi wa osalakwa sapita pachabe», posso não ter escrito bem a tradução, mas quando li o seu comentário, apeteceu me escutar as cassetes em que guardo as entrevistas e esta parte tocou me muito. Ironia do destino, todos morreram em Outubro, terminava este velho!
Talvez que passe por um dos mais criticos da lideranca da Frelimo neste blog. E reconheco tambem que e muito facil agente diabolisar toda a gente da Frelimo como contemporaneamente se faz com os Nazis, stalinistas, maoistas e Khmer rouges. Depois deparamo-nos com intelectuais como o sr. Eusebio que e da Frelimo e deve haver muitos outros como ele na Frelimo que preferem se calar visto que as consequencias de criticar o partidao podem ser muito caras se severas. A critica a Frelimo de fora vale e valera tambem muito mais a interna.
Quero aqui prestar homenagem aquele guarda prisional desconhecido da Frelimo que salvou um evangelista do Malawi duma execucao pleneada. Trata-se do malogrado reverendo Chakanza que conheci en Nsanje, Malawi, em 1986.
Foi um missionario branco que primeiro me falou do reverendo Chakanza. Falando em ingles, ele disse: " O reverendo Chakanza tinha sido um curandeiro (witchdoctor) de grande renome em todo o Malawi," comecou por me contar o reverendo que aqui chamarei Hilary e nao pelo seu verdadeiro nome. "Chakanza tinha poderes extraordinarios antes da sua conversao para o Reino de Deus. Atravessava o Chire e o Zambeze a pe. Nas suas deambulacoes nocturnas se fazia se acompanhar de hienas (quizumbas) encantadas*. E pela graca de Deus, nos o convertemos para o Reino de Deus."
"Donde que ele obtinha estes poderes?" perguntei ao Reverendo Hilary.
"Do Satanas - claro!" explicou o reverendo Hilary.
E depois encontrei-me com o proprio Chakanza. Tive um almoco com ele na sua casa e depois veio a uma regiao da Zambezia muito aflito. E que um evangelista refugiado mocambicano tinha ido evangelisar na Zambezia e houve intrigas com outros evangelistas que disseram a Renamo alguma coisa contra ele. Nao me lembro qual era a acusacao. Foi preso pela Renamo e estava a ser levado para a sede operacional da Renamo em Derre.
Alguns dias antes estive numa motorisada para Morrumbala com o comandante Alberto, vice-comandante do Gen Meque da Zambezia. Vi o evangelista. Tinha as maos atadas de palha (algema primitiva da Renamo!) Nao fiz perguntas.
Continuamos com a nossa viagem e este homem era marchado para a base operacional onde foi colocado na prisao da Renamo. Depois regressei a base de Chire passando pela base operacional em Derre. Na base do Chire (a regiao do Chire tinha muitas bases da Renamo), encontrei o reverendo Chakanza, muito aflito.
Explicou-me o problema e pediu me para que eu rogasse ao Gen Meque para libertar o prisioneiro. Eu disse lhe que tinha visto o homem. Falei com o chefe das transmissoes na base de Chire e este logo transmitiu uma mensagem por via radio transmissora para o Gen. Meque que logo mandou libertar o evangelista detido depois de ler a minha mensagem.
O reverendo Chakanza regressou a Nsanje naquele mesmo dia depois de comer comigo na base. Quando regressei a Nsanje uma semana depois, passei pela casa do Reverendo Chakanza onde passei um dia antes de ir a Blantyre. A minha chegada a sua casa, logo saltou de alegria quando me viu e disse-me que o evangelista detido tinha sido liberto e estava de regresso ao campo de refugiados. E rezou para que Deus me abencoasse.
E disse-me depois que "alguns dias atras estivemos evangelisar no campo de refugiados e viramo-nos todos em direccao a Mocambique e rezamos para que o Satanas se safasse de Mocambique." Por coincidencia, alguns dias depois morre Samora Machel em Mbuzini.
E o reverendo Chakanza contou-me a sua historia -- de como se tinha escapado por um triz duma execucao pleanada pela Frelimo. "Ia eu envangelisar nas zonas da Frelimo em Tete. Fui detido e metido numa prisao. Um dia pela meia note veio um guarda me informar que a minha execucao estava para a amanha do dia seguinte. Abriu me a porta e disse que eu fugisse muito rapidamente e fugi e consegui regressar no Malawi."
Ao tal guarda prisonal da Frelimo, presto aqui homenagem pela coragem e valentia. Que Deus e os nossos poderosos antepassados o abencoe para sempre. O reverendo Chakanza veio a morrer duma doenca repentida. Uma bela manha sentiu dores de cabeca e faeleceu.
Quanto ao caso dos padres da Angonia nao sei nada, senhor Eusebio. Espero que alguma coisa vira ao lume um dia.
*Depois da sua conversao, o reverendo Chakanza perdeu os poders que tinha e precisava de entrar numa lamadia para atravessar o Chire. Na sua casa tinha uma lanca (momba) que usava para expulsar hienas (talvez entre elas os seus antigos colegas quando era curandeiro!) que vinham aso seu quintal nas noites.
Nunca ouvi falar deste caso, mas posso ajudar ao sr.Pergunte ao Manuel Frank que está em Maputo...Em Lisboa contacte o Paulo Oliveira.De certeza estes algo saberao.Aconselho de tomar cuidado com o Paulo porque tem tendencia de desinformar...Certamente dirao que foi a Frelimo e a Frelimo dirá que foi a Renamo....EStes movimentos causarm crimes incriveis à populaçao moçambicana que o sr. nao imagine. A ignorancia e o analfabetismo da populaçao moçambicana permitiram a estes moviventos de nao serem julgados.O Governo politicamente, nao lhe interessa tocar este assunto. A Renamo tambem ela nao que mexer no assunto porque sabe que cometeu atrocidades.....mas todos nós que tivemos familiares nas aldeias ouvimos tanta tanta coisa que nao vale pena narrar aqui
É que critico toda a gente. Em certas circunstancias neste blog, ja critiquei o Gwenjere por nao ter sido realistico quando insistia que a via pacifica fosse a unica maneira de resolver os problemas da Frelimo com os lideres da Frelimo que so entendiam a via cruel de brutalidades. Entendo que ele como padre nao pudesse incitar o recurso a violência. Tambem ja o critique por ter facilitado a sua propria captura. É porque muitos refugiados moçambicanos em Nairobi lhe diziam para desistir das suas ligaçoes com os tanzanianos que vieram a rapta-lo. Ele nao quiz ouvir, nao quiz escutar, e o resultado foi aquilo que todos nos sabemos e conhecemos.
Enquanto apoiando a sua revolta contra os seus colegas em 1969, so regreto que Uria Simango nao esteve no nosso lado aquando da nossa revolta em 1968. Isto foi depois dele proprio ter concordado com Gwenjere previamente que estariam juntos até mudarem a situaçao na Frelimo. Com o peso que ele tinha, provavelmente alguma coisa teria acontecido para alterar a situaçao na Frelimo. Com as suas vacilaçoes, tudo terminou por ser uma salada, grande e triste salada para ele proprio e para todos nos.
