segunda-feira, 2 de março de 2020

o que leva algumas pessoas a aderirem a um determinado partido politico.

Estava hoje de manha num bate-papo com uns amigos e estavamos a teorizar sobre o que leva algumas pessoas a aderirem a um determinado partido politico... Fiz umas breves leituras e sistematizei algumas cenas.
Ora, em determinados paises o cidadão adere a um partido em funcao dos estatutos do mesmo ou do seu manifesto, assente num programa bem definido com contornos ideologicos muito bem estratificados e que respondem aos interesses do individuo. Em Mocambique tenho as minhas duvidas... Os cidadaos pertencem a um ou a outro partido sem entenderem no fundo a sua orientacao ideologica. Regra geral, o sentido de pertenca eh mais COMERCIAL ou por CONVENIENCIA.
Com efeito, as pessoas aderem aos partidos vitoriosos na esperança de conseguir verbas e cargos. Ou ainda, procuram partidos onde possam ter maiores potenciais de elegibilidade. O que vale são os INTERESSES PESSOAIS de cada um, na maioria das vezes. Como li algures, os partidos politicos em Mocambique parecem ser associações para concorrer e vencer as eleições, gravitando em torno do governo e da oposição.
Arrisco-me a dizer que os partidos politicos mocambicanos estao, grosso modo, a leste da sociedade onde se inserem e nao ha nenhuma orientacao ideologica definida que os distinga uns dos outros. Nao ha balizas doutrinarias...
Sendo assim, em processos eleitorais o mais sensato aos cidadaos eh o VOTAR EM INDIVIDUOS, e nao em partidos. Proponho que os cidadaos deixem de aderir a partidos politicos apenas pelo seu passado pretensamente glorioso ou por apenas nao ser o partido-ladrao... Que se vote no individuo que melhor transmitir a esperanca de mudanca, a vontade de superacao das pessoas ou que motive o seu potencial interior para os desafios da nacao. Julgo ser mais sensato.
Júlio Mutisse, Palmeirim Chongo, Americo MataveleEstevao MabjaiaLeonel Sarmento, Billy Cake, Eusébio André Pedro, Egidio Guilherme Vaz Raposo, Antonio A. S. Kawaria, Benny Matchole Khossa
Yorumlar
  • Nhanisse Jah Yahwah Pensei que ia terminar assim: Como é que foi que você aderiu ao teu Partido? A cena seria interessante. Anyway, descobri algo que gostaria que me explicasse, num contexto genuinamente nacional: Quando diz que, "Proponho que os cidadaos deixem de aderir a partidos politicos apenas pelo seu passado pretensamente glorioso ou por apenas nao ser o partido-ladrao...", não será esta uma causa unilateral, tomando em conta o teu último post?
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  • Augusto Mhula Interessante, o raciocíneo.
  • Nicette De Amor A tua analise infelizmente reflecte o que passa em Moc mas em muitos paises democraticos. A educacao politica faz parte do curriculo Moc? O povo quer viver e nao sofrer a entender o que se passa ai.
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  • Júlio Mutisse Há um partido que tem mais de dois milhões de membros. Todos esses, segundo
    a teoria do Edgar, estão a procura de cargos... vantagens pessoais. São no
    por ser o vitorioso... apenas isso. Interessante hehehehe.


