Primeiras palavras de Nini Satar à sua chegada à B.O.
Acesso à ponte Maputo-Katembe comprometido Pág. 2
Savana 03-08-2018 2
SOCIEDADE
Depois de enfrentar a resistência
dos cerca de
300 vendedores do vulgo
“Mercado Nwakakana”,
próximo à Praça 16 de Junho, que
exigiam “justas indemnizações”
pela sua retirada daquele local para
dar lugar à construção de uma das
rampas do viaduto norte da Ponte
Maputo-Katembe, o projecto enfrenta,
agora, a resistência de uma
única família na Malanga, que
se recusa a ceder o espaço para a
conclusão das obras da “rampa A.
Preferindo equacionar o obstáculo
em termos políticos, o Estado
continua a não accionar o direito
à expropriação que lhe assiste, arriscando-se
a ter de pagar pesadas
indemnizações ao empreiteiro da
obra, pelos atrasos incorridos.
Descrita como o “assunto crítico”,
nesta fase do projecto, pela Empresa
de Desenvolvimento de Maputo
Sul, a família, muito reservada
à imprensa, é tida como o último
obstáculo no processo de reassentamento,
não havendo previsões de
quando a situação será resolvida.
Ao SAVANA, o responsável da
referida família afirma que se nega
abandonar aquele local, devido aos
“atropelos legislativos” cometidos
pela Maputo Sul, enquanto que a
empresa gestora da Estrada Circular
de Maputo diz que esta propõe
números superiores aos estipulados
pela legislação.
O caso vem reportado no relatório
da Maputo Sul, elaborado, em Julho,
para actualizar o ponto de situação
de todas as obras geridas por
aquela empresa, nomeadamente, as
estradas da circular de Maputo, a
Katembe-Ponta do Ouro, Boane-
-Bela Vista e a Ponte Maputo-
-Katembe.
No documento, a empresa refere
que, até Maio último, as obras da
Ponte Maputo-Katembe encontravam-se
a 98% de execução. Ao
que o SAVANA apurou, na ponte,
falta a conclusão da iluminação e
sinalização, bem como a retirada de
equipamento e estruturas de apoio.
Mas nas rampas de acesso na margem
norte (na cidade de Maputo),
registam-se atrasos na ordem dos
61%. Porém, uma fonte ligada ao
projecto fez notar que, em adição,
um dos desafios adicionais está na
renovação dos acessos na margem
norte, sobretudo, na Avenida 24 de
Julho, na zona da praça 16 de Junho
e na ligação da ponte e a Estrada
Nacional Nº1 (Brigada Montada),
onde, para já, se vai adoptar uma
solução temporária.
Nas estradas de ligação sul (Katembe-Ponta
do Ouro, Bela Vista-
-Boane e Zitundo Vila da Ponta
do Ouro) as obras encontram-se a
98%.
Pontos críticos
Na opinião dos responsáveis pela
obra, o ponto mais “crítico” prende-
-se com a retirada da única família
ainda resistente no bairro da Malanga,
que impede a conclusão, com
sucesso, do projecto.
Devido à situação, a reportagem
do SAVANA deslocou-se ao local
para, junto da família, perceber as
razões da sua recusa. Numa conversa
conseguida a “ferro e fogo”, o
proprietário da residência, que não
se quis identificar, disse que se recusa
a abandonar aquele local, devido
à forma como o processo está a ser
conduzido pela Maputo Sul, pois,
não obedece o Decreto 31/2012, de
8 de Agosto, que regula o processo
de reassentamento resultante de actividades
económicas.
A fonte conta que, para além de
negociar uma compensação capaz
de melhorar a vida da sua família, a
empresa gestora da Estrada Circular
de Maputo está a impor as suas
condições, que não beneficiam a sua
deslocação para Katembe, local definido
para o seu reassentamento.