Quando Gwenjere começou actuar, em vez do Simango se ajuntar ao Gwenjere como tinham concordado, ele decidiu estar com Mondlane e aceitou ser usado como agente provocador e até que os estudantes o bateram ele e o Marcelino dos Santos em 1968 no dia em que ele veio anunciar que o Instituto se fechava e que os estudantes seguissem para Nachingwea.
Bom, tudo passado; em 1974 Gwenjere e Simango se reconciliaram e se perdoaram para agirem juntamente para que houvesse uma transiçao democratica do pover colonial a naçao moçambicana. Mas a camarilha governante em Lisboa decidiu entregar o poder a Frelimo sem consultar o povo de Moçambique e sem estabelecer com a Frelimo garantias para toda a gente. Toda uma desgraça. Assim brancos e pretos foram expostos as barbaridades da liderança da Frelimo e dos seus homens que vinham das matas depois de serem instruidos para agirem duramente e sem piedade "com os ditos reacionarios".
Todos pagamos duramente -- uns fisicamente e com as vidas e outros com exilios.
Como sabemos, Simango e Gwenjere cairam nas ciladas da Frelimo em cujas maos as suas vidas terminaram cruelmente.
Simango e Gwenjere foram grandes moçambicanos como todos nos. Evito e evitarei utilisar o termo frelimista de "herois" visto que este termo cria divisoes e a desunidade nacional. Foi atraves deste termo que a Frelimo criou dois campos: o campo dos chamados herois da sua escolha e o campo dos ditos traidores do seu desgosto, uma classificaçao que a Frelimo utilisou para cometer os seus crimes contra a humanidade.
Nisto concordo com Waemba que algures neste blog disse que herois sao todos os moçambicanos, o que quer dizer que esta classificaço de herois nao devia se encorajar, porque quando se cria uma classe de herois, deve-se tambem criar uma classe de nao herois. E quando fazemos isto, ja criamos uma atmosfera para uma grande tragédia que ja nos causou uma grande guerra civil com os resultados que conhecemos -- vor volta dum milhao de moçambicanos mortos(Joaquim Chissano).
Os Sonhos
>> De Garagua, a Renamo regressou a Gorongosa e depois de Garagua, a Renamo expandiu as suas operaçoes para o norte e para o sul, até que, no fim e ao cabo, veio a cobrir todo o pais.<<
Os Factos
4 Dezembro 1981 - A Frelimo conquistou a Base Garagua.
Julho 1981: O Vareia Manje saiu com coluna dele de Garagua para Sul. Entrou em Província de Inhambane.
Outubro 1981: O Magurende John e o Calisto Meque saíram de Garagua para o Norte. Eles pararam na base Jambe (perto da Sitatonga). Depois o Meque seguiu Mungari e depois entrou em Tete, travessar Rio Zambeze. O Magurende John seguiu Gorongosa.
Tudo foi antes – nao foi depois – de Garagua.
Magna est veritas, et prevalebit!
O Senhor afirma:
..."Mapas de Moçambique desde tempo do colono escrevem as montanhas Sitatonga I e Sitatonga II. Nao ha a Sitatonga no lado do Zimbabwe. Nem ha o mapa que escreve “Citatonga”."...
Com o devido respeito a sí, recomendo que vá ao "link" governamental:
http://www.portaldogoverno.gov.mz/Informacao/distritos/manica/Mossurize.pdf
Está tudo alí, no ítem 1.3, escrito com a grafia "citatonga"
Lembrando a Vossa Senhoria, que, se consta a grafia "citatonga" em site oficial do próprio governo de Moçambique, logo é essa a forma correta de escrever!
Agora, no meu ponto de vista, escrevendo sitatonga ou citatonga, qualquer leitor compreenderia sem mais esforços, pelo que, esse seu "preciosismo", mesmo que estivesse certo, é desnecessário e escapa ao sentido do texto do comentário colocado pelo Sr. Francisco Moisés.
Aliás aqui se comenta sem ser preciso dar aulas de grafia a esse ou aquele leitor que queira comentar, de forma a que não se iniba àqueles que porventura tenham dificuldade com certas palavras, mas que sentem a vontade de manifestar-se no blog.
O amigo está completamente certo!
Oficialmente, a palavra certa é "citatonga" e isso pode ser comprovado no próprio site do governo de Moçambique!
Basta que acesse o link:
http://www.portaldogoverno.gov.mz/Informacao/distritos/manica/Mossurize.pdf
Está lá, no ítem 1.3 no cap´[itulo que fala do relevo de Moçambique.
Também está claramente no site:
http://blogdoelius.blogspot.com/2011/02/mocambique-memorias-de-guerra-de-um.html
Seria bom que, com o devido respeito, o Senhor "Veritas et Visus" desse uma olhadinha lá, para refazer sua afirmação ou o vezo de corrigir a escrita de outros!
Notar que se está assim "citatonga" em site do governo, logo é essa a nomenclatura oficial!
Mapas de Moçambique desde tempo do colono escrevem as montanhas Sitatonga I e Sitatonga II. Nao ha a Sitatonga no lado do Zimbabwe. Nem ha o mapa que escreve “Citatonga”.
>> Uma vez contrariou-me dizendo que Fanuel Mahluza nao tinha escrito para Mondlane, para depois ser demonstrado cabalmente que Mahluza escreveu a Mondlane.> a Frelimo falou de victoria retumbante contra Citatonga II enquanto na verdade a Renamo tinha movido para Garagua e tinha engajado a Frelimo de acordo com as suas tacticas de guerrilha. > O General Joaquim Munheque liderou esta operaçao de acordo com a Radio de Maputo. A Frelimo nao apanhou a Renamo de surpresa visto que a Renamo vinha se informando dos preparativos contra Garagua. Quando a Frelimo atacou, a Renamo ja se tinha retirado.<<
O Omar Juma (Tomé Eduardo) foi o quem liderou a operação contra Garagua. Quartel operacional do Juma era Machaze. A Renamo retirou da base Garagua no dia em que o Mig lançou bomba em cima da base. Tropas do Juma estavam a movimentar ha vários dias e ter combate com Renamo em baixo no terreno. A base estava em cima, 416 metro.
Sr. Moisés pode ler a marcar visto. Outros hão-de ler, guardar arquivo. Deixa eles comparar os factos com os sonhos.
Magna est veritas, et prevalebit!
Eu tambem neste lado do Atlantico a me rir deste individuo que se da um nome de palavras latinas. Com ele estamos uma vez mais perante um daqueles que so aguarda para os outros escreverem e depois ele assalta alguns pontos como um abutre descendo contra uma prenda em baixo da arvore donde observar movimentos das suas vitimas. Arruma-se de saber muito, enquanto na verdade o seu conhecimento pode muito bem basear-se nas deturpaçoes da Frelimo.
Uma vez contrariou-me dizendo que Fanuel Mahluza nao tinha escrito para Mondlane, para depois ser demonstrado cabalmente que Mahluza escreveu a Mondlane.
