0DSXWR GH)HYHUHLURGH $12;;9,1o
3UHoR 0W0RoDPELTXH
Ilec Vilanculos
Lutero Simango reage às alegadas traições do MDM:
Graça Machel na campanha do NÃO
Pagamento das dívidas ocultas Pág. 4
Pág. 2 e 3
TEMA DA SEMANA 2 Savana 15-02-2019
N
uma altura é que o Movimento Democrático de
Moçambique (MDM) é
acusado de ter “traído”
a Renamo no momento de votar
a mesa das assembleias municipais, em autarquias onde a oposição tem a maioria, o chefe da
Bancada Parlamentar da terceira
maior força política no país, Lutero Simango, desdramatiza o
assunto e argumenta que há correntes que, a todo custo, querem
acabar com a organização.
“Apoiámos a Renamo. Não me
pergunte o que aconteceu com
os outros. A nossa posição nunca foi de fazer oposição à oposição. Não se pode tentar lançar
pedras ao MDM como se fosse o
culpado, enquanto noutros municípios em que outros tinham
possibilidade de se impor não
fizeram”, disse. A desarticulação
a que se assistiu entre a oposição, no momento da eleição da
mesa das assembleias autárquicas, levou a Frelimo a ficar com
o poder das assembleias municipais de Matola, Marromeu, Ribáué, Alto Molócue e Monapo,
autarquias onde a Renamo e o
MDM juntos detém a maioria.
Na Matola, onde a Frelimo ganhou a assembleia municipal
com diferença de um voto, António Muchanga, o cabeça de lista
da Renamo naquela autarquia,
chegou mesmo a apontar o dedo
a Renato Muleka, membro do
MDM. “Foi Muleka, que traiu
a Renamo”, atacou Muchanga.
Na autarquia da Matola, a Frelimo controla 29 assentos, contra
28 da Renamo e dois do MDM,
bastando a oposição votar junta
para controlar a mesa.
“Na Matola sei que os meus companheiros votaram na oposição”,
sublinhou Simango, numa entrevista em que fala dos resultados autárquicos do MDM e responde aos que acusam o partido
de estar a ser simangorizado e
controlado a partir da Beira.
As eleições autárquicas de 2018
foram desastrosas para o MDM.
O que está sendo feito para inverter o cenário?
Como organização política estamos num processo de preparação.
Contudo, para definirmos as nossas estratégias precisámos de ter
acesso à informação. Dentro de
dias arranca o recenseamento eleitoral. Estamos a nos preparar para
fiscalizar todo censo. Infelizmente
ninguém quer nos ouvir, mas continuamos a defender que o Secretariado Técnico de Administração
Eleitoral (STAE) deve deixar de
ser um departamento do governo,
subordinado à Comissão Nacional
de Eleições (CNE). Enquanto a
CNE não estiver dentro da estrutura do comando do processo eleitoral os problemas vão persistir.
Também achamos que o sucesso
Lutero Simango diz que há correntes que querem eliminar o MDM
“Estamos a ser combatidos”
Por Raul Senda
do MDM passa pela participação
dos moçambicanos nos processos
democráticos. O povo moçambicano deve recensear-se porque,
num regime democrático os governos se alteram, se mudam na base
de votação. Se os moçambicanos
querem mudanças de facto devem
se recensear e votar.
Nesta terça-feira, o governo
aprovou a proposta de lei para
eleição dos governadores provinciais. Como é que o MDM olha
para essas transformações que
irão conduzir à descentralização?
Desde 2009 que defendemos a
eleição dos governadores provinciais. Ainda não tive acesso ao
dossier e espero ver as competências do governos provinciais. Os
seus poderes. Gostaria que ficasse
bem claras as competências do representante do Estado. Somos da
opinião de que deve haver uma separação bem clara de funções entre
esta figura e a do governador. Não
gostaria que os choques que todos
dias assistimos nos municípios entre os edis eleitos e os representantes do Estado se repetissem.
Outro ponto é definir com clareza as competência das assembleias
provinciais. Contudo, estamos à
espera desta proposta para de forma objectiva e concreta nos pronunciarmos.
Assembleias municipais
No recente processo de tomada de posse, a Renamo apoiou o
MDM na eleição da mesa de Assembleia Municipal da Beira. O
que terá falhado nos municípios
onde a oposição tem a maioria e o
MDM é o fiel da balança?
Sempre direcionamos o nosso voto
à oposição. Apoiámos Renamo,
não pergunte o que aconteceu com
os outros. A nossa posição nunca
foi de fazer oposição à oposição.
Não se pode tentar lançar pedras
ao MDM como se fosse o culpado
enquanto noutros municípios em
que outros tinham possibilidade
de se impor não fizeram.
Havia um acordo prévio com a
Renamo para votar juntos?
Sempre na política há concertações que são feitas a vários níveis e
como sabes eu não sou membro da
assembleia municipal e não estou
em condições de dizer ao pormenor o que terá acontecido ou acordado. Nós respeitamos as decisões
locais como sempre fizemos.
O que terá falhado para a oposição não tomar o poder das assembleias municipais.
Não pergunte a mim sobre o que
aconteceu em Ribáué ou em Marromeu. É uma reflexão que temos
que fazer. Na Matola sei que os
meus companheiros votaram na
oposição. A mesma pergunta que
me coloca devia fazer em relação
a outros municípios em que o
MDM não é determinante mas
outros perderam também, é uma
reflexão que devemos fazer todos.
Qual é a estratégia para atacarem
os governos provinciais?
As estratégias não se discutem nos
jornais, mas em fóruns apropriados. Espere pelos fóruns próprios.
Estes vão discutir com muita clareza e os mesmos terão a responsabilidade de anunciar. Política
é isso. Ademais, não é da minha
competência divulgar estratégias
eleitorais porque há canais próprios.
Daviz Simango será o candidato
do MDM nas presidenciais de
Outubro próximo?
Vamos ter uma sessão de Conselho
Nacional que de certeza vai tomar
a uma decisão sábia. Os órgãos do
partido vão decidir.
Se for convidado a concorrer estará pronto?
Ainda não fui convidado e sem
receber convite não posso me pronunciar.
Quando é que o MDM vai anunciar o seu candidato presidencial?
O nosso Conselho Nacional reúne-se duas vezes por ano e ainda
estamos dentro do nosso calendário, eu não sou presidente da mesa
do Conselho Nacional do partido,
porque cabe a ele convocar a reunião. Não estou em condições de
dizer se é hoje ou amanhã com o
agravante de que não faço parte do
órgão. Sou simplesmente membro
da Comisso Política.
O que vai acontecer em 2019. O
MDM e a Renamo vão concorrer as presidenciais com o único
candidato?
Ao nível do MDM sempre houve
uma abertura total. O nosso posicionamento sobre isso é do domínio público. Em nenhum momento aparecemos em programas
televisivos a insultar este ou aquele, mas já fomos insultados várias
vezes e sabes da situação que passamos depois do nosso II Congresso. O MDM sempre manteve
a abertura total.
Contudo, que fique claro que em
política, a estratégia não é anunciada nos jornais. Não posso pegar
na faca e no sal e dizer que estou
a caça de um animal. Deixemos as
coisas ocorrer e depois vamos discutir no futuro, não posso antecipar algumas ideias apenas porque
o jornal quer. Se me disser que a
oposição dividida traz mais problemas vou acreditar. Se me disser
que a oposição unida traz mais
vantagens posso concordar contigo. O resto caberá aos partidos
discutirem ao nível das respectivas
lideranças.
Já ouve contactos com Ossufo
Momade nesse sentido?
Ao meu nível ainda não. Deixemos isso com a direcção máxima
do partido.
Antes e depois das eleições autárquicas, o MDM se esgrimiu
em recursos visando a penalização dos membros que abraçaram outros partidos. Isso não
será sinónimo de vingança?
Conhece a lei que rege o nosso
processo eleitoral? É bom ler a
lei eleitoral, Constituição da República e o estatuto do deputado
da Assembleia da República e tire
conclusões. Se queremos construir
um Estado de Direito Democrático devemos nos reger na base
da lei. O MDM não se vingou de
ninguém. Apenas reivindicou o
cumprimento da lei.
Como é que o MDM encarrou a
perca de figuras sonantes como
Manuel de Araújo, Venâncio
Mondlane, António Frangulis e
tantos outros?
Na vida aprendi muitas coisas e há
um ditado no qual acredito: águas
passadas não movem o moinho,
não me leve ao passado, falemos
do presente e fazemos dele uma
alavanca para o futuro.
MDM é um partido que veio para
ficar e vai desenvolver-se. É nessa
perspectiva onde estamos.
O MDM requereu a caça do
mandato do deputado Ricardo
Tomás por ter concorrido pela
Renamo nas eleições autárquicas. Como é que está o processo?
Estes assuntos foram entregues à
Graça Machel
... a estratégia do partido era de apoiar a oposição nas mesas de assembleias autárquicas
“Apoiamos Renamo, não pergunte o que aconteceu com os outros. A nossa posição nunca foi de fazer oposição à
oposição”, Lutero Simango
TEMA DA SEMANA Savana 15-02-2019 3
Primeira Comissão. Aguardamos
pela resposta.
Mas já passa muito tempo...
É a mesma demora que aconteceu
com o Tribunal Administrativo no
caso da caça do mandato do edil
de Quelimane e isso só tem uma
explicação. O MDM não tem armas, não tem ala militar. O facto
do MDM não possuir a ala militar
contribui para ser discriminados.
Mas é isso que queremos acabar.
Se o MDM tivesse uma ala militar, a AR teria visto esse assunto
doutra maneira. Quando um cidadão coloca um problema no tribunal ou junto às instâncias judiciais
e essa instituição leva muito tempo para resolver, significa que está
a dizer ao cidadão que você não é
moçambicano ou é um cidadão da
quarta classe. Isso é um perigo a
democracia. As instâncias jurídicas e todos aqueles que zelam
pelas leis devem ser eficientes no
cumprimento da lei. Quando a lei
demora na resolução de problemas
cria o um ambiente da desconfiança e como resultado, as pessoas
deixam de acreditar nas nossas
instituições.
Fomos combatidos
O que provocou o fracasso do
MDM nas eleições autárquicas?
É preciso perceber os fenómenos.
O MDM foi combatido.
Quem foi?
Por várias frentes. Houve um
combate terrível. Não vou apontar nomes. Todo mundo assistiu e
testemunhou. Criaram-se debates
nas televisões, rádios e entrevistas
em jornais com agenda única de
insultar o MDM.
Não vou falar de nomes, mas quem
esteve atento aos insultos que o
MDM sofreu sabe do que estou a
falar. O mundo viu comentaristas
que estavam atacar o MDM, houve canais alugados para fazerem
bombardeamento político contra
o MDM. Graças a Deus conseguimos a cidade da Beira que é
nossa espinha dorsal senão teríamos perdido tudo. São factos que
devem ser ditos.
Há problemas que estão acontecer
com certos partidos políticos nas
últimas duas ou três semanas, mas
as tvs e os jornais estão calados.
Ainda não vimos uma tv a agendar
um programa sobre esses partidos.
Mas quando queriam linchar o
MDM, vimos debates contra o
MDM semanas e semanas. Nós
sobrevivemos e, é óbvio que temos que ter a capacidade de nos
reinventarmos.
Há quem diga que o descalabro
do MDM resultou da desorganização interna. Que havia tendência de tornar o MDM uma
monarquia e propriedade da família Simango
Quando falamos da propriedade da família Simango o que isso
significa? A constituição moçambicana e a lei dos partidos em nenhum momento proíbem que você
e o seu irmão possam pertencer ao
mesmo partido. O meu pai, que
foi lutar pela libertação deste país,
também tinha irmãos e primos
nessa luta. O importante é que lutavam por uma causa. Portanto, o
facto de Lutero e o Daviz serem
irmãos não significa que manipulam tudo. Isso é mentira. É mais
uma prova de que desde a primeira
hora fomos combatidos porque, o
surgimento do MDM constituiu
uma ameaça para alguns partidos.
Quem são esses inimigos
Estão na praça pública. Os nossos
inimigos são aqueles que foram a
praça pública dizer que no MDM
não se elege o secretário-geral,
membros da Comissão política.
No MDM não há democracia.
Até alguns nos abandonaram e
foram para outros partidos. Agora pergunto: lá elegeu-se o secretário-geral, a Comissão política?
Isso para dizer que algumas pessoas tinham suas agendas, tinham
próprios interesses.
Num partido político, quando as
pessoas não comungam as mesmas
causas, não querem se conduzir
pelos interesses do colectivo e querem evocar agendas pessoais, naturalmente que isso gera conflito.
Nós como MDM estamos a lutar
por uma causa, um princípio e é
isso que nos conduz. Os desertores
são problemáticos.
A saída dessas figuras prejudicou
ou não o MDM?
A política é assim. Nem todos os
dias somos vencedores na vida.
Nas últimas eleições autárquicas
conseguimos sobreviver porque
havia uma tendência de eliminar
o MDM no campo político. Todas
frentes juntaram-se para combater
o MDM, mas conseguimos sobreviver e isso deveu-se a união dos
membros que ficaram para manter
o MDM vivo.
O Presidente e o chefe da Bancada do MDM são irmãos. O
secretário-geral é de Sofala. Isso
não abre caminhos para os críticos ganharem espaço?
Quem disse que o secretário-geral
do MDM é de Sofala? E a Frelimo. As contas que faz em relação
ao MDM já fez para a Frelimo? A
discriminação que algumas pessoas fazem ao MDM já fizeram
em relação a Frelimo ou a Renamo? Parece que há tendências de
responsabilizar o MDM por todos
males que acontecem neste país. O
MDM não está a governar o país,
não foi o MDM que levou o país
para a desgraça, contraiu dívidas
ilegais. O MDM existe e está lutar para que Moçambique saia da
desgraça. Alguém já olhou para
composição étnica da Frelimo ou
da Renamo para depois vir lançar
pedras ao MDM.
...Também relaciona-se o MDM
com a família Simango
Os que dizem que o MDM é propriedade da família Simango, são
fracos e têm agendas obscuras.
Acha que dois irmãos podem comandar e decidir sobre a vida de
milhares de membros.
Na Frelimo tiveste Luísa e Vitória
Diogo, Fernando e António Sumbana no governo e nunca se questionou, Joaquim Chissano quando
era presidente da República colocou o irmão como responsável das
águas territoriais e ninguém questionou. Na Assembleia tivemos os
irmãos Gamito. Armando Guebuza quando era presidente do
partido colocou o cunhado, Tobias
Dai, como vice-chefe da bancada.
Afonso Dhlakama indicou a sobrinha, Ivone Soares, para a chefia
da bancada e nunca questionaram
isso. Mas quando é o MDM estão
em cima. É que os vossos amigos
intriguistas que são do MDM vêm
vos contar coisas falsas.
O Lutero Simango diz há pessoas que querem acabar com o MDM
TEMA DA SEMANA 4 Savana 15-02-2019
E
rik Prince, o ex-patrão da
firma de segurança privada
norte-americana Blackwater e um dos sócios da Ematum, acaba de ganhar um aliado
de peso para expandir os seus negócios no apetitoso mercado da
China.
De acordo com uma matéria divulgada esta semana pelo canal de
notícias económicas Bloomberg,
através da sua companhia Frontier
Service Group (FSG), Erik Prince
emparceirou-se com o conglomerado chinês CITIC, para passar a
actuar no ramo da segurança privada na China.
A FSG vendeu a maioria das acções à CITIC, retendo apenas 9%
no grupo. Parte das acções estão
divididas por outros investidores
chineses, maioritariamente empresas estatais do país.
Mas, como a própria vida de Erik
Prince, o negócio com a firma chinesa está mergulhada numa enorme controvérsia, porque prevê a
instalação de um centro de treino
paramilitar em Xinjiang, região
chinesa maioritariamente habitada
pela etnia uighur, uma comunidade
muçulmana.
Os uighures têm sido vítimas de
uma violenta campanha de repressão por parte das autoridades chinesas e milhões de membros desta
comunidade estão presos em camMercenário da Ematum no “negócio” da China
Graça Machel juntou-se a
várias entidades que escreveram cartas exigindo que
o Estado moçambicano
seja exonerado do pagamento das
chamadas dívidas ocultas, sendo
uma delas dirigidas ao Credit Suisse pelo seu falhanço na operação.
A viúva de Samora Machel e de
Nelson Mandela é uma das subscritoras de várias cartas que o Fórum de Monitoria ao Orçamento
(FMO), uma coligação de 21 ONG
moçambicanas, endereçou defendendo que o pais não deve reembolsar o valor das dívidas.
A sociedade civil moçambicana
considera que as dívidas são ilegais e
foram usadas para o enriquecimento ilícito de algumas pessoas, apontando a acusação e as detenções no
âmbito do processo como prova de
que a operação é ilegal.
Na carta que dirigiu ao CEO do
Credit Suisse, Tidjane Thiam, o
FMO “rejeita veementemente a posição do banco” de culpar funcionários que agiram isoladamente contra
os sistemas e processos internos”.
O FMO assinala que os empréstimos ilegais atiraram Moçambique
para uma crise de dívida e crise económica.
A ausência de uma acção contra
os funcionários responsáveis dePagamento das dívidas ocultas
Graça Machel junta-se à campanha do Não
monstra o consentimento do Credit
Suisse a toda operação que resultou
nas dívidas ocultas, assinala o FMO.
Graça Machel também colocou o
seu punho na carta dirigida ao fundo soberano da Noruega NBIM, o
terceiro maior accionista do Credit
Suisse, com 4,98%, pedindo o cancelamento da dívida.
O FMO defende que, ao continuar
na estrutura accionista do Credit
Suisse, o NBIM viola os princípios
de transparência e de repúdio à corrupção.
Graça Machel e o FMO também
escreveram ao regulador financeiro
britânico, o Financial Conduct Authority (FCA), e ao Serious Fraud
Authority, exigindo uma acção contra o Credit Suisse pela sua actuação.
Uma outra carta foi endereçada à
directora-executiva do FMI, Christine Lagarde, pedido que esta instituição reconsidera a sua posição e
retome negociações com Moçambique.
Crise de dívida soberana
O FMI cortou a ajuda financeira
ao país, após a divulgação de todo
o volume da dívida oculta ao país,
sendo a medida seguida pelos países
doadores do Orçamento do Estado.
Três antigos banqueiros do Credit Suisse são alvos de pedidos de
extradição expedidos pela justiça
norte-americana, aguardando decisão das autoridades britânicas em
liberdade mediante pagamento de
fiança.
Os três foram peças-chave na mobilização dos dois biliões de dólares
de dívidas ocultas pelo Credit Suisse e dois deles – Andrew Pearse e
Detelina Subeva - deixaram o banco após o embolso dos primeiros
montantes da divida.
Foram trabalhar para a firma de
construção naval Privinvest, empresa que construiu barcos destinados
à Ematum, uma das companhias
usadas para a drenagem dos fundos.
Privinvest, sedeada em Abu Dhabi,
pertence ao franco-libanês Iskandar
Safa, um empresário na esfera das
relações da família Guebuza.
Andrew Pearse geriu a unidade do
Credit Suisse responsável por empréstimos na Europa, Médio Oriente e África até Junho de 2013, quando deixou essa função para criar a
nova firma a Palomar, que contou
com um capital inicial da Privinvest.
A justiça norte-americana considera
que a Ematum foi criada para justificar o máximo possível de empréstimo e tentar encobrir o seu envolvimento no esquema.
Na reacção que se seguiu às detenções, o Credit Suisse replicou a
acusação da justiça norte-americana
de que os três antigos funcionários
contornaram o controlo interno do
banco, foram movidos pelo lucro
pessoal e esconderam as suas actividades do banco”.
Na carta que dirigiu ao presidente do NBIM, Yngve Slyngstad, o
FMO considera que a acusação da
justiça norte-americana fornece
evidências concretas de que houve
corrupção, lapsos de governação
corporativa e conduta criminosa
por parte dos funcionários do Credit Suisse.
“Como tal, a nossa posição é de que
qualquer obrigação que emerja de
conduta criminosa, ilegal e imoral deve ser suportada pelo Credit
Suisse e por outros beneficiários
desse esquema complexo”, lê-se na
carta.
As dívidas mobilizadas com o papel activo do Credit Suisse, VTB
e BNP Paribas, prossegue o FMO,
resultaram numa crise de dívida soberana de Moçambique, hipotecando o futuro de milhões de cidadãos
moçambicanos.
O FMO considera que o NBIM
não esteve à altura dos princípios
de integridade e transparência que
defende, quando aprovou as contas
anuais do Credit Suisse de 2017 e
2018, quando já era sabido que o
banco violou grosseiramente as suas
normas de funcionamento.
(Redacção)
Graça Machel
Erik Prince
pos de redução, supostamente para uma
acção de “descontaminação” de ideologias do extremismo islâmico.
No âmbito do acordo com CITIC, o
investidor norte-americano deixou a
presidência da FSG para um quadro,
o presidente da companhia chinesa,
Chang Zhenmning, passando a ocupar
a vice-presidência.
A notícia do acordo foi veiculada em
chinês na Internet, mas depois de atrair
uma grande atenção pública acabou removida da plataforma.
Contactado pela Bloomberg, Erik
Prince distanciou-se de um eventual
interesse em operar em Xinjiang.
“Erik Prince não tem nenhum plano,
desejo, interesse ou envolvimento em
nenhuma actividade, quer pessoalmente, quer através do FSG ou através de
qualquer veículo, na província de Xinjiang agora ou numa outra ocasião
futura”, afirmou um porta-voz de Erik
Prince.
Ao contrário da Blackwater, que ganhou as luzes da ribalta ao matar 14 civis em Bagdade, a FSG opera na logística e na segurança e não em actividades
paramilitares.
Ele está a competir com os
EUA
Críticos acusam Erik Prince de ajudar
Pequim na repressão aos muçulmanos
uighures e de outras comunidades de
Xinjiang ocidental.
Com a sua acção, consideram os críticos, Prince está a ajudar um país adversário dos EUA a cimentar os seus
interesses geopolíticos.
Reagindo a esses posicionamentos,
Erik Prince desvalorizou as notícias.
“Sou um homem de negócios, não um
político, mas também sou um americano com orgulho, que nunca fará nada
contra os interesses nacionais do seu
país”, declarou Erik Prince numa entrevista por telefone.
O polémico empresário acredita que
Washington e Pequim vão normalizar
as suas relações, danificadas pela guerra
comercial e por uma corrida armamentista latente.
A sede da China por recursos naturais no mundo torna o mercado chinês numa grande oportunidade para a
prosperidade da GSF, assinala.
“Os dois países vão continuar e vão
trabalhar amigavelmente” e apesar de o
crescimento da China ter abrandado, a
“procura por mais e mais energia e recursos naturais e mercados para os seus
produtos” vai continuar.
Erik Prince vive na controvérsia. Recentemente, foi severamente criticado
por ter proposto “a privatização” da
guerra do Afeganistão, defendendo o
envolvimento de empresas privadas no
combate à insurreição naquele país.
Teve também de depor perante acusações de estar envolvido na polémica sobre a interferência da Rússia na eleição
de Donald Trump em 2016, apesar de
não ter sido constituído arguido.
O centro que a FSG pretende construir
em Xinjiang vai ser para o treinamento
em segurança de trabalhadores que vão
operar nos projectos inscritos na iniciativa Belt and Road, um empreendimento financiado pelo Estado chinês.
Belt and Road prevê a construção de
infra-estruturas de transportes e comunicações em vários países que fazem
fronteira com a China.
“A formação é para trabalhadores estrangeiros e não chineses”, afirmou Johson Ko, um empresário de Hong Kong,
parceiro de Erik Prince na CITIC.
Um funcionário da FSG disse à
Bloomberg que o comunicado sobre a
assinatura da parceria com a CITIC foi
divulgado por erro.
No encontro, prosseguiu o funcionário,
estavam presentes dirigentes do Governo da província de Xinjiang.
Numa nota, Erik Prince afirmou não
ter “conhecimento ou qualquer tipo de
envolvimento com o memorando
preliminar do acordo com a CITIC
sobre as actividades em Xinjiang”.
Qualquer potencial investimento
dessa natureza vai requerer o conhecimento e contributo da direcção da FSG, afirmou.
A Bloomberg diz que já em 2016,
a FSG tinha nos seus files referências à presença em Xinjinag, onde
assumia o projecto de instalação de
uma base operativa para servir interesses de empresas na região.