“O Regulamento diz que a compensação
deve melhorar a vida dos
afectados, mas a empresa só quer
nos desgraçar. A promessa parte
dos 130 mil meticais e termina nos
269 mil meticais. Não concordamos
porque não compensa”, disse aquele
citadino, revelando que o espaço em
causa tem duas casas (uma do tipo
dois e outra do tipo três) e um estabelecimento
comercial, onde vende
produtos alimentares e sopa, um
negócio muito concorrido. Fontes
contactadas sobre os preços avançados
pelo proprietário do espaço,
disseram-nos que “são uma grande
mentira”. Ainda segundo as nossas
fontes, a avaliação espaço não atinge
os 900 mil Meticais. O proprietário
colocou a fasquia nos cinco
milhões de meticais. No terreno,
que não ultrapassa os 450 m2, estão
erguidas duas casas e um pequeno
estabelecimento comercial, feitos de
bloco e cimento, com uma cobertura
de chapas de zinco.
“A minha casa é do tipo dois, a outra
é do meu irmão”, afirmou, acrescentando
que não exige nenhum
valor específico, apenas uma compensação
justa.
“A empresa apenas mediu as infra-
-estruturas e disse que irá nos compensar
de acordo com as dimensões
aqui existentes. Não aceitamos isso.
E o nosso negócio, quem nos irá
compensar?”, questionou, referindo-se
ao negócio da sopa.
Aliás, em relação a este negócio,
durante os cerca de 30 minutos que
permanecemos naquela residência,
testemunhámos a entrada e saída
de muitas pessoas, na sua maioria
comerciantes do Mercado Malanga,
que estavam ali para entreter o
estômago.
O proprietário, que aparenta pouco
mais de 40 anos de idade, diz ser
“natural” daquele bairro e custa-lhe
sair sem garantias de uma “vida
estável ou melhor” no seu local de
destino.
“Muitos vizinhos estão a reclamar
das condições de vida nos bairros
onde foram reassentados. Por isso,
não aceito sair sem me garantir que
vou viver bem para onde vou”, frisou.
A Maputo Sul, para além de pagar
compensações aos ocupantes dos
assentamentos informais, transporta
todos os seus haveres, incluindo
chapas de zinco, aros de portas e
janelas para o local de reassentamento,
com direito a um espaço
de construção. Nas habitações precárias
da encosta da Malanga, o
SAVANA conseguiu apurar que a
empresa pagou preços que variaram
entre cerca de 260 mil meticais por
casebres de cartão, a 1,4 milhões,
por casas de alvenaria tipo quatro.
Questionado sobre os factores que
ditaram a saída dos seus vizinhos,
o nosso interlocutor respondeu
que estudou o caso e concluiu que
o processo não era transparente e
muito menos vantajoso para as famílias,
pelo que optou por ficar.
A nossa reportagem quis saber daquele
cidadão o estágio das negociações
com a Maputo Sul, tendo
dito que as mesmas não registam
nenhum avanço, pois, “a empresa
não quer entender a nossa preocupação”,
porém, mostrou-se confiante
com o desfecho positivo do
dossier.
Um reputado jurista ouvido SAVANA
disse-nos que o estado
deveria ter accionado o direito de
expropriação dos terrenos abrangidos
pela construção das estradas e
ponte por se tratarem de obras de
utilidade pública. Ele deu como
exemplo o que se fez para os terrenos
abrangidos pela construção
da estrada N4, entre a Matola e
Ressano Garcia. “Os ocupantes dos
terrenos ou proprietários de imóveis
são compensados de acordo com a
lei e se não estiverem de acordo têm
o direito de recorrer aos tribunais”,
disse. O mecanismo de expropriação,
segundo o advogado, deveria
ter sido accionado no início da obra
com a publicação de um decreto do
Conselho de Ministros. Mesmo do
ponto de vista comercial, seria mais
económica uma “compensação negociada”,
comparado com os valores
da potencial indemnização que o
Estado terá de pagar ao empreiteiro
por incumprimento dos prazos. Um
outro jurista, que corroborou esta
opinião, considera que as entidades
oficiais preferiram equacionar em
termos políticos um problema que
tem claro suporte legal. “Acho que
os envolvidos estão a olhar para 10
de Outubro (eleições autárquicas)”,
lamentou.
“Seguimos os instrumentos
legais”, Silva Magaia
Contactado pelo jornal para dar
a sua versão dos factos, o PCA da
Maputo Sul, Silva Magaia, disse
que a empresa que dirige define as
compensações de acordo com os
instrumentos legais existentes no
país para a avaliação dos imóveis.
