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Sobre Wiriamu escreve:
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Finalmente, dois dias antes do 25 de Abril, uma "cacha" na imprensa britânica ameaçava destruir de vez a imagem externa do regime do "Estado Novo". Foi graças ao 25 de Abril que o exclusivo da imprensa inglesa não teve grande efeito internacional e, de certa forma, até ajudou a legitimar os actos dos militares revoltosos.
A novidade foi publicada no diário londrino "The Guardian", a 23 de Abril de 1974, mas não teve o devido destaque nas cronologias oficiais do 25 de Abril, apesar de ter tido direito a uma menção na primeira página daquele jornal e de ter sido registada, igualmente, no diário "The Times", no dia seguinte, véspera da revolução portuguesa. Foi uma notícia que nunca chegou a Portugal.
O "The Guardian" publicou, na íntegra, o relatório secreto, elaborado por militares portugueses, que confirmava, pela primeira vez, no seio do exército português, os massacres de Wiriamu, em Moçambique. Denunciados pelo padre Adrian Hastings, em Junho de 1973, na véspera da visita oficial de Marcello Caetano a Londres, os massacres de Moçambique, perpetrados em Dezembro de 1972, destruíam a legitimidade das acções militares portuguesas na defesa dos interesses coloniais em Africa.
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Finalmente, dois dias antes do 25 de Abril, uma "cacha" na imprensa britânica ameaçava destruir de vez a imagem externa do regime do "Estado Novo". Foi graças ao 25 de Abril que o exclusivo da imprensa inglesa não teve grande efeito internacional e, de certa forma, até ajudou a legitimar os actos dos militares revoltosos.
A novidade foi publicada no diário londrino "The Guardian", a 23 de Abril de 1974, mas não teve o devido destaque nas cronologias oficiais do 25 de Abril, apesar de ter tido direito a uma menção na primeira página daquele jornal e de ter sido registada, igualmente, no diário "The Times", no dia seguinte, véspera da revolução portuguesa. Foi uma notícia que nunca chegou a Portugal.
O "The Guardian" publicou, na íntegra, o relatório secreto, elaborado por militares portugueses, que confirmava, pela primeira vez, no seio do exército português, os massacres de Wiriamu, em Moçambique. Denunciados pelo padre Adrian Hastings, em Junho de 1973, na véspera da visita oficial de Marcello Caetano a Londres, os massacres de Moçambique, perpetrados em Dezembro de 1972, destruíam a legitimidade das acções militares portuguesas na defesa dos interesses coloniais em Africa.
Assinado pelos jornalistas Peter Niesewand e António de Figueiredo, o título acusava Lisboa de ter dado “licença para matar” a mercenários da Rodésia, país liderado por Ian Smith.
O relatório do exército português defendia que tropas pára-quedistas de luta anti-guerrilha atacaram alvos pré-determinados no interior de Moçambique e tinham ordens para não fazer prisioneiros, nem militares ou civis, mas sim «matar todos os que encontrassem». Acrescentava o relatório que as tropas da Rodésia levaram a cabo esses ataques «com o conhecimento e cooperação das autoridades portuguesas» e confirmava o massacre de Wiriamu por tropas portuguesas que teriam actuado debaixo de ordens do comando militar da província moçambicana de Tete.
Explicava ainda o "The Guardian", que o «relatório fora compilado por oficiais que serviram naquela conturbada colónia africana, apoiantes de Spínola e das suas teses». E que o relatório mencionava a visita de Costa Gomes, a Moçambique, em Fevereiro de 1974, em que «demonstrou interesse pessoal no inquérito secreto pedido pelo governo de Marcello Caetano sobre os massacres de Wiriamu e Chavola, perto de Tete».
O golpe militar em Lisboa, dois dias depois, poupou o país a um julgamento público e internacional.
In Estado de Segredos(2010), de Frederico Carvalho, pág.s 45/46
O relatório do exército português defendia que tropas pára-quedistas de luta anti-guerrilha atacaram alvos pré-determinados no interior de Moçambique e tinham ordens para não fazer prisioneiros, nem militares ou civis, mas sim «matar todos os que encontrassem». Acrescentava o relatório que as tropas da Rodésia levaram a cabo esses ataques «com o conhecimento e cooperação das autoridades portuguesas» e confirmava o massacre de Wiriamu por tropas portuguesas que teriam actuado debaixo de ordens do comando militar da província moçambicana de Tete.
Explicava ainda o "The Guardian", que o «relatório fora compilado por oficiais que serviram naquela conturbada colónia africana, apoiantes de Spínola e das suas teses». E que o relatório mencionava a visita de Costa Gomes, a Moçambique, em Fevereiro de 1974, em que «demonstrou interesse pessoal no inquérito secreto pedido pelo governo de Marcello Caetano sobre os massacres de Wiriamu e Chavola, perto de Tete».
O golpe militar em Lisboa, dois dias depois, poupou o país a um julgamento público e internacional.
In Estado de Segredos(2010), de Frederico Carvalho, pág.s 45/46
1 comentário:
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