Dhlakama nunca impediu ninguém de trabalhar
ASSEGURA VIANA MAGALHÃES SG DA RENAMO
Na hora do “adeus” e a faltarem poucos dias para a sua substituição do cargo de Secretário Geral, da Renamo, Viana Magalhães, negou que Afonso Dhlakama não deixa as pessoas indicadas para aquelas funções, trabalharem à vontade.
Falando à imprensa, em Maputo, o actual SG da Renamo esclareceu que um dos grande problemas que enfrenta qualquer secretário-geral naquele partido da Oposição é a exiguidade de fundos. Magalhães respondia assim a informações que circulam nalguns círculos políticos da capital, dando conta que o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, não tem dado campo de manobra aos sucessivos secretários-gerais com quem tem trabalhado nos últimos tempos.
A Renamo tem projectado para este mês de Março, a eleição de um novo secretário-geral que deverá substituir Viana Magalhães das suas funções tendo em conta que acaba de assumir novas responsabilidades ao nivel da Assembleia da República, como um dos vice-presidentes da AR.
Além da alegada falta de tempo do deputado Viana Magalhães, a Renamo entende ser tempo de
reestruturar o secretariado geral da organização como forma de fazer frente aos desafios do futuro.
O problema da falta de dinheiro
Na óptica de Viana Magalhães, a insuficiência financeira leva a que não sejam concluídos dentro dos
prazos estabelecidos.
Magalhães acrescentou que a falta de dinheiro relaciona-se com a ausência da cultura de contribuição
por parte dos membros da “perdiz”. A fonte indicou que muitos dos membros da Renamo dependem do pouco que o partido recebe do Orçamento Geral do Estado e um número considerável de membros não pagam as quotas para a sobrevivência do partido. A Renamo conta com mais de um milhão de membros em todo o país, e do fundo do Estado recebe mensalmente três biliões de meticais.
Numa situação normal, o secretário-geral da Renamo entende que o seu partido precisaria de aproximadamente nove a dez biliões de meticais por mês para o seu funcionamento.
As dividas contraídas pela ONUMOZ
Além da maior parte dos membros não pagarem as suas quotas, aquela organização está a pagar dívidas herdadas do tempo da ONUMOZ. Os dados mais recentes indicam que a Renamo está a dever vinte a vinte e três biliões de meticais a diversas instituições, incluindo pessoas singulares.
Estas dívidas, segundo as explicações que nos foram dadas por Magalhães, teriam sido contraidas pelas Nações Unidas aquando da sua presença em Moçambique depois da assinatura do Acordo Geral
de Paz. «Foram várias pessoas e diferentes organizações que se comprometeram com ONUMOZ dando, por exemplo, combustível e outras coisas para que a Renamo se implantasse nas cidades. Só que, estranhamente, a ONU saiu do país sem ter saldado as suas dívidas», acusou.
Viana Magalhães diz que não compreende muito bem como é que as dívidas foram contraídas porque na altura não estava na direcção do partido.O certo é que neste momento há pessoas que rompem as
portas da instituição para exigirem dinheiro à Renamo que devia ser pago pela ONUMOZ.
AC E REDAÇÃO – IMPARCIAL – 01.03.2005
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