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Os analistas do banco de Nova York Morgan Stanley publicam em dezembro há já 30 anos uma lista de eventos macroeconômicos que podem ocorrer no ano que vem com a probabilidade de 50%.
Desta vez o prognóstico de Morgan Stanley prevê o crescimento do processo de fragmentação do mundo, o início da desagregação das organizações internacionais e a formação de novos “centros de força”.
Para o Velho Continente a primeira “hora X” serão eleições parlamentares extraordinárias na Itália, que podem ser realizadas já em fevereiro. O mais provável é que este sufrágio se realize sob a divisa de crítica das medidas de austeridade, tal como aconteceu na primavera do ano passado na Grécia. Mas a Itália não é Grécia. O crescimento da instabilidade neste país poderá provocar um pânico muito mais sério nos mercados financeiros internacionais. Neste caso, será precisamente a Itália, e não a Espanha, o primeiro país da zona do euro a pedir a ajuda dos fundos europeus anti-crise, o que vai infligir um golpe contra todo o flanco sul da União Europeia, que já vive nos últimos meses um estado de tensão por causa da Grécia, - fez lembrar à Voz da Rússia Piero Bini, professor da economia da Universidade de Roma III.
"O problema da dívida pública da Grécia pode ser resolvido de duas maneira – na base do crescimento considerável da renda real do país ou em resultado da renúncia dos países europeus à intenção de recuperar os “créditos gregos”. A nova tranche de ajuda a Atenas, combinada pelo Grupo Europeu, é uma variante intermédia que permite suavizar o processo de consolidação orçamentária da Grécia. No entanto, continua em pé a questão de saber se é possível semelhante saneamento da economia grega ou se estaremos perante apena mais um adiamento do default? A economia da Grécia é fraca e o adiamento da amortização da dívida pode resultar insuficiente. Além disso, o adiamento deve ser acompanhado por um plano de investimentos e de desenvolvimento da infraestruturas.. É preciso constatar que a Europa não consolidou até hoje a sua unidade política e, por conseguinte, o sentimento de solidariedade."
No entanto, o incremento de problemas financeiros em torno da Grécia e da Itália é apenas um dos desafios que a União Europeia pode enfrentar no próximo ano. Afigura-se ainda mais dolorosa a crise política da União Europeia, provocada pela intenção da Grã-Bretanha de abandonar esta união.
É preciso constatar que a decisão do governo britânico, anunciada na última cúpula da União Europeia de não aderir ao Mecanismo Bancário Europeu de Fiscalização vem aumentar os argumentos dos que tecem considerações sobre o surto de tendências isolacionistas no Reino Unido. O perito do Instituto da Europa junto da Academia de ciências russa Vladislav Belov participou na palestra com a Voz da Rússia que, durante a atual crise financeira na Europa, a Grã-Bretanha confirmou reiteradas vezes que é partidária do estudo detalhado de quaisquer propostas anti-crise.
"Semelhantes propostas devem ser estudadas de uma ou outra maneira. A Grã-Bretanha declara que necessita de um certo tempo a fim de compreender de que forma as diversas alterações da legislação europeia correspondem aos interesses nacionais da Grã-Bretanha. É que a Grã-Bretanha é um país que não consente de imediato. Vários outros países fora dos limites da zona do euro adotaram a mesma posição, o que cria problemas complementares para Bruxelas."
O que é que os banqueiros americanos pressagiam à Rússia? Na sua opinião, a crise europeia pode comunicar um impulso complementar à integração no espaço pós-soviético.
Qual é a probabilidade deste desenrolar dos acontecimentos? Os próprios peritos da Morgan Stanley avaliam a probabilidade da crise na Itália, da saída da Grã-Bretanha da União Europeia e do ingresso da Ucrânia no espaço alfandegário único (Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão) em 50%. Os analistas financeiros independentes estão mais céticos e afirmam que existe uma só chance de que o desenrolar dos acontecimentos tome este rumo contra três chances contra. Mas, em qualquer hipótese, estes eventos são mais prováveis do que as apostas que as despectivas agências aceitam na véspera do Ano Novo. Entre estas últimas constam a descoberta de Osama bin Laden vivo, a queda da Torre Eiffel, a descoberta de um macaco falante nas selvas da África Central e, inclusive, o casamento do Papa de Roma.
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