Num outro dia andou a mixutrar nomes sobre a cidade de Nairobi depois de eu ter falado do rapto d Gwenjere. O que ele nao sabia é que eu tinha vivido na urbe kenyana durante 17 anos e geografiamente conheço Nairobi e Kenya muito bem. Em Kenya sou como um peixe no mar.
Agora vai no documento de Simango a procura duma frase que corresponda a minha interpretaçao sobre Uria ter apoiado os estudantes na critica de Mondlane. Eu falo dum contexto mais global por ter estado na situaçao. Os estudantes criticavam Mondlane for manter aqueles portugueses no Instituto e na Frelimo.
E era Mondlane e os seus amigos que diziam que os estudantes eram racistas porque nao queriam brancos -- o que nao era verdade. Nao queriam os portugueses, que incidentalmente sao brancos, mas nao era a sua etnia que estava em questao, mas o mais complexo problema das manobras do regime de Salazar. Brancos havia no Instituto, dois americanos, um checo, uma mulher sueca que ensinava ingles (e tambem um Indiano da origem goesa). Nenhum estudante disse que deviam se correr com eles.
E algures no documento, Simango critica Mondlane e Janet, a sua esposa. Se os leitores forem no search neste blog e colocar "Gloomy situation in Frelimo" que usei aqui ou "Situaçao sombria na Frelimo" poderao ler o documento historico em traduçao portuguesa.
Como ja disse, canso-me de alguem que so aparece neste blog para me assaltar ou para nos assaltar, enquanto o individuo nunca inicia argmentos e nao se engaja em argumentos sérios. Para me afastar um pouco das palavras do amigo V. Dias, cada vez que vir qualquer entrada de assalto por este individuo, escreverei: "Lido. Ignorado."
Se ele se tornar sério, toma-lo-ei a sério. Por enquanto estou farto da sua actuaçao.
Mutantesleo tem razao de escrever Citatonga. Sitatonga é a transliteraçao inglesa no outro lado no Zimbabwe. Sitatonga prevalesce visto que muito que se escreveu sobre a situaçao em Moçambique tem aparecido em inglês, com a tendência daqueles que escrevem em português usar a versao inglesa. Nao ha nada de estranho com Citatonga. E como o rio Shire (ler Chaia) no Malawi e Chire em Moçambique.
Depois do ataque contra a base de Gorongosa, a Renamo moveu para Citatonga II (Dois). Ha tambem uma montanha chamada Citatonga I Um). Mas tarde a Frelimo veio atacar Citatonga II na tal operaçao codificada Operaçao Leopardo que a Radio de Maputo disse que era liderada pelo tal General Mabote. Apesar da propaganda da Frelimo, Citatonga II foi uma grande falha e derrota para a Frelimo. A Renamo, como no caos do ataque contra Gorongosa, sabia que o ataque vinha e retirou-se da base para evitar um confronto frontal contra forças superiores.
Como no ataque contra Gorongosa (outro nome que os ingleses escrevem Gorongoza), a Frelimo falou de victoria retumbante contra Citatonga II enquanto na verdade a Renamo tinha movido para Garagua e tinha engajado a Frelimo de acordo com as suas tacticas de guerrilha.
A Frelimmo depois preparou-se por um longo tempo, trazendo material consideravel a beira da base de Garagua, pelos vistos uma outra montanha ou colina. O General Joaquim Munheque liderou esta operaçao de acordo com a Radio de Maputo. A Frelimo nao apanhou a Renamo de surpresa visto que a Renamo vinha se informando dos preparativos contra Garagua. Quando a Frelimo atacou, a Renamo ja se tinha retirado. os atacantes queimaram palhotas incluindo a palhota do comandante em chefe, o General Afonso Dhlakama.
A Frelimo falou muito da grande derrota da Renamo, dendo a entender que era o fim da Renamo(that the game was over for Renamo). A Frelimo disse depois do ataque contra Garagua que as suas forças procediam a uma operaçao para eliminar os restantes rebeldes.
De Garagua, a Renamo regressou a Gorongosa e depois de Garagua, a Renamo expandiu as suas operaçoes para o norte e para o sul, até que, no fim e ao cabo, veio a cobrir todo o pais.
Segui estes acontecimentos, passo a passo, enquanto trabalhado para a BBC.
"veritas et visus"?
Ou... "veritas et visa" ?
O nadia de eso?
Yo soy español, no lo entiendo mucho a los "mozzikis" qué hablan latin!
Copiei as passagens em que Uria Simango no Gloomy Situation in Frelimo apoia e defende os argumentos dos estudantes. Identifiquei os pontos entre parentes como (A),(B),(C), (D). As entre parenteses e as letras sao minhas e nao aparecem no documento. Para mim é incrivel que Simango defendeu os pontos dos estudantes somente em 1969 quando estava sozinho em Dar Es Salaam sem pessoas para o apoiar depois dele ter sido usado pela camarilha que ele condena neste documento para combater os estudantes, ao ponto de vir ao Instituto um dia para secamente dizer: O instituto esta fechado e os estudantes devem prosseguir para Nachingwea, sabendo que era o plano de Mondlane, Samora Machel e outros para elimina-los.
Os quatro pontos que Simango incluem e para os quais ele toma as posicoes defendidas avançadas por nos os estudantes e pelos membros da Frelimo quanto a questao da presença de portugueses dentro da Frelimo sao:
(A) Como Simango diz, os estudantes nao estiveram contra os brancos no instituto, mas sim contra os portugueses visto que estes, Fernando Ganhao, Jacinto Veloso, Helder Martins e a senhora Helder Martins,eram potencialmente perigosos e os suspeitavamos de serem agentes do regime de Salazar.
(B) Simango aqui claramente defende os estudantes dizendo que os estudants nao estavam contra os brancos visto que havia professores brancos no Instituto e os estudantes nao diziam nunca que estes deviam tambem serm expulsos. Havia o americano Bill Minter que ensina as matematicas e a sua exposa que ensinava a geopgrafia, havia um professor da Checolovaquia qui ensinava as ciencias, havia um professor Goes (indiano, portanto) qui ensinava a Biologia
(C) Simango aqui defende o papel que Gwenjere jogou em apoio aos estudantes do Instituto moçambicano e na Frelimo por se solidarisar com o seu povo. Visto que Gwenjere apoiava os estudantes, os estudantes por seu turno apoiavam o Gwenjere na rebeliao contra a liderança de Mondlane.
(D) Mesmo dentro da Frelimo, afirma Simango, a posiçao de muitos membros da Frelimo contra os poucos infiltrados negros que favoreciam a presença dos portugueses era que portugueses nao deviam ser admitidos para o comité central ou para desenvolver actividades dentro da Frelimo visto que utilisariam as suas poisçoes para fazer o jogo de Salazar.
Abaixo as passagens no seu original ingles como Uria Simango o escreveu.
1966, A YEAR OF DIFFICULTIES
There were two main sources of difficulties: The Mozambique Institute and Cabo Delgado Province.