Sean Mcfate, professor da National Defense University, que já teve
uma empresa de segurança privada
a operar na Libéria, não tem dúvidas de quer Erik Prince está a ajudar a China na competição com os
EUA.
Além do sector de segurança, Erik
Prince também opera nos recursos
minerais, estando envolvido em actividades do sector em África.
Vários quadros da Blakwater abandonaram a empresa, desde que começou a parceria com a CITIC.
Saiu o almirante dos Navy Seal
William Falon e Greg Smith, um
ex-marine.
Erik Prince assinou em 2017 um
acordo de parceria com a Ematum
(Empresa Moçambicana de Atum),
firma que beneficiou dos polémicos
empréstimos escondidos.
O acordo resultou num “rebranding” da Ematum, que passou a
Tunamar.
Erik Prince
TEMA DA SEMANA Savana 15-02-2019 5
PUBLICIDADE PUBLICIDADE
Matias Damásio
Bilhetes já disponíveis nas Lojas Vodacom (Av. Samora Machel, Av. de Angola, Av. das Indústrias ), Loja BDQ Mobile
(esquina entre Av. Guerra Popular e Ahmed Sékou Touré), Computicket e Dolce Vita.
Convidados
Convidado
Mimae
Júlia Duarte
Twenty Fingers
Abuchamo Munhoto
Cef
Mr. Bow
DJ Supaman
Normal: 1000MT
VIP: 3500MT
Bilhetes:
Jantar de Gala: 6000MT
01 Março 20h00
Local: Salão Multiúso CICJC
02 Março 19h00
Local: Campus UEM
DJ Sérgio Butler
(Não inclui bebidas)
Parceiros Media Produção
81,9(56,'$'(
('8$5'2
021'/$1(
SOCIEDADE 6 Savana 15-02-2019
Uma vez mais, a liderança
da Renamo está a ser posta
à prova pelos seus membros ao nível da província
de Sofala, tida como bastião do
partido. Em causa está a indicação
dos delegados políticos distritais e
provinciais, que não está a colher
consensos.
A brigada da Comissão Política, chefiada por Jerónimo Malagueta, alegando cumprimento
de uma directiva aprovada no
recém- terminado VI congresso,
avançou com a nomeação dos
delegados políticos de Sofala e da
cidade da Beira.
O processo foi prontamente rejeitado pelos membros da organização, que exigem a eleição
em detrimento da nomeação,
defendendo-se com os estatutos
do partido.
O porta-voz da Renamo, José
Manteigas, descreve a situação
como uma autêntica indisciplina
e desrespeito pela liderança do
partido.
A Província de Sofala continua
a dar dores de cabeça à direcção
da Renamo, liderada por Ossufo
Momade. Enquanto coordenador-interino da Comissão Política, Momade assistiu os membros
a rebelaram-se contra a indicação
de Manuel Bissopo para cabeçade-lista do partido para as autárquicas de Outubro do ano passado, nas quais perdeu de forma
copiosa.
A situação levou à exoneração do
delegado político provincial Fernando Balaunde, acusado de coagir as “bases” para desvalorizarem
a figura de Bissopo e elevar Geraldo Carvalho a cabeça-de-lista.
Para o lugar de Balaunde, foi nomeado interinamente Ricardo
Gerente.
Depois do VI congresso, a Renamo iniciou a realização das conferências províncias que visam,
segundo José Manteigas, revitalizar as bases e dinamizar os preparativos paras as eleições gerais de
Outubro próximo.
Manteigas explicou que o congresso aprovou uma directiva para
a nomeação interina de alguns
delegados distritais e provinciais,
enquanto se criam as condições
para a convocação de conferências electivas.
Foi nesta esteira que estava
agendada, para segunda-feira, a
realização de uma conferência
provincial em Sofala, destinada
à nomeação do delegado político
da província de Sofala e da cidade
da Beira.
Os membros da Renamo presentes na reunião negam esta tese e
apontam que a agenda principal
era a eleição e não nomeação.
Membros contestam decisões da Comissão Política
Perdiz em ebulição no Chiveve
Por Argunaldo Nhampossa
Logo que tomaram conhecimento da directiva, nas vésperas,
optaram por boicotar o encontro
alegando violação dos estatutos.
O artigo 41 do estatutos do partido estabelece que “são competências da conferência provincial:
eleger o conselho provincial e o
conselho jurisdicional provincial”.
Apesar do boicote de uma das
alas, Jerónimo Malagueta, membro da Comissão Política Nacional (CPN) da Renamo, dirigiu
um encontro que nomeou João
Marapata, como delegado político da cidade da Beira em substituição de Luís Chitato, que vinha
dirigindo a comissão directiva naquele ponto.
Em nome da Comissão Política,
foi igualmente reconduzido Ricardo Gerente para delegado político provincial, cargo que vinha
exercendo interinamente, desde
o afastamento de Francisco Balaunde no ano passado.
Paralelamente às nomeações, os
delegados distritais convidados à
conferência provincial, que não
se identificaram com as decisões
da CPN, avançaram no mesmo
dia com a eleição de Sandura
Ambrósio como novo delegado
político provincial. Esta quarta-
-feira reconduziram Luís Chitato
ao cargo de delegado político da
cidade da Beira.
Os delegados eleitos negam que
estejam a desafiar ou desestabilizar o novo presidente do partido
Ossufo Momade. Apontam que
estão contra a violação dos estatutos, pois, em nenhum momento, fazem referência a nomeação,
mas sim eleições.
No passado, Afonso Dhlakama,
o falecido líder da Renamo, geria pessoalmente a nomeação de
quadros dos seu partido à vários
níveis, mas, publicamente, ninguém ousava questionar as decisões do presidente, por mais irracionais que elas sejam.
Não compactuamos com
indisciplina
Reagindo aos acontecimentos na
Beira, o porta-voz da Renamo
nega violação dos estatutos e diz
que foi aprovada uma directiva
para resolver temporariamente
este assunto.
Descreve a conduta dos membros
do partido como uma autêntica
indisciplina com que o partido
não vai compactuar por constituir uma falta de consideração ao
presidente eleito e aos órgãos que
aprovaram a directiva.
“Acabamos de sair do congresso
e não é possível, por motivos de
vária ordem, realizarmos eleições,
porque temos muitas actividades
que estão a pressionar o partido”,
declarou José Manteigas.
Dentro dessa conjuntura, continuou, o partido está a aprimorar
as estruturas de base, com outra
dinâmica, o que incluiu a nomeação de alguns delegados provinciais, interinamente, para Sofala,
Gaza, Tete e Nampula.
Frisou que as nomeações foram
feitas no decurso das conferências
províncias, que são órgãos apropriados.
Os actos realizados à revelia dos
órgãos partidários, afirmou, não
gozam de legitimidade.
Acrescentou que o partido reconhece apenas os delegados que
foram nomeados pela brigada da
Comissão Política Nacional.
O SAVANA apurou que a CPN
despachou, esta quarta-feira, para
a cidade da Beira, uma brigada
chefiada por Saimone Macuiane
para resolver o assunto.
Macuiane é presidente do conselho jurisdicional da Renamo,
órgão que zela pelo cumprimento
dos estatutos e regimentos partidários. Contactado pelo SAVANA na tarde desta quarta-feira,
Macuiane declinou tecer qualquer comentário alegando falta
de mandato para o efeito.
simpantizantes da Renamo num comicio
E
sta segunda-feira, o ministro da Defesa,
Atanásio M´tumuke, nomeou definitivamente os três oficias generais da Renamo,
que, em Dezembro passado, tinham sido
indicados interinamente.
A nomeação interina dos três oficiais degenerou
em troca de acusações em torno da violação do
memorando de entendimento rubricado pelas
lideranças.
Trata-se do brigadeiro Xavier António, comodoro Inácio Luís Vaz e do brigadeiro Araújo
Andeiro Maciacona, nomeados para as funções
de director do Departamento de Operações,
director do Departamento de Informações Militares e director do Departamento de Comunicações no Estado-Maior General das Forças
Armadas de Defesa de Moçambique (FADM),
respectivamente.
Para M´tumuke, a nomeação definitiva dos quadros provenientes da Renamo resulta da implementação do Memorando de Entendimento sobre assuntos militares, sustentado pelos avanços
alcançados durante o último encontro do Grupo
Técnico Conjunto de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (GTCDDR), realizado
semana finda na cidade da Beira.
Na ocasião, M´tumuke exortou os oficias empossados para o cumprimento escrupuloso das
orientações e missões superiormente emanadas
e que sejam orientados pelo espírito apartidário
e de respeito à Constituição da República.
“As FADM não vão permitir a interferência na
cadeia de comando, ou seja, um comando paralelo, deixem a política com os políticos”, disse.
Para José Manteigas, não é nada mais nada menos que o cumprimento parcial do memorando
de entendimento de 6 de Agosto.
O ministro, considera, não fez favor nenhum ao
seu partido, pois este entregou uma lista de 14
oficiais dos quais apenas três é que foram nomeados.
A Renamo diz aguardar pela integração dos
restantes 11 oficias e entende que o ministro da
Defesa voltou à razão e em respeito à paz e reconciliação nacional.
Porém, a embaixada dos Estados Unidos da
América aplaudiu a medida tomada pelo ministro da Defesa Nacional, ao nomear definitivamente os quadros da Renamo.
Em comunicado enviado à nossa redacção, a
embaixada considera que as nomeações permanentes respeitam o espírito do acordo de desmilitarização assinado entre as lideranças das
partes.
Congratulou o GTCDDR pelo acordo que visa
iniciar as reuniões preparatórias semanais para o
processo de desmilitarização e reintegração.
Governo não nos fez favor nenhum
TEMA DA SEMANA Savana 15-02-2019 7
PUBLICIDADE
SOCIEDADE 8 Savana 15-02-2019 PUBLICIDADE
Assinatura do jornal
A partir de 01 de Agosto de 2017
DESTINO PERÍODO
Trimestral Semestral Anual
TODO O PAÍS 1.000,00mt 1.850,00mt 3.500,00mt
USD 20,00 USD 35,00 USD 60,00
PAÍSES DA SADC USD 40,00 USD 75,00 USD 130,00
RESTO DO MUNDO USD 50,00 USD 100,00 USD 200,00
Assinatura versao
electrónica USD 25,00 USD 40,00 USD 70,00
Cada período é renovável em qualquer altura do ano.
Entrega ao domicílio nas Cidades de Maputo, Matola e Beira.
Aceitamos propostas para novos agentes, distribuidores
e angariadores de assinaturas em todo território nacional.
Para mais informação contacte:
Miguel Bila, 82 4576190 / 84 0135281 / 87 0135281
(miguel.bila@mediacoop.co.mz, mediafax@mediacoop.co.mz, mediafaxm@gmail.com)
Danilo Matsimbe, 82 7356980 / 84 5723175
APBX, 21 327631 / 21 301737 / 82 3171100 / 84 3171100
Fax, 21 302402 / 21 304265 admc@mediacoop.co.mz
1.550,00Mt 2.480,00Mt 4.340,00Mt
O Observatório do Meio Rural
(OMR) publicou no Jornal SAVANA,
do dia 08 de Fevereiro de 2019, o
Destaque Rural nº 49 intitulado
“Privatizações de serviços públicos no meio rural”, onde por lapso havia um erro no título. O título
certo seria: “Privações de serviços
públicos no meio rural”.
Pelo engano, as nossas sinceras desculpas e aproveitamos para sugerir
a leitura do texto actual na nossa página WEB pelo link: www.omrmz.
org »Publicações» Destaque Rural »
DR#49
Estimados leitores
Savana 15-02-2019
9
PUBLICIDADE PUBLICIDADE
10 Savana 15-02-2019 PUBLICIDADE SOCIEDADE
O
s chefes de Estado e de Governo dos 55 países membros
da União Africana (UA) estiveram reunidos, de 10 a 11 de
Fevereiro corrente, em Adis Abeba,
capital etíope, naquela que foi a 32ª
Cimeira Ordinária da organização.
Foi mais um encontro de palmas e
troca de afectos entre “velhos amigos”
que, como de praxe, terminou com
ambiciosas declarações de intenções.
A cimeira deste ano esteve centrada
sobre “refugiados, retornados e deslocados internos”, um tema crucial para
África, continente que se debate com
uma das maiores vagas de migrações e
deslocações forçadas no mundo.
Em 2015, África tinha 21 milhões de
migrantes, dos quais 80% eram originários do continente. Dados mais
recentes indicam que mais de 30 milhões de africanos (que representam
cerca de 3% da população do continente) vivem fora dos seus países de
origem, um quadro cuja tendência é
agravar-se.
Em Moçambique, dezenas de populares abandonaram e outras continuam
a deixar para trás as suas zonas de
origem, em alguns distritos de Cabo
Delgado, à procura de locais seguros,
desde que um grupo de insurgentes
iniciou ataques em Outubro de 2017.
No encontro desta semana, em Adis
Abeba, os governantes africanos assumiram o compromisso de trabalhar
para soluções duradouras contra a
crise humanitária que sacode o continente.
Mas em meios especializados prevalecem sérias dúvidas sobre a implementação, pelos Estados membros da UA,
de medidas vigorosas que ponham
fim a um fenómeno que, justamente,
é atribuído ao falhanço das lideranças
políticas.
As imagens de africanos a arriscarem
vidas no Mediterrâneo, procurando
alcançar a Europa para melhores condições de vida, são o retrato chocante
do inferno que se tornou o continente
para alguns dos seus filhos.
Não foi por acaso que, na abertura da
cimeira deste ano, o secretário-geral
das Nações Unidas, António Guterres, que foi um dos convidados de
honra, deixou recados aos líderes africanos. “Não haverá paz duradoura sem
desenvolvimento duradouro”, assinalou, frente a frente com os políticos
africanos, na grande sala de reuniões
que leva o nome de Nelson Mandela.
Até mesmo o novo presidente da UA,
Al Fattah Al Sisi, reconheceu que é
preciso atacar as causas das migrações e deslocações, que são internas ao
continente. “Cabe a nós criar, por um
lado, condições para que os africanos
permaneçam em África e, por outro,
criar programas para o regresso dos
deslocados”, disse Al Fattah Al Sisi,
que é também presidente da República Árabe do Egipto.
O consultor em migrações afecto ao
Departamento de Assuntos Sociais da
Comissão da UA, o zimbabueano Peter Mudungwe, aponta factores políticos e sociais como as maiores causas
das migrações forçadas no continente. Apontou a má governação política como a origem do desemprego,
pobreza e conflitos que, por sua vez,
forçam migrações e deslocações no
continente.
Declarações de intenções
As dúvidas sobre a erradicação das
causas das migrações em África são
alimentadas por um histórico de compromissos da UA que não passam de
simples declarações de intenções.
O último foi a declaração de uma
guerra sem quartel contra a corrupção,
definindo 2018 como ano de luta contra este mal em África.
Mas a realidade mostra o contrário. O
Índice de Percepção de Corrupção da
Transparência Internacional dá conta
de agravamento de um fenómeno que,
regra geral, é praticado pelas próprias
lideranças políticas.
Nada mais irónico. Justamente no ano
declarado como de luta contra à corrupção, África perdeu USD 148 bilhões, representando 25% do Produto
Interno Bruto (PIB) do continente.
No índice de Percepção da Corrupção
da Transparência Internacional (TI),
2018, publicado em Janeiro último,
Moçambique voltou a cair pelo terceiro ano consecutivo, uma queda em
dois pontos.
“A corrupção é e continua sendo uma
ameaça e um obstáculo significativo
para os estados africanos, particularmente no estabelecimento de instituições democráticas e no alcance de
metas de desenvolvimento sustentável”, refere a TI.
Para a TI, o impacto da corrupção no
desenvolvimento económico do continente é visível e não pode ser subestimado.
“A corrupção não é um crime sem vítimas e afecta frequentemente aqueles
que sofrem mais - vulneráveis, pobres
e marginalizados”, anota aquela organização global de luta contra o fenómeno.
Um outro importante compromisso
pela UA é de silenciar as armas até
2020, mas vários países continuam envolvidos em conflitos sem fim à vista
ou então com acordos precários.
Um respeitado jurista togolês radicado em Adis Abeba, Désiré Assogbavi, que se dedica em assuntos da UA,
anota que há duas escolas divergentes
na organização: uma que quer ver a
UA como simples secretariado onde
os dirigentes se encontram e conversam e outra que quer uma organização
forte, à qual os líderes prestem contas.
“A maioria não quer mudanças, quer
uma União Africana moribunda
como está”, anota, enfatizando que é
consensual que as decisões da UA (entre 40 a 50 por cimeira), não têm tido
impacto por falta de implementação.
Correntes mais conservadoras questionam como é que uma organização
cuja maioria dos líderes não é dada à
boa governação nos seus países pode
fazer da UA uma organização forte
como é, por exemplo, a União Europeia (UE).
“O presidente Kagame (Paul, o cessante) não é exemplo de boa governação. O novo presidente (Al Fattah Al
Sisi), também não é exemplo de boa
governação”, lamenta um especialista
beninense em governação, anotando
que esses líderes nunca estarão interessados numa UA forte, transparente
e prestadora de contas.
Curiosamente, todos os encontros
importantes durante as cimeiras da
UA são realizados à porta-fechada.
Apenas no fim são convocadas conferências de imprensa ou distribuídos
comunicados de imprensa, tudo ao
critério dos dirigentes africanos, o que
é visto como estratégia para escapar
ao escrutínio público, sobretudo, da
imprensa.
A 32ª Cimeira dos Chefes de Estado
e de Governo da UA, marcada por
aplausos entre “velhos amigos”, saudou os novos membros da organização, nomeadamente, Félix Tshisekedie
e Andry Rajoelina, presidentes saídos
de eleições ensombradas por fraude,
respectivamente, na República Democrática do Congo e Madagáscar.
Houve ainda passagem de testemunho de Paul Kagame, o presidente
ruandês que cedeu a presidência rotativa da UA ao presidente egípcio, Al
Fattah Al Sisi. No próximo ano, a liderança da UA passa para o presidente
da África do Sul, Cyril Ramaphosa,
em representação da região austral de
África, da qual Moçambique faz parte.
Os bastidores
Trânsito complicado nas ruas de Adis
Abeba. Medidas de segurança reforçadas. Militares e blindados posicionados pelas diversas Avenidas que dão
acesso ao mega edifício que hospeda a
sede da UA.
São primeiras horas de sábado, 9, dia
em que começam a chegar Chefes de
Estado e de Governo. Viaturas militares equipadas com metralhadoras e
forças de elite, vergando boinas vermelhas, revistam as avenidas à lupa,
numa cidade cuja localização não afasta hipóteses de ataques terroristas. A
Etiópia, um dos mais antigos países
do mundo, está encravada no chamado
Corno de África, um dos mais instáveis do continente, que inclui a Eritreia, Somália e Djibouti.
A Polícia de Trânsito também está nas
ruas para orientar o fluxo de viaturas,
numa cidade que, diferentemente de
Moçambique, a condução é feita à
esquerda.
Nas ruas, onde em cada 50 metros há
militares armados, está um caos total
porque, para não atrapalhar os “visitantes de luxo”, as autoridades proibiram a circulação dos “mathathos”,
como são chamados, localmente, os
transportes semicolectivos de passageiros, o equivalente aos “chapa cem”
em Moçambique.
Sozinhos, os transportes públicos não
conseguem dar vazão à demanda. Por
isso, as paragens estão às multidões
numa cidade que acolhe cerca de 10
milhões dos, aproximadamente, 110
milhões de etíopes. Situada na região
oriental de África, a Etiópia é a segunda nação mais populosa do continente, depois da Nigéria, e é a décima
maior em área.
Mesmo assim, não há “my loves”, a
bandeira do fracasso do sistema de
transportes em Moçambique, e os
“mathathos” observam a lotação recomendada.
As obras de construção, que acontecem em quase todo o lugar, não param. Politicamente, os termómetros
estão baixo no país, desde a chegada,
em Abril de 2018, de um primeiro-
-ministro aplaudido pela maioria dos
quenianos, Abiy Ahmed Ali.
Trigésima segunda Cimeira da União Africana
Mais um encontro de palmas e troca de afectos!
- aos seus pares, Filipe Nyusi apresentou o politicamente correcto, passando por cima das grandes questões do país
Por Armando Nhantumbo, em Adis Abeba
Um dos pontos de agenda
do presidente moçambicano em Adis Abeba foi
a apresentação, no 28º
Fórum do Mecanismo Africano
de Revisão de Pares (MARP), do
posicionamento de Moçambique
sobre relatório referente à segunda
avalização do país.
Filipe Nyusi optou por num discurso, politicamente correcto, passando, praticamente, à margem dos
grandes temas do momento no
país, com destaque para o capítulo
sobre Democracia e Governação
Política.
Debruçando-se sobre “Eleições,
Competitividade e Política Eleitoral”, Nyusi precisou que Moçambique está empenhado em
aperfeiçoar as instituições de gestão eleitoral com métodos e mecanismos eficientes e transparentes
para aprimorar cada vez mais a sua
actuação.
Cerca de quatro meses depois daquelas que são descritas em alguns
sectores como das eleições mais
fraudulentas na história multipartidária do país, Nyusi afirmou: “estamos empenhados em aperfeiçoar
as instituições de gestão eleitoral
com métodos e mecanismos ainda
mais eficientes e transparentes por
forma a aprimorar cada vez mais a
actuação de modo a afastar e prevenir reclamações dos processos
eleitorais”.
Falou da Justiça e disse que o seu
Governo tem estado a envidar esforços no sentido de apetrechar e
modernizar os órgãos de administração da justiça e do parlamento,
em termos de meios humanos, financeiros e técnicos para que estes
órgãos de soberania prossigam com
o seu papel como pilares do Estado
de Direito Democrático assente no
respeito pela separação de poderes,
como é previsto na Constituição.
Aliás, mesmo com uma Justiça
claramente capturada pelo poder
político, como comprova o caso das
dívidas ocultas, Filipe Nyusi afirmou que, à Constituição, que prevê
a separação de poderes, o seu Governo obedece de forma resoluta.
Disse também que o seu executivo está a implementar medidas no
âmbito de boa governação política,
modernização do sistema de controlo interno e execução orçamental e cumprimento da lei de probidade na gestão da coisa pública.
“Agora aparecem mais casos de
corrupção e isso é sinónimo de
mais agressividade para se controlar e combater a corrupção e no
passado parecia que havia menos
corrupção porque não havia instrumentos nem instituições para
tratarem desta matéria”, precisou.
Entretanto, de acordo com a imprensa presidencial, ainda em Adis
Abeba, o presidente moçambicano
reuniu-se com o seu homólogo da
África do Sul, Cyril Ramaphosa,
tendo abordado, mais uma vez, a
detenção, naquela pais vizinho, do
ex-ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, e da ainda
enigmática morte do empresário
sul-africano Andrew Hannekom,
que era acusado de financiar os insurgentes em Cabo Delgado.
No final, Nyusi teria dito à imprensa que o acompanha que a morte
do empresário sul-africano não
esfriou as relações entre Moçambique e África do Sul porque “os
países não são pessoas”.
Sobre o lema da cimeira deste ano,
o presidente moçambicano defendeu a necessidade de garantir a paz
e evitar-se refugiados e deslocados
para que os países africanos consigam implementar e alcançar a
Agenda 2063 da UA, que visa desenvolver e transformar estruturalmente a África.
Nyusi aos seus pares
Politicamente correcto
Chefes de Estado e de Govoerno africanos estiveram reunidos em Adis Abeba
Savana 15-02-2019 11 PUBLICIDADE
12 Savana 15-02-2019 PUBLICIDADE
Poderão candidatar-se aos Testes de Diagnóstico
indivíduos que preencham os seguintes requisitos:
Î)ŸƋƚÚ±ĹƋåŸÚŅ)ĹŸĜĹŅåÏƚĹÚ´ųĜŅ:åų±ĬŧƚåƋåĹʱĵ
ÏŅĹÏĬƚĝÚŅ±ŎƖřÏĬ±ŸŸåÚŅc)ŅƚåŧƚĜƴ±ĬåĹƋåſ
Îų±Æ±ĬʱÚŅųåŸŧƚåƋåĹʱĵÏŅĵŞĬåƋ±ÚŅ±ŎƖřÏĬ±ŸŸå
ÚŅc)ŅƚåŧƚĜƴ±ĬåĹƋåŞ±ų±ÏŅĹƋĜĹƚ±ÓÅŅÚååŸƋƚÚŅŸØ
ŸåĵŞųåģƚĝDŽŅÚ±ĬåčĜŸĬ±ÓÅŅåĵƴĜčŅųţ
PERÍODO DE INSCRIÇÃO
e±ŞųåŸåĹƋ±ÓÅŅÚ±ŸÏ±ĹÚĜÚ±Ƌƚų±ŸÚåÏŅųųåűåÏųåƋ±ųĜ±
ÚŅF )a±ƋæŅÚĜ± 19 de Fevereiro de 2019.
