40º aniversário da sua morte
Todos os discursos das cerimónias centrais da homenagem a Josina Machel em Chilembene, província de Gaza, convergiram-se num ponto: tentativa de definir a figura de Josina.
Coragem e abnegação é como foi ontem caracterizada a heroína moçambicana Josina Machel, nas cerimónias centrais da sua homenagem pela passagem do 40º aniversário após a sua morte a 7 de Abril de 1971, vítima de doença.
as suas colegas de batalha no campo de treino militar de Nachingwea, na Tanzania, e de Tunduru, em Cabo Delgado, como é o caso de Marina Pachinuapa, Paulina Mateus e Deolinda Guezimane, afirmaram ontem que Josina Machel tinha uma coragem excepcional e transcendental, incomum entre os imortais.
Marina Pachinuapa levantou-se ao pódio e contou como Josina Machel se entregou aos treinos militares em Nachingwea. “Decidiu entrar na luta armada de libertação nacional de forma voluntária”, disse Pachinuapa. O presidente da Frelimo, Eduardo Mondlane, segundo nos conta Marina Pachinuapa, havia concedido uma bolsa para que Josina Machel fosse estudar na Suíça, mas ela escolheu Nachingwea. A própria colega Marina a desencorajou por várias vezes a se entregar aos treinos, mas ela insistiu.
As ondas da história também lhe negaram esse destino, mas perseverou. Zina, como a família e as amigas carinhosamente lhe chamavam, foi presa pela PIDE e deportada para Lourenço Marques, (Maputo) quando a 29 de Março de 1964, com apenas 19 anos, encetou uma fuga de Moçambique a Tanzania. Entretanto, voltou a insistir uma outra fuga em Abril do ano seguinte, desta vez indo da Suazilândia, desaguando no Botswana, onde foi presa de novo. Mulher de insistências e de personalidade persistente, acabou chegando a Tanzania. Foi lá onde Pachinuapa se rendeu à firme decisão de alinhar à guerra apesar da sua tenra idade.
Doente e com saúde debilitada, diz Marina, foi aconselhada por um médico de Moscovo (capital da actual Rússia) para não fazer longas marchas, mas quando estava em Tunduru, mais uma vez, decidiu voltar ao serviço da Frelimo na Tanzania, onde veio a conhecer a morte.
O presidente da República também explicou a parte abnegada para a qual recaiem os méritos da sua heroicidade. Assim, o fez Paulina Mateus; o secretário-geral da Frelimo, Filipe Paúnde; e Marcos Juma, em representação do bloco da oposição construtiva.
O PAÍS – 08.04.2011
Francisco Moises said...
Para os que nao conhecem os factos, tudo passa. Este artigo sobre a Josina errou gravemente. Tunduru nao se encontra em Cabo Delgado e nem foi um capo de treinos da Frelimo.
Havia naquela regiao remota da Tanzania chamada Tunduru no sul da Tanzania uma escola primaria da Frelimo cujo director era o tal famoso velho Solomon que nao sabia falar português. E para assim dizer, nunca foi uma escola digno de nome escola. Tunduru nao foi o campo de treinos militares da Frelimo. Nachingwea no mato da regiao de Nachingwea no sul da Tanzania foi e era o campo de treinos militares da Frelimo. Os instrutores da guerrilla eram camaradas chineses.
De acordo com este artigo, a Josina morreu em Tunduru, que esta em Cabo Delgado, tendo a Frelimo, por poderes sobrenaturais transposto Tunduru para algures em Cabo Delgado e talvez movido Mueda para Tunduru para os tanzanianos nao reclamarem o roubo de porçao do seu territorio.
Josina Mutemba -- alias Josina Machel, alias Josina a namorada do malogrado comandante chefe Samuel Filipe Magaia,abatido por um guerrilheiro da propria Frelimo de nome Lourenço Matola em Niassa na madrugada do dia 16 de Outubro de 1966 -- morreu no Hospital de Muhimbili, o maior de Dar Es Salaam por causas que passaram em rumores como envenenamento por poprio Machel ou uma tentativa de abortar uma gravidez que ela sabia que nao era a obra de Machel.
O que os camaradas nao contam é que a Josina nunca se reconciliou com a morte bruta do seu namorado Magaia e o o seu casamento forçado a Samora Machel, pessoa que nao amava. A Janet Mondlane ja publicamente lamentou-se deste feito de Machel que se apoderou do cargo do outro e tomou tambem a sua esposa.