1. Mozambique Institute:
(A) The students at the Mozambique Institute were against the phy-sical presence of Portuguese nationals as their teachers for obvious reasons. To them this was a further form of colonialism, most dangerous one, brain wash (indoctrination). It should be said here how-ever that perhaps they were not aware of the real danger that was encroaching the movement. Although they had come on technical basis the Portuguese were determined through cunning ways, to infiltrate the Central Committee as members. Marcelino dos Santos played a very important role to achieve this, on the basis that they are also Mozambicans as the black masses – that they should not be discriminated against – a definition which was not established by any (?organization).
(B) It must be made clear that the students were not against white teachers as some tend to spread. There were other white teachers from USA, India, GDR, and Checoslovaquia but they did not demand their removal. To them it was not a problem of race but a group of people who could be in the organization on the Portuguese government mission. They convinced themselves that these elements were for this purpose.
(C) The participation of Father Gwenjere in the Mozambique Institute problems and in other affairs of FRELIMO was an expression of sympathy and solidarity with his own people.
It is necessary to give a short remark on races. The meeting of the Central Committee of September, 1968, discussed the question of
employing foreigners in the organization for technical tasks. Although some members were against employing people of Portuguese nationality the majority approved with a condition that they will have to accept the policy of FRELIMO and not to interfere in internal affairs of the organization.
(D)Some comrades doubted, even refused to accept this, not on employing foreign people from friendly countries, but only Portuguese people. As was seen in the meeting nobody was against having white people help in the organization as such. Those who refused based on previous experiences many problems appeared, they (Portuguese) wanted to be members of the Central Committee. To say that there is racism in FRELIMO is not true, but there is the spirit of vigilance in order to prevent imperialist infiltration and interference, in defense of the revolution and peopled interests.
The question of definition as who is a Mozambican in order to establish a clear legal status of many nationalities found in Mozambique: Portuguese, English, French, Swiss, Belgian, etc., was decided by the meeting of September, 1968 that it would be discussed by the meeting of March, 1969, which unfortunately was not discussed.
o partido que nao gosta de perder, mas a RENAMO DISCIPLINOU bem esses CAPANGAS em CITATONGA II de acordo com o meu SISE AMIGO. fonte secreta que tambem participou nesse confronto.
FUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII mutantesleo
o no gordio ainda permanece no artigo. a DERROTA HUMILHANTe ainda permanece. tire o essencial.
fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii MADAM SISE - PIDE DA FRELIMO
Gostariamos tambem de ver este "Veritas et Visus" iniciar argumentos seus sobre artigos que se colocam, em vez de sempre ele so ca chegar para assaltar o que os outros dizem. A sua maneira de agir cansam os outros e diz que ele tem um certo plano....
Esperemos que veremos "Veritas et Visus" a tomar tambem iniativas desde que ele conhece tantas coisas. Até é que ele pode escrever e dizer a Gil para colocar o seu artigo como artigo. Gil o fara de bom grado.
Até que veja algo de diferente na sua actuaçao, direi ao que ele disser como o meu grande amigo V. Dias diz: "Visto. Passa"
E muito obrigado, V. Dias por esta bela frase. Nao lhe roubei a frase. Reconheço o seu direito de autor -- o seu copyright.
Desconsegui de ler no documento do reverendo onde que diz que estudantes tinham tido a razao de se revoltarem contra a liderança de Mondlane.
Agradeço-lhe pelos cumprimentos. Se jamais houve uma coisa que muito me alegra é que fiz a minha parte na historia de Moçambique, principalmente no estabelecimento da paz em Moçambique. A paz foi muito importante, é muito importante e sera muito importante. Que depois tivemos os resultados que tivemos com a liderança da Renamo aceitando coisas dum inimigo derrotado, isto é uma outra historia. O titio Dhlakama pode nos explicar isto. Mas o povo resolvera este problema. Para isto estejamos fortes, duros e veremos o sol da liberdade a levantar-se e seremos entao todos moçambicanos/nas -- todos aqueles que neste belo pais nasceram ou nao nasceram, mas que sao moçambicanos e moçambicanas sem discriminaçao de tribo, regiao, raça, religiao.
Sem que alguns moçambicanos se considerem como mais moçambicanos do que o resto de nos. Obviamente, por isto, por enquanto, nao quero viver num pais onde serei considerando menos moçambicano, segundo a politica divisionista dos lideres da Frelimo.
Andar nas zonas libertadas da Renamo, as vezes por 12 hores de 5 as 17 horas por dia durante 16 dias e um belo dia durante 24 horas sob chuvas que começavam a inudar o pais deram-me uma certa visao do castigo em todo o povo estava metido devido a desgovernaçao da Frelimo. O pais inundado, foi questao de andar nas aguas. Noutra daquelas andanças acabei por perder 16 quilos -- um resultado muito belo. Sentia-me depois forte e rijo.
Mas finalmente, o Kenya, atraves deste esforço e dos outros,ligou a Frelimo e a Renamo para termos a paz que temos. Foi um processo longo durante o qual me encontrei em Nairobi com o cardeal Alexandre Maria dos Santos de Maputo, o arcebispo Jaime Gonçalves da Beira, o bispo anglicano Dinis Singulane dos Pequenos Libombos e outros membros do Conselho Cristao das igrejas de Moçambique.
Se o processo tivesse sido rapido, teriamos salvado mais vidas humanas que foram sacrificadas. Mas como Mutantesleo diz, aquela guerra foi um mal necessario que militarmente ddesgraçou a Frelimo, derrotou os bandidos armados e mercenarios do Zimbabwe, Tanzania e de Cuba.
Apesar das malandrices de Armando Guebuza de querer se fazer diligente lambeboteado e de querer cultivar o culto de personalidade e de abafar as poucas liberdades que temos, a situaçao nao é a mesma como durante o regime do saloio tsotsi Samora Machel. Mas que Armando Guebuza tenha cuidado. Os moçambicanos poderao vir a lhe dizer basta, como os nossos irmaos libios, egipcios, tunisianos e outros arabes dizem aos seus tiranos e ditadores. Os moçambicanos poderao nao vir a recuar mais como aconteceu durante as manifestaçoes contra o aumeto dos preços dos combustiveis e durante as gloriosas manifestaçoes de Setembro do ano passado.
Deve Guebuza tomar em conta que ele é transitorio, mas a naçao é intransitoria. Nao lhe vale a pena ser catura permanentente ou um homem imbuido em ideologias maoistas ou kim-il-sung-istas enquanto o mundo esta mudando. Se ele nao mudar, o mundo ira muda-lo.
Muito obrigado Prof.Moisés, desde a última vez que nos cruzamos-há mais de duas décadas, ESTANDO O SR acompanhado pelo Dr Kiplagat, confirmo que o Professor fez "from the beggining" muito pela Paz que hoje Moçambique goza, início esse dos Kenyanos e da Igreja Católica, NA PESSOA DO BISPO DA BEIRA, D. Jayme Gonçalves!