Os candidatos serão avaliados apenas nas
disciplinas nucleares dos cursos da sua preferência.
BŅų´ųĜŅ×í×ƐLjBŠ%ĜƚųĹŅšåŎƀ×ƐLjBŠ{ņŸěĬ±ÆŅų±Ĭšţ
Escola/Curso Vagas
Diurno cŅÏƋƚųĹŅ Peso Peso :ųƚŞŅ
Disciplinas Requisitos
Disciplina 1 Disciplina 2
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
aåÚĜÏĜű:år±Ĭ
aåÚĜÏĜű%ånƋ´ųĜ±
F±ųĵ´ÏĜ±å ontrŅĬåÚå}ƚ±ĬĜÚ±ÚåÚåaåÚĜϱĵåntos
210
50
50
ESCOLA SUPERIOR DE ECONOMIA E
GESTÃO DE NEGÓCIOS
:åsƋÅŅÚå)ĵŞų埱Ÿ
onƋ±ÆĜĬĜÚ±Úåå Auditoria
:åstão Financeir±åÚååčƚros
:åsƋÅŅÚåa±ųĩeting
:åstão de RecurŸŅŸBƚĵ±ĹŅŸåcåčŅÏĜ±ÓÅŅ
100
120
100
50
80
50% 50%
50% 50%
50% 50%
50% 50%
50% 50%
aaƋåĵ´ƋĜϱ Português
aaƋåĵ´ƋĜϱ Português
aaƋåĵ´ƋĜϱ Português
aaƋåĵ´ƋĜϱ Português
aaƋåĵ´ƋĜϱ Português
ESCOLA SUPERIOR DE ENGENHARIAS E
TECNOLOGIA
)ngenharia InfŅųĵ´ƋĜϱ
)ĹčåĹʱųĜ±:åŅĬņčĜϱåÚåaĜűŸ
100 aaƋåĵ´ƋĜϱ 50%
100
50%
50% 50%
Física
aaƋåĵ´ƋĜϱ Física
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS
JURÍDICAS E ARTES
Arquitectur±åųƱĹĜŸĵŅ
Direito
45
150
B
B
B
A
A
A
A
A
C
C
C
A
50% 50%
50% 50%
Desenho aaƋåĵ´ƋĜϱ
Português História
80
80
80
50
60
-
-
-
-
-
-
50
50% 50%
50% 50%
50% 50%
ĜŅĬŅčĜ± }ƚĝĵĜϱ
ĜŅĬŅčĜ± }ƚĝĵĜϱ
ĜŅĬŅčĜ± }ƚĝĵĜϱ
cŅ ¶ĵÆĜto das conÚĜÓŝes gerais de ingresso no )nsino uperiŅųØ previstos na ĬåĜ n° Ɩƀ/ƖLjLjĿØ de eƋåĵÆro
ŠLei do )nsino ƚŞåųĜŅųØ artigo ƖƐØ n° 5 ±Ĭínea ašš o F )a torna ŞƜÆĬĜco que irão decorrer no dia 20 de Fevereiro de 2019,
Testes de Diagnóstico e Entrevistas Vocacionais para admissão aos cursos que a seguir se indicam:
Para mais informações contacte:
åÏųeƋ±ųĜ±ÚŅF )aØĹŅ ±ĵŞƚŸUniverŸĜƋ´ųĜŅ
Rƚ±ŎƐĿĉěZona da Fe FaØƐƖƖěa±ŞutŅţ
åĬ×íƖƐŎƐƖƖLjLjŅƚíĉĿƖƐLjLjLjLj
)ěĵ±ĜĬןåÏųeƋ±ųĜ±ÄĜŸÏƋåĵţ±ÏţĵDŽ
www.isctem.ac.mz
EDITAL
2019
Testes de Diagnóstico e
Entrevistas Vocacionais
ee%aF k%k ec%F%ek) 8)Fe
k )ec%ke)}F%e%)%):.c)kţ
Construa a
Ponte do Seu
Futuro Promissor
Construa a
Ponte do Seu
Futuro Promissor
Construa a
Ponte do Seu
Futuro Promissor
isctem_oficial isctem
Savana 15-02-2019 13 PUBLICIDADE
14 Savana 15-02-2019 Savana 15-02-2019 15
NO CENTRO DO FURACÃO
Aantiga embaixadora de Moçambique nos Estados Unidos da América (EUA),
Amélia Matos Sumbana, está
a ser julgada no Tribunal Judicial da
cidade de Maputo, pela prática dos crimes de abuso de cargo, peculato e branqueamento de capitais. Os crimes foram cometidos quando Sumbana, uma
ex-secretária para as Relações Exteriores no secretariado Comité Central da
Frelimo, na administração Guebuza,
era embaixadora de Moçambique nos
EUA. É a primeira embaixadora a sentar-se nos bancos dos réus. O próximo
deverá ser Bernardo Xerindza, antigo
embaixador de Moçambique na Rússia,
entre 2003 e 2012, e ex-secretário para
a mobilização e propaganda do partido
Frelimo. Bernardo Xerindza é acusado
de desvio de fundos na embaixada moçambicana na Rússia.
Amélia Sumbana foi nomeada Embaixadora Extraordinário e Plenipotenciário nos EUA em Julho de 2009, pelo
então presidente da República, Armando Guebuza. Cessou funções em 2015,
pouco depois de Filipe Nyusi ascender à
presidência da República.
Porém, foi o Banco norte-americano,
Citi Bank, que alertou sobre “movimentações estranhas” na conta bancária da
Embaixada de Moçambique nos EUA,
na vigência do reinado de Amélia Matos Sumbana.
Desconfiando das transações descomunais da conta da Embaixada para Amélia Sumbana, o Banco ameaçou encerrar
as contas da Missão diplomática se a
beneficiária (Sumbana) não provasse os
gastos. Vendo-se num beco sem saída,
Sumbana pediu a intervenção do Ministério dos Negócios Estrangeiros e
Cooperação (MINEC) e daí foi descoberto o saque, seis anos depois do inicio
da missão.
A ex. diplomata é acusada pelo Ministério Público (MP) de ter delapidado
Estado na ordem de 17 milhões de meticais
Nesta terça-feira, 12, decorreu, na sétima secção do TJCM, o julgamento do
caso. Amélia Sumbana, cunhada do antigo titular da pasta de Turismo Fernando Sumbana Jr e do antigo ministro da
Casa Civil, António Sumbana, chegou
ao tribunal antes das 9horas. Chegou ao
tribunal sorridente e acompanhada do
esposo, Adriano Sumbana, da filha e do
filho e de duas irmãs. A irmã de nome
Nora Amaral Matos e a filha de nome
Anissa Matos Sumbana foram também
declarantes. A sessão de julgamento tinha sido marcada para 10 horas, mas só
arrancou as 10h40.
Argumentos
Depois de aproximadamente seis horas
de sessão, período no qual o MP, a ré e a
sua defesa esgrimiram os seus argumentos, o juiz do caso, Rui Dauane, marcou
a leitura da sentença para o próximo dia
19 de Março.
Na sala de julgamento, Amélia Sumbana disse que tudo quanto fez durante o
período que permaneceu em Washington foi com o conhecimento do ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, que, no entanto,
não foi ouvido em Tribunal.
Na hora reservada às alegações finais,
o representante do Ministério Público,
Crimes cometidos enquanto embaixadora de Moçambique nos EUA
Amélia Sumbana julgada por peculato e branqueamento de capitais
Por Raul Senda / Fotos de Naíta Ussene
Alexandre Chiconela, pediu a condenação de Amélia Sumbana e a reversão
dos bens (móveis e imóveis) e valores
monetários, que acredita serem produto
da fraude, a favor do Estado.
Sustentou que ficou provado, em sede
de produção da prova, o envolvimento
activo da ré na concepção e execução do
esquema que lesou o Estado moçambicano no valor de USD 496.945,03,
equivalente da 17.393.076,05 ao câmbio de 35 mt, à altura dos factos.
Por seu turno, a defesa da antiga embaixadora, na pessoa de Pedro Macaringue,
defendeu que “o tribunal devia fazer a
sã justiça”, precisamente, por ter ficado
provado, ao longo da sessão, que as infracções que são imputadas a sua constituinte são de natureza administrativa e
não criminal.
Argumentou que as transações efectuadas para a conta da acusada foram feitas
com a autorização tácita do MINEC,
isto no que diz respeito ao pagamento
das contas, resultante do apetrechamento da residência protocolar, compra de
viatura, compra da residência da missão
entre outros.
Sustentou, Macaringue, que durante a
vigência do mandato de Amélia Sumbana foram apresentados os relatório e
contas e os mesmos foram aprovados
pelas entidades de Maputo.
Aliás, secundou a defesa que durante o
período que a ré esteve a liderar a missão diplomática de Moçambique nos
EUA não chegou a ter uma avaliação
abaixo de 18 valores, estranhando, por
essa ordem de ideias, o facto de ela hoje
estar a ser acusada de não ter cumprido
escrupulosamente as regras estabelecidas pelo MINEC.
Contudo, os argumentos da ré e a sua
defesa foram contrariados pelos declarantes arrolados no processo.
Maria do Céu Sambo, antiga adida financeira na Embaixada, referiu que as
decisões sobre aquisição de bens eram
feitas pela ré, não havia nenhuma comissão de compras e as ordens para a
emissão de cheques eram emitidas verbalmente pela ex. embaixadora.
Diz que a empresa que fazia obras à
Embaixada, bem como a casa oficial foi
indicada pela embaixadora. A aquisição
do equipamento para apetrechamento
da residência oficial em Washington
também foi executada pela própria diplomata tendo para o efeito ordenado a
transferência do valor da conta da Embaixada para a conta pessoal.
“Mesmo o processo da compra do novo
imóvel para a residência oficial foi coordenada directamente pela excelência
senhora embaixadora e nós apenas recebíamos e cumpríamos ordens”, disse.
Arnaldo Artur, contabilista no MINEC, arrolado como declarante, disse
que durante àquele período (2009 e
2015), altura em que era responsável
monitoramento do processo dos desembolsos, apesar de reconhecer a existência
de situação de alguns atrasos, disse que
a demora nunca chegou aos três meses,
tal como referiu a ré.
Francisco António Novela, inspector-
-geral do MINEC, disse que a inspecção foi ordenada depois da alerta do
banco americano sobre um conjunto
de movimento anormais que estavam
acontecer nas contas da Embaixada.
“Mesmo a viatura de marca Ranger Rover cuja aquisição foi inflaccionada de
36 mil dólares para 51 mil dólares, não
estava na posse na Embaixada. Estava
com o filho. Este só fez a entrega depois de ser notificado pelos inspectores”,
disse.
De imediato, foi destacado uma equipa para Washington que foi constatar
um conjunto de irregularidades. Houve
graves violações a lei de procurament,
não havia consonância entre os valores
gastos e bens adquiridos entre outras
vicissitudes.
No rol das irregularidades constantes,
a ex. embaixadora, sem observância das
regras de procurment e com ajuda de
uma empresa em que o filho ocupava
um cargo de direcção, liderou o processo de venda da antiga casa protocolar e
a compra de uma outra.
O filho de Amélia Sumbana, Narciso
Matos Sumbana, era portador de um
visto de categoria 1 concedido aos funcionários, chefes de missões diplomáticos e dependentes. E como dependente,
o filho de Amélia Sumbana não tinha
permissão para trabalhar seja na missão,
bem como, fora dela.
No processo consta que Sumbana ordenava a emissão de cheques que posteriormente eram canalizados à sua conta
pessoal sob argumento de que os valores
eram destinados ao apetrechamento da
residência protocolar e a compra de uma
viatura protocolar para missão da marca
Range Rover.
Interrogatório da ré Amélia
Sumbana
( Juiz) Segundo a acusação a senhora
foi nomeada embaixadora de Moçambique nos Estados Unidos da América.
Lembra-se do ano?
(Sumbana) Foi em Agosto de 2009.
Contudo, só apresentei cartas credenciais em Novembro.
Antes de ser nomeada o que fazia?
Era deputada da Assembleia da República, secretária do Comité Central da
Frelimo para as Relações Exteriores e
também desenvolvia minhas actividades
particulares. Era gestora de uma escola
técnica no distrito de Manhiça (NR:
Colégio Alvor, uma instituição que beneficiou dos créditos de Tesouro entregues à
elite política frelimista na base de critérios
duvidosos. O colégio tem como sócios a própria Amélia Sumbana, Adriano Sumbana,
Filomena Panguene e Fernando Andrade
Fazenda) e também tinha machambas.
O cargo dava-lhe direito a certas mordomias?
Sim.
Quais?
Tinha direito à assistência médica e
medicamentosa, passaporte diplomático
para mim, esposo e dependentes, motorista e despesa de representação.
Qual era a sua remuneração?
Quando cheguei auferia 5.150 dólares
americanos. A partir de 2013 aumentou para 8.016 dólares.
Pode juntar nos autos os comprovativos dessas remunerações?
Sim meritíssimo. Mas esses dados estão documentados no dossier do fim da
missão em poder do MINEC.
Como chefe da Missão também cabia-
-lhe autorizar despesas da Embaixada.
Tinha orçamento para despesas correntes e de investimento...
Desculpe meritíssimo, os orçamentos
nunca foram claros. Por várias vezes
apresentámos a questão de ambiguidade
do orçamento junto ao MINEC, mas
nunca foi explicado. Não era apenas o
problema da Embaixada de Moçambique nos EUA. Outras missões também
se deparavam com o mesmo problema,
infelizmente o Ministério nunca clarificou. Na verba que recebíamos não havia
destrinça entre fundos para despesas
correntes e de investimento. É por isso
que o mesmo orçamento servia para
despesas correntes e para o investimento.
Segundo a acusação, a Embaixada tinha três contas. Pode explicar melhor.
Sim. Tínhamos a conta de funcionamento que é aquela que se usava para
as despesas do dia a dia da Missão, a
conta consular que era usada para receitas provenientes dos serviços consulares como é o caso da emissão de vistos,
passaportes, registos de nascimentos e
outros serviços consulares e a terceira
estava adstrita as serviços comerciais e
a sua movimentação era da responsabilidade do adido comercial.
Quem era o adido comercial?
Na vigência da minha missão foram
dois. Primeiro foi Eduardo Sitóe e depois foi substituído pela senhora Ana
Maria Raquel.
De 2009 a 2015 a Missão recebeu mais
de cinco milhões de dólares...
Meritíssimo...fui indicada embaixadora
na segunda metade de 2009, mas em
termos práticos só comecei a exercer as
minhas atribuições em 2010. A minha
missão só podia começar efectivamente
depois de apresentar cartas credenciais,
o que aconteceu em Novembro. Depois seguiu a fase de regularização das
assinaturas com os bancos. Portanto, a
minha gestão efectiva só começou em
2010.
As contas da Missão estavam no mesmo banco?
Sim. Na Citibank.
Era obrigatório que a ré assinasse essas contas?
Sim.
Como é que o processo de pagamento
das despesas era feito?
Dependia do tipo das despesas e da entidade que fazia essas despesas.
Até se chegar a emissão de cheques
como é que era tramitado o processo?
Primeiro identificava-se a necessidade, depois apresentava-se a proposta,
analisava-se e por fim é que se emitia
o cheque.
Quem apresentava as propostas?
Eram os funcionários da embaixada
afectos a várias áreas, a adida financeira
e eu na qualidade de chefe da Missão.
A quem apresentavam?
Tínhamos um colectivo composto por
cinco pessoas, incluindo a chefe da Missão. Também incluía o conselheiro, o
adido consular, administrativo e comercial. Este júri é que decidia se a despesa
é oportuna ou não e só depois é que se
emitia o cheque.
Contudo, havia despesas de carácter
urgente que tornava impossível juntar
o colectivo. Por exemplo, as chamadas
de emergência para Moçambique. Aí
não precisava de juntar o colectivo. O
documento de suporte da viagem era
suficiente para requisitar o dinheiro de
bilhete e para outras despesas inerentes
a viagem.
Uma vez emitidas, quem assinava os
cheques?
Era a adida financeira e a embaixadora
na qualidade de chefe da Missão.
Na qualidade de responsável máximo
da Missão, antes de assinar cheques,
tinha a obrigação de verificar aspectos
legais. Seguia?
Sim. Todo tempo que estive nos EUA
como chefe da Missão pautei por respeito às regras. Fiz de tudo para cumprir à linha com aquilo que eram as minhas obrigações.
Nos casos em que a beneficiária era a
própria ré como é que era feito o processo?
Seguia os mesmos procedimentos. Não
havia excepções.
Mas, a segundo a acusação, quando a
ré era beneficiária dava ordens verbais.
Isso aconteceu ou não?
Nunca dei ordens verbais...sempre seguimos com os procedimentos. A Missão tinha a obrigação de, mensalmente,
enviar relatórios de actividades e de
contas ao MINEC. Nesses expedientes
se incluía todos as cópias dos cheques
e os respectivos comprovativos das despesas. Desses relatórios nunca fomos
notificados para esclarecer qualquer irregularidade.
Diz acusação que a ré mandou emitir
cheques da Missão e depois os depositava na sua conta. Pode explicar ao
tribunal as razões dessas operações?
Os cheques eram depositados na minha conta, mas para pagar despesas da
Embaixada. Isto acontecia porque, nos
EUA não é habitual o uso de dinheiro
vivo para efectuar pagamentos e, muitas firmas comerciais ou prestadoras
de serviços, não aceitavam cheques de
missões africanas, desconfiam dos cheques emitidos por missões diplomáticas
africanas. Sucede que o banco não podia
passar cartão de debito ou de crédito à
Embaixada, mas sim a um singular e, eu,
como chefe da Missão era a única pessoa com direito a cartão.
Assim, para facilitar o pagamento dos
serviços da Embaixada optou-se por
associar os fundos da Missão à minha
conta pessoal.
Portanto, para além das despesas particulares, a conta da ré passou a servir
para o pagamento das despesas da
Embaixada...
Sim.
Porquê decidiram agir dessa forma?
Meritíssimo...era a forma mais fácil de
pagar despesas. A própria direcção máxima do MINEC sabia das dificuldades
que tínhamos para fazer pagamentos via
cheque e como a Embaixada não podia
ter cartão, anuiu a saída encontrada.
O uso da conta pessoal para o pagamento das despesas da Embaixada era
norma...
Não era norma, mas a realidade prática
obrigava que agíssemos dessa forma. O
mercado americano é totalmente diferente do nosso.
Agora que usava conta pessoal para
despesas da Embaixada, como é que
fazia a justificação dos fundos.
Era fácil...cada despesa da Embaixada seguia certa burocracia. Tinha um
processo. A partir das requisições, ordens de pagamento e justificativos, a
adida financeira podia aferir o dinheiro
transferido para a conta e o valor gasto.
Esses expedientes eram posteriormente
enviados para o MINEC.
Consta na acusação que a ré dirigiu os
processos de venda do antigo imóvel e
a aquisição do novo. Quando é que foi
isso?
Foi entre os anos 2011 e 2012.
Por quanto comprou a nova casa?
Custou 1.850.000 dólares.
O capital saiu dos cofres da Embaixada?
Sim.
Não recorreram ao crédito?
Recorremos ao crédito bancário. Todo
processo foi mediante a autorização do
governo de Moçambique.
Qual é que foi o valor de crédito?
Foram 1.297.000 dólares.
Quem intermediou o negócio?
Foi uma empresa indicada pelo banco.
Quem era o gerente dessa empresa?
Senhor Sithole.
Era uma pessoa próxima de si?
Não.
Era moçambicano?
Não. É de nacionalidade zimbabweana.
Segundo a acusação, a ré ordenou, verbalmente, a adida financeira para que
emitisse cheques para se pagar a pessoa que agenciou a compra do imóvel.
Aqui título foram feitos esses pagamentos?
O dinheiro destinava-se ao pagamento
das despesas referentes ao processo de
aquisição do imóvel como por exemplo,
o pagamento do escritório de advogados, do fundo comercial e do sinal da
primeira entrada. Todos esses valores
estão devidamente justificados.
A ordem desses pagamentos resultou
da decisão dos cinco elementos do colectivo?
Sim. Tudo está registado e as reuniões
foram resumidas em actas.
Que tipo de documento a Missão
apresentou para justificar os fundos
gastos?
O mercado americano funciona duma
forma totalmente diferente do nosso. Lá
não há tradição de uso de factura como
comprovativo de pagamento. A mera
confirmação de que o vendedor recebeu
o valor serve como justificativo.
Consta na acusação que várias contas
foram usadas para o pagamento das
mesmas despesas. Porquê?
Porque havia prazos por se cumprir.
Quer ao nível dos bancos assim como
dos provedores de serviços. Haviam
despesas inadiáveis e nem sempre o dinheiro está disponível na nossa conta
corrente. Daí que recorríamos a outras
contas como dos serviços consulares.
A direcção do MINEC tinha conhecimento disso. Estava consciente de que
nem sempre o dinheiro estava disponível para actividades.
Quando é que foi feito a auditoria às
contas e ao património da Embaixada?
Foi em 2015.
Consta que durante a auditoria não
apresentou todos comprovativos. Fê-
-lo à posterior. Porquê?
Apresentamos os comprovativos, mas a
auditoria invalidou porque analisou as
coisas de acordo com a realidade moçambicana.
Porquê desqualificou os comprovativos. A inspecção não era do MINEC,
o ministério não aprovava as contas da
Missão?
Também não sei porque de 2010 até
2015 a Missão apresentava relatórios de
actividades e financeiros. Nunca houve reclamação. Pelo contrário, até era
elogiado. Muitas vezes recebi menções
honrosas, o ministro me elogiou vários
vezes por causa da qualidade e precisão
do trabalho que fazíamos.
Não entendi como é que em só 2015,
os auditores vieram concluir que havia
irregularidades. Todas despesas que fazíamos eram mediante a autorização
do MINEC. O Tribunal Administrativo também dava pareceres positivos as
nossas contas. É mesmo estranho.
Em que mês eram feitas as transferências do MINEC para a Embaixada?
Do principio devia ser até Março. Mas
por vezes recebíamos em Julho ou até
depois disso.
No dia 11 de Janeiro de 2013 recebeu
na sua conta pessoal 25 mil dólares da
conta dos serviços consulares. Lembra-se dessa transferência?
Lembro-me. Era para o funcionamento.
Foi um valor decorrente de autorização
para a compra de equipamento para o
apetrechamento da residência oficial.
Recorremos a conta dos serviços consulares porque na conta destinada às despesas correntes não tínhamos dinheiro.
Tivemos autorização do MINEC.
Em 2014 ordenou a emissão de um
cheque no valor de 60 mil dólares. Depois mandou depositar na sua conta.
Para que efeito?
Em 2014 realizou-se a cimeira África-
-EUA e tínhamos que garantir a hospedagem da delegação presidencial. Assim, para garantir as reservas no hotel
adiantámos o valor e a presidência da
República devolveu-nos porque era um
empréstimo.
E sobre sobre 40 mil dólares transferidos da conta da Embaixada para a sua?
Não me recordo.
“A ligação da empresa
FRPRPHXÀOKRIRLPHUD
coincidência”
E o processo de aquisição de Ranger
Rover?
que não tinham capital suficiente para
adquirir a viatura?
Era um bem que precisávamos para a
Embaixada.
Depois de pagar 20 mil dólares ao
vendedor da viatura, ordenou a transferência de mais 31 mil dólares para a
sua conta e dela tirou 12 mil dólares
para o pagamento do remanescente
da viatura. Os restantes 19 mil dólares
serviram para que efeito?
Ficaram na minha conta e serviram para
outras despesas da Embaixada, visto que
a minha conta servia também para o pagamento das despesas da Embaixada.
Consta na acusação que ré fez cinco
viagens para Moçambique onde diz
que gastou cerca de 78 mil dólares,
mas que na realidade foram 13 mil dólares já que viajava na classe económica. E os remanescentes 65 mil dólares?
