Berlusconi preso por fraude fiscal

Itália: Veredicto de primeira instância no caso Mediaset

 

O antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi foi ontem condenado a quatro anos de cadeia por fraude fiscal no âmbito do chamado caso Mediaset.

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Por:F. J. Gonçalves, com agências

‘Il Cavaliere’ beneficiou, no entanto, de uma amnistia de três anos, mas o tribunal decretou ainda cinco anos de inabilitação para o exercício de cargos públicos. A sentença foi conhecida no mesmo dia em que a marroquina Karima El Mah-roug, ou Ruby, veio a público confirmar que as famosas festas ‘bunga bunga’ eram pretexto para orgias sexuais.

O Tribunal de Primeira Instância de Milão considerou que Berlusconi, de 76 anos, foi parte activa num negócio fraudulento de 470 milhões de euros. A empresa de telecomunicações Mediaset, da qual é accionista maioritário, comprava direitos de transmissão de filmes norte-americanos a preços inflacionados, permitindo a Berlusconi arrecadar milhões de euros não declarados. Este facto levou o tribunal a condenar o antigo líder de governo a ‘devolver’ dez milhões de euros ao Estado.

Frank Agrama, produtor norte--americano, foi condenado a três anos de cadeia, e Fedele Confalonieri, presidente do grupo Mediaset, foi absolvido. "O veredicto é inacreditável, totalmente divorciado de toda a lógica judicial", afirmou a defesa de Berlusconi, que vai recorrer.

Entretanto, após meses de silêncio, Ruby não podia ter escolhido pior momento para voltar a falar das famosas orgias de ‘Il Cavaliere’. É que ela está no centro de outro processo contra o antigo primeiro--ministro, acusado de sexo com menores por, alegadamente, ter mantido relações com a marroquina em 2010, quando tinha somente 17 anos. Em tribunal, Berlusconi nega ter organizado orgias, mas Ruby diz o contrário: "Entre 30 raparigas, cada uma fazia o que lhe apetecia. Umas queriam fazê-lo [sexo], outras não. Eram todas maiores, o único problema era eu."

RONALDO CHAMADO A DEPOR NO CASO DAS ORGIAS

Os advogados de Silvio Berlusconi no caso Ruby têm vários famosos na lista de testemunhas. Um deles é o português Cristiano Ronaldo, que poderá ser chamado a tribunal para contar o que viu nas famosas festas ‘bunga bunga’ do antigo primeiro-ministro.

Outro famoso chamado a testemunhar, o actor norte-americano George Clooney, acabou por faltar à audiência de ontem. Clooney e a ex-namorada Elisabeta Canalis alegam ter sido convocados em cima da hora.