A geração- a nova- intelectual moçambicana tem de conhecer os percursores da paz, de que o Prof.Moisés fez parte, calcorreando matas, comendo o mínimo que a população heróica lhe oferecia-batata-doce, mandioca, e folhas verdes.
O seu livro-caso o publique- Mutantesleo, será ,melhor que o do Coronel Sérgio Vieira! Vai actualizar!
Pena que a idade não permita voltar "à carga", como diz o Beirense da Manga!
Passar fome com o povo, traz muitas recordações!Comer meia batata-doce, ou um bocado de mandioca,é melhor que mil bifes, quando o objectivo é liberdade e ESPERANÇA!E que recordações!
Obrigado UmBhalane, pelo seu novo HINO- A LUTA É CONTÍNUA!
ESTAMOS JUNTOS MutantesLeo!FUI...na vaga da luta pela ESPERANÇA!
Rendo-lhe homenagens por tão importante depoimento!
Que pena que a história seja contada assim parceladamente, por falta de historiadores sérios e isentos, que sejam imunes à atratividade (atractividade) das benesses dos poderosos da Frelimo no governo.
Temos por aqui alguns poucos que colaboram em suas narrativas com fragmentos reais e verdadeiros da História, por terem-na vivido ou dela participado ativa ou passivamente como atores, coadjuvantes, ou mesmo espectadores privilegiados.
Obrigado Mutantesleo.
Apenas para servir de referencia para o que nos, MOCAMBICANOS de todos as cores, credos e religioes, partidos politicos, queremos para o FUTURO!!!
Nao fomos nos que "inventamos" esta musica , que ate aos dias de hoje se canta em Mocambique!QUEM FOI??? A FRELIMO E QUE FEZ E...A FRELIMO E QUE FAZ!!!! QUEM SAO OS SAUDOSISTAS???? RECALCADOS??? RESSENTIDOS???
Nos os OUTROS, DE UMA FORMA OU DE OUTRA, RECONSTRUIMOS A NOSSA VIDA!!!! ENQUANTO QUE ALGUNS DEDICARAM-SE A DESTRUIR E A VENDER ESTE PAIS E O SEU POVO!!!!
FORAM E SAO MAIS PREJUDICIAIS QUE O COLONIALISMO PORTUGUES....DE LLLOOOONNNNGGGGEEEEE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! FIZERAM EM 35 ANOS O QUE NAO FOI FEITO EM 500. RECORD HEM??? GUINESS BOOK QUE TAL ???
A historia vai falar!!! AVERDADEIRA HISTORIA DOS LIBERTADORES DO JUGO DO COLIONALISMO, FACISMO, E OUTROS ISMOS QUE NOS TAO BEM CONHECEMOS VAI SER CONTADA!!! OS LIBERTADORES DA PATRIA...ALGUNS, VAO FICAR INDELEVELMENTE MARCADOS NOS LIVROS DE HISTORIA, QUE AS GERACOES VINDOURAS HAO-DE APRENDER NAS ESCOLAS!!!
SAUDOSISMO UUUFFFFF, TENHA JUIZO...
O que nao alinha ...e morto, silenciado, amachucado, pisoteado!!! nao e o metodo da mafia??? Bravo Maria Moreno, esta carta aberta de denuncia e um arrancar publico da mascara que a esta mafia ainda pretende continuar a resguardar, contudo continuo a dizer O REI VAI NU E NAO SE QUER DAR CONTA...erro crasso!!!!
Tambem minha familia perdeu bens; ao contrario de V.Dias e a semelhanca da Sra, nunca mais os viria a recuperar!!
Tudo o que aconteceu, viria a marcar todo um percurso de varias geracoes!!! meus avos e pais que tanto trabalharam para ter algo e que sempre foram Mocambicanos de coracao,foram expoliados. Meu pai que trabalhou desde os 12 anos para sustentar a familia, morreu quase sem nada e com uma reforma miseravel, para quem tanto deu por este pais!!! Contudo deixou um legado: codigo moral que sigo ate hoje! Bem hajam todos os Mocambicanos de bem!!! como diz umBhalane: A LUTA E CONTINUA!!!! EU ACRESCENTARIA: NAO HA MAL QUE SEMPRE DURE, TARDE OU CEDO...
Nos que nos revoltamos contra a sua liderança de Mondlane nao tinhamos duvida que o proprio Mondlane era um agente dos portugueses para alem da bem conhecida e documentada verdade de que era usado pela CIA. A segurança da propria Tanzania estava muito bem ao par de que Mondlane fazia o jogo dos portugueses, depois de secretamente ter seguido os seus movimentos, uma vez até a Lisboa. O que o presidente da Frelimo ia fazer em Lisboa? O gabinete de Rashid Kawawa, vice-presidente da Tanzania, tinha estes dados. Alguem naquele escritorio deixou o gato fora da sacola, como dizem os ingleses.
De acordo com a teoria de alguem que trabalhou nos serviços da segurança na casa do proprio Mondlane em Oyster Bay em Dar Es Salaam,o destinario de certas das transmissoes que ele era obrigado a transmitir da casa de Mondlane eram as forças portuguesas -- o que explicaria porque muitas entradas dos guerrilheiros em Moçambique através das fronteiras tanzanianas e zambianas eram conhecidas de antemao pelas tropas inimigas que emboscavam os nossos guerrilheiros.
Aproveito este espaço pare deixar bem claro que nao nos revoltamos contra a Frelimo, mas sim contra a liderança da Frelimo liderada pelos despotas Mondlane, Machel, Chissano, e outros. O nosso intuito era de reformar a Frelimo, deitar longe os vagabundos que nos vendiam e dirigiam mal tais Mondlane, Machel, Chissano, Marcelino dos Santos e outros.
De acordo com uma teoria apoida por tal individuo, a morte de Mondlane teria sido um acto dos tanzanianos e nada mais, como forma de remove-lo da Frelimo e da Tanzania. O proprio Nyerere que o convidara para ir a Tanzania para liderar a Frelimo ja estava embaraçado com a presença do seu amigo depois dum jornal tanzaniano ter desmascarado Mondlane com um agente da CIA. Nao estou aqui a dizer que Mondlane foi na verdade morto pelos tanzanianos, mas houve muitas manobras tanzanianas que fazem levantar suspeitas.
Em principio, Mondlane estava sossegado no seu emprego na Syracuse University em Nova Iorque e nao queria deslocar-se para a Tanzania, mas a CIA veio a por pressao nele para ir la para ser "os nossos ouvidos e os nossos olhos" visto que os americanos viam tudo em termos da guerra fria com os soviéticos e a China vermelha (termo muito utilisado na decada de 1960 em referência a China comunista de Mao tse-Tung). A preocupaçao de Mondlane sobre como se iria manter sem dinheiro, ficou resolvida quando a CIA lhe garantiu fundos (Ungar, "Africa," Stanford University Press, 1982).
Revoltamo-nos em 1968 contra a liderança do Mondlane. Sim isto é verdade. De acordo com alguns que tentaram aparecer por aqui, a revolta dos estudantes nao tinha nada a ver com os problemas da Frelimo. Nao era revolta, mas sim unicamente um balbuciamento dos estudantes que queriam previlégios e outras coisas para o seu bem estar.
