11 de Dezembro de 2012 • 14h58 • atualizado às 15h44
"Vampiros" e "necrófilos" foram algumas das expressões usadas pelos aliados do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para os opositores que especulam sobre o possível falecimento do líder. Apesar disso, o reconhecimento inédito do presidente no fim de semana de que o câncer poderá colocar fim ao seu governo de 14 anos representou o término de um tabu. Os líderes da oposição sabem que poderão ter outra chance de fazer descarrilar a revolução socialista no país integrante da Opep.
"Estamos trabalhando com todos os cenários possíveis, mas uma coisa está clara: é o povo venezuelano (não Chávez) que vai decidir o seu futuro", afirmou à Reuters a líder da oposição Maria Corina Machado, após uma reunião estratégica com colegas na segunda-feira. Ainda sentindo o gosto da derrota contra Chávez na eleição presidencial de outubro, a oposição vinha concentrando seu foco exclusivamente nas eleições estaduais de domingo, na esperança de ao menos manter os sete Estados que controlam de um total de 23 no país.
A viagem de Chávez a Cuba, porém, para fazer uma nova operação contra o câncer após indicar o sucessor de sua preferência caso ele sucumba à doença potencializou a oportunidade da oposição. A Constituição da Venezuela estipula que uma nova eleição deve ser convocada em 30 dias caso Chávez fique incapacitado, preparando o cenário para um novo confronto no país bastante polarizado.
Sem Chávez, o cenário mais provável seria uma eleição entre o indicado por Chávez, o vice-presidente Nicolás Maduro, e Henrique Capriles, que obteve 45% dos votos ao disputar a eleição contra o presidente em outubro. Pesquisas de opinião do passado indicam que Capriles é mais popular do que todos os principais aliados de Chávez. Mas Maduro, um ex-motorista de ônibus que também é o chanceler de Chávez, é o mais popular entre eles e teria a vantagem de ter sido indicado pelo presidente.
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