Uma das regalias era viajar na classe
executiva. Contudo, como nem sempre
conseguia lugar, viaja na classe económica e depois pedia o reembolso porque
achei que fosse meu direito.
Em 2012 transferiu 200 mil dólares
da sua conta nos EUA para outra sua
conta em Moçambique domiciliada
no BCI...
Todos valores transferidos para Moçambique resultaram dos meus rendimentos e do meu esposo. Eu tinha
salário de cinco mil dólares que passou
para oito e o meu esposo também tinha
subsidio do Estado para além de que fazíamos outras coisas.
Foi esse dinheiro que usou para compra de um imóvel em Maputo?
Parte do valor já tínhamos em Moçambique. O outro resultou dos nossos ganQuando foi nomeada embaixadora levou algum familiar para viver consigo
nos EUA?
Não.
O teu filho não estava lá?
O meu filho foi para EUA antes de eu
ser nomeada embaixadora. Estava a estudar.
Que tipo de visto usava nos Estados
Unidos?
Visto de estudante porque estava a estudar.
A empresa contratada para a reabilitação da residência oficial tinha relação
com o seu filho?
Não.
E a empresa que fazia manutenção do
edifício da Embaixada e a residência
do embaixador?
Também não. O meu filho era um simples funcionário.
Foi a mesma empresa que ajudou na
compra do novo imóvel para a residência oficial?
Sim. Tivemos conhecimento desta empresa através de outros embaixadores
africanos. Colegas de outras representações diplomáticas aconselharam-nos a
usar esta empresa porque estava associada aos circuitos financeiros. Portanto, a
ligação da empresa com o meu filho foi
mera coincidência.
Na acusação consta que quando terminou a missão. No seu regresso ao
país levou bens da Embaixada.
O que aconteceu é que a residência oficial foi apetrechada. Mas eu também
como pessoa comprava minhas coisas e
como não tinha onde deixar, guardava
na residência da Embaixada. Quando
chegou a vez de regressar, levei o que era
meu para o país. A inspecção é que confundiu bens da Embaixada com os meus
e arrolaram tudo. É dai onde resulta a
confusão.
Não havia inventário do mobiliário do
Estado?
Só pode ser o inspector a responder.
Não achava anormal usar conta pessoal para o pagamento das despesas da
Embaixada?
Não... porque é possível destrinçar os
fundos provenientes dos meus rendimentos e os Embaixada.
Consta na acusação que o banco estranhou o volume das transferências
da conta da Embaixada para si e até
ameaçou encerrar as contas da Missão
se não comprovasse que de facto o dinheiro era para as despesas da Embaixada. Confirma?
Não.
Mas viajou para Maputo para pedir
que o ministério intercedesse junto
ao banco para não se encerrarem-se a
contas...
Tive conhecimento da notificação, mas
não tive as razões. Pedi a intervenção do
ministério porque, o ministro estava a
par de todas práticas e nunca interrogou e proibiu. O ministro sabia que era
a prática do quotidiano.
Diz que o seu filho Narciso Matos
Sumbana tinha visto de estudante.
Mas nos autos consta que ele tinha
visto diplomático de categoria Um
destinado aos diplomatas e seus dependentes e não podia trabalhar nem
na Embaixada e muito menos nos
Estados Unidos. Como é que aparece
como funcionário da empresa que remodelou a residência oficial?
Nos EUA há períodos em que há promoção dos produtos. Como tínhamos
também o dever de poupar fundos de
Estado aproveitávamos os períodos de
promoção para adquirir parte dos bens
da Missão.
Foi nessa altura que decidimos comprar
uma viatura para a Embaixada. Contudo, como não pagamos o valor na totalidade, o período das promoções venceu
e quando fomos levantar a viatura acabamos pagando preço real. Isso acabou
provocando essa disparidade, mas depois justificámos ao MINEC e nunca
fomos questionados.
Qual era o prazo de pagamento da viatura?
Uma semana.
Quando fizeram a despesa não sabiam
hos nos Estados Unidos.
Qual foi o custo do imóvel e Maputo?
Foram 3.410 mil meticais e a remodelação custou cerca de 100 mil meticais.
Se bem que era uma aquisição normal,
porquê registou o imóvel em nome de
um parente?
O imóvel foi registado em nome do
meu esposo. Portanto, não é um parente
qualquer. Somos casados e ele também
contribuiu na compra.
Consta nos autos que transferiu seis
mil dólares da sua conta nos EUA para
a sua filha em Moçambique. Confirma?
Sim confirmo.
Qual era a finalidade?
A minha filha queria pagar as despesas
dos filhos na escola.
Segundo a acusação, Sumbana defraudou o Estado em mais de 17 milhões de meticais
Amélia Sumbana entrará na história por ser a primeira diplomata a sentar no
banco dos réus
16 Savana 15-02-2019 PUBLICIDADE DESPORTO
Eni Rovuma Basin B.V., Mozambique Branch – OpeUDGRUD 2;VKRUH GD ÉUHD , convida às Empresas interessadas a submeterem a sua Manifestação de Interesse
(designadas individualmente como uma “Manifestação de
interesse”) no que se refere à capacidade de forneceUHPFREHUWXUDGHVHJXURSDUDDVRSHUDo}HVRͿVKRUHGR
Projecto/Desenvolvimento Rovuma LNG na Área 4. As
actividades planeadas pela ERB incluem a perfuração e
completamento de 24 poços submarinos, instalação de
estruturas submarinas e de gasodutos para a terminal de
/1*2QVKRUHHP$IXQJL jQRUWHGDSURYtQFLDGH&DER
Delgado.
ÂMBITO DO TRABALHO
O âmbito da cobertura de seguro exigida para o Projecto deverá incluir, sem limitações, apólices de Seguro de
&RQVWUXomRFRQWUDWRGRVRVULVFRV VHJXURGHUHVSRQVDELlidade civil, seguro para as despesas extras da OperadoUDHVHJXURGHFDUJDPDUtWLPD
DOCUMENTAÇÃO SOLICITADA
As empresas interessadas em responder a este convite
podem apresentar a sua Manifestação de Interesse para
participar no processo do concurso para prestação de
serviços de seguros, fornecendo as informações e documentos que provam:
&RQÀUPDomRGHWRGDVDVDXWRUL]Do}HV OLFHQoDVHDSURvações governamentais/regulamentares para operar e
exercer a actividade enquanto seguradora, cópia autenticada do registo comercial, nome da pessoa coletiva, e
pessoa de contacto para receber informações comerciais
HVREUHTXDOLÀFDo}HV
8PDGHVFULomRGDSROtWLFDHGRSURJUDPDHPSUHVDULDO
da seguradora para garantir a conformidade com as leis
DQWLFRUUXSomR LQFOXLQGR D /HL GRV (8$ GH &RPEDWH j
&RUUXSomR GH$JHQWHV 3~EOLFRV (VWUDQJHLURV QDV 7UDQVDo}HV&RPHUFLDLV,QWHUQDFLRQDLV 8QLWHG6WDWHV)RUHLJQ
&RUUXSW 3UDFWLFHV$FW )&3$ H D /HL$QWL VXERUQR GR
5HLQR8QLGR 8.%ULEHU\$FW
8PD FySLD GDV WUrV ~OWLPDV GHPRQVWUDo}HV ÀQDQFHLras/relatório anual da empresa que comprove uma caSDFLGDGH ÀQDQFHLUD PtQLPD H R FXPSULPHQWR GRV UHquisitos de fundos próprios para as apólices de seguro
UHOHYDQWHV
4. Estrutura da empresa e do grupo com a lista dos prinFLSDLVDFLRQLVWDVHEHQHÀFLiULRVÀQDLV FDVRQmRHVWHMDFRWDGDQDEROVDGHYDORUHV
&HUWLÀFDomRGRVLVWHPDGHJHVWmRGDTXDOLGDGHH RX
sistema de gestão da qualidade que cumpra com as norPDVGHTXDOLGDGHLQWHUQDFLRQDLV
6. Experiência e montante da capacidade de seguro subscrita em anteriores grandes projectos de petróleo e gás/
FRQVWUXomRGHHQHUJLD ! PLOK}HV86' LGHQWLÀFDUR
CONVITE PÚBLICO À MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SEGUROS
PARA A EMPRESA ENI ROVUMA BASIN NA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
YDORUOtTXLGRHP86'UHWLGRSHODVXDHPSUHVDQRV~OWLPRV
DQRV HLQGLFDUVHRVSURMHWRVGL]HPUHVSHLWRDSHWUyOHRH
JiVRXRXWURV LQGLFDUWDPEpPRQRPHGRFRUUHWRULQWHUQDFLRQDOGHFDGDSURMHFWR DSyOLFH
/LVWDGRVQRPHVHWHVWHPXQKRVGHRXWURV*HVWRUHVGH
Risco/Gestores de Aquisições de empresas internacionais
GHHQHUJLDTXHSRGHPVHUFRQWDFWDGRV
([SHULrQFLDFRPSURYDGDGHSDJDPHQWRGHLQGHPQL]Dções no âmbito de grandes projectos de petróleo e gás nos
~OWLPRV DQRV
/LVWD GH QRPHV H H[SHULrQFLD GH WRGRV RVLQGLYtGXRV
GDVVHFo}HVGHVXEVFULomRHVLQLVWURVGDVXDHPSUHVD QRPHDGRVSDUDDIXQomR
,GHQWLÀFDUWRGDVDVFODVVLÀFDo}HVDWULEXtGDVSRUDJrQFLDV GH QRWDomR H[WHUQDV S H[ 6 3 0RRG\V 2XWUDV
com documentação comprovativa.
As empresas interessadas deverão submeter as suas Manifestações de Interesse, anexando toda a documentação
solicitada acima, para o e-mail:
Erb.Public.announcement@eni.com
IMPORTANTE:
2H PDLOGHVXEPLVVmRGHYHUiID]HUUHIHUrQFLDDR$Q~QFLR3~EOLFR´SUHVWDomRGHVHUYLoRVGHVHJXURVµHWDPEpP
ao seguinte código:
SS11AF01 - INSURANCE SERVICES
Sujeito à entrega e conformidade de toda a documentação acima, as Empresas poderão receber da Eni Rovuma
%DVLQ % 9 R 3DFRWH GH 4XDOLÀFDomR H SRGHP DLQGD VHU
LQFOXtGDVQRSURFHVVRGHFRQFXUVRSDUDDVDWLYLGDGHV
A presente consulta não deve ser considerada como um
convite à apresentação de propostas e, portanto, não representa nem constitui qualquer promessa, obrigação ou
FRPSURPLVVRGHTXDOTXHUWLSRSRUSDUWHGD0R]DPELTXH
Rovuma Venture S.p.A. nem da Eni Rovuma Basin B.V. e
suas Sucursais Moçambicanas, de celebrar qualquer acordo ou memorandum de entendimento com qualquer Empresa que participe desta Manifestação de Interesse.
Qualquer custo incorrido pelas empresas interessadas na
preparação da Manifestação de Interesse será da total resSRQVDELOLGDGH GDV &RPSDQKLDV DV TXDLV QmR SRGHUmR
UHFRUUHU DHVWH UHVSHLWR j0R]DPELTXH5RYXPD9HQWXUH
S.p.A., nem à Eni Rovuma Basin B.V., e suas Sucursais
Moçambicanas.
7RGRVRVGDGRVHLQIRUPDo}HVIRUQHFLGRVGHDFRUGRFRP
esta Manifestação de Interesse serão tratados como estriWDPHQWHFRQÀGHQFLDLVHQmRVHUmRGLYXOJDGRVRXFRPXQLFDGRVDSHVVRDVRXHPSUHVDVQmRDXWRUL]DGDV
A data limite de submissão da Manifestação de Interesse
SRUH PDLOLQGLFDGRDFLPDpÀ[DGDSDUD GH)HYHUHLUR
GH jV &$7 $(QL5RYXPD%DVLQ% 9 QmRLUi
DFHLWDU QHQKXPD GRFXPHQWDomR UHFHELGD DSyV D GDWD H
KRUDLQGLFD
Savana 15-02-2019 17 PUBLICIDADE
Eni Rovuma Basin B.V. (ERB), Mozambique Branch –
2;VKRUH2SHUDWRURI$UHD , invites interested compaQLHVWRVXEPLWWKHLUH[SUHVVLRQVRILQWHUHVW HDFKDQ“Expression of Interest” WRSURYLGHLQVXUDQFHFDSDFLW\IRU
WKH RͿVKRUH RSHUDWLRQV UHODWHG WR WKH$UHD 5RYXPD
/1* 3URMHFW ,Q SDUWLFXODU (5%LV UHVSRQVLEOH IRU WKH
drilling and completion of 24 subsea wells, installation
RIVXEVHDIDFLOLWLHVDQGWLH EDFNWRRQVKRUH/1*WHUPLQDOORFDWHGDW$IXQJL LQWKHQRUWKHUQSURYLQFHRI&DER
Delgado.
SCOPE OF WORK
7KH VFRSH RI LQVXUDQFH FRYHU UHTXLUHG VKDOO LQFOXGH
ZLWKRXWOLPLWDWLRQ SROLFLHVIRU&RQVWUXFWLRQ$OO5LVNV
7KLUG3DUW\/LDELOLW\ 2SHUDWRU([WUD([SHQVHVDQGPDrine cargo insurances.
DOCUMENTATION REQUIRED
&RPSDQLHV LQWHUHVWHG LQ WKLV LQYLWDWLRQ PD\ VXEPLW
WKHLU ([SUHVVLRQ RI ,QWHUHVW WR SDUWLFLSDWH LQ D WHQGHU
SURFHVVIRU´Insurer services and capacity servicesµE\
SURYLGLQJ WKH IROORZLQJ PDQGDWRU\ LQIRUPDWLRQ DQG
documentation:
&RQÀUPDWLRQRIDOOJRYHUQPHQWDO UHJXODWRU\DXWKRUL]DWLRQV OLFHQVHVDQGDSSURYDOVWRRSHUDWHDQGGREXVLQHVVDVDQLQVXUHU DQGFHUWLÀHGFRS\RIWUDGHUHJLVWHU
OHJDOHQWLW\QDPH DQGFRQWDFWSHUVRQIRUUHFHLYLQJTXDOLÀFDWLRQDQGFRPPHUFLDOLQIRUPDWLRQ
$ GHVFULSWLRQ RI WKHLQVXUHU·V FRUSRUDWH SROLF\ DQG
SURJUDP WR HQVXUH FRPSOLDQFH ZLWK DQWL FRUUXSWLRQ
ODZV LQFOXGLQJWKH8QLWHG6WDWHV)RUHLJQ&RUUXSW3UDFWLFHV$FW )&3$ DQG8.%ULEHU\$FW
$FRS\RI&RPSDQ\·VODVWWKUHH\HDUVRIÀQDQFLDOVWDWHPHQWV $QQXDO 5HSRUW SURYLQJ PLQLPXP ÀQDQFLDO
FDSDFLW\DQGFDSLWDOUHTXLUHPHQWVIRUWKHUHOHYDQWLQVXUDQFHSROLFLHV
&RPSDQ\DQGJURXSVWUXFWXUHZLWKWKHOLVWRIPDMRU
VKDUHKROGHUVDQGXOWLPDWHEHQHÀFLDULHV LIQRWOLVWHGLQ
WKHVWRFNH[FKDQJH
4XDOLW\ PDQDJHPHQW V\VWHP FHUWLÀFDWLRQV DQG RU
TXDOLW\PDQDJHPHQWV\VWHPFRPSOLDQWZLWKLQWHUQDWLRQDOTXDOLW\VWDQGDUGV
([SHULHQFH DQG DPRXQW RI LQVXUDQFH FDSDFLW\ XQGHUZULWWHQIRUSULRUODUJH2LO *DV (QHUJ\FRQVWUXFWLRQSURMHFWV ! 0 3OHDVHLGHQWLI\WKH86 QHWUHWHQWLRQ UHWDLQHG E\ \RXU FRPSDQ\LQ WKHODVW \HDUV
DQGOLVW WKRVHSURMHFWVZKHWKHURLO DQGJDV UHODWHGRU
RWKHUZLVH 3OHDVHDOVROLVWWKHQDPHRIWKHLQWHUQDWLRQDO
EURNHUIRUHDFKSURMHFW SROLF\
/LVWRIQDPHVDQG WHVWLPRQLDOVRIRWKHU5LVN0DQDJHUV 3URFXUHPHQW PDQDJHUV RI LQWHUQDWLRQDO HQHUJ\
FRPSDQLHVWKDWFDQEHFRQWDFWHG
38%/,&$11281&(0(17)25(;35(66,212),17(5(67
3529,6,212),1685(56(59,&(6$1'&$3$&,7<)25(1,52980$%$6,1
,17+(5(38%/,&2)02=$0%,48(
3URYHQH[SHULHQFHRISD\LQJFODLPVRQODUJHRLODQG
JDVSURMHFWVLQWKHODVW \HDUV
/LVWRIQDPHVDQGH[SHULHQFHRIDOOLQGLYLGXDOV IURP
WKHVHSDUDWHXQGHUZULWLQJDQGFODLPVVHFWLRQLQ\RXU
FRPSDQ\ QRPLQDWHGIRUWKHDVVLJQPHQW
,GHQWLI\DOOUDWLQJVSURYLGHGE\H[WHUQDOUDWLQJV
DJHQFLHV HJ6 3 0RRG\V 2WKHU ZLWKFRUURERUDWLQJ
GRFXPHQWDWLRQ
&RPSDQLHV LQWHUHVWHG LQ WKLV LQYLWDWLRQ PD\ VXEPLW
WKHLUExpression of InterestE\VHQGLQJDOOWKHUHTXHVWHG
GRFXPHQWDWLRQWRWKHIROORZLQJHPDLODGGUHVV
Erb.Public.announcement@eni.com
IMPORTANT:
7KH(PDLOVXEPLVVLRQPXVWUHIHUWRWKH3XEOLF$QQRXncement object “Insurer services and capacity services” DQGDOVRWRWKHIROORZLQJFRPPRGLW\FRGHV
SS11AF01 - INSURANCE SERVICES
6XEMHFW WR WKH VXEPLVVLRQ DQG FRPSOLDQFH RI DOO WKH
DERYH GRFXPHQWDWLRQ &RPSDQLHV LQWHUHVWHG LQ WKLV
([SUHVVLRQRI ,QWHUHVWPD\UHFHLYH IURP(QL5RYXPD
%DVLQ% 9 WKH4XDOLÀFDWLRQ3DFNDJH DQGPD\IXUWKHU
EHLQFOXGHGLQWKHWHQGHUSURFHVVIRUWKHVXEMHFWDFWLvities.
7KLVHQTXLU\VKDOOQRWEHFRQVLGHUHGDVDQLQYLWDWLRQWR
7HQGHUDQGWKHUHIRUHLWGRHVQRWUHSUHVHQWRUFRQVWLWXWHDQ\SURPLVH REOLJDWLRQRUFRPPLWPHQWRIDQ\NLQG
RQ WKHSDUWRIQHLWKHU0R]DPELTXH5RYXPD9HQWXUH
6 S $ QRU(QL5RYXPD%DVLQ% 9 DQGWKHLU0R]DPELFDQ%UDQFKHV WRHQWHULQWRDQ\DJUHHPHQWRUDUUDQJHPHQWZLWK\RXRUZLWKDQ\&RPSDQ\SDUWLFLSDWLQJLQ
WKLVExpression of Interest.
$Q\FRVWLQFXUUHGE\LQWHUHVWHGFRPSDQLHVLQSUHSDULQJ WKH([SUHVVLRQ RI ,QWHUHVW VKDOO EH IXOO\ ERUQ E\
&RPSDQLHVZKRVKDOOKDYHQR UHFRXUVH WR0R]DPELque Rovuma Venture S.p.A. nor Eni Rovuma Basin
% 9 DQGWKHLU0R]DPELFDQ%UDQFKHVLQWKLVUHVSHFW
$OO GDWD DQG LQIRUPDWLRQ SURYLGHG SXUVXDQW WR WKLV
([SUHVVLRQRI,QWHUHVWZLOOEHWUHDWHGDVVWULFWO\FRQÀdential and will not be disclosed or communicated to
QRQ DXWKRUL]HGSHUVRQVRUFRPSDQLHV
7KHGHDGOLQHIRUUHFHLSWRIExpression of InterestE\WKH
email address indicated above is set at 26th February
2019, 23:59 pm Central Africa Time. Eni Rovuma BaVLQ% 9 ZLOOQRWDFFHSWWKHGRFXPHQWDWLRQUHFHLYHGDIWHUWKHVHWGHDGOLQH
18 Savana 15-02-2019 OPINIÃO
Registado sob número 007/RRA/DNI/93
NUIT: 400109001
Propriedade da
Maputo-República de Moçambique
KOk NAM
Director Emérito
Conselho de Administração:
Fernando B. de Lima (presidente)
e Naita Ussene
Direcção, Redacção e Administração:
AV. Amílcar Cabral nr.1049 cp 73
Telefones:
(+258)21301737,823171100,
843171100
Editor:
Fernando Gonçalves
editorsav@mediacoop.co.mz
Editor Executivo:
Francisco Carmona
(franciscocarmona@mediacoop.co.mz)
Redacção:
Raúl Senda, Abdul Sulemane, Argunaldo
Nhampossa, Armando Nhantumbo e
Abílio Maolela
)RWRJUDÀD
Naita Ussene (editor)
e Ilec Vilanculos
Colaboradores Permanentes:
Fernando Manuel, Fernando Lima,
António Cabrita, Carlos Serra,
Ivone Soares, Luís Guevane, João
Mosca, Paulo Mubalo (Desporto).
Colaboradores:
André Catueira (Manica)
Aunício Silva (Nampula)
Eugénio Arão (Inhambane)
Maquetização:
Auscêncio Machavane e
Hermenegildo Timana.
Revisão
Gervásio Nhalicale
Publicidade
Benvinda Tamele (82 3171100)
(benvinda.tamele@mediacoop.co.mz)
Distribuição:
Miguel Bila
(824576190 / 840135281)
(miguel.bila@mediacoop.co.mz)
(incluindo via e-mail e PDF)
Fax: +258 21302402 (Redacção)
82 3051790 (Publicidade/Directo)
Delegação da Beira
Prédio Aruanga, nº 32 – 1º andar, A
Telefone: (+258) 82 / 843171100
savana@mediacoop.co.mz
Redacção
admc@mediacoop.co.mz
Administração
www.savana.co.mz
Cartoon EDITORIAL
A
s dissonâncias entre a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), no processo de escolha dos
titulares dos órgãos do poder autárquico, são a mais recente
manifestação de que pode estar ainda longe o dia em que a
oposição moçambicana vai avançar com uma frente comum para a
ascensão aos vários escalões do poder no país.
A desarticulação a que se assistiu entre a Renamo e o MDM, no
momento da eleição da mesa das assembleias autárquicas, onde a
oposição tem a maioria, feriu gravemente as expectativas do eleitorado que esperava uma oposição sincronizada alternativa à Frelimo,
depois da vergonha que foram as fraudes em Outubro.
A oposição falhou na eleição dos cargos de direcção nas assembleias municipais da Matola, Marromeu, Ribáué, Alto Molócue e
Monapo, autarquias onde detém a maioria, um acto revelador do
que pode ocorrer nas eleições gerais deste ano, onde será importante
a união da oposição, sobretudo, nas assembleias provinciais, local
onde o governador eleito se deverá subordinar, caso a Assembleia da
República aprove a proposta aprovada esta semana pelo Conselho
de Ministros.
O facto de membros da oposição terem viabilizado a tomada do
poder autárquico pela Frelimo, em alguns municípios onde o partido no poder é minoritário, mostra a vulnerabilidade de quadros
da Renamo e do MDM às estratégias de divisão postas em prática
pelo chamado “partido dos camaradas”. É um expediente “testado
com sucesso”, que claramente a Frelimo pode recorrer a ele em assembleias provinciais, com uma diferença mínima. Já em Outubro
a Frelimo se tinha vangloriado de, em vários municípios, lhes terem
sido oferecidos editais falsificados por membros da oposição.
Por isso mesmos, há que colocar em cima da mesa a possibilidade
de elementos da oposição, que não hesitarão em “vender o ouro ao
bandido”, para ganhar o seu quinhão de “benesses pessoais”, em manifesto desfavor da sua organização e das expectativas do eleitorado
que vota na oposição.