Haviam alguns pedidos para se mudarem a maneira como o instituto era regido e os estudanetes queriam uma separaçao nitida entre os estudantes e os lideres da Frelimo. Os estudantes nao queriam que os lideres da Frelimo se intrometessem nos assuntos estudantis -- que os dirigentes parassem a tua tactica de usar alguns estudantes como espioes, chamados pides pelos outros estudantes, tais como o camarada Xadreque, a camarada Marcela, a namorada do Chissano que veio a ser a sua esposa.
Dar Es Salaam era o foco da revolta visto que era de la que Gwenjere e o ultrasecreto comité dos ancioes conhecido pelo seu nome swahili de BARAZA LA WAZEE -- pronunciar barasa la wazé --predominantemente de ancioes macondes actuavam contra a liderança da Frelimo. Mas o desmoronamento com a liderança de Mondlane e dos seus colegas registava-se por todas as partes na Tanzania e no proprio interior de Moçambique. Em Moçambique alguns comandantes da Frelimo tais como Arrancatudo viriam a entregar-se aos portugueses e a dirigir acçoes militares dos portugueses em Niassa que causaram muitos danos as bases da Frelimo.
Infelizmente, Uria Simango que tinha concordado com Gwenjere para trabalharem juntos até resolverem a situaçao na Frelimo veio a trair o Gwenjere -- a nos trair -- no tempo do nosso maior esforço. Colou-se ao lado do previlégio. Era até utilisado pelos seus colegas para ir nos provocar no Instituto moçambicano para anunciar que o instituto ia se fechar e que os estudantes seguissem para Nachingwea -- para uma morte certa nas maos do verdugo e criminoso saloio Samora Machel. A seguir um tal anuncio em que ele vinha acompanhado de Marcelino dos Santos, nos arrumamos e batemos os dois a valer.
Rashid Kawawa, vice presidente cuja pasta se encarregava dos assuntos da Frelimo e dos refugiados, veio anular a decisao e disse que os estudantes permanecessem no Instituto. Entre Fevereiro de 1968 e Julho do mesmo ano, Kawawa anulou todas as decisoes dos lideres da Frelimo para o instituto se fechar e s estudantes seguirem para Nachingwea. De qualquer maneira, um grande numero de estudantes ja tinha fugido principalmente para Nairobi e alguns para viverem na clandestinidade dentro da Tanzania e outros foram a Zambia ou ao Malawi, onde tinham familiares.
Derrocada a nossa revolta, Uria Simango revolta-se contra os seus colegas do chamado Triunvirato -- o poder de três pessoas, Simango, Marcelino dos Santos e Machel que instituiram depois da morte de Mndlne em 1969. A razao principal do desgosto de Simango era que estava chocado pela morte de Silvério Nungu que a Frelimo esfolou a baionetadas na barriga em Cabo Delgado sob a acusaçao de que tinha roubado dinheiro para beneficiar os seus sogros tanzanianos para quem mandou construir casas de andar.
Nungu era amigo de aldeia de Simango. Agora em 1969, o foco da nossa rebeliao em Dar Es Salaam tinha se apagado. O Baraza la Wazee que Simango tinha traido nao queria mais dele. La esteve o pobre homem sem quem o apoiasse -- declarado persona non grata pelo governo de Tanzania e chutado para o Egipto que o acolheu.
Antes da discordia, os seus colegas, Marcelino dos Santos e Machel, queriam que Simango fosse a Nachingwea. Simango cheirou um plano para elimnia-lo e recusou, revoltou-se e escreveu o seu famoso Documento Gloomy Situation in Frelimo (Situaçao sombria na Frelimo), falando das chacinas em Cabo Delgado e curiosamente dizedno que os estudantes tinham tido a razao de se revoltarem contra a liderança de Mondlane. Incrivel, nao é?
Regressando para a questao dos estudantes, o Instituto so foi fechado quando Kawawa, o vice-presidente da Tanzania, decidiu fecha-lo e nos mandou para Rutamba, o campo dos refugiados sob a tutela das Naçoes unidas do distrito de Lindi, provincia de Mtwara, tendo nos dado claras instruçoes que se qualquer lider da Frelimo aparecesse por ali, nos deviamos avisar o governo da Tanzania que iria tomar medidas serias contra tal dirigente.
Em temp recente, ja narrei para os leitores de Moçambique para todos a minha fuga daquele campo atraves a Tanzania para o Kenya. Quando penso daquela epopeia, fico estonteado nao sabendo como eu, Njanje, Costa Magiga -- que infelizmente veio a entregar o Gwenjere a Frelimo de Nairobi em 1977 -- sobrevivemos e nos escapamos de tantas dificuldades imensas. Marchas forçadas de dia e de noite, perguiçoes por membro da Jeshi la Mugambo (as milicias da Tanzania, infelizmente durante a noite), choques com almas doutro mundo,deparaçao com grandes gatos com outros iluminados naquela noie escura, elefantes e demais fenomenos entre Rutamba e Dar ES Salaam. Parte da viagem foi de machimbombo.
Durante a fuga toda na Tanzania, nos os tres nos falavamos o Swahili que tinhamos dominado e que falavamos sem acento estrangeirado. A situaçao na Tanzania do tirano Julius Nyerere mandava que falassemos o Swahili. Falar uma lingua que nao fosse o Swahili traria logo suspeitas e detençao por qualquer tanzaniano visto que Nyerere tinha transformado cada tanzaniano em espiao.
De Dar para Nairobi, viajamos como reis num daqueles machimbombos que transitavam entre Dar e Nairobi. Chegamos a Nairobi. Recomeçamos as nossas vidas. La vivi durante 17 anos, desligado da Frelimo e de Moçambique, até que o interesse por Moçambique fi despertado pelo fenomeno da Renamo, mas isto foi tambem passageiro.
Para mim pessoal, a minha vida no Kenya uma época muito frutifera em termos academicos e educacionais. La estudei, li e li e fiquei iluminado -- tornei-me num Buda nao espiritual, mas academico. Trabalhei, vivi bem e fiquei muito alegre até que parti para o Ocidente, onde vivo bem sucedido e satisfeito comigo mesmo em termo da educaçao adquerida aqui e a minha vida de grandes esforços remunerados. Durante os 24 anos ca vividos, a educaçao em ingles e em francês foi sempre a minha preocupaçao principal.
As causas da guerra civil! Benfeito, Mutantesleo! Esta é uma pagina a ser reconstituida. A Frelimo tem as suas explicaçoes que sao ideologicamente validas para ela, mas que nao correspondem a verdade. Mas é a historia da Frelimo.
Nos outros temos uma versao diferente. A recusa total do direito de escolher quem pudessem governar o povo moçambicano, a supressao de todos os direitos humanos pela Frelimo, a transformaçao de Moçambique num campo de prisao sem liberdades para nenhuma coisa, prisoes arbitrarias massivas, fuzilamentos publicos e secretos e campos de concentraçao transformaram Moçambique num volcao que ia explodir -- que devia explodir. E este volcao explodiu la onde a maxima brutalidade da Frelimo se exercia contra os moçambicanos: os chamados campos de re-educaçao.