    No dia 29 de Fevereiro de 2012 10:22, Facebook <
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  • Giro da Fonseca Raciocínio forte e real esse, Júlio outros aderem para q ñ sejam atrapalhados nos seus afazeres. Viram grandes/bons contribuíntes só para poderem viver em paz no País da marrabenta.
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  • Domingos Samuel Cumbane 95% do Povo Moçambicano näo vive, apenas sobrevive,,, mas o povo näo tem visao e nem quer se aliviar de tanto sofrimento...
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  • Antonio A. S. Kawaria O mano Americo Matavele, não viu isso como resposta ao insulto do meu amigo Amosse Macamo aos que aderem e simpatizam aos outros partidos?
    Eu até perguntei quanto à racionalidade daqueles que sobem camiões para a campanha da Frelimo em troca de 1/2 de frango.
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  • Eddy Lumasai Hehehhhee like....mas ja agora porque tens d assumir k la.fora nao eh.assim? ???? Eu akredito k os mesms problemas d ordem.ideologica tbm existam lah...d'uma ou doutra forma....politkos sao iguais em.tdo mundo.....
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  • Wa Ka Mabjaia No contexto economico, educacional, politico e socio-cultural do pais, muitos de nos ainda nao temos (sujeito majestatico) condicoes favoraveis para uma escolha informada, livre e independente de pertenca politico-partidaria. Como referes, a conveniencia (seja quais forem os termos ou beneficios em que tal se traduza (p.ex. acesso a vagas, favores, beneficios, estatuto, proteccao, reconhecimento, notoriedade, projeccao, vantagens comparativas, melhores expectativas ou posicionamento, etc.) talvez seja o elemento que implicitamente mais pesa na decisao de ingressar e/ou declarar-se “abertamente” membro do partido A, B, ou C (proponho um rapido auto-exame de consciencia a qualquer um que se assuma convictamente membro de qualquer que seja o partido em Mocambique... talvez se ofereca outras desculpas mas no fundo podera sentir que a conveniencia no geral pesa mais quando comparado a quaisquer outros elementos). Noutro forum ouvi chamar-se a isso "politica da barriga" ou "adesao ou afinidade por conveniencia". Mas em termos estritamente politicos deve ser provavelmente assim mesmo em todo o mundo. Mas esse e’ outro debate, tal como o e’ a ideia de votar em candidatos independentes e nao em partidos.
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  • Michel Maningue Mahoche Acho que o Edgar Barroso, falou bem e ñ chegou a mencionar nenhum partido (muitos dos nossos comentários são tendeciosos)!!! eu gosto quando comentamos a um certo assunto sem nenhuma orientação partidária porq o que a pessoa diz é apenas a verdade sem interesse de defender este e aquele! a verdade é que nós moçambicanos temos feito uma má interpretação da democracia, achando que os adversários políticos ñ sentam na mesma mesa (pura ignorância)! vejamos que apenas temos sido marionetes, servindo interesses dos políticos porq enquanto nos batemos e criamos inimizades, eles vão conseguindo atingir os seus objectivos... política é boa mas mal interpretada é uma arma mortífera e lamento muito pelos moçambicanos... juro... lamento... maningue...
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  • Domingos Samuel Cumbane O povo, näo se defere duma criança, so por um doçe cai na armadilha... O povo sabe k estes vem vandalizando desd 1975, mas quando chega a campanha so por uma capulana, vintal, 2kg d arroz 1/2kg d frango brazileiro esquece o sofrimento, os ensultos e voltam a aderir o mexmo. Passand alguns dias a historia continua Machamba d povo transformam-se em quitas dx poderosos, balas perdidx sobre o povo, lixo ao redor d Cidade... Pless vamx acordar isso nao ë vida
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  • Antonio A. S. Kawaria Júlio Mutisse, achas que é a teoria do Edgar Barroso, aderir-se ao partido no poder faz parte de estratégia de alguns? Como se pode ser chefe numa instituicão pública em Mocambique? Já tanto discuti isto contigo. Despartidarizem o Estado para vocês mostrarem que têm como dizem 3 milhões de membros.
    Já o que questionas quanto ao que Amosse Macamo chamou aos que não são do seu partido?
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  • Eusébio A. P. Gwembe Edgar Barroso, É SINTOMÁTICA a reflexão que fazes apesar de ela não constituir nenhuma novidade. O povo (minha mãe e, provavelmente sua, inclusas) não é tão ignorante a ponto de necessitarem de uma educação político-ideológica. Os exemplos de países vizinhos em que a mudança de regime não significou mudança do status quo faz com que que as escolhas sejam na base de «dúvida-certeza». Por isso, as pequenas mudanças a que ´V. Excia sois testemunha foram mais pelo desejo de vingança e ódio a quem se incutem culpas do que escolha de alguma orientação política. Ademais, o povo tem medo de servir de LABORATÓRIO DA EXPERIÊNCIA de mundança, eu também.
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  • Júlio Mutisse António, a análise é geral: o que leva as pessoas a entrarem em determinado partido. Achei interessante. O meu tem mais de dois milhões de membros e
    todos a entrarem nessa lógica de "interesses" é difícil de encaixar anyway. Assim sendo, e considerando
     as respostas aqui dadas, e tendo em conta a
    ideia generalizada de que se vai empurrar a Frelimo do poder a breve
    trecho, TODOS os que se posicionam contra ela e manifestam apoio simpatia e aderem para membros de um outro qualquer, fazem no pela mesmas razões que apontam aos que aderem à frelimo.
    A propósito do que Amosse disse, ele melhor que ninguém saberá justificar. Pode me perguntar por aquilo que é da minha lavra que te responderei.