O falhanço da oposição em coordenar uma acção de combate político lança sérias dúvidas sobre a sua habilidade de capitalizar a deterioração da reputação da Frelimo junto do eleitorado.
Ironicamente, um dos grandes aliados da Frelimo na sua luta pela
manutenção no poder são os dois principais partidos da oposição. A
Frelimo, cada vez mais, confia e precisa de uma oposição desunida
para continuar a dirigir o país, porque tem agora muitas dúvidas no
eleitorado. O partido no poder, com os exemplos dos últimos meses,
sabe que pode contar com esse precioso apoio contra-natura.
O adversário da oposição é, em larga medida, a própria oposição e
não apenas a Frelimo.
Os “roubos” de candidatos entre o MDM e a Renamo para as eleições autárquicas de 10 de Outubro, a que se seguiu a tempestade jurídica, com as conivências da CNE(Comissão Nacional de Eleições)
e o CC (Conselho Constitucional), atestam bem essa a paranóia
autofágica prevalecente na oposição.
A aliança entre o MDM e a Frelimo nas acções jurídicas tendentes
a chumbar os candidatos da Renamo é também outra prova da estratégia autodestrutiva a que a oposição se tem dedicado nos últimos
tempos.
Dá a ideia de que os dois principais partidos da oposição, ou pelo
menos parte dos seus militantes, sentem-se confortáveis com esse
estatuto, evitando uma actuação que favoreça a ascensão ao poder.
Por outro lado, a não superação de inimizades pessoais entre os quadros dos principais partidos da oposição, prejudica o fim maior em
prol do que é o acesso ao poder, a vocação de um partido político
normal.
Nisso, parece que a oposição tem muito a aprender da Frelimo.
Quando se trata de defender a sobrevivência colectiva da organização, os quadros desta força política declaram tréguas e unem-se,
voltando a engalfinhar-se depois de passar o perigo, porque sabem
que todos têm a perder, se o partido sair do poder.
Cabe à oposição saber se quer dar de bandeja, uma vez mais, o poder
aos que a ele ascenderam em 1975.
A desoposição
moçambicana
A
demência do mundo continua a divertir-nos.
Trump insiste no muro, de
uma extensão a outra. Coitado, sem saber que o maior inimigo do
rinoceronte é um minúsculo insecto
que lhe sobe narina acima e se instala no cérebro do hospedeiro onde
escava túneis, até pôr a criatura aos
pinotes. E que também ele encontrou
os seus invisíveis, que trepam pelas
narinas mais soberbas e roem.
Hoje, o maior inimigo do muro do
Trump é um cemitério de índios localizado na fronteira entre os EUA e
o México. A mostarda começa a chegar ao nariz dos Tohono O’odham
e o cowboy que se cuide. A reserva
dos índios fica no Arizona e estende-
-se por mais de cem quilómetros na
fronteira do México e vivem nela
2000 dos seus 34000 membros. Refere o vice-líder da tribo, “Cada animal,
cada pedaço da terra é sagrado, tudo tem
um propósito neste mundo, e quando começamos a brincar com a mãe natureza
acontecem coisas”. Por isso os terrenos
da comunidade não estão à venda e
construir o muro seria profanar os
ancestrais.
E os ancestrais não se deslocalizam,
é inegociável. Portanto, aqueles fartos
quilómetros com cemitérios (alguns
deles secretos, contam os líderes índios) funcionarão como o buraco de
muitos molares na dentadura de crocodilo que o Trump quer implantar
ao longo da fronteira.
Ou ele expropria e aí profana, ou
mata os índios, o que é impensável,
ou corrompe-os e aí atrairá a ira dos
espíritos . O braço de ferro com os
democratas não arredará os índios,
mas Trump, irracionalmente, insiste.
O que faz a febre do voto!
A Suécia, para além do frio e do génio de Ingmar Bergman, tem poetas notáveis, entre os quais Gunnar
Cemitérios & ministras
Ekelof, de quem adoraria traduzir
a trilogia Diwan/ sobre o Príncipe
de Émghion, um “duplo” que lhe foi
revelado numa sessão de espiritismo,
aos trinta anos, mas ao qual ele não
ligou peva. Até que aos 58 anos, em
1965, Ekelof se deslocou a Istambul,
e, como ele conta, assim que entrou
no quarto do hotel foi “forçado por
um anjo” a escrever a trilogia, 250
páginas em torno das lendas em torno desse príncipe que participou na
batalha de Mantzikert, em 1071, e
foi feito prisioneiro, tenho-lhe sido
arrancados os olhos.
São poemas belíssimos, «um hino à
inocência, compaixão e dignidade
humanas em tempo de caos e sofrimento», explica-se no prefácio à magra antologia saída em português - e
não seria esta a receita ideal como antídoto à doente realidade actual?
Um mundo heterónomo e soberbo
se revela na trilogia, que tenho em
francês. Transcrevo, entretanto, este
pequeno exemplo vertido pelo Vasco
Graça Moura: «SOZINHO, SOZINHO, Sozinho, sozinho, dizes que estás
sozinho -/ mas o príncipe de Emghion
diz: / Primeiro eu amava Xerezada/ e
os seus contos/ depois Dinazarda, a sua
irmã mais nova/ depois a criada dela, /
depois o amante da criada, um núbio /
e então o seu engraxador/ E quando me
pus de joelhos/ e lambi a graxa dos seus
dedos / amei a poeira/ E bebi-a tanto e
tão profundamente/ que tudo para mim
enegreceu».
Nasceu este devaneio à margem do
acirrado debate que ocorre na Suécia por causa do penteado rasta da
sua actual Ministra da Cultura e da
Democracia. É o outro sintoma de
irracionalidade da semana.
Na Suécia metade do elenco governamental é feminino. Antes de
Amanda Lind ter entrado no governo, neste Janeiro último, o cargo era
ocupado por, Alice Bah Kuhnke, uma
afro-sueca, de tal competência que foi
promovida a candidata para as próximas eleições europeias, mas a escolha
de Amanda, de 38 anos, está agora a
levantar engulhos por causa do penteado, que a “jovem” não está disposta
a mudar porque o usa há vinte anos.
Políticos da direita sueca, cronistas
vários ou até um jovem artista e comunicador negro, Nisrit Ghebil, referem que o seu penteado é indevido. O
artista acusa-a de “apropriação cultural”, sem lhe ocorrer que nunca acusou
do mesmo a anterior ministra, a qual
desfrisava o cabelo, nem que, para
seguir a sua lógica radical, quando lê
a Estética de Hegel ou usa um ipad
Huawei talvez esteja também a fazer
“apropriação cultural”. Enfim, a patetice campeia em todas as latitudes.
Eu preocupar-me-ia antes com as
políticas que a ministra pretende desenvolver no seu mandato e que lhe
ocupam o miolo sob a caixa craniana,
mas neste mundo em que o líder do
país que “representava” o “mundo livre” diz aos jornalistas “vocês têm os
vossos factos, nós temos os nossos que
são factos alternativos” é normal que o
que hoje conta seja o penteado.
Atalhando lágrimas e suspiros, sou fã
das ministras suecas e até alvitro que o
seu penteado à rasta lhe acentua uma
certa parecença com a Mona Lisa, o
que a torna providencial para o seu
cargo.
Ainda hoje sonhei com ela. Também
já sonhei com a Meghan Markle: sou
assim feito, sonho sem censuras.
Era Verão e à beira de um rio eu pescava trutas. Ela passou, viu que no
meu balde já se recolhiam três trutas
e sorriu, como quem diz, Convida-me
para jantar. Tirou as sandálias e molhou os pés na água. Ficou aquele rio
roto no calcanhar do pé dela, é o que
vos digo e a mim passou-me o hábito
de viver folheado em angústias.
Isso não é da
minha, tu não
tens petróleo!
Savana 15-02-2019 19 OPINIÃO
619
Email: diariodeumsociologo@gmail.com
Portal: https://oficinadesociologia.blogspot.com
A
o cabo de realização de cinco eleições gerais (legislativas e presidenciais) – 1994,
1999, 2004, 2009 e 20141
– e de cinco eleições autárquicas –
1998, 2003, 2008, 2013 e 2018 –,
há muito que se possa dizer sobre
o processo eleitoral moçambicano,
em termos de pontos críticos, desafios e inconsistências, havendo pelo
menos quatro aspectos que podem
ser assumidos como constatações
factuais:
(i) Se, sob o ponto de vista formal, Moçambique enveredou
sempre por um Modelo Independente de Gestão Eleitoral,
em termos materiais pode-se
facilmente arguir que nem sempre tal se apresentou de forma
inquestionável, por, amiúde, a
arquitectura de gestão eleitoral
ser corporizada directamente por dois órgãos – Comissão
Nacional de Eleições (CNE) e
Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE)
–, num quadro em que figura,
igualmente, o Conselho Constitucional (CC) como entidade
de intervenção específica. Neste
quadro pode-se extrair que, em
termos substanciais, Moçambique é caracterizado, em larga
medida, por um Modelo Misto
de Gestão Eleitoral (resultante,
na verdade, da conjugação de alguns elementos do Modelo Independente de Gestão Eleitoral
e do Modelo Governamental de
Gestão Eleitoral);
(ii) O próprio legislador por excelência (AR) ainda não tem clareza e/ou certeza sobre que modelo seria o mais adequado para
Moçambique, conforme se conclui do facto de, em cada eleição
até aqui realizada (tome-se as
gerais como base referencial),
ter sido aprovada uma legislação
própria, com uma estrutura e
composição instável dos Órgãos
de Gestão Eleitoral;
(iii) A falta de confiança entre os
principais actores políticos é
traço característico do sistema
eleitoral moçambicano, de tal
sorte que a tomada de decisões,
ao nível da CNE, por consenso, apenas foi observada nas
primeiras eleições gerais (em
1994), o que depois migrou para
um arranjo por votação;
(iv) Em termos materiais, a CNE
enquanto Órgão de Gestão
Eleitoral nunca foi o que é suposto ser nos termos constitucionais – órgão independente e
imparcial (número 3 do artigo
135 da CRM) –, mormente por
a sua composição privilegiar elementos de índole político-partidário e não de mérito e garantia
de salvaguarda do princípio da
transparência e do equilíbrio da
prossecução de funções de interesse público.
O escopo da estrutura e da composição da CNE, desde a primeira à última eleição geral (de 1994
a 2014, neste caso), pode ajudar a
perceber as nuances do sistema político-eleitoral moçambicano:
Foi tendo as eleições de 1994
Por uma CNE profissional e efectivamente
imparcial e independente (1)
no horizonte que se materializou a criação CNE2
, através
da Lei número 4/93, tendo
“uma composição relativamente
equilibrada”3
entre a Frelimo, o
partido no poder, e os demais
partidos da oposição. Dos 21
membros que a compunham, 10
foram designados pelo governo
(Frelimo, entenda-se), outros
10 pelos partidos da oposição
(sete pela Renamo e três pelos
demais partidos), e uma figura
apontada pelos 20 integrantes
partidários, a quem competiria
presidir à CNE, sob nomeação
do Presidente da República. O
diploma legal atrás referido dizia expressamente que a CNE
era criada para cuidar da organização e gestão das primeiras
eleições gerais em Moçambique, terminando com a sua realização, designadamente logo
após a publicação do relevante
mapa oficial das eleições;
Afigura-se cristalino que a
ideia do Governo era, findas as
eleições de 1994, para as quais
a CNE fora ‘exclusivamente
constituída’, proceder à institucionalização de um Modelo Governamental de Gestão
Eleitoral, com o que se passaria
“a direcção e organização das
eleições integralmente para o
STAE”, o que não avançou por
a Renamo não ter apoiado, até
que, alguns anos depois, através
da Lei número 4/97, a CNE ter
sido “ressuscitada”, mas já com
uma composição que garantia
maior presença da Frelimo [na
CNE]4
, contrariando o que
sucedera nas eleições de 1994.
Este facto deve, em larga medida, explicar as razões do boicote, pela Renamo, das primeiras
eleições autárquicas, realizadas
em 1998, em 23 cidades e 10
vilas;
A (ideia de) migração para o
modelo governamental é ainda
evidenciada pelo facto de se ter
decidido que “...o STAE passava [ou passaria] a ser uma [entidade da] Administração Pública, que, nos termos da lei, se
subordinava [ou subordinaria]
‘exclusivamente à CNE apenas
no período eleitoral’” 5
;
Na véspera das segundas eleições
gerais (1999), a recuperada CNE
passou a ter 17 membros6
, sendo 15
apontados e eleitos pela AR, com
base no princípio de representação
proporcional, e dois pelo Governo (que era do partido Frelimo),
sendo o presidente escolhido pelos
membros de entre si, para posterior
nomeação pelo Presidente da República;
Em 2002, entra, na CNE, o elemento “sociedade civil”, nomeadamente com a aprovação da
Lei número 20/02, que revogou
o quadro legal anterior (Lei número 4/99 e Lei número 8/99).
A composição da CNE foi de
novo alterada, passando a ter 19
membros, com o presidente a
ser proposto pela sociedade civil
e eleito pelos restantes 18 membros. A Lei número 20/2002
se apresentava omissa quanto
à escolha dos dois vice-presidentes que ela previa, tendo-se
adoptado o que vigorara na lei
de 1993 (um da Frelimo e outro
da Renamo), “o que, na ausência
de responsabilidades específicas
reservadas aos vice-presidentes,
nunca foi mais do que um aspecto meramente simbólico”;7
“A partir de 2002, o STAE passou a ficar permanentemente
subordinado à CNE (artigo
28 da Lei número 20/2002),
fechando-se assim um ciclo em
que a governamentalização da
gestão dos processos eleitorais
sempre esteve presente como
uma potencialidade em benefício de uma solução que se situa
formalmente no âmbito de um
modelo de gestão eleitoral independente” 8, embora existam
(ver notas adiante sobre as eleições de 2014) fortes indicações,
quiçá evidências, de que essa
governamentalização voltou a
ser instalada;
Nas eleições de 2004 e de 2009,
como resultado do crescimento de número e intensidade de
conflitos antes, durante e depois das eleições, a CNE experimentou outros processos de
alteração da sua composição,
mas passando, mais de metade
dos seus membros, a provir de
organizações da sociedade civil
(presidente incluso), embora o
processo para a eleição dos ditos representantes da sociedade
civil não tenha sido isento de
críticas;
Já nas eleições de 2014, a CNE
– primeiro com 13 membros e
depois com 17 membros, como
resultado da revisão política,
quase fora do Parlamento8
, da
Lei número 06/2013, de 22 de
Fevereiro –, expressou, desde
o início, “uma clara intenção
de corrigir erros cometidos no
passado”9
, ao mesmo tempo
que “demonstrou confiança em
realizar as eleições gerais de
2014”10. Mas o facto de a CNE
ter, na sua relação com o STAE,
demonstrado incapacidade de
“exercer efectivamente o controlo hierárquico e liderança
para garantir a implementação
da lei” 11, concorreu, sobremaneira, para que o processo culminasse manchado.
Com os inconsistentes processos
(corporizados por modelos e órgãos) de gestão eleitoral no país e
com as ‘lições aprendidas’ nestes
mais de 20 anos, quer em termos
políticos como legislativos, sem
deixar de lado as dimensões administrativas, cívicas e financeiras,
nos parece ter chegado o momento
de, como país, partirmos para uma
reflexão profunda sobre o Modelo
de Gestão Eleitoral e set-up legal e
institucional dos Órgãos de Gestão
Eleitoral mais consistente, racionalizado, credível e efectivamente
transparente e imparcial.
Ainda quanto aos Órgãos de Gestão Eleitoral, julgamos ser relevante
a feitura de um breve excurso sobre
os princípios que os devem governar, sobretudo os inseridos no Modelo Independente.
Com efeito, os Órgãos de Gestão
Eleitoral são corporizados por um
conjunto de princípios, quais ferramentas orientadoras das suas intervenções. De entre os principais
princípios orientadores dos Órgãos
de Gestão Eleitoral, de dimensão
universal mas todos eles formalmente integrados no quadro eleitoral moçambicano, conforme decorre
da Constituição da República e da
lei, destacam-se os seguintes:
Independência, por força do
qual o Órgão de Gestão Eleitoral não se subordina a qualquer
outro órgão ou entidade;
Imparcialidade, que implica que
a composição e funcionamento
do Órgão de Gestão Eleitoral
não represente nenhum outro
interesse, senão o interesse público;
Integridade, que implica gerir
os processos eleitorais como
negócio público e com os mais
elevados padrões de ética e protecção do bem comum;
Transparência, que implica a
publicidade dos actos do processo de recenseamento e eleitorais, bem como os demais
actos da actividade própria do
Órgão de Gestão Eleitoral;
Legalidade, em virtude do qual
a lei constitui o critério, o fundamento e limite dos actos dos
Órgãos de Gestão Eleitoral;
Eficiência, que implica a sustentabilidade organizacional e
funcional dos Órgãos de Gestão
Eleitoral;
Profissionalismo, que implica a
selecção dos membros dos Órgãos de Gestão Eleitoral através
de critérios de mérito e capacidade, bem como o exercício da
função por nomeação profissional definitiva;
Orientação pelo serviço público,
que implica que todo o interesse
privatístico deve ser considerado estranho, ao que se acresce o
facto de as eleições serem uma
plataforma para a consolidação
da paz e da democracia.
(continua)
- “A batata pode ser marisco, desde que a chamemos caranguejo”, Leite de Vasconcelos (1944-1997), in “Pela Boca Morre o Peixe” (1999)
Por Ericino de Salema
1 Nas últimas duas eleições gerais (2009 e 2014), foram igualmente associadas e efectivadas as
primeiras e segundas eleições para as Assembleias Provinciais.
2 Referimo-nos à materialização da criação e na necessariamente da criação como tal, por o
acordo para a criação da CNE ter sido inserto no Protocolo III [3a) do ponto IV] do Acordo
Geral de Paz (AGP), firmado entre o Governo e a Renamo, a 4 de Outubro de 1992, em
Roma, Itália.
3 Brito, Luís de; 2011; “Revisão da Legislação Eleitoral – Algumas Propostas para o Debate”; In: Desafios para Moçambique 2011; Maputo: IESE; pág. 3.
4 A CNE passou a ser composta por nove membros: um presidente apontado pelo Presidente da
República; sete membros designados pela Assembleia da República com base no sistema de
representação proporcional; e um membro apontado pelo Conselho de Ministros (Governo,
que é do partido Frelimo).
5 Brito, Luís; 2011; “Revisão da Legislação Eleitoral – Algumas Propostas para o Debate”;
In: Desafios para Moçambique 2011; Maputo: IESE; pág. 5.
6 Lei número 4/99, com as alterações que lhe foram introduzidas pela Lei número 8/99.
7 Idem.
8 A Assembleia da República funcionou apenas como uma espécie de ‘cartório notarial’, tendo o acordo nesse sentido alçançado pelo Governo e pela Renamo, como aparente esforço de
relançamento da confiança entre ambas as partes e, por outro lado, como arranjo visando,
em parte “acabar” com a crise político-militar que opunha o Governo à Renamo.
9 Relatório Final da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia às Eleições Gerais
de 2014 em Moçambique; 15 de Outubro de 2015.
10 Idem.
11 Idem.
S
omos praticantes diários do pensamento pronto-a-consumir, do
pensamento tipo sopa de pacote. É um pensamento que domestica previamente a vida e os fenómenos e que recebemos e assimilamos desde pequenos através da educação. Eis três exemplos:
1. Irremediabilidade espontânea - emprego selectivo de estereótipos,
de clichés, de julgamentos à maneira de todo-o-mundo, de ditos costumeiros do género “a gente é assim”, “não há fumo sem fogo”;
2. Imputação com bodes expiatórios – atribuição a certas pessoas e a
certos grupos sociais de propriedades malignas. Em situações de desemprego, por exemplo, os estrangeiros são considerados usurpadores
abusivos do bem-estar local. Face a problemas internos, procura-se a
causa no exterior;
3. Primado da conclusão condenatória - a conclusão existe preestabelecida, frequentemente condenatória, é a hora da emoção e não da
razão. Não há um pensamento de análise lógica mas de julgamento peremptório.
Pronto-a-consumir
20 Savana 15-02-2019 OPINIÃO
SACO AZUL Por Luís Guevane
N
ão é difícil concluir que não está em
causa a defesa da democracia venezuelana. O que está em causa é o petróleo da Venezuela.
O que se está a passar na Venezuela é uma
tragédia anunciada, e vai provavelmente causar a morte de muita gente inocente. A Venezuela está à beira de uma intervenção militar
estrangeira e o banho de sangue que dela resultará pode assumir proporções dramáticas.
Quem o diz é o mais conhecido líder da oposição a Nicolas Maduro, Henrique Capriles,
ao afirmar que o Presidente-fantoche Juan
Guaidó está a fazer dos venezuelanos “carne
para canhão”.
Ele sabe do que está a falar. Sabe, por exemplo, que Hugo Chávez levou muito a sério o
destino da experiência socialista democrática
de Salvador Allende no Chile. E que, entre
outras medidas, armou a população civil,
criando as milícias, que obviamente podem
ser desarmadas, mas que muito provavelmente tal não ocorrerá sem alguma resistência.
Sabe também que, apesar do imenso sofrimento a que o país está a ser submetido pela
mistura tóxica de erros políticos internos e
pressão externa, nomeadamente por via de
um embargo que a ONU considera humanitariamente condenável, continua entranhado
no povo venezuelano um sentimento de orgulho nacionalista que rejeita com veemência
qualquer intervenção estrangeira.
Perante a dimensão do risco de destruição de
vidas inocentes, todos os democratas venezuelanos opositores do governo bolivariano
fazem algumas perguntas para as quais só
muito penosamente vão tendo alguma resposta.
Porque é que os EUA, acolitados por alguns
países europeus, embarcam numa posição
agressiva e maximalista que inutiliza à parA Nova Guerra Fria e a Venezuela
tida qualquer solução negociada? Porque é
que se fazem ultimatos típicos dos tempos
imperiais dos quais, aliás, Portugal tem uma
experiência amarga? Porque foi recusada a
proposta de intermediação feita pelo México
e o Uruguai, que tem como ponto de partida a recusa da guerra civil? Porque um jovem
desconhecido do povo venezuelano até há
algumas semanas, membro de um pequeno
partido de extrema-direita, Voluntad Popular,
directamente envolvido na violência de rua
ocorrida em anos anteriores, se autoproclama
Presidente da República depois de receber
um telefonema do vice-presidente dos EUA,
e vários países se dispõem a reconhecê-lo
como Presidente legítimo do país?
A legitimidade concedida a um Presidente-
-fantoche e a uma estratégia que muito provavelmente terminará em banho de sangue
faz-me sentir vergonha do meu Governo
As respostas virão com o tempo, mas o que
vai sendo conhecido é suficiente para indicar por onde surgirão as respostas. Começa a
saber-se que, apesar de pouco conhecido no
país, Juan Guaidó e o seu partido de extrema-
-direita, que tem defendido abertamente uma
intervenção militar contra o governo, são há
muito os favoritos de Washington para implementar na Venezuela a infame política
de regime change. A isto se liga a história das
intervenções dos EUA no continente, uma
arma de destruição maciça da democracia
sempre que esta significou a defesa da soberania nacional e questionou o acesso livre
das empresas norte-americanas aos recursos
naturais do país. Não é difícil concluir que
não está em causa a defesa da democracia venezuelana. O que está em causa é o petróleo
da Venezuela.
A Venezuela é o país com as maiores reservas de petróleo do mundo (20% das reservas
mundiais; os EUA têm 2%). O acesso ao petróleo do Médio Oriente determinou o pacto
de sangue com o país mais ditatorial da região, a Arábia Saudita, e a destruição do Iraque, da Síria, da Líbia, no Norte de África; a
próxima vítima pode bem ser o Irão. Acresce
que o petróleo do Médio Oriente está mais
próximo da China do que dos EUA. Enquanto o petróleo da Venezuela está à porta
de casa.