Assim, Magaia afirmou que a Maputo
Sul não fez nenhuma oferta
porque “não estamos a comprar
nada”, mas “estamos a compensar
a família pela perda dos imóveis no
local”.
Sem revelar os valores propostos
por ambas partes, o PCA daquela
empresa afirmou que a sua equipa
mostrou à família como chegou
ao valor que propõe, facto que não
aconteceu da outra parte.
“A família não concorda com o resultado
da avaliação e apresenta um
valor que não consegue nos explicar
como chegou a ele”, disse, sublinhando
que, neste momento, não
há previsão de quando o processo
irá terminar.
“Era nossa expectativa que a família
já não estivesse ali. Mas, continuamos
a manter a mesma postura de
falar com as pessoas até elas compreenderem
como fazemos os cálculos
e que tudo aquilo que inventam
só atrasa o país e não a Maputo
Sul. Caso a gente não se entenda
teremos de ir por outros caminhos”,
garantiu Magaia, sem, no entanto,
apontar os referidos caminhos.
O responsável da Maputo Sul escusou-se
a revelar os números envolvidos
nas várias transacções com
os moradores informais dos espaços
ocupados pela ponte e seus viadutos.
De referir que esta não é a primeira
resistência que a Maputo Sul enfrenta
no processo de construção
da Ponte Maputo-Katembe. A primeira
verificou-se no mesmo local
(mercado “Nwakakana”), onde centenas
de vendedores daquele local
recusavam-se a ceder o espaço, reivindicando
compensações pela sua
transferência para o mercado Malanga.
O atraso provocado pelo assentamento
informal de Nwakakana,
segundo outras fontes escutadas,
coincidiu com uma negociação difícil
com entidades chinesas, para um
aumento do financiamento da obra.
O acordo só foi alcançado, em Dezembro
último, quando a Maputo
Sul decidiu pagar compensações
por cada banca com valores nunca
revelados publicamente. De acordo
com vendedores no local, “os preços
foram variáveis” e andaram entre os
100 mil e os 200 mil meticais por
banca, de acordo com a estrutura
montada.
Para além destas resistências, o projecto
enfrentou também, em Julho
último, a greve dos trabalhadores
do empreiteiro chinês CRBC (China
Road and Brigde Corporation),
reivindicando o pagamento de uma
indemnização pelo fim da obra e do
subsídio de risco, que não recebem
desde que começaram as obras. É
habitual os trabalhadores “chantagearem”
os donos das grandes obras
exigindo próximo do fim das mesmas,
indemnizações que não estão
previstas contratualmente, uma vez
que as empresas se encontram sobre
pressão para cumprir as empreitadas
nos prazos acordados com os
donos das obras.
A inauguração da Ponte Maputo-
-Katembe esteve agendada para o
dia 25 de Junho. Porém, devido aos
atrasos na obra, foi adiada para uma
data ainda por anunciar.
Acesso à ponte Maputo-Katembe comprometido
Uma família mantém o Estado em sentido
- Estado poderia impor expropriação do terreno
Por Abílio Maolela
Na imagem a casa que deve dar espaço à rampa do acesso à ponte
ilec Vilanculos
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SOCIEDADE
Z Wj >/ DK D /Yh
D/E/^d Z/K K^Z hZ^K^D/E Z /^ E Z'/
O Governo de Moçambique, através do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, pretende seleccionar o Presidente do Conselho de
Administração (PCA) para Autoridade Reguladora de Energia (ARENE), criada pela Lei No. 11/2017, de 8 de Setembro.
A ARENE é uma pessoa colectiva de direito público, dotada de personalidade jurídica e autonomia administrativa, financeira, patrimonial e
técnica, tutelada pelo Ministro que superintende a área de energia. A principal actividade é regular os subsectores de electricidade, incluindo
a resultante de qualquer fonte de energias renováveis, de combustíveis líquidos, de distribuição e comercialização de gás natural.
É igualmente responsabilidade da ARENE garantir a observância rigorosa dos princípios e normas aplicáveis ao sector de energia, em
conformidade com a legislação nacional e os padrões e boas práticas internacionais, promover a concorrência leal entre os operadores
públicos e privados do sector de energia, bem como contribuir para a segurança energética nacional.