    No dia 29 de Fevereiro de 2012 11:18, Facebook <
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  • Nelson Sinai Chauca A opcao partidaria tem um historial um tanto engracada em africa, porque muitos foram influenciados por uma propaganda militarista em que "uns eram bandidos" outros por influencia dos seus pais "papa apoia este partido e enquanto eu viver de baixo do tecto dele" e outros por ter medo da mudanca, outros por medo de perder cargos, outros por querer fazer parte dum meio e veras que na altura da votacao tudo se revela porque em africa nenhum politico se demite por nao cumprir as directrizes do manif
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  • Antonio A. S. Kawaria Júlio Mutisse, este texto é claro que é uma réplica ao que Amosse Macamo escreveu. Portanto, com certeza quem comenta neste deve ler o texto do Amosse.
    Mas anyway, já disse algo sobre aderência aos partidos para o Amosse ou qualquer outro compreender.
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  • Antonio A. S. Kawaria Eusébio, é ódio a quem se incutem culpas do que escolha de alguma orientação política? Afinal quem odia a quem em Mocambique ainda no conceito que dizes? A manifestacão de ódio de quem escolhe um partido não é quando a pessoa é transferida para um local de trabalho que não existe e quando reclama lhe cortam os vencimentos? Amigo, vamos combater o ódio por escolha partidária, sim. Já sabemos por onde comecar.
    Agora quem e vingança porquê? Não será uma expressão de medo por aquilo que um grupo faz? Deixe-se esse medo, mas também evite-se a sarna.
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  • Edgar Barroso Desculpem-me, só agora me vi livre para participar da discussão.

    Bom, a ideia geral que apresentei é a de um vazio ideológico na aderência a um ou a outro partido político, aqui em Moçambique. As pessoas tornam-se membros por um ou vários interesses 
    distintos daquilo que prefiro chamar de "causa"... Duvido muito que os supostos mais de 2 milhoes de membros de que fala o Mutisse alistaram-se à Frelimo para CONVICTAMENTE combater a pobreza.

    Centro a possível saída em se apostar num sistema político mais individualizado porque as pessoas aqui já podem ter elementos tangíveis de análise, de escolha e de voto (votam em quem conhecem ou em quem poderá melhor traduzir, ideológica e materialmente, as suas aspiraçoes).

    Por conseguinte, nas condiçoes actuais da política moçambicana, um sistema eleitoral baseado no indivíduo (como Chefe de Estado, Edil, deputado, vereador, etc) e não na fórmula do "partido que ganha é o partido que reina" é o mais sensato.
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  • Eusébio A. P. Gwembe Edgar Barroso, a quem se deve este vazio ideológico? Como ideologizar um povo faminto, cujo dia a dia é passado como «mais um dia passou» pela luta pela vida?
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  • Júlio Mutisse My point Edgar, a análise que faz acima aplica-se a qualquer que seja a filiação partidária. Certo? Outra coisa: defendes uma visão em que o perfil do candidato seja mais relevante do que as máquinas que os sustentam? Uma ideia de valorização dos perfis pessoais do que do perfil partidário? Como se consegue?
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  • Michel Maningue Mahoche quando ví este comentário demanhã e me disponibilizei a colocar a minha humilde contribuição era no sentido de criticar todo suposto sistema democrático em Moçambique e ñ partidos, mas vou me convecendo de que continuamos nos preocupando com partidos e personalidades do que em desenvolver este país! o último comentário do Edgar Barroso, mostra que há necessidade de reforma da lei mãe (a constituição) com vista a melhorar a visão de liderança no nosso sistema governativo... A sociedade civil tem o dever de pressionar a AR para que apresse a revisão e diminua acima de tudo os poderes que o PR ostenta em repartição com o PM! assim podiamos sonhar em ver um país melhor governado e politicamente estável!!! maningue...
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  • Edgar Barroso Eusébio, acredito que o vazio ideológico se deve mais ao carácter improvisado da nossa democracia, às fragilidades do nosso sistema político e a "falência" do nosso conceito de cidadania (que na verdade nunca existiu). Há partidos políticos, membros e simpatizantes, bem como a realização de eleiçoes regulares.