O oportunismo da Rodesia e da Africa do Sul em apoiar a rebeliao nao era a causa da guerra tanto tambem como nao foi a causa da guerra anti-collonial o apoio militar soviético e chinês a Frelimo, como reclamava a liderança de Salazar. Se Salazar tivesse resolvido o problema de Moçambique em tempo oportuno e com a seriedade que o problema merecia ter, estes forasteiros nao teriam ninguem a apoiar para lutar contra Portugal. Nem vagabundos como Samora Machel e outros teriam vindo ao poder que conseguiram com a força das armas.
Apareça mais vezes.
É importante o seu contributo.
A LUTA É CONTÍNUA.
Nos anos pós - acordos de Lusaka 1974 e a proclamação da independencia (1975), assistiu-se em moçambique uma macabra selvajaria politica onde os libertadores imporiam a sua political Nachingweica num país com uma natureza pacifista.
Volvidos poucos anos da presença dos camaradas – comunistas, a esperança de construir um país novo seria gorado com práticas tiranicas e despoticas de um partido que sempre acreditou na exclusividade da memória comum e com um dever natural de construir um homem novo.
Nesta fase da história de moçambique, Samora e seus capangas teriam utopicamente acreditado que os mao- Frelimistas tinham uma responsibilidade ímpar e absoluta na gestão da liberdade colectiva. Porém, o povo moçambicano em 1976, com um instinto natural de auto-defesa, insurge-se contra o machelismo político o que levaria moçambique a uma guerra de esperança entre 1976 – 1992. Foi, embora com suas consequências nefastas, uma decisão acertada e necessária.
Causas da Guerra
Um tentativa de encontrar as causas, levaria diferentes historiadores a formular hipóteses algumas com tendências partidárias e outras apartidarias. Aqui, apresentaremos as seguintes:
• a teoria liberacionista- frelimista: essa teoria é defendida pelos camaradas – comunistas de Nachingwea. De acordo com esses comunistas, o despoletar da guerra de “desestabilização” ? é fruito da vontade dos colonos portugueses permanecer em moçambique como colonizadores e exploradores. Defendem ainda que André Matsangaisse, Afonso Dhlakama e outros eram simplesmente colaboradores e traidores dos feitos dos que fizeram e fazem. Joaquim Chissano viria mesmo a afirmar, na universidade são Tomás de Moçambique, que esses homens lutavam por uma causa que mal conheciam.
• teoria popular: defende que a causa primeira da guerra da esperança se fundamenta na procura de liberdade traída pelos homens de arma em punho: os bandos de Nachingwea. De acordo com esse grupo de pensadores, incluindo esse autor, o povo moçambicano movido pelo espírito de auto-defesa e com vontade de ver um moçambique prospero insurge-se contra as políticas SAMO- MACHIAVELICOS dos camaradas. Esse espírito de auto-defesa teria mesmo começado nos remotos anos de 1968 quando os estudantes do instituto moçambicano revoltaram-se contra as políticas Etnocentricas do endeusado Eduardo Chivambo Mondlane.
A Morte de Matsangaisse e a Liderança de Afonso Dhlakama (1979 – 1992)
Morto o heroi André Matsangaisse em 1979, o movimento (Renamo) viu-se obrigado a reorganizar-se. Levaria, portanto, uns seis meses para o efeito. Afonso Dhlakama, democraticamente eleito, viria a suceder Matsangaisse como lider do movimento. Várias missões foram incumbidas a Dhlakama dentre as quais incluem:
• reorganizar o movimento militarmente;
• procurar ajuda logística dentro e fora de moçambique;
• procurar a cooperação do povo moçambicano,
• convencer a comunidade internacional, com apoio de vários moçambicanos no estrangeiro, de que o movimento não era um bando de descontentes ou reaccionários, mas sim um movimento preocupado por uma causa nobre: a liberdade.
• Recrutar mais membros para o movimento, ect.
Citatonga II: O Campo de Batalha e a Humilhação da Frelimo
Citatonga II localiza-se no sul de Massequece – actual província de Manica. Uma região geograficamente propícia para uma guerrilha. De acordo com algumas fontes consultadas, a base de Citatonga II era o quartel general do movimento e era dirigido pelo conceituado Afonso Dhlakama: um Ndau.
Samora machel, movido pelo seu orgulho natural e satânico, queria a todo o custo aplicar num campo real a “ teoria Kaulziana de nô Gordio”. Para a concretização dessa teoria, o utópico Samora, que mal conhecia a região, mobilizou militares de diferentes partes de moçambique e pedido apoio militar ao despota Robert Gabriel Mugabe- um Shona de Zimbha – Kutama- zimbabwe.
O confronto militar começou com uma intensidade relâmpago; e a Renamo apanhado em contra pé, viu-se obrigado a optar por uma fuga estratégica. Reorganizada a Renamo de Dhlakama, responderia a esse ataque Samoriano com tal intensidade que obrigou os militares da Frelimo e do ZANU-PF a uma fuga humilhante. Citatonga II ficaria na história da Frelimo e dos CAMARADAS como sendo a BATALHA DE VERGONHA.
Humilhado Samora, nesse confronto directo, desenvolveria portanto um discurso bélico contra os seus vizinhos: o Malawi do Dr. Banda e a África do sul de Malam: acusando-os de apoiantes de bandidos armados.
E de notar que, aqui foi o começo do fim da era Samoriana e que viria a concretizar-se em 1986.
Causas da Derrota da Frelimo em Citatonga II
Várias foram as causas da humilhação samoriana em Citatonga II e dentre esses apresentamos os seguintes:
• localização geográfica do quartel general do movimento (renamo) que facilitou aos homens de Dhlakama responder aos ataques duma maneira estratégica que levaria aos homens da frelimo e da ZANU-PF a uma humilhante derrota.
• Uso de armas sofisticadas e técnicas militares avançadas traçada pelo General Afonso Dhlakama;
• Apoio popular que para além de dar informações importantes sobre a localização do inimigo ( FRELIMO E ZANU-PF), apoiava-os também com bens alimentares e armas recolhidas dos homens frelimistas e do Zanu-pf que tombavam nesse confronto;
• Fadiga humana: os militares zimbabweanos e frelimistas viram goradas todas suas estratégias militares; isso criou neles uma queda psicológica.
É de concluir que a guerra de esperança (1976- 1992) trouxe vantagens para moçambique e mencionamos as seguintes:
a) a queda parcial do machelismo político;
b) despertar de uma sociedade crítica capaz de contrapor as mentiras sistemáticas dos camaradas;
c) retirada de moçambique dos Bandidos armados do despota zimbabweano Robert Gabriel Mugabe e do despota tanzaniano Julius Nyerere;
FUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII: Mutantesleo 2011-03-04.
