A Frelimo, partido no poder em Moçambique, e a Renamo, principal partido da oposição, usaram meios do Estado durante os primeiros dias de campanha para as eleições autárquicas, divulgou hoje a coligação de organizações não-governamentais (ONG) “Votar Moçambique”.
Num relatório distribuído à comunicação social, aquela coligação assinala que simpatizantes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) fizeram-se transportar com cartazes e bandeiras do partido no poder numa ambulância na cidade de Quelimane, província da Zambézia, centro do país.
Membros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) usaram uma viatura com matrícula do Estado para uma ação de campanha na cidade de Nampula, norte do país, portando cartazes e bandeiras do principal partido da oposição.
O recurso a meios do Estado “comprova uma vantagem desleal sobre outros concorrentes”, refere o documento.
A “Votar Moçambique” salienta que atos de violência grave registaram-se nos municípios da Beira, Gurué e Tete, centro de Moçambique.
“Estes atos consistiram no baleamento de cidadãos envolvidos em atividades de campanha eleitoral, agressão física e detenção de membros de partidos políticos da oposição sem culpa formada”, refere o texto.
Apesar desses incidentes, a campanha eleitoral tem decorrido de forma ordeira e tranquila, com os concorrentes a exercerem livremente o seu direito de promover as suas candidaturas, enaltece a coligação.
Moçambique realiza a 10 de outubro as quintas eleições autárquicas da sua história, em 53 municípios, onde serão eleitos os autarcas e membros das assembleias municipais.
A “Votar Moçambique” conta com 105 agentes em 20 dos 53 municípios do país, que compilam informação sobre o processo eleitoral em curso e a transmitem para a sede em Maputo.
(LUSA)
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