    Mutisse, falo mais da perspectiva de responsabilização pessoal do eleito. Penso que é possível sim, no contexto de revisão constitucional que o Mahoche adiantou no seu último comentário.

    Aqui em Moçambique vota-se mais na Frelimo por razoes históricas do que pelas suas realizaçoes, infelizmente. Vota-se na Oposição por castigo ao poder vigente, por frustração generalizada ou por desalento total para com o status quo actual. Muitos se abstêm por incompatibilidade (para mim é o tal vazio ideológico), por desinteresse (conformismo, melhor dito) ou por manifesta ignorância da finalidade/utilidade do seu voto.
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  • Antonio A. S. Kawaria O que constatamos é o défice do nosso processo democrático, mas para avancarmos removendo-o, não será uma coisa fácil porque requer em primeiro lugar sacrifício de que se beneficia do actual modelo.
    Ora, para a candidatura de edis não há muitos proble
    mas, uma vez que elas podem ser feitas de forma independente e são para os residentes dos respectivos municípios. Com certeza, os eleitores têm toda a possibilidade de conhecer a quem vão eleger. Penso que o grande problema que temos nesse aspecto é de não estamos ainda muito bem preparados, entanto que cidadãos. Digo, não temos muitos que mostram uma ambicão pessoal para em qualquer momento servirem bem as suas próprias cidades ou vilas...
    O problema para mim, está no processo de eleicão de deputados quer para AM quer para AR. Aqui devia-se alterar para pelo menos TAMBÉM ser uninominal ou semi-uninominal e de candidaturas independentes. Mas as lideranças partidárias beneficiam-se muito do modelo actual. Elas têm todo o poder de determinar que pode constar da lista dos partidos.
    A outra questão chave é o fim de partidarizacão das instituições públicas e nisto acabando-se a chefia ou carreira profissional por confiança política porque não produz cidadania consciente. O modelo para chefia nas instituições públicas devia ser por concurso público.
    Mais uma questão é a revisão dos conteúdos dos programas de ensino que deviam ter em conta a cidadania participativa, activa e consciente e com conteúdos democráticos.
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  • Edgar Barroso Kawaria, estou completamente de acordo contigo. Assim evitava-se, ao menos, a eleicao de parasitas, dorminhocos, gangsters e incompetentes como deputados ou dirigentes superiores do Estado.

    Pela "umbrella" do partido, no modelo eleitoral actual, andam a entrar muitos improdutivos, indesejaveis e atrapalhadores. Individuos inescrupulosos, sem sentido nenhum de Estado e com agendas paralelas às da nacao.
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  • Nelson Sinai Chauca Caros, a democracia em mocambique avanca ao passo que um determinado grupo de individuos determina e sempre que usam o termo "auscultacao publica" e so para conversarem entre eles e decidir, concordo que os deputados dos varios niveis deviam ser eleitos nos seus circulos e nao atravez de confianca politica porque muitos deles representam circulos que nunca colocaram os pes e como se espera que esse individuo defenda os interesses do circulo......
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  • Eusébio A. P. Gwembe Nelson, ainda não é tempo para embarcarmos para a aventura de eleição directa ao deputado, sob risco de afectar as fundações da Unidade Nacional
  • Antonio A. S. Kawaria Eusébio, o que é unidade nacional para ti? É viver no vazio? Esse é o problema meu amigo. Então, vamos partir as paredes das nossas casas para vivermos a verdadeira unidade nacional.
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  • Eusébio A. P. Gwembe Devemos ter olhos de ver. Sabe Kawaria, o copy paste de certos modelos electivos vai afundar o país desintegrando-o. Ainda é cedopara aventuras. Se souber porque a Tanzania e a Zambia apoiaram a Frelimo na libertação do país e, porque a Renamo teve apoio do Malawi ou recentemente, porque o G19 ameaçou não apoiar o OGE para não falar do caso MISAU, perceberá o que a minha posição está a significar!
  • Antonio A. S. Kawaria Não vejo a relacão, aliás não convence isso que pensas. Nós não apoiamos o Zimbabwe e ANC para anexar aqueles países.
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  • Antonio A. S. Kawaria A conversa adiada?
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  • Antonio A. S. Kawaria Um debate muito interessante de 8 anos. Podemos rever

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