7.11.2012, 15:45
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O chamado “abismo fiscal” subentende uma alteração súbita da política financeira do Estado. Este fenómeno pode acontecer nos Estados Unidos em 1 de janeiro de 2013, quando termina o período de facilidades fiscais.
A partir do Ano Novo, serão anuladas as facilidades fiscais
concedidas aos empresários. A Casa Branca terá de reduzir bruscamente as
despesas e voltar a elevar o teto da dívida pública, estabelecido pela última
vez pelo Congresso ao nível de 16 triliões e 390 bilhões de dólares. Hoje em
dia, os EUA dispõem apenas de 150 bilhões de dólares para cumprir os
compromissos orçamentais. A tarefa torna-se praticamente inviável, levando em
consideração os ritmos de despesas do país.
A economia americana pode perder até 5% do PIB e mais várias
centenas de milhares de pessoas ficarão sem emprego. A crise nos Estados Unidos
pode voltar a prejudicar seriamente a economia mundial, considera o economista
Pavel Medvedev:
“Se as possibilidades financeiras dos Estados Unidos diminuírem,
o país irá comprar menos. Tal significa que a China, Japão e Europa terão menos
encomendas. Em resultado, diminuirá o número de postos de trabalho. Será uma
espécie de cadeia de desgraças”.
Em toda a história, a América nunca se deparou com o “abismo
fiscal”. Portanto, devem ser tomadas medidas sem precedentes para estabilizar a
economia. Neste contexto, os ministros das Finanças do G20 apelam a que as
autoridades dos Estados Unidos tomem uma decisão o mais depressa possível, como
foi declarado ainda na cúpula no México. Ao mesmo tempo, o presidente do país
terá o principal papel na solução deste problema, afirma o diretor do
Departamento de Análise Estratégica da empresa de consultoria FBK, Igor
Nikolaev:
“Se vencer Obama, o teto da dívida pública será elevado e o país
escapará ao abismo fiscal. Mas tal não significa que este fenómeno não
acontecerá no futuro. Mas tal é possível, se vencer Romney. A meu ver, o ´abismo
fiscal´ deverá ser controlado, isto é, passar realmente para um programa de
poupança de meios orçamentais e ver o que acontece com as facilidades
fiscais”.
Seja como for, o Congresso terá a última palavra. O futuro da
economia dos Estados Unidos dependerá da sua operacionalidade. Mas se Washington
não conseguir superar as divergências políticas internas, o país poderá se
deparar com uma segunda Grande Depressão.
Os peritos coincidem na opinião de que, se a Casa Branca permitir
o “abismo fiscal”, a América poderá perder o estatuto de principal economia do
mundo já a partir do próximo ano. As agências financeiras americanas comentam
entre si a possibilidade de rever o rating soberano do país. Os
investidores voltarão a procurar mercados mais estáveis para seus capitais. É
evidente que a China e a Europa, levando em conta sua dependência da economia
dos Estados Unidos, não ocuparão as primeiras posições nesta lista. É provável
que, nestas condições, Moscou se possa tornar um novo centro financeiro
internacional.
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