Responsabilidades do PCA da ARENE
O PCA será responsável pela criação de uma equipa eficaz de gestão, e que assegure a prossecução dos objectivos da instituição no
âmbito das suas atribuições, designadamente:
x Protecção dos direitos e interesses dos consumidores em particular os clientes finais, economicamente vulneráveis em relação a
preços, à forma e qualidade da prestação de serviços, promovendo a sua educação e informação bem como a promoção de
tecnologias energéticas eficientes;
x Exercício de funções de conciliação, mediação e de arbitragem em matéria de diferendos relativos a questões surgidas entre
diferentes concessionários e entidades licenciadas entre si, ou entre os concessionários e entidades licenciadas e os seus
consumidores, quando solicitados, nas matérias definidas;
x Estabelecer a cooperação com reguladores de outros países, com vista ao prosseguimento de objectivos e interesses comuns
incluindo a implementação dos tratados e/ou acordos internacionais no âmbito das suas atribuições;
x Instruir e tramitar os processos de concurso público para a atribuição de concessões de produção, transporte, distribuição e
comercialização de energia eléctrica e de distribuição e comercialização de gás natural, emitir o respectivo parecer, bem como
dos pedidos de transmissão de concessões;
x Estabelecer e aprovar tarifas e preços de energia, gás e produtos petrolíferos regulados nos termos da lei e garantir a sua
aplicação;
x Emitir pareceres e recomendações sobre propostas de políticas e legislação respeitantes ao sector de energia, incluindo o
respectivo Plano de Expansão;
x Propor a formulação, alteração ou ajustamento de políticas e legislação sobre o sector de energia;
x Promover a livre concorrência na prestação dos serviços energéticos bem como prevenir e tomar medidas necessárias contra
práticas anti-concorrenciais e abusos de posição dominante; e
x Recolher, sistematizar e gerir informação relevante informações relevantes sobre os operadores e prestadores.
Qualificações do Candidato
Dentre várias qualificações, o Candidato no mínimo deverá reunir as seguintes:
x Nacionalidade moçambicana;
x Ter formação superior preferencialmente em Engenharia, Economia, Direito com MBA ou qualificação relevante na Gestão de
Negócios sendo que a experiência na negociação de contratos de energia constituirá uma vantagem;
x Possuir um mínimo de 10 anos de experiência relevante como gestor sénior numa organização de reputação ou em operações
similares;
x Ter conhecimentos básicos do funcionamento de entidades reguladoras, e na gestão de mercados de empresas de energia,
fixação de tarifas, gestão de processos de reclamações, experiência na gestão de comunicação com o público e as partes
interessadas;
x Ter tido envolvimento tangível em ambientes desafiantes bem como ter liderado uma organização de negócios, ou pelo menos,
ter sido membro da equipa sénior de gestão preferencialmente no sector de energia;
x Possuir boas habilidades executivas e de relacionamento com Instituições Públicas e Privadas para além de habilidades de
interagir com pessoas singulares, e participação em processos negociais;
x Ser fluente na fala e escrita da língua portuguesa e inglesa.
O mandato do PCA da ARENE é de cinco anos, renovável por uma única vez.
Os interessados para a vaga acima indicada, deverão, até as 23:59 horas do dia 20 de Agosto de 2018 concorrer através do endereço
https://mireme.talentos.co.mz que está sob a gestão do Secretário Permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia. Pedidos de
esclarecimentos adicionais devem ser remetidos para suporte@talentos.co.mz ou alternativamente através telefone No. 85 079 7283 de
Segunda à Sexta-feira no período das 7:30 às 17:30 horas.
Maputo, 1 de Agosto de 2018
Anúncio de Vaga para Presidente do Conselho de Administração da
Autoridade Reguladora de Energia
PUBLICIDADE DESPORTO
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SOCIEDADE
Opresidente do Conselho
de Administração da
Electricidade de Moçambique
(EDM), Mateus
Magala, foi nomeado vice-
-presidente do Banco Africano de
Desenvolvimento (BAD) para o
pelouro dos Serviços Corporativos
e de Recursos Humanos, devendo
deixar a função no topo da companhia
estatal de electricidade no
mês de Outubro.
Um comunicado do BAD indica
que a nova posição, o número três
do banco, marca o regresso de Mateus
Magala à principal instituição
financeira africana.