O modo de aceder aos recursos varia de país
para país, mas o objectivo estratégico tem
sido sempre o mesmo. No Chile, envolveu
uma ditadura sangrenta. Mais recentemente,
no Brasil, o acesso aos imensos recursos minerais, à Amazónia e ao pré-sal envolveu a
transformação de um outro favorito de Washington, Sergio Moro, de ignorado juiz de
primeira instância em notoriedade nacional e
internacional, mediante o acesso privilegiado
a dados que lhe permitissem ser o justiceiro
da esquerda brasileira e abrir caminho para
eleição de um confesso apologista da ditadura e da tortura que se dispusesse a vender as
riquezas do país ao desbarato e formasse um
governo de que o favorito pró-norte-americano do futuro do Brasil fizesse parte.
Mas a perplexidade de muitos democratas
venezuelanos diz especialmente respeito à
Europa, até porque no passado a Europa esteve activa em negociações entre o governo e
as oposições. Sabiam que muitas dessas negociações fracassaram por pressão dos EUA.
Daí a pergunta: também tu, Europa? Estão
conscientes de que, se a Europa estivesse genuinamente preocupada com a democracia,
há muito teria cortado relações diplomáticas
com a Arábia Saudita. E que, se a Europa
estivesse preocupada com a morte em massa
de civis inocentes, há muito que teria deixado de vender à Arábia Saudita as armas com
que este país está a levar a cabo o genocídio
do Iémen. Mas talvez esperassem que as responsabilidades históricas da Europa perante
as suas antigas colónias justificassem alguma
contenção. Porquê este alinhamento total
com uma política que mede o seu êxito pelo
nível de destruição de países e vidas?
A pouco e pouco se tornará claro que a razão deste alinhamento reside na nova guerra
fria que entretanto estalou entre os EUA e a
China, uma guerra fria que tem no continente latino-americano um dos seus centros e
que, tal como a anterior, não pode ser travada
directamente entre as potências rivais, neste
caso, um império declinante e um império
ascendente. Tem que ser travada por via de
aliados, sejam eles num caso os governos de
direita da América Latina e os governos europeus, e, noutro caso, a Rússia. Nenhum império é bom para os países que não têm poder para beneficiar por inteiro da rivalidade.
Quando muito, procuram obter vantagens do
alinhamento que lhes está mais próximo. E o
alinhamento tem de ser total para ser eficaz.
Isto é, é preciso sacrificar os anéis para não se
irem os dedos. Isto é tão verdade do Canadá
como dos países europeus.
Tenho-me reconhecido bem representado
pelo Governo do meu país no poder desde
2016. No entanto, a legitimidade concedida
a um Presidente-fantoche e a uma estratégia que muito provavelmente terminará em
banho de sangue faz-me sentir vergonha do
meu Governo. Só espero que a vasta comunidade de portugueses na Venezuela não venha
a sofrer com tamanha imprudência diplomática, para não usar um outro termo mais veemente e verdadeiro da política internacional
deste Governo neste caso. (publico.pt)
* Professor Catedrático Jubilado da Faculdade
de Economia da Universidade de Coimbra
Q
uais as possibilidades reais de a
oposição se unir para, no bom
sentido, enfrentar o partido
actualmente no poder e com
maioria na Assembleia da República?
Continuará este com maioria? Por que
os partidos da oposição se devem unir
ao invés de apostar numa participação
do tipo “cada um por si e Deus por todos”? Esta questão pode ser reforçada
pelo facto de a imagem recorrentemente beliscada do partido no poder ter
contribuído, em grande medida e como
muitos acreditam, no tipo de resultados
das eleições autárquicas de 2018.
A experiência de união entre o maior
partido da oposição e outros não é nova.
Já tivemos a coligação Renamo União
Eleitoral (em 2004). E, mais recentemente, a união entre a Renamo e o
MDM, nas autárquicas, em Nampula
(2018); mesmo neste último caso da
Matola (2019), na Província de Maputo, em que se acredita que a estratégia
Oposição unida?
democrática não foi muito bem assumida
ou interiorizada, por este e aquele membro, ao ponto de a oposição deixar escorregar oportunidades importantes como, por
exemplo, a presidência da Assembleia Municipal. Fora isso, a verdade é que a experiência nesse sentido tem sido uma realidade. Em termos de ganhos: se compararmos
o número de assentos parlamentares ganhos pela Renamo em 1999 (117 contra 133
da Frelimo) e em 2004, já como Renamo-
-UE (90 contra 160 da Frelimo), podemos
concluir, logo à primeira, que a experiência
de união não foi boa. Entretanto, se colocarmos em evidência que os resultados
oficiais podem não ter coincidido com a
realidade no terreno, traduzindo, por isso,
uma “democracia faz de conta” em nome da
estabilidade política, então, fica ainda muito por dizer com relação a essa experiência
de união. E aqui não vamos olhar somente
para a confusão que a fraude cria na consistência da análise, é preciso sim considerar
esse enviesamento, mas, também, a qualidade de organização que pode ter jogado
a desfavor. As possibilidades de união entre os partidos da oposição estão cada vez
mais próximas de se tornarem realidade se
considerarmos os últimos casos, sobretudo,
dos com assento parlamentar. Com base
na história recente do País estamos mais
inclinados a considerar que no momento
próprio isso poderá ocorrer. Tem-se dito, à
boca cheia, que o MDM é especialista em
travar fraudes.
Ora, como o partido no poder está atento
às várias possibilidades que se vão desenhando no campo político certamente que
tem equacionado tudo isso. A proliferação
de partidos políticos na véspera das eleições pode criar um certo desconforto numa
situação de coligação entre os de maior representatividade na oposição. O receio de
dispersão de votos atinge também o partido que sempre teve maioria em termos de
assentos parlamentares. Quem controlará
esses “excessos”, essa proliferação? A peneira do eleitorado. E aqui valerá não só
a qualidade discursiva dos políticos,
acompanhada de um admirável nível de
organização em todo processo eleitoral,
como também as escolhas estratégicas
que terão que ser feitas para quebrar a
síndroma de indecisão. A expressão “a
vitória prepara-se, a vitória organiza-
-se” serve para qualquer partido. Hoje
o que mais pesa no cenário político nacional é o incontornável tema sobre as
dívidas ocultas e, ligado a isso, a forma
como a nossa justiça se faz na tradução da expressão bíblica “dois pesos,
duas medidas” quando nos relembra
que somos todos iguais perante a Lei,
ou, que “ninguém está acima da Lei”.
Enfim, a actual “corrupção em rede”,
politicamente, pode ser uma “muito
forte” oportunidade a ser capitalizada
nas campanhas de Outubro a partir de
Fevereiro-Março (para não dizer “ontem”). Como se comportarão a posição
e a oposição? Qual destes dois cantará “o
povo unido jamais será vencido”?
Por Boaventura Sousa Santos*
Savana 15-02-2019 21 DESPORTO
C
ontrariamente ao que vinha
sendo largamente badalado, o
técnico português Diamantino
Miranda poderá não treinar,
neste ano, a equipa principal de futebol
da Liga Desportiva de Maputo, pelo
facto das autoridades moçambicanas
terem recusado lhe conceder um visto
de trabalho em Moçambique.
Diamantino Miranda foi expulso do
país por decisão da antiga ministra do
trabalho, Helena Taipo, em 2013, segundo o comunicado posto a circular
na altura, onde se podia ler:
“A ministra do Trabalho, Maria Taipo
cancela a licença de trabalho ao cidadão português Diamantino Miranda.
Maria Helena Taipo tomou conhecimento, por ofício número 232/MJD/
GAB/200/2013, de 8 de Outubro de
2013 do Ministério da Juventude e
Desportos, bem como através da comunicação social, dos insultos proferidos
por Diamantino Miranda, no final do
jogo entre o Vilanculos e a sua equipa,
Costa do Sol, no dia 28 de Setembro de
2013, ao afirmar, nomeadamente, que
“todos aqui são ladrões” .
Sete anos depois, o governo, através
de José Pacheco, explicou que o técnico português está impedido de fixar
residência no país por ter sido expulso,
depois de proferir declarações polémicas, mas querendo, a Liga Desportiva
de Maputo, um dos clubes lesados pela
medida, pode recorrer da decisão.
Esforços para ouvir a versão da direcção
da Liga Desportiva de Maputo redundaram em fracasso, pois esta declinou
prestar qualquer tipo de esclarecimento, mas o SAVANA soube de outras
fontes que aquele clube está a trabalhar
arduamente no assunto.
Paralelamente, um destacado advogado
da praça, que não quis ser identificado,
esclareceu ao SAVANA que existe um
outro aspecto que tem sido negligenciado neste caso, que é justamente o facto
de, depois de a ministra do Trabalho
ter na altura ordenado a expulsão do
Diamantino Miranda, o do Interior ter
seguido a mesma via, a penalização de
Diamantino Miranda, mas já por dois
anos. Para este advogado, a batalha jurídica tem de ser com o Ministério do
Interior.
Quanto ao acórdão do Conselho Constitucional, referiu o advogado, que nas
últimas partes o mesmo diz que não
há efeito retroactivo, o que pressupõe
afirmar que Diamantino Miranda pode
sim trabalhar no pais.
Na verdade, o Conselho Constitucional, através do acórdão número 1/
CC/2017, de 9 de Maio, declarou inconstitucional o número 5 do artigo 22
do Regulamento para a Contratação
de Cidadãos de Nacionalidade Estrangeira, decreto 37/2016 de 31 de Agosto, com argumento de que esta norma
violava os princípios de um Estado de
Direito assim como prejudicava a segurança jurídica de particulares.
Diz ainda que um despacho revogatório de autorização do Ministro de
Trabalho, pondo termo ao contrato
privado sem antes oferecer e em tempo
útil a oportunidade de defesa sobre o
conteúdo das acusações, sejam de que
natureza for, inequivocamente estar-se-
-ia a violar flagrantemente o princípio
do contraditório essencial num Estado
de Direito.
Outrossim, segundo o acórdão, ao não
se permitir que o cidadão estrangeiro
ofereça a sua defesa no devido processo
legal, não só viola o princípio do contraditório, como também coarcta-se o
Proibição ao regresso de Diamantino Miranda
Liga Desportiva vai recorrer da decisão
Por Paulo Mubalo
direito de impugnação dos actos administrativos lesivos dos seus interesses.
Claramente, como se pode depreender
este assunto vai continuar a alimentar
acesos debates tanto na comunicação
social e redes sociais, como no seio dos
entendidos em direito.
Debates
Sabe-se que alguns segmentos já vieram a público manifestar o seu inconformismo com a posição tomada pelo
governo, a quem o acusa de ter feito
uma interpretação manifestamente
politizada. Isto pelo facto de ter considerado como assunto de Estado as
declarações do treinador Diamantino
Miranda, as quais foram proferidas no
calor do jogo.
Outrossim, para estes segmentos,
Diamantino Miranda não proferiu nenhum insulto ao povo moçambicano,
para além de que o objecto do insulto,
por mais generalizado que tenha sido,
não foi, em nenhuma circunstância, o
povo ou o Estado moçambicano.
Tais palavras foram proferidas, segundo
os defensores de Diamantino Miranda,
no contexto da discussão que travava
com o jornalista, onde este manifestou
o seu descontentamento pelo modo
como o futebol moçambicano é gerido
e também na maneira como os jornalistas desportivos abordavam o seu trabalho.
Explicam que há jornalistas que agem
como autênticos mercenários, clubistas ou intriguistas nas suas abordagens
desportivas, favorecendo ou prejudicando deliberadamente uns e outros.
Outras abordagens, igualmente muito
defendidas na altura davam conta de
que o técnico português era um mau
perdedor, ao cuspir no prato onde
come, para além de ter sido vezeiro e
useiro em não assumir as derrotas, privilegiando subterfúgios e justificações
sem fundamento. Ora disparando para
tudo e para todos , incluindo os jornalistas, a quem chegou a considerá-los
como mendigos que são enganados por
um prato de sopa.
Afirmam que do seu palmarés apenas se
conta uma segunda divisão portuguesa
e uma liga intercalar, o que demonstra que não vem acrescentar nenhuma
mais- valia ao país.
E acrescentam que os choros que ele
protagonizou, no dia de regresso à
Portugal, são sintomáticos de um treinador desesperado e sem mercado daí
o sentimento de frustração que dele se
apossou.
Enfim, enquanto os pró e os contra vão
esgrimindo os seus argumentos, a batalha a seguir será na vertente jurídica,
daí que os próximos dias serão esclarecedores.
Diamantino Miranda
GESTÃO DE SISTEMAS
INTEGRADOS EM QUALIDADE,
AMBIENTE E SEGURANÇA
Início das aulas: Fevereiro de 2019
Inscrições abertas
Locais de Inscrição:
Secretaria do ISCTEM ou
Secretaria da Escola de Pós-Graduação
Edifício JAT IV - 1° andar, Porta 4
E-mail: imonjane@isctem.ac.mz
Rua 1394 - Zona da Facim, N° 332, Maputo
84 29 59 213
82 31 32 200
Telf:
Parceiro
MESTRADO/MBA
22 Savana 15-02-2019 PUBLICIDADE DESPORTO
A Mozambique Rovuma Venture S.p.A (através da sua
sucursal em Moçambique) (“MRV”) convida as empresas interessadas a enviarem as suas manifestações de
interesse (cada uma delas denominada por “Manifestação de Interesse”) para fornecer soluções totalmente
integradas de Recursos Humanos (RH) ou Software de
Sistema a serem utilizados no apoio às Operações da
MRV na República de Moçambique.
ÂMBITO DO TRABALHO
O âmbito do trabalho inclui um sistema que possa fornecer:
*HVWmRGRV'DGRV3HVVRDLVGR7UDEDOKDGRU
*HVWmRGRV'DGRVGHLQtFLRGHDFWLYLGDGHGHWUDEDOKDdores
*HVWmRGRV'DGRVGH'HVHPSHQKRGRV7UDEDOKDGRUHV
*HVWmRGRVGDGRVVDODULDLVGRV7UDEDOKDGRUHV
*HVWmRGRVGDGRVGRV%HQHItFLRVGRV7UDEDOKDGRUHV
*HVWmRGRVGDGRVGD)RUPDomRGRV7UDEDOKDGRUHV
3URGXomRGRV9iULRV5HODWyULRVGH*HVWmRUHODFLRQDdos com:
ï23HUÀOGD&DUUHLUDGR7UDEDOKDGRU
ï23HUÀOGD&DUUHLUDGR7UDEDOKDGRU &RQÀGHQFLDO
ï2VGDGRVVREUHRSHVVRDO
ï 2V GDGRV VREUH DV DXVrQFLDV /LFHQoDV 'LVSHQVDV
SDUDVHDXVHQWDUGR7UDEDOKDGRU
ï2VGDGRVGD)RUPDomR
DOCUMENTOS EXIGIDOS
As empresas interessadas neste convite podem enviar
D VXD 0DQLIHVWDomR GH ,QWHUHVVH UHJLVWDQGR H HQYLDQdo as informações abaixo no portal da MRV KWWSV
P] URYXPDOQJVUS FRP $R 5HJLVWDU VH FHUWLÀTXH VH
GHVHOHFFLRQDURFyGLJRGHPHUFDGRULD66 $& ,1-
)250$d¯(6 '2 %$1&2 '( '$'26 'HQWUR GR
SRUWDO QDVHFomR3URGXWRVH6HUYLoRV VHOHFFLRQH6HUYLoRV*HUDLV 6HUYLoRVGH7, !,QIRUPDo}HVGR%DQFRGH
'DGRV H HQYLH XP HPDLO FRQÀUPDQGR R UHJLVWR SDUD
mrv.procurement@mrvspa.com.
&DGDPDQLIHVWDomRGHLQWHUHVVHGHYHIRUQHFHURVHJXLQte:
([SHULrQFLD GH WUDEDOKR FRP HPSUHVDV PXOWLQDFLRnais usando soluções totalmente integradas de RH ou
6RIWZDUHGH*HVWmRFRPVXFHVVR
&ySLDDXWHQWLFDGDHHPIRUPDWRGLJLWDOGRVGRFXPHQWRVGHUHJLVWR QRPHGDHQWLGDGHOHJDOHSHVVRDGHFRQWDFWR
8PDFySLDGDVGHPRQVWUDo}HVÀQDQFHLUDV 5HODWyULRV
$QXDLVGRV~OWLPRVWUrVDQRVGD6RFLHGDGH
(VWUXWXUDGDHPSUHVDHGRJUXSRFRPDOLVWDGRVSULQMOZAMBIQUE ROVUMA VENTURE S.p.A.
ANÚNCIO PÚBLICO PARA MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
FORNECIMENTO DE SOFTWARE DE GESTÃO DE RH PARA A MOZAMBIQUE
ROVUMA VENTURE S.P.A. PARA O PROJECTO ROVUMA LNG DA ÁREA 4 NA
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
FLSDLV VyFLRV H EHQHÀFLiULRV ÀQDLV VH QmR FRQVWDUHP QD
EROVDGHYDORUHV
4XDOTXHURXWURIDFWRU SDUDDOpPGDH[SHULrQFLDGDVXD
HPSUHVD TXHDFKDUTXHDIRUWDOHFHHDGLIHUHQFLDGRVVHXV
concorrentes.
2REMHFWLYRGDVLQIRUPDo}HVHGRFXPHQWRVDFLPDpLGHQWLÀFDU DV HPSUHVDV TXDOLÀFDGDV TXH WHQKDP FDSDFLGDGH
FRPSURYDGD H H[SHULrQFLD UHOHYDQWH UHFHQWH H SRVVDP
ser consideradas para um potencial anúncio de concurso
para o Software de sistema de RH.
$059DYDOLDUiDGRFXPHQWDomRVROLFLWDGDDFLPDH VHHVWLYHUVDWLVIHLWDFRPDGRFXPHQWDomRHDVTXDOLÀFDo}HVGD
HPSUHVD LQFOXLUi D HPSUHVD QDOLVWD SDUD R DQ~QFLR GH
concurso para o Software de sistema de RH. Apenas as
HPSUHVDV TXH WLYHUHP DV TXDOLÀFDo}HV FRPSURYDGDV GD
LQG~VWULD FDSDFLGDGH ÀQDQFHLUD H H[SHULrQFLD UHOHYDQWH
HPSURMHFWRVGHVWDQDWXUH]DVHUmRFRQVLGHUDGDVSDUDXP
potencial concurso.
(VWH SHGLGR GHPDQLIHVWDomR GHLQWHUHVVH QmR VHUi FRQVLGHUDGR XP DQ~QFLR GH FRQFXUVR H QmR UHSUHVHQWD RX
FRQVWLWXLQHQKXPDSURPHVVD RIHUWD REULJDomRRXFRPpromisso de qualquer tipo por parte da MRV de celebrar
qualquer acordo ou contrato convosco ou com qualquer
outra empresa que responda a este pedido.
7RGRVRVGDGRVHDVLQIRUPDo}HVIRUQHFLGRVQRDSOLFDWLYR
QmRVHUmRFRQVLGHUDGRVFRPRXPFRPSURPLVVRSRUSDUWH
da MRV de celebrar qualquer acordo ou contrato convosFR QHPDXWRUL]DUmRDVXDHPSUHVDDUHLYLQGLFDUTXDOTXHU
LQGHPQL]DomRGD059
Os dados e informações claramente marcados como “conÀGHQFLDLVµ IRUQHFLGRVQRkPELWRGHVWHSHGLGR VHUmRWUDWDGRVFRPRFRQÀGHQFLDLVSHOD059HSHODVVXDVDÀOLDGDV
HQmRVHUmRGLYXOJDGRVDSHVVRDVRXHPSUHVDVQmRDXWRrizadas.
2SUD]ROLPLWHSDUDRHQYLRGD0DQLIHVWDomRGH,QWHUHVVH
SHORVLWHpGLD GH)HYHUHLURGH
Quaisquer custos incorridos pelas empresas interessadas
QDHODERUDomRGD0DQLIHVWDomRGH ,QWHUHVVHVHUmRGDLQWHLUD UHVSRQVDELOLGDGHGDVHPSUHVDV DVTXDLVQmR WHUmR
direito a qualquer reembolso por parte da MRV a este respeito.
Savana 15-02-2019 23 PUBLICIDADE DESPORTO
Mozambique Rovuma Venture S.p.A (through its
EUDQFKRͿFHLQ0R]DPELTXH ´059µ invites interested companies to submit their expressions of interest (each an “Expression of Interest”) to provide
fully integrated Human Resources (HR) solutions
or System Software to be carried out in support of
MRV´s operations in the Republic of Mozambique.
SCOPE OF WORK
7KHVFRSHRIWKHZRUNLQFOXGHVDV\VWHPWKDWPLJKW
provide the following:
0DQDJHPHQWRI(PSOR\HH3HUVRQDO'DWD
0DQDJHPHQWRI&RPSDQ\(PSOR\PHQWGDWD
0DQDJHPHQWRI(PSOR\HH3HUIRUPDQFHGDWD
0DQDJHPHQWRI(PSOR\HHVDODU\GDWD
0DQDJHPHQWRI(PSOR\HH%HQHÀWVGDWD
0DQDJHPHQWRI(PSOR\HH7UDLQLQJGDWD
3URGXFWLRQRI9DULRXV0DQDJHPHQW5HSRUWLQJUHlated to:
(PSOR\HH&DUHHU3URÀOH
(PSOR\HH&DUHHU3URÀOH²&RQÀGHQWLDO
6WDQJGDWD
(PSOR\HH/HDYHRIDEVHQFHGDWD
7UDLQLQJGDWD
REQUIRED DOCUMENTS
&RPSDQLHV LQWHUHVWHG LQ WKLV LQYLWDWLRQ PD\ VXEPLW WKHLU ([SUHVVLRQ RI ,QWHUHVW WR SDUWLFLSDWH LQ D
tender process by registering and submitting the
below information on the MRV portal KWWSV
mz.rovumalngsrp.com :KHQ UHJLVWHULQJ SOHDVH
HQVXUHVHOHFWLRQRIWKHFRPPRGLW\FRGH66 $&
'$7$%$6( ,1)250$7,21 Within the portal, under `Products & Services´ tab, select General Services – IT
Services !'DWDEDVH,QIRUPDWLRQ
DQGVHQGDQHPDLOFRQÀUPLQJUHJLVWUDWLRQWR
mrv.procurement@mrvspa.com
(DFK ([SUHVVLRQ RI ,QWHUHVW PXVW SURYLGH WKH
following:
:RUN H[SHULHQFH ZLWK PXOWLQDWLRQDO FRPSDQLHV
using fully integrated (HR) solutions or System SoftZDUHVXFFHVVIXOO\
6FDQQHG FHUWLÀHG FRS\ RI WKH UHJLVWUDWLRQ GRFXPHQWV OHJDOHQWLW\QDPHDQGFRQWDFWSHUVRQ
$FRS\RI&RPSDQ\·VODVWWKUHH\HDUVRIÀQDQFLDO
VWDWHPHQWV $QQXDO5HSRUW
&RPSDQ\DQGJURXSVWUXFWXUHZLWKWKHOLVWRIPDMRUVKDUHKROGHUVDQGXOWLPDWHEHQHÀFLDULHV LIQRWOLVWHGLQWKHVWRFNH[FKDQJH
$Q\RWKHUIDFWRU EHVLGHV\RXUFRPSDQ\H[SHULHQMOZAMBIQUE ROVUMA VENTURE S.p.A.
PUBLIC ANNOUNCEMENT FOR EXPRESSIONS OF INTEREST
PROVISION OF HR SYSTEM SOFTWARE FOR MOZAMBIQUE ROVUMA VENTURE S.p.A. IN CONNECTION WITH THE AREA 4 ROVUMA LNG PROJECT IN
THE REPUBLIC OF MOZAMBIQUE
FH WKDW \RX WKLQN GLͿHUHQWLDWH DQG VWUHQJWKHQ \RXU
company from that of your competitors.
7KHSXUSRVH RI WKHLQIRUPDWLRQ DQGGRFXPHQWVLV WR
LGHQWLI\TXDOLÀHGFRPSDQLHVWKDWKDYHWKHSURYHQFDpability and recent relevant experience to be considered for potential invitation to tender for HR system
Software.
MRV will evaluate the above requested documentation
DQG LIVDWLVÀHGZLWKWKHGRFXPHQWDWLRQDQGTXDOLÀFDWLRQVRIWKHFRPSDQ\ ZLOOLQFOXGHWKHFRPSDQ\LQWKH
list for invitation to tender for HR System Software.
Only companies that have the proven industry qualiÀFDWLRQV ÀQDQFLDOFDSDFLW\DQGUHOHYDQWH[SHULHQFHLQ
projects of this nature will be considered for a potential
tender.
