Massacre em Connecticut: América pergunta o quanto isso vai continuar?: Voz da Rússia

Andrei Fediachin

15.12.2012, 18:56, hora de Moscou

EPA

Pelo menos 27 pessoas, sem contar o próprio assassino, foram mortas durante o massacre na escola primária da cidade americana de Newtown em Connecticut. A maioria das vítimas são crianças dos 5 aos 10 anos. O assassino, Adam Lanza, de 20 anos suicidou-se. Entre as vítimas adultas estavam a mãe de Lanza e mais 5 pessoas, entre eles professores da escola. O presidente Barack Obama declarou 4 dias de luto nacional.

Veja as fotos

A principal pergunta que está no ar agora na América é: "Por quanto tempo isso vai durar?". O massacre em Connecticut não é o primeiro evento deste tipo nos EUA. O último massacre aconteceu em 2007 no Instituto Politécnico na Virginia. Na época mais de 32 pessoas morreram. Desde 1999 tragédias parecidas aconteciam com uma frequência assustadora. Durante a presidência de Obama já foram 5. No entanto, esta foi a primeira vez que uma escola primária foi alvo.

Logo depois da tragédia, Barack Obama fez um discurso na Casa Branca e admitiu que os EUA tem passado por pesadelos como estes com bastante frequência, o que não pode ser deixado sem consequências. Ao discursa, Obama não conseguiu segurar as lágrimas.

"Nós, como país, passamos por isso várias vezes. Seja na escola primária em Newtown, no shopping no Oregon, na Igreja em Vinsconsin, no cinema em Aurora ou em Chicago, todos eles fazem parte dos EUA. Todas estas crianças, são nossas crianças. Precisamos ser corajosos para fazer o que é necessário e prevenir tragédias como estas. Sem se ligar à politica."

A questão agora é quais "as medidas efetivas" que serão feitas por Obama e o quão forte é o presidente para realizá-las? Nos últimos 4 anos de sua presidência, as leis de controle sobre as armas de fogo nos EUA não só não foram tornados mais rígidos, como se tornaram mais brandos em alguns estados dos EUA.

A Rússia também deverá fazer suas conclusões do massacre ocorrido na escola de Newtown, diz o diretor do Instituto Russo de Planejamento Estratégico, Alexander Gusev.

"A tragédia deverá fazer pensar aquelas pessoas que defendem o uso de armas de fogo. Além do mais, a Rússia já está discutindo formas de tornar o controle sobre armas mais rígido. A humanidade deverá aprender alguma coisa, pois a arma não é apenas um instrumento feito para defender as pessoas do meio, que está cada vez mais agressivo, mas também matar as pessoas em volta."

Um dos mais proeminentes defensores da rigidez do controle sobre as armas nos EUA, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, declarou que a situação está se tornando insuportável. É inimaginável que uma chacina como esta tivesse ocorrido em uma escola primária. Fazer discursos sobre "medidas eficazes" já não é o suficiente, disse Bloomberg. O presidente deve mandar ao Congresso uma Lei que termine com este problema.

Os líderes de vários países do mundo, incluindo o presidente da Rússia, Vladimir Putin e o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, expressaram as suas condolências às vítimas da tragédia.