by Americo Matavele on Wednesday, 8 February 2012 at 10:41 ·
“A constituição de um paradigma instaura a comunidade dos sábios, e não de génios isolados, e define não só o meio de solucionar os problemas como também os problemas que convém resolver.” Thomas Kunh
Lembro-me que o entrevistado lançou um tema sobre esta diferença entre a Frente e o Partido, no seu post do dia 24 de Janeiro, onde houve um acérrimo e cerrado debate. Aqui no Facebook, na página do jornal Canal de Moçambique, onde se tirou a capa, eu disse que não existe nada de polémico na entrevista do Egídio; pelo contrário, o que li no jornal impresso, é mais uma opinião de mais um historiador moçambicano, e o próprio Egídio veio concordar comigo.
Só que, vejo que há muitos que usam esta entrevista para sararem feridas da sua auto flagelação, e deslumbram pela primeira vez uma verdade irrefutável. O que é a Verdade? Pergunta tabu esta. Para mim a verdade é a reunião de factos, sua interligação e transformação até se encaixar no estado do espírito de quem lê, escuta ou pensa. A verdade é condicionada pelo estado do espírito do receptor. O Egídio fez uma boa reunião de factos, pistas, provas que desaguaram nesta entrevista.
Não nego o ponto de vista egidiano, mas discordo sinceramente com ela, pois notei uma voluntariedade determinista de olhar os factos. Vamos por fases:
- 1. O CENTRO DO DEBATE É A DIFERENÇA ENTRE A FRELIMO E O PARTIDO FRELIMO.
- 2. A LÓGICA DA DIFERENÇA
- 3. O USO DO DETERMINISMO
- 4. REFUTAÇÃO DA TEORIA DE PARADIGMA
Isto é, cada tempo exige certo tipo de intervenção de acordo com os seus problemas, e é daí que desenha-se certo tipo de soluções (que viram Paradigma), para estes problemas, até entrarem em desuso, ou virarem normais e de normal convivência (estilo míni-saia e calções para as mulheres). Quando aparecem novos problemas, estes claramente exigem uma forma de encará-los, e as soluções passadas não seriam mais úteis, nascendo assim um novo paradigma de resolução de problemas.
É exactamente isso que o mano Egídio não está a querer ver. Para ele não existe transformação, mas somente a ruptura. Eu não concordo com ele. A FRELIMO já não tinha necessidade de continuar, pois os problemas que queria resolver já estavam resolvidos! Daí que ela TRANSFORMOU-SE em Frelimo, para enfrentar problemas novos! Não houve nenhuma ruptura, estagnação, mas sim houve transformação, e esta não é estática. Só falta dizer-me que o Maxaquene, teve um tempo de ruptura, e não se pode contar o tempo em que chamava-se Sporting Clube de Lourenço Marques, para a comemoração dos seus 100 anos em 2020! Yeah, porque teve estes nomes todos: 1920–1976: Sporting Clube de Lourenço Marques; 1976–1978: Sporting Clube de Maputo; 1978 até hoje: Clube de Desportos Maxaquene. E ainda tentou ser Asas de Moçambique, só que levava tchaia que nunca acabava, até com Metal Box, que decidiu voltar a ser Maxaquene. Tsc...
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