7KLVHQTXLU\VKDOOQRWEHFRQVLGHUHGDVDQLQYLWDWLRQWR
bid and does not represent or
FRQVWLWXWH DQ\ SURPLVH RͿHU REOLJDWLRQ RU FRPPLWPHQWRIDQ\NLQGRQWKHSDUWRI059WRHQWHULQWRDQ\
agreement or arrangement with you or with any other
company participating in this enquiry.
All data and information provided within the application shall not be considered as a commitment on the
part of MRV to enter into any agreement or arrangePHQW ZLWK \RX QRU VKDOO LW HQWLWOH \RXU FRPSDQ\ WR
claim any indemnity from MRV.
'DWDDQGLQIRUPDWLRQFOHDUO\PDUNHGDV´FRQÀGHQWLDOµ
provided pursuant to this enquiry will be treated as
FRQÀGHQWLDO E\059 DQG WKHLU DOLDWHV DQGZLOO QRW
be disclosed to non-authorized persons or companies.
7KHGHDGOLQHIRUVXEPLVVLRQRI([SUHVVLRQRI,QWHUHVW
WKURXJKWKHZHEVLWHLVVHWIRU)HEUXDU\ K
Any costs incurred by the interested companies in preSDULQJWKH([SUHVVLRQRI,QWHUHVWVKDOOEHVROHO\WKHHQWLUHUHVSRQVLELOLW\RIWKHFRPSDQLHV DQGVKDOOEHIXOO\
born by such companies which will not be entitled to
any reimbursement by MRV and such companies shall
have no recourse to MRV.
24 Savana 15-02-2019 CULTURA
N
a sua biografia A Lanterna Mágica, Ingmar
Bergman conta como um
dia espalhou na escola o
boato de que a mãe o vendera a
um circo itinerante, onde seria
treinado para acrobata por uma
cigana chamada Tamara. Esta
mentira infantil envolveu-o num
sarilho porque o seu pai era um
pastor e a sua educação era severa,
mas a partir daí nunca mais deixou de exercer “o direito de mentir”, reinventando pelas linhas de
fuga da imaginação uma vida que
Bergman e curso de arte no Avenida
multaneamente um romance de
formação sobre o nascimento da
imaginação num jovem, num período histórico charneira que nos
daria quer as grandes revoluções
sociais, quer o modernismo artístico, é um filme feérico e de grande encantamento, quer na sua beleza plástica, quer no modo como
nos enovela na narração, numa
mescla de sonho e de evocação da
memória.
Foi este o filme com que Bergman anunciou a sua retirada (o
que felizmente não aconteceu,
ele considerava opressiva, triste, e
ferida de incomunicabilidade.
Curiosamente, a busca da verdade tornar-se-ia depois num dos
temas obsessivos dos filmes deste realizador sueco, considerado
unanimemente um dos grandes
criadores da história do cinema,
nascido em 1918, e que o Teatro
Avenida/ Escola Sabura homenageia com um pequeno ciclo
que se inicia com o filme Fanny
e Alexander, a ser visionado esta
próxima terça-feira dia 19.
Este será primeiro filme deste
ciclo, que ocorrerá sempre às terças-feiras, com entradas gratuitas,
pois o ciclo é apoiado pela Embaixada da Suécia.
Fanny e Alexander, de 1983,
uma evocação da infância e sipois só terminaria a sua carreira
com Saraband, em 2003) e foi um
dos grandes êxitos da sua vida.
O que não é um feito menor, se
considerarmos que Bergman é
um clássico cujos filmes foram
laureados três vezes com o Oscar
de melhor filme estrangeiro, seis
vezes com o Grande Prémio do
Festival de Cannes, o mais prestigiado certame do mundo, além
de outros diversos prémios em
Berlim e Veneza.
Neste ciclo poder-se-ão rever
alguns dos grandes clássicos do
cineasta como O Sétimo Selo,
Lágrimas e Suspiros, Persona,
Morangos Silvestres ou Mónica
e o Desejo, sendo este o segundo
filme do ciclo, a passar na última
terça deste mês, dia 26.
Os visionamentos serão sempre
precedidos de uma breve apresentação por António Cabrita e de
uma conversa a seguir aos filmes.
No seguimento deste ciclo terá
igualmente lugar, na primeira
metade de Março, o curso sobre
Arte e Pensamento no século XX,
e a que António Cabrita (que
administrará as aulas), chamou
“Dá-me Cem Gramas de Platão
mal Passado?”. Este curso será
dirigido ao público em geral, embora tenha sido desenhado como
uma ferramenta para a formação
de jornalistas na área cultural, e
constituirá a sua primeira colaboração com o Teatro Avenida/Escola Sabura na área da formação,
estando as inscrições para o curso
abertas a partir de dia 20.
Agenda Cultural
Cine-Gilberto Mendes
Sextas, Sábados, Domingos e Feriados 18h30
Apresenta“Mae Coragem”
Maputo Waterfront
Todas Sextas, 19h
Jantar Dancante com Alexandre Mazuze
Todos Sábados, 19h
Música com Zé Barata ou Fernando Luís
Todos Domingos, das 13/18h
Animacao com DJ
Chefs Restaurante
Todas Sextas, 19h
Música ao vivo
Savana 15-02-2019 25 PUBLICIDADE
Dobra por aqui
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 131015 DE FEVEREIRO DE 2019
Savana 15-02-2019 27 OPINIÃO Argunaldo Nhampossa (Texto) Naita Ussene (Fotos) O
antigo presidente da República, Joaquim Chissano, foi uma das
primeiras figuras de destaque neste país, a pronunciar–se acerca
da detenção de Manuel Chang, na vizinha África do sul, a mando da justiça norte-americana.
Na sua alocução, Chissano considerou que a detenção de Chang deveria
servir de lição para que Moçambique saiba evitar situações do género.
Várias leituras podem ser feitas a priori em torno desta asserção do antigo estadista. Por hoje, vamos nos ater a duas leituras apesar de ambas
desaguarem na necessidade da justiça.
A primeira é a de que a justiça moçambicana deve funcionar devidamente e não à reboque de outros. A segunda é de que é preciso apartar-se de
práticas corruptas, o que pressupõe uma justiça actuante que ao longo das
suas acções vai emitindo sinais de intolerância à corrupção, o que obviamente servirá como instrumento dissuasor de futuros casos.
A saudação de Joaquim Chissano a Procuradora Geral da República,
Beatriz Buchili, pode estar acompanhada de uma forte mensagem para
que a instituição saia da inércia. Resta saber se a vénia da PGR é sinal de
concordância ou relutância.
Ornila Machel e Eduardo Mondlane Jr, filhos de dois históricos do país,
lamentam a quebra de princípios éticos que os seus progenitores ensinaram aos seus camaradas. Será que Ornila Machel não estará a convidar
Mondlane Jr para juntamente com Samora Machel Jr darem corpo ao
projecto de sociedade que seus progenitores esboçaram em vida?
O assunto das dívidas ilegais pode estar a inquietar igualmente Abdul
Carimo Issa, um homem que emprestou uma dose da sua sabedoria à
nação moçambicana para produção de leis.
A cavaqueira que Carimo trava com o Provedor de Justiça, Isaque Chande é no sentido, de que a partir deste ano, deixe de lamúrias no seu informe a Assembleia da República e apresente resultados palpáveis. De
queixas o povo está cansado. O segundo vice presidente da Assembleia da
República, indicado pela bancada da Renamo, Younusse Amade manifestou, também, a sua preocupação com o volume processual que transita
de ano para ano nos tribunais nacionais. Adelino Muchanga, presidente
do Tribunal Supremo, tranquiliza Amade prometendo trabalho árduo no
presente ano.
O Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), procedeu à entrega, nesta
quarta-feira, de cartões internacionais de jornalistas a profissionais moçambicanos. Trata-se de press card international, ou seja cartão internacional de jornalista, que permitem aos seus portadores, o exercício da
profissão, em qualquer lugar do mundo.
Os documentos são emitidos pela Federação Internacional de Jornalistas,
de que o SNJ é membro, e se destinam aos membros desta associação
sócio-profissional com quotas em dia. Na primeira leva, receberem os
respectivos cartões das mãos do secretário geral do SNJ, Eduardo Constantino, os jornalistas Naíta Ussene e Salomão Ndlovo enquanto que
Carlos Coelho recebeu via correio. Que tal um trabalho jornalístico em
Cabo Delgado?
A hora da justiça
À HORA DO FECHO
www.savana.co.mz EF 'FWFSFJSP EF t "/0 997* t /o
1310 Diz-se... Diz-se
IMAGEM DA SEMANA
t /ÍP TF QFSDFCF NVJUP CFN QPSRVF JOTJTUF P HPWFSOP FN TBMWBS FNQSFTBT GBMJEBT
FMBT RVF UÐN BT UFUBT FYBOHVFT RVF UBOUP EBS QBSB P
QBSUJEÍP F QBSB B OPNFOLMBUVSB F GBVOB BDPNQBOIBOUF 7FN JTUP
B QSPQØTJUP EBT OPWBT HBSBOUJBT HPWFSOBNFOUBJT QBSB PT EPJT CBODPT NBJT TPOBOUFT EB QSBÎB
UPUBMJ[BOEP NJMIÜFT EF WFSEJOIBT
QBSB SFTHBUBS B QFUSPMÓGFSB EP SFHBCPGF 0 HFOFSBM RVF FSB QFSJUP
FN EFNPMJÎÜFT BP MPOHP EP WBMF EP ;BNCF[F
OÍP QPEF BKVEBS
PV
UFN VN CPN CJGF FOUSF EFOUFT 0 '.*
RVF FN CSFWF OPT WJTJUB
UBNCÏN QPEFSÈ GB[FS VNBT QFSHVOUJOIBT y
t 1BSB P DFOUSP EP QBÓT FYQMPEJV VN WÓSVT DBQB[ EF TF BMBTUSBS UPEP
P QBÓT " (PSPOHPTB JOGFDUPV BT QFSEJ[FT EB TFSSB DPN B GFCSF EB
EFNPDSBDJB
EF UBM GPSNB
RVF P QSFTJEFOUF GPJ FMFJUP QPS WPUP TFDSFUP "HPSB
PT QFSEJHPUPT
QPS UPEBT BT QSPWÓODJBT
RVFSFN UBNCÏN
FMFJÎÜFT QPS WPUP TFDSFUP QBSB PT TFVT EFMFHBEPT BPT NBJT WBSJBEPT
FTDBMÜFT
OVNB DPOUBNJOBÎÍP EFNPDSÈUJDB NVJUP TÏSJB " QPMÓUJDB
EP QBÓT BHSBEFDF y
t $FSUBNFOUF QPS "EEJT "CFCB BOEPV VN WÓSVT BOUJ EFNPDSÈUJDP "
CBUVUB EB PSHBOJ[BÎÍP DPOUJOFOUBM
B UBM RVF OÍP DPOTFHVF FYQMJDBS
QPSRVF NJMIBSFT EF DPNQBUSJPUBT FOGSFOUBN B NPSUF OP .FEJUFSSÉOFP QBSB JS WJWFS DPN PT iN[VOHPTw
QBTTPV EF VN BVUPSJUÈSJP
QBSB VN HPMQJTUB NJMJUBS ² B EFNPDSBDJB FN HB[F EF IPTQJUBM y
t /P #JMFOF
VN EPT EFTUJOPT UVSÓTUJDPT NBJT FNCMFNÈUJDPT EP QBÓT
QFMP DPOUSÈSJP
QBSFDF IBWFS VN WÓSVT B UPMIFS B NBTTB DJO[FOUB EPT
RVF TÍP TVQPTUPT EJSJHJS ® GBMUB EF NFMIPSFT JEFJBT
F MFNCSBOEP BT
CBSSFJSBT NJMJUBSFT RVF JOGFMJ[NFOUF BCVOEBN QPS UPEP P QBÓT
PT
MPDBJT RVFSFN VNB DBODFMB QBSB DPCSBS UBYBT BPT UVSJTUBT
QBSB VTBS
OB SFDPMIB EP MJYP EBT QSBJBT 0 QSPCMFNB TÍP NFTNP PT iWJFOUFTwy
t /P $IJNPJP IÈ VN OPWP FEJM DPN QSPNJTTPSBT QSPNFTTBT 0 FOHFOIFJSP EJ[ RVF OÍP WBJ DPSUBS BT CBSCBT FORVBOUP OÍP MJCFSUBS B
DBQJUBM EF .BOJDB EP MJYP 4F P EFTBmP GPS BDFJUF OPVUSPT NVOJDÓQJPT
IÈ FEJT RVF DPSSFN P SJTDP EF TF UPSOBSFN QSPGFUBT
UBM P
UBNBOIP EBT CBSCBT RVF WÍP BDVNVMBS
t 0 WÓSVT EB BOUJHB UTVOBNJ EB EF +VMIP QBSFDF BJOEB FTUBS CFN
GPSUF
BQFTBS EPT BOUÓEPUPT EFTFODBEFBEPT QFMPT IPNFOT EBT UPHBT
0T UBJT RVF TÍP JSSFDPSSÓWFJT /FTUB DPOKVOUVSB
FTUÈ FNQFSSBEP P
lobby RVF RVFSJB FN UFSSBT NP[B P USFJOBEPS RVF IÈ VOT BOPT EFTBCBGPV WJWFS OVNB UFSSB EF MBESÜFT $FSUBNFOUF VNB UFMFOPWFMB DPN
NBJT FQJTØEJPT B TFHVJSy
t /ÍP TF TBCF TF Ï WÓSVT PV BOUÓEPUP
NBT QSPDVSB TF DPN VSHÐODJB
VNB WBDJOB QBSB PT QBSUJEPT EB PQPTJÎÍP RVF EFDJEJSBN EBS EF CBOEFKB B MJEFSBOÎB EF WÈSJBT BTTFNCMFJBT NVOJDJQBJT QBSB B GSFM 0VUSB UFMFOPWFMB B TFHVJS DPN QSØYJNPT FQJTØEJPT QJDBOUFT
JODMVJOEP
DPN GPUPT FN UFMFNØWFM
t "QFTBS EF iN[FF LJKBOBw TFS UFTP
IÈ PT RVF P RVFSFN BNPMFDFS
DPN P QSFUFYUP EBT WFMJOIBT F EPT iQBSBCÏOT B WPDÐw OVNB JOJDJBUJWB
EF GB[FS JOWFKB BPT OPSUF DPSFBOPT 1FMB RVBOUJEBEF EPT GFTUFKPT F
TVSQSFTBT BP MÓEFS
B SÈEJP CPDB BSHVNFOUB RVF FSB NFMIPS EFDMBSBS
BOP '+/
t /VNB SPDBNCPMFTDB BVEJÎÍP GPSBN FMFODBEPT NJMIÜFT EF GSBOHPT OB DBQPFJSB EF VNB EJQMPNBUB QSØYJNB EP DÓSDVMP GBNJMJBS EP
DBDIJNCP
RVF UBNCÏN CFOFmDJPV EPT DSÏEJUPT EP 5FTPVSP
BRVFMFT RVF B OPNFOLMBUVSB TF SFDVTB B EFWPMWFS
BQFTBS EPT BQFMPT EP
5SJCVOBM "ENJOJTUSBUJWP 0 modus operandi OB HFTUÍP EF GVOEPT EB
FNCBJYBEB OB UFSSB EPT HSJOHPT FSB EF BSSFQJBS 0T TFN WFSHPOIB
BUÏ EJ[FN RVF QPS MÈ OÍP TF QBTTB SFDJCP
t /ÍP TF TBCF TF Ï QBSB EJQMPNBUBT
QBSB PT EBT EÓWJEBT
PV QBSB PT BDUVBJT JORVJMJOPT NBJT QFSJHPTPT EB #0 .BT FTUÍP RVBTF B mOBMJ[BS
OPWPT BQPTFOUPT OB iNÈYJNB TFHVSBOÎBw EB .BDIBWB
DPN OPWBT
SFHSBT QBSB DPNJEBT
DPNVOJDBÎÜFT F CBOIPT TPMBSFT "UÏ B GPSÎB EF
QSPUFDÎÍP GPJ USFJOBEB OB QÈUSJB EF 'JEFM
Em voz baixa
t 0 HPWFSOP EF 2VÏOJB SFUJSPV PT CPMTPT OP OPWP VOJGPSNF EF QPMÓDJB DPNP GPSNB EF UFOUBS MVUBS DPOUSB B DPSSVQÎÍP 4FSÈ RVF P
6IVSV EFV VNBT EJDBT QBSB P NPEFMP TFS QPS DÈ SFQMJDBEP
A
sentença dos seis caçadores, detidos em Setembro
de 2018, acusados de caça
ilegal e nocturna, uso e porte ilegal de armas de fogo e abate de
espécies protegidas na zona tampão
do Parque Nacional da Gorongosa
(PNG), deverá ser conhecida próxima quinta-feira, 21.Mas, por más
experiências do passado, não há
certezas quanto a eventuais condenações.
4FHVOEP BQVSPV P SAVANA
EVSBOUF B TFTTÍP EP KVMHBNFOUP PDPSSJEP FTUB UFSÎB GFJSB
OP 5SJCVOBM
+VEJDJBM EJTUSJUBM EB (PSPOHPTB
OB
QSPWÓODJB EF 4PGBMB
B EFGFTB WPMUPV B
JOTJTUJS RVF BRVBOEP EB EFUFOÎÍP EPT
DBÎBEPSFT
FTUFT OÍP QSBUJDBWBN DBÎB
OB [POB UBNQÍP EP 1/(
0 KVJ[ EB DBVTB
PSEFOPV RVF B EJSFÎÍP EP QBSRVF BQSFTFOUBTTF VN NBQB
EB [POB POEF PDPSSFV B EFUFOÎÍP
RVF EFWFSÈ TFS FOUSFHVF BJOEB FTUB
TFNBOB BP USJCVOBM F BTTJN BKVEBS OB
EFDJTÍP EB QSØYJNB TFNBOB
ʪ /B TFTTÍP UBNCÏN GPSBN PVWJEPT
EPJT EFDMBSBOUFT
NFNCSPT EB DPNVOJEBEF EF /IBNBDVFOHVFSF
OP
EJTUSJUP EF %POEP
RVF SFQJTBSBN B
EFOÞODJB EF DBÎB GVSUJWB F OPDUVSOB
RVF PSJHJOPV OB EFUFOÎÍP EPT TFJT
DBÎBEPSFT FN nBHSBOUF
OVNB [POB
UBNQÍP EP 1/(
0T EFDMBSBOUFT BQPOUBSBN RVF PT
UJSPT EPT DBÎBEPSFT WJOIBN EVNB
EJSFÎÍP EB ÈSFB UBNQÍP EP QBSRVF
%VSBOUF B EFUFOÎÍP
BQVSÈNPT EF
GPOUF MJHBEB BP QSPDFTTP
GPSBN
BQSFFOEJEPT BPT TFJT TVTQFJUPT VN
KJQF 5PZPUB -BOE $SVJTFS Y
USÐT
BSNBT EF GPHP EF DBMJCSFT
F
Gorongosa espera mão dura do tribunal
NVOJÎÜFT NVOJÎÜFT
EF DBMJCSF
NVOJÎÜFT EF DBMJCSF
F NVOJÎÜFT EF DBMJCSF
*HVBMNFOUF GPSBN BQSFFOEJEPT OPWF
BOJNBJT EF FTQÏDJFT QSPUFHJEBT QPS
MFJ
RVF P HSVQP UJOIB BCBUJEP EVSBOUF B DBÎB
OPNFBEBNFOUF
USÐT DIBOHPT EPJT NBDIPT Fʪ VNB GÐNFB
VNB JNCBCBMB GÐNFB
VN GBDPDFSP
NBDIP
EVBT QJWBT KVWFOJT
F EVBT
QFSEJ[FT " DBÎB GVSUJWB F P BCBUF
JMFHBM EF NBEFJSB HP[B IBCJUVBMNFOUF EF HSBOEFT QSPUFDÎÜFT FN 4PGBMB
FOUSF BT BVUPSJEBEFT BENJOJTUSBUJWBT
EF OÓWFM EJTUSJUBM
QPMÓDJB F USJCVOBJT
TPCSFUVEP
RVBOEP PT FOWPMWJEPT
UÐN QSPUFDÎÍP QBSUJEÈSJB
/B TFTTÍP EFTUB UFSÎB GFJSB OB (PSPOHPTB
B EFGFTB EPT BMFHBEPT GVSUJWPT EJTTF RVF OÍP QPEF TFS QSPWBEP
RVF PT BOJNBJT FODPOUSBEPT OB TVB
QPTTF UFOIBN TJEP BCBUJEPT OB [POB
UBNQÍP
TVTUFOUBOEP RVF BRVBOEP EB EFUFOÎÍP EP HSVQP
FTUFT KÈ
USBOTQPSUBWBN DPOTJHP PT BOJNBJT
OFHBOEP BTTJN RVF P BDUP UFOIB TJEP
FN nBHSBOUF EFMJUP
0 NBQB TPMJDJUBEP QFMP KVJ[ EB DBVTB
EFWFSÈ BKVEBS B FTDMBSFDFS TPCSF B
FYBDUB QPTJÎÍP FN RVF GPSBN FODPOUSBEPT PT DBÎBEPSFT
RVBOUP Ë ÈSFB
DPODFTTJPOBEB BP QBSRVF
i"T UFTUFNVOIBT RVF PVWJSBN PT
UJSPT EFSBN B EJSFÎÍP
F B HSBOEF
NBJPSJB EB QPQVMBÎÍP EF /IBNBDVFOHVFSF
TF OÍP B UPUBMJEBEF WJWF
OB [POB UBNQÍPw
BDMBSPV VNB GPOUF
BP SAVANA
%VSBOUF B EFUFOÎÍP
PT TFJT DBÎBEPSFT
OPNFBEBNFOUF
&EVBSEP
(VJWBOEÈT 1FSFJSB
4IB[FFN "CEVM
3BIJN
&EVBSEP &MPZ EB 4JMWB
"ECVM 3BIJN %BVE
/FMTPO 3PNFV F
"MCFSUP /IBOHPTPM
BQSFTFOUBSBN
VNB ÞOJDB MJDFOÎB EF DBÎB
RVF MIFT
QFSNJUJB BQFOBT B BCBUFS FTQÏDJFT
DPNP HBMJOIBT EP NBUP F MFCSFT
" MJDFOÎB EF VTP F QPSUF EF BSNB EF
GPHP BQSFTFOUBEB QPS &EVBSEP (VJWBOEÈT 1FSFJSB o UBNCÏN EPOP EB
MJDFOÎB EF DBÎB o OÍP DPSSFTQPOEJB
B RVBMRVFS EBT USÐT BSNBT BQSFFOEJEBT 5BNCÏN OÍP GPSBN USB[JEPT Ë
QSFTFOÎB EP USJCVOBM
OB TFTTÍP EF
UFSÎB GFJSB
BT MJDFOÎBT EBT USÐT BSNBT
BQSFFOEJEBT QFMPT mTDBJT EP QBSRVF
6N EPT FMFNFOUPT EP HSVQP Ï DPOIFDJEP QPS &MØJ &EVBSEP &MPZ
EB 4JMWB
F Ï P QSPQSJFUÈSJP EP (BMP
7FSEF
MPDBMJ[BEP OB SVB EB .BSHJOBM
QSØYJNP EP DPOIFDJEP SFTUBVSBOUF .JSBNBS
OB DJEBEF EB #FJSB
&MF Ï NVJUP QPQVMBS QPS WFOEFS
IBNCÞSHVFSFT F QFUJTDPT EF DBSOF EF
DBÎB
0T TFJT DBÎBEPSFT QPEFSÍP TFS DPOEFOBEPT QPS DSJNFT EF QPSUF F VTP
JMFHBM EF BSNBT EF GPHP
USBOTQPSUF
EF BOJNBJT BCBUJEPT EF GPSNB JMFHBM
F BCBUF EF BOJNBJT QSPUFHJEPT QPS MFJ
DPNP GÐNFBT F DSJBT 3FJOB QPSÏN
VNB HSBOEF BQSFFOTÍP TPCSF P DPNQPSUBNFOUP EPT USJCVOBJT FN 4PGBMB
TPCSF B TVB BUJUVEF FN SFMBÎÍP Ë DBÎB
GVSUJWB F BP BCBUF EF NBEFJSB TFN MJDFOÎBT 0 ÞMUJNP DBTP EPT NBEFJSFJSPT DIJOFTFT EFUJEPT OB (PSPOHPTB
BJOEB OÍP UFN EFTGFDIP
BTTJN DPNP
P DBTP EPT GVSUJWPT EF .BSSPNFV
B
RVFN GPSBN BQSFOEJEBT QPOUBT EF
NBSmN EF FMFGBOUFT BCBUJEPT TFN
MJDFOÎBT F TPC BMÎBEB EF VN USJCVOBM
OB #FJSB
Suspense na sentença
Por André Catueira
Savana 15-02-2019
EVENTOS
1
0DSXWR GH)HYHUHLURGH $12;;9,1o 1310
EVENTOS
O
Ministério da Terra,
Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), através do
MITADER e Millennium Bim promovem
inclusão financeira
Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS),
assinou, esta semana, com o Millennium bim um contrato que
visa a construção de 12 novas
agências bancárias. Trata-se do
cumprimento do plano do Governo de expansão de agências
bancárias a todos os distritos
do país. Esta política foi lançada em 2016 pelo Presidente
da República, Filipe Nyusi, no
âmbito do Programa “Um Distrito, um Banco” com o objectivo de acelerar o processo de
inclusão financeira nas zonas
rurais, dotando todos os Distritos do País com pelo menos
uma agência bancária até ao final de 2019.