Esta carta considera-os TODOS BANDIDOS, porque bastaria ser membro da Frelimo, para que a Lei seja-"fosse" "obediente"!
Num Pais civilizado, esta carta serviria de mote para "atacar toda classe"!
Aí a classe virava Leão Indomável, e punha tudos nos "patins"!
Zicomo
Isto tem que ter fim.
Não só em relasção à missivista, como também a todos os demais esbulhados em suas posses!
E é mais triste saber, que, é luta perdida, por que os bens foram deitados sobre o pano roxo da "libertação" e lançadas as sortes sobre eles!
Maria José Moreno Cunha foi deputada. Sabe ela que a justiça passaria necessáriamente pela Casa de Leis, a Assembléia da República.
Quando diz:
..."os insistentes convites para nos filiarmos no Partido Frelimo, como condição para a devolução do nosso património. "...
Já aí está descartado o Judiciário, que seria a instância certa, exata, para o reparo ao esbulho possessório pela norma do direito.
FALECE O JUDICIÁRIO, FALECE O DIREITO EM MOÇAMBIQUE!
A possibilidade da devolução dos bens e o reconhecimento do direito sobre eles existe de fato, senão a Frelimo não teria o poder de fazê-lo mediante uma condição estabelecida, NÃO PELA LEI, NÃO PELO DIREITO, mas sim pela COOPTAÇÃO POLÍTICA!
Significa também, que o poder Juidiciário, se existisse, poderia restituir os bens esbulhados mediante um processo jurídico, MAS RECONHEÇA-SE QUE DE FATO A LEI, A JUSTIÇA, O PODER, É A FRELIMO!
A Frelimo pode, ao largo do Judiciário e da Justiça, dar, conceder, destinar, designar, receber, tomar, confiscar, direitos e bens!
Triste país!
Maria José Moreno cunha foi deputada da Assembléia da República, e tem todo o esclarecimento da questão que a afeta diretamente!
Vamos aqui colocá-la:
Quando adquiriram a independência de Moçambique frente a um Portugal roto, cagalhão, medroso, relapso, prevaricante, os "libertadores" já tinham programado e colocado no papel os planos de apropriação, esbulho, confisco, roubo até, e posse entre eles dos bens dos colonos portugueses. O BOTIM DA VITÓRIA NÃO SE FEZ CONTRA A PROPRIEDADE DO ESTADO PORTUGUÊS EM MOÇAMBIQUE, MAS SIM CONTRA O CIVIL PORTUGUÊS OU DE ORIGEM PORTUGUESA!
Feito o botim, urgia que se resguardassem os "libertadores", da reclamação posterior daqueles bens roubados! Que fizeram? Correram logo a decretar que, para os outros que não os libertadores, A POSSE DA TERRA PERTENCERIA AO ESTADO!
E estamos por aí: A POSSE DA TERRA E O QUE NELA EXISTE PERTENCE AO ESTADO MOÇAMBICANO, QUE PODERÁ CONCEDÊ-LA PARA FINS DE EXPLORAÇÃO ECONÔMICA VERTIDA AO INTERESSE DO ESTADO.
Daí, que, a ex-deputada sabe muito bem que, em tese, a devolução dos bens "roubados" (eufemisticamente dito: "expropriados") da sua família, e sobre os quais reivindica devolução, SÓ SE DARÁ PELA MODIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DO PAÍS, através da Assembléia da República, em emenda votada, aprovada e promulgada!
Primeiro, há que ter algumem que apresente a emenda;
Segundo, há que ter interesse da Mesa para a distribuição às comissões de análise, depois para a pautação dessa emenda, e em seguida levá-la ao plenário para a votação;
Em terceiro, há que ter interesse do governo pela aprovação, já que essa aprovaçaão depende de maioria favorável, E TAL MAIORIA É GOVERNAMENTAL, por consequência frelimista!
Agora, cara deputada, em sã consciência, é possível Vossa Senhoria imaginar os frelimistas devolvendo, de boa vontade, os bens roubados de que usufruiram durante todo esse tempo decorrido? NUNCA O FARÃO! Portanto, esqueça que votariam favorável a uma emenda constitucional de reparo do direito esbulhado.
Só resta a alternativa das coisas à socapa, à sorrelfa, como o que propõe a Frelimo, à margem do Direito e da Lei, e convenhamos que, O DIREITO E A LEI EM MOÇAMBIQUE FALECERAM, OU SÃO OU ESTÃO "DE FATO" E NÃO "DE JURIS", COM A PRÓPRIA FRELIMO, TAMBÉM USURPADOS ASSIM COMO FORAM OS SEUS BENS!
Pelo que demonstra, Vossa Senhoria sacrifica tudo em virtude de um princípio: "Continuo a acreditar que a adesão a um partido político deve ser voluntária."
Portanto...
NADA ESPERE DESSA SUA COMOVENTE CARTA ENDEREÇADA A UM DOS PRÓPRIOS LADRÕES DOS BENS DE SUA FAMÍLIA!
Creio que nenhum "branco de 2ª” não quereria ter a cidadania moçambicana. Simplesmente desencadeou-se uma politica de perseguição cruel a quem quer que fosse na mira do poder dos teres e haveres.
A condição de os salvaguardar fazem lembrar Maquiavel quando afirma "O fim justifica os meios”.
Apenas queria-se um Moçambique para todos e afinal, surgiu um Moçambique para oportunistas, lambe botas não se importando de comer o pão que o Diabo amassou.
Sei que também se aprende com erros e Moçambique, hoje, tenta ultrapassá-los. Porém quem sentiu in loco o medo da perseguição portadora da morte insidiosa e cruel, jamais conseguirá libertar-se deste anátema político. Vive-se sempre com o amanhecer de todas as coisas e seres perdidos que insistem em aparecer cada dia, cada hora, cada momento , uma realidade por muito distante que esteja.
Maria de Sá
A ser verdade o que aqui se relata, é de toda a JUSTIÇA que todos , da melhor forma que soubermos, divulguemos este roubo de património, feito á força da bala , com assassinatos referenciados.
Que politica é esta, que põe como condição, inscrever-se na Frelimo, para ter direito ao que lhe roubaram? Já não há vergonha? Vale tudo?
Com estes exemplos, que olhar pode ter o povo moçambicano para quem o governa?
Será que não temem a “vaga “ que está atravessando o Egipto, a Libia , etc ?... Será que julgam ficar impunes ?
Não devemos calar estas injustiças, mas sim divulgá-las a nivel nacional e internacional, para ver se a palavra JUSTIÇA começa a ter mais sentido .
Moçambique e o seu povo merecem que nos indignemos e que digamos alto a nossa condenação de todo este tipo de procedimentos.
Um amigo de Moçambique
José Canelas
Pelo menos na época do comunismo a Frelimo em Moçambique e o MPLA em Angola eram mais coerentes com seu modo de ser e não hoje onde como lobos vestidos de carneirinhos, para agradar a plateia internacional (leia-se Estados Unidos e União Europeia) posam de partidos democráticos...
Ricardo Martins Soares
Curitiba - Brasil