Através do programa “Um Distrito, um Banco”, o Governo
coloca à disposição das instituições financeiras, neste caso
do Millennium bim, meios que
permitem facilitar a instalação
e a construção de balcões, disponibilizando nomeadamente
edifícios, mobiliário e postos de
transformação de energia, entre
outras condições. Disponibiliza também formação inicial e
contínua de equipas e os custos
operacionais. Inicialmente, as
despesas serão suportadas pela
instituição bancária.
Desde o início do programa
mais de 1,2 milhões de pessoas
passaram a ter acesso a serviços
financeiros a menos de 5 quilómetros do local de residência ou
de trabalho. Entre 2016 e 2018,
foram abrangidos com novas
agências bancárias 22, elevando
para 70%.
No seu discurso, Celso Correia,
Ministro da Terra, Ambiente e
Desenvolvimento Rural, afirmou que, através deste acordo,
“o Governo cumpre com uma
das suas grandes promessas
eleitorais e responde ao anseio
das populações”.
O
Standard Bank organiza, próxima terça-
-feira, em Maputo,
um workshop, através
do qual se pretende demonstrar o relacionamento especial
que o banco mantém com a
comunidade chinesa no País.
No evento, enquadrado nas celebrações do novo ano chinês
– ano do porco -, que decorrem desde o dia 5 de Fevereiro, o Standard Bank vai apresentar soluções financeiras de
que dispõe, visando ajudar aos
clientes chineses na realização
dos seus investimentos e negócios.
Standard Bank apoia
clientes chineses nos
negócios
O Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) detém
20 por cento do Grupo Standard Bank, uma parceria que
torna o investimento chinês
em Moçambique mais cómodo e fácil, dada a experiência
de ambas as instituições.
Através desta parceria estratégica, o Standard Bank tem
explorado oportunidades com
vista a expandir a cooperação
para novas áreas de negócio e
ajudar a comunidade empresarial chinesa em Moçambique
não somente para efeitos de
socialização, como também
para efectuar transacções e negócios de forma mais contínua.
O
Instituto Médio Politécnico (IMEP), adstrito à
Universidade Politécnica,
vai introduzir, a partir do
presente ano lectivo, a Reforma
do Ensino Técnico-Profissional,
passando os primeiros anos de
formação a funcionar no sistema
modular.
Segundo anunciou Ana Paula Rodrigues, directora adjunta pedagógica do IMEP, durante a cerimónia
de abertura do ano lectivo 2019,
ocorrida nesta a segunda-feira, 11
de Fevereiro, em Maputo, o novo
sistema vai implicar, entre outros
aspectos, que ao fim de cada ano de
formação os formandos recebam
os respectivos certificados de habilitações literárias.
Trata-se da implementação de
IMEP passa a atribuir certificado
de habilitações
uma decisão do Governo, que visa
tornar este modelo de ensino, numa
plataforma para o desenvolvimento
sócio-económico do País.
O sistema modular, conforme sustentou Ana Paula Rodrigues, constitui uma resposta à decisão governamental e obedece aos padrões de
competências para responder àquilo que o mercado precisa, isto é, ao
fim de cada ano de formação, os
formandos passam a receber o respectivo certificado de habilitações.
Savana 15-02-2019 EVENTOS
2
PUBLICIDADE
A Rede Homens pela Mudança, é uma organização de ambito naFLRQDO VHPÀQVOXFUDWLYRV )XQGDGDQRDQRGH SRU RUJDQL-
]Do}HVHDFWLYLVWDVGH'LUHLWRV+XPDQRVGDVRFLHGDGHFLYLOPRoDPELFDQDFRPRREMHFWLYRFRPXPGHDÀUPDomRGRVGLUHLWRVKXPDQRV
HDOXWDSHODLJXDOGDGHGHJpQHUR MXVWLoDVRFLDO UHGXomRGDYLROrQFLD SURPRomRGDVD~GHHEHP HVWDUGHKRPHQV PXOKHUHVHFULDQoDV
HP0RoDPELTXH $WUDYpVGHLQLFLDWLYDVHGXFDWLYDVHGHFLGDGDQLD D
+23(0WUDEDOKDFRPJUXSRVGHKRPHQVHUDSD]HVQXPDSHUVSHFWLYDGHPXGDQoDGHWRGDVIRUPDVGHPDVFXOLQLGDGHFRQVLGHUDGDVSUHMXGLFLDLV
Neste contexto, pretende recrutar, um/a Director/a de Administraçao e Finanças (Maputo), Coordenador Provincial (Maxixe), Gestor
de Programas (Maputo), 2ÀFLDO GH 3URJUDPDV (Nampula) e um/a
Assistente Administrativo e de Programas (Nampula) com os seguintes requisitos:
1. Director/a de Administraçao e Finanças
0HVWUDGRRXOLFHQFLDWXUDHPFRQWDELOLGDGH ÀQDQoDV DGPLQLVWUDomR
GHHPSUHVDVRXiUHDVDÀQV RXJUDXGHEDFKDUHODWRHPFRQWDELOLGDGH
FRP DQRVGHH[SHULrQFLD
0DLVGH DQRVGHH[SHULrQFLDUHOHYDQWHHPJHVWmRDGPLQLVWUDWLYD
HÀQDQFHLUD LQFOXLQGRDVXSHUYLVmRÀQDQFHLUDHRSHUDFLRQDOGHSURjectos igualmente grandes e complexos
)DPLOLDULGDGHFRPDVUHJUDVHUHJXODPHQWRVGHGRDGRUHVSDUDVXEYHQo}HVHFRQWUDWRV
&RQKHFLPHQWRHPSULQFtSLRVJHUDLVGHFRQWDELOLGDGH RUoDPHQWRH
FRQWUROHÀVFDO
([SHULrQFLDHKDELOLGDGHVGHPRQVWUDGDVQRGHVHQYROYLPHQWRHJHVWmRGHRUoDPHQWRVGH86 PLOK}HVRXPDLV
+DELOLGDGHV UHOHYDQWHVHP VLVWHPDVGH VRIWZDUHGHFRQWDELOLGDGH
DXWRPDWL]DGDHSODQLOKDVGHEDVHGHGDGRV
([SHULrQFLDQDFDSDFLWDomRHPJHVWmRÀQDQFHLUDDRUJDQL]Do}HVFRmunitárias e parceiros da Rede HOPEM
&DSDFLGDGHGHPRQVWUDGDGHFULDUHPDQWHUUHODo}HVGHWUDEDOKRHÀcazes com ONGs parceiras, organizações baseadas na comunidade e
DJrQFLDVGRDGRUDVLQWHUQDFLRQDLV
'HPRQVWUDGDV TXDOLGDGHVGHOLGHUDQoD H[SHULrQFLD DPSOD H SURIXQGDHPJHVWmRÀQDQFHLUD
)RUWHFDSDFLGDGHGHFRPXQLFDomRLQWHUSHVVRDO HVFULWDHDSUHVHQWDomRRUDOHPSRUWXJXrVHLQJOrV
&DSDFLGDGHGHWUDEDOKDUGHIRUPDLQGHSHQGHQWHHJHULUXPÁX[RGH
WUDEDOKRGHDOWRYROXPH
+DELOLGDGHVUHOHYDQWHVHPVRIWZDUHGHFRPSXWDGRUHIDPLOLDULGDGH
FRPRVRIWZDUHGHFRQWDELOLGDGH LQFOXLQGR QRPtQLPR RVDSOLFDWLYRVSDGU}HVQR062IÀFH
2. Coordenador Provincial
ï3RVVXLUQtYHOGH0HVWUDGRHPDQWURSRORJLD VRFLRORJLD VD~GHS~-
EOLFD HVWXGRVGHJpQHURRXRXWUDViUHDVDÀQV
ï3HORPHQRV DQRVGHH[SHULrQFLDGHWUDEDOKRUHOHYDQWHSDUDHVWH
posto
ï&RQKHFLPHQWRGHLQVWUXPHQWRVSROtWLFRVQRFDPSRGRVGLUHLWRVVH-
[XDLVHUHSURGXWLYRV QRFRQWH[WRQDFLRQDO HLQWHUQDFLRQDO
ï3URIXQGRVFRQKHFLPHQWRVGHDERUGDJHQVEDVHDGDVHPGLUHLWRVKXPDQRVFRPHQIRTXHSDUDDVVXQWRVGHJpQHUR
ï'RPLQLRGHIHUUDPHQWDVGH*HVWmR
ï'RPtQLRGHFRPSXWDGRUHV 06 :RUG ([FHO 3RZHU 3RLQWH,QWHUnet)
ï'RPtQLRGHOtQJXDLQJOHVD
ï([FHOHQWHVKDELOLGDGHVGHFRPXQLFDomRHVFULWD RUDOHDQDOtWLFDV
ï([SHULrQFLDGH WUDEDOKRHP FRP RUJDQL]Do}HVQmRJRYHUQDPHQWDLVpXPDYDQWDJHP
ANÚNCIO DE VAGAS
3. Gestor de Programas
ï 3RVVXLU QtYHO GH0HVWUDGR HP DQWURSRORJLD VRFLRORJLD
VD~GHS~EOLFD HVWXGRVGHJpQHURRXRXWUDViUHDVDÀQV
ï 3HOR PHQRV DQRV GH H[SHULrQFLD GH WUDEDOKR UHOHYDQWH
para este posto
ï&RQKHFLPHQWRGHLQVWUXPHQWRVSROtWLFRVQRFDPSRGRVGLUHLWRVVH[XDLVHUHSURGXWLYRV QRFRQWH[WRQDFLRQDO HLQWHUnacional)
ï3URIXQGRVFRQKHFLPHQWRVGHDERUGDJHQVEDVHDGDVHPGLUHLWRVKXPDQRVFRPHQIRTXHSDUDDVVXQWRVGHJpQHUR
ï'RPtQLRGHFRPSXWDGRUHV 06 :RUG ([FHO 3RZHU 3RLQW
H,QWHUQHW
ï'RPtQLRGHOtQJXDLQJOHVD
ï([FHOHQWHVKDELOLGDGHVGHFRPXQLFDomRHVFULWD RUDOHDQDOtWLFDV
ï([SHULrQFLDGHWUDEDOKRHP FRPRUJDQL]Do}HVQmRJRYHUQDPHQWDLVpXPDYDQWDJHP
2ÀFLDOGH3URJUDPDV
ï3RVVXLUQtYHOGH/LFHQFLDWXUDHPDQWURSRORJLD VRFLRORJLD
VD~GHS~EOLFD HVWXGRVGHJpQHURRXRXWUDViUHDVDÀQV
ï 3HOR PHQRV DQRV GH H[SHULrQFLD GH WUDEDOKR UHOHYDQWH
SDUDHVWHSRVWR
ï &RQKHFLPHQWRV GH DERUGDJHQV EDVHDGDV HP GLUHLWRV KXPDQRVFRPHQIRTXHSDUDDVVXQWRVGHJpQHURHPDVFXOLQLGDdes
ï'RPLQLRGHIHUUDPHQWDVGH*HVWDRGH3URMHFWRV
ï'RPLQLRGH0DFXD 3RUWXJXrVHH[FHOHQWHVFRQKHFLPHQWRV
GH,QJOrV
ï%RDVKDELOLGDGHVGHFRPXQLFDomRHVFULWD RUDOHDQDOtWLFDV
ï ([SHULrQFLD GH WUDEDOKR HP RUJDQL]Do}HV QmR JRYHUQDPHQWDLV
ï'RPtQLRGHLQIRUPiWLFD
5. Assistente Administrativo e Programas
/LFHQFLDWXUDHPFRQWDELOLGDGHHDXGLWRULDRXXPDjUHDGDV
FLrQFLDVVRFLDLV
3RVVXLUH[SHULrQFLDGHWUDEDOKRRXWHUUHDOL]DGRXPHVWiJLR
SURÀVVLRQDOQDVDUHDVGHFRQWDELOLGDGHHSURFXUHPHQW
([FHOHQWHVKDELOLGDGHVGHFRPXQLFDomRHVFULWD RUDO
&RQKHFLPHQWRVGHDERUGDJHQVEDVHDGDVHPGLUHLWRVKXPDQRV
'RPLQLRGH0DFXD 3RUWXJXrVHH[FHOHQWHVFRQKHFLPHQWRV
GH,QJOrV
'RPLQLRGHLQIRUPiWLFD
2V WHUPRV GH UHIHUrQFLD GHWDOKDGRV GHYHP VHU VROLFLWDGRV
SHORVVHJXLQWHVHQGHUHoRVLQGLFDGRVDEDL[R 2V&Y·V DFRPSDQKDGRVGH FDUWDGH DSUHVHQWDomR LQGLFDQGR FODUDPHQWH
DSRVLomRDTXHFRQFRUUHPGHYHPVHUHQYLDGRVDWUDYHVGRV
mesmos enderecos electronicos: KRSHP#KRSHP RUJ P] e
KRSHP PR]#JPDLO FRP
Ou entregues nos escritorios da Rede HOPEM localizados
QD 5XD$TXLQRGH%UDJDQoD 1U %DLUURGD&RRS 0DSXWRHWDPEHPQRVHVFULWRULRVSURYLQFLDLVQDFLGDGHVGH1DPpula e Maxixe
$FRQVHOKD VHTXHRV DV FDQGLGDWRV DV YHULÀTXHPFXLGDGRVDPHQWHRV7G5VVHUHVSRQGHPDRVUHTXLVLWRVH[LJLGRV
$GDWDOLPLWHSDUDHQWUHJDGHFDQGLGDWXUDVp GH)HYHUHLUR
GH
Importante: só serão contactados/as os candidatos/as pré-
-seleccionados/as
Savana 15-02-2019
EVENTOS
3
PUBLICIDADE
1. Introdução
A Fundação Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (MASC) tem como missão fortalecer e promover
o desenvolvimento sustentável da sociedade civil
em Moçambique, e pretende contribuir para a democratização do Estado e do espaço público e a
promoção da justiça social através de assistência
técnica, subsídios, networking e acesso à informação.
$POTJEFSBOEP PT HSBOEFT EFTBmPT FOGSFOUBEPT
;pela população moçambicana, no âmbito do
acesso aos serviços públicos básicos e o alcance
do bem-estar, a Fundação Mecanismo de Apoio à
Sociedade Civil (MASC), através desta chamada
de propostas, convida todas as Organizações da
Sociedade Civil (OSC’s) ou Consórcios interessados em fazer o papel de broker com acções de
advocacia junto às diversas instituições públicas,
parceiros de desenvolvimento, sector privado, sociedade civil, no geral, a todos os níveis (nacional,
provincial e distrital/comunitária) de modo a enviarem as suas propostas para acederem ao apoio
mOBODFJSPEJSFDUP
2. Contexto
O Governo de Moçambique (GdM), através do seu
1SPHSBNB2VJORVFOBM 12(
EFmOJVP
Desenvolvimento do Capital Humano como uma
das prioridades, e como objectivos estratégicos,
para esta prioridade, promover um sistema educaUJWPJODMVTJWP
FmDB[FFmDJFOUFRVFHBSBOUBBBRVJsição das competências requeridas ao nível de conhecimentos, habilidades, gestão e atitudes que
respondam às necessidades de desenvolvimento
humano; expandir o acesso e melhorar a qualidade dos serviços de saúde, reduzir a mortalidade
materna, a morbi-mortalidade por desnutrição
crónica, malária, tuberculose, HIV, doenças não
transmissíveis e doenças preveníveis; e aumentar
a provisão e acesso aos serviços de abastecimento de água, de saneamento, transporte, comunicações e habitação, entre outros.
Contudo, passados 5 anos da implementação do
12(
PTEFTBmPTOPÉNCJUPEBQSFTUBÎÍPEFTFSWJços em vários sectores de actividade para a população moçambicana mais carenciada, continuam:
Sector de Educação
(i) Fraca taxa de conclusão do ensino primário
devido a vários factores¹;
(ii) Dados do MICS (Inquérito de Indicadores
Múltiplos) 2008 mostram que 22 por cento
das crianças de 5-14 anos estão envolvidas
no trabalho infantil, mas a maior parte delas
(78 por cento) anda na escola ²;
(iii) Pequena corrupção, caracterizada por
suborno e extorsão sexual e monetária, entre
outros ³.
Sector da Saúde
(i) Cobertura da rede do Sistema Nacional de
Saúde (SNS) que ainda é limitada;
(ii) Superlotação das unidades de maior porte
FJOFmDJÐODJBTBUPEPTPTOÓWFJT
(iii) As unidades sanitárias estão mal equipadas
e mal apetrechadas;
(iv) A qualidade da prestação de serviços do
Sector da Saúde varia de serviços rurais
versus urbanos e das divisões
sul-centro-norte 4;
(v) Pequena e grande corrupção,
caracterizada pelo desvio de
medicamentos e equipamentos
médicos, cobranças ilícitas, no
atendimento ao utente, entre outros.
Sector de Água e Saneamento
(i) Fraco acesso a fontes de água segura,
uma vez que os serviços de água rurais e
peri-urbanos continuam frágeis e o acesso
a saneamento e promoção da higiene está,
em grande medida, estagnado,
especialmente em áreas peri-urbanas;
(ii) A capacidade institucional continua
limitada, especialmente a nível local 5;
(iii) Em relação a habitação, estudos indicam
que a população residente nas áreas
rurais da região norte e centro apresentam
piores condições de alojamento (sem
tecto durável, paredes duráveis, luz
eléctrica, casa de banho/latrina), entre
outros (MPD 2010:10).
Sector de Infra-estruturas
(i) No que tange a mobilidade e
acessibilidade aos sistemas de serviços
públicos para pessoas portadoras de
EFmDJÐODJB
NÈRVBMJEBEFOBDPOTUSVÎÍPF
mTDBMJ[BÎÍPEFJOGSB FTUSVUVSBTQÞCMJDBT
abandono de obras públicas, entre outros.
3. Área para Submissão das Propostas
tEducação: Promover acções de advocacia
para melhorar o acesso ao ensino primário
básico e a qualidade dos serviços nas
escolas públicas;
tSaúde: Promover acções de advocacia
para melhorar o acesso e a prestação de
serviços de saúde ao nível das
Unidades Sanitárias;
tInfra-estruturas: Monitoria e advocacia
em prol da melhoria da qualidade das
infra-estruturas públicas;
t Água e saneamento: Monitoria e advocacia
em prol da melhoria na cobertura de água e
saneamento do meio.
As áreas acima referidas são indicativas. A Fundação MASC está aberta a outras áreas inovadoras de intervenção.
4. Elegibilidade
1PEFNCFOFmDJBSEPBQPJPEB'VOEBÎÍP."4$PT
seguintes tipos de organizações:
tOrganizações Não- Governamentais
Nacionais;
tInstituições Não Lucrativas de Pesquisa;
tOrganizações de comunicação social sem
mOTMVDSBUJWPT
tSindicatos;
tInstituições Religiosas e Organizações
baseadas na Fé;
tForuns/Redes/Plataformas da Sociedade Civil
(formais e informais);
tOrganizações desportivas e culturais;
tOrganizações/ Associações/ Grupos Formais
e Informais baseados nas Comunidades;
tFundações;
t"TTPDJBÎÜFT1SPmTTJPOBJT
tAssociações / Federações empresariais.
5. Valor da proposta
Máximo de 1, 000.000MTS (Um Milhão de Meticais)
6. Duração da Proposta
Período máximo de um ano
7. Âmbito do convite
Âmbito nacional
8. Estrutura da Proposta & Critérios de selecção
tOrganização/consórcio com experiência
comprovada na área onde pretender realizar
a sua intervenção (1 página);
tMetodologia de intervenção - incluindo
JEFOUJmDBÎÍPEFstakeholders e critérios de
selecção de área onde pretende intervir
(3 páginas);
tCronograma da intervenção, lógico e claro,
resultados esperados e indicadores (3
páginas);
tResumo da equipa Técnica, se tem
experiência na realização de um trabalho
desta natureza (1 página);
tProposta Financeira, se corresponde às
actividades e demonstra bom “value for
money“ (2 páginas).
Nota: A proposta deve conter o máximo de 10 páginas. As que apresentarem um número de páginas acima de 10 não serão avaliadas.
9. Local e Data de Submissão das Propostas:
As propostas podem ser submetidas para o endereço físico da Fundação MASC, sita na Av. do
Zimbabwe, n° 1374. C.P 4296, Maputo, ou para o
endereço electrônico propostas@masc.org.mz,
indicando o assunto “Convite para Manifestação de Interesse-Fundos Pequenos” e o sector
de intervenção.As propostas submetidas devem
SFnFDUJSBSFBMJEBEFEBDPNVOJEBEFFNSFMBÎÍPB
prestação de serviços pelos sectores do governo
e com provas documentais.
Prazo: As propostas deverão ser submetidas até 6
de Março de 2019. Candidaturas recebidas após a
data indicada não serão consideradas.
As propostas serão avaliadas por um comité de
avaliação, e terá início no dia 27 de Março de 2019.
Convite para Manifestação de Interesse - Fundos Pequenos
¹ http://www.unicef.org.mz/cpd/pt/chapters.php?chapter=cp4_1, consultado a 14 de Novembro de 2018 ² http://www.unicef.org.mz/cpd/pt/chapters.php?chapter=cp4_1, consultado a 14 de Novembro de 2018
©.PTTFF$PSUF[
"1FRVFOB$PSSVQÎÍPOP4FDUPSEB&EVDBÎÍPFN.PÎBNCJRVF 304$
*NQMFNFOUBÎÍPEB$POWFOÎÍPEPT%JSFJUPTEB$SJBOÎBFN.PÎBNCJRVF 6NB"OÈMJTFEPT1SPHSFTTPTF%FTBmPT 4 Plano Estratégico do Sector da Saúde (PESS 2015-2019); UNICEF (2017) Informe Orçamental da Saúde; 5 http://www.unicef.org.mz/cpd/pt/chapters.php?chapter=cp4_1, consultado a 14 de Novembro de 2018
Savana 15-02-2019 EVENTOS
4
PUBLICIDADE
Barclays Bank Moçambique, S.A. - Capital Social: MTn 5.538.000.000 - NUIT:400017484 - Número de Matrícula da CRC de Maputo: 8321 - Endereço: Av. 25 de Setembro, 1184 - 15º Andar - Maputo Caixa Postal 757 - Moçambique. O Barclays não será responsável
por quaisquer incidentes que possam ocorrer com o seu provedor de serviços de internet. Por favor consulte a tabela de preços em vigor no Banco. Aplicam-se os Termos e Condições actualmente em vigor. Queira dirigir-se à Agência mais próxima do Barclays
ou contacte-nos através do serviço de Banca Telefónica 1223.
“Entrei nesta família
aos 18 e cresço até hoje”
Sofia, gerente da Agência de Wamphula.
A história do nosso banco não tem apenas um protagonista.
É feita de tantas histórias quanto o número de colaboradores
que temos. O nosso percurso está interligado desde o primeiro
dia e se ao fim de 40 anos em Moçambique o salto é tão
positivo, o sucesso é de todos nós.
Há 40 anos que nos orgulhamos de contar histórias
de sucesso em Moçambique. Construa a sua connosco.
No comments:
Post a Comment