O ainda presidente da EDM deixou
o BAD em 2015, a convite
do Governo moçambicano para
ocupar o cargo de presidente do
Conselho de Administração da
companhia pública de electricidade,
numa altura em que a companhia
estava na iminência de tocar
o fundo do poço. A sua contratação
foi negociada directamente entre o
Presidente Filipe Nyusi e o então
Presidente do BAD, Donald Kaberuka,
quando representava o banco
no Zimbabwe.
Magala, com um mestrado em
Economia e Econometria pela
Universidade de Sydney (Austrália)
e um doutoramento em Economia
pela Universidade de Victória
(Austrália), deve assumir formalmente
o novo posto no BAD a 01
de Setembro, mas o gestor assegurou
ao executivo moçambicano que
deixará a EDM em Outubro. Magala,
tal como Nyusi, fez os estudos
de licenciatura em engenharia mecânica
na Checoslováquia.
A administração Magala na EDM
tem sido marcada por reformas
radicais na empresa, tendo introduzido
concursos internacionais
para o recrutamento de gestores
da empresa e uma limpeza no sistema
de procurement como forma
de estancar a máfia que dominava
a empresa, conectada a alguns sectores
mafiosos próximos do partido
governamental. Magala também
mexeu nos preços da energia como
forma de viabilizar a empresa.
No comunicado em que faz o anúncio,
o BAD salienta que a EDM
viu as suas receitas dispararem de
150 milhões de dólares para 500
milhões de dólares, projectando-se
que subam para um bilião de dólares
em 2020, apesar de a empresa
se encontrar altamente endividada.
“É uma grande honra ter sido nomeado
vice-presidente de serviços
institucionais e recursos humanos
do Banco Africano de Desenvolvimento.
Irei empenhar-me no sentido
de ajudar a fomentar uma cultura
de elevada produtividade, de
desempenho e de responsabilidade
pelos resultados, atraindo, recompensando
e mantendo os melhores
talentos na equipa”, sublinhou Magala
em reacção à sua nomeação.
Magala, que durante a sua administração
na EDM incutiu uma
cultura de trabalho virado para os
resultados, sublinhou que o BAD
é a quarta empresa mais atractiva
entre os empregadores em África,
fazendo notar que anseia trabalhar
com Akinwumi Adesina, presidente
do BAD, “nas suas ousadas reformas,
bem como ajudar a acelerar os
sistemas e processos institucionais
com vista a tornar o banco mais
ágil para dar uma resposta mais
célere às necessidades dos nossos
parceiros e acelerar a execução das
operações do banco”.
Entre 2008 e 2015, Mateus Magala
trabalhou no BAD, como economista
principal para a área de planeamento
estratégico e de representante
do BAD no Zimbabue.
No entanto, a administração Nyusi
considera que ter um moçambicano
no topo da hierarquia do BAD
será importante para a fluidez da
cooperação com o país, uma vez
que a instituição é uma das que
mais financiam projectos em Moçambique,
principalmente na área
de energia.
No mês passado, Filipe Nyusi reuniu-se
com o actual presidente do
BAD, o nigeriano Akinwumi Adesina,
durante a cimeira da CPLP
em Cabo Verde e na qual ficou
acordado o regresso de Magala ao
BAD. Ao que apurámos, Nyusi
sempre esteve hesitante em libertar
Magala, mas teve de ceder perante
as pressões de Adesina, que, em
comentários à indicação de Magala,
recordou que o PCA da EDM
realizou reformas institucionais
com grande sucesso “e traz com ele
ideias inovadoras, criatividade, paixão
e determinação para a implementação
de reformas”.
Adesina, uma “antiga estrela” no
pelouro da Agricultura do governo
nigeriano de Goodluck Ebele Jonathan,
espera produzir uma “pequena
revolução no BAD, por pressão
dos seus investidores de referência.
Magala recebeu a notícia da nomeação
no Japão, onde se encontra
em férias com a família.
Desfalque na EDM
Magala regressa ao BAD como vice-presidente
E
ntraram em vigor, a partir desta
terça-feira, as novas tarifas
de água potável no país. Tal
como aconteceu no ano passado,
o processo que culminou com
o reajuste do custo da água não teve
direito à publicitação, daí que, para
muitos consumidores, o reajuste é
novidade.
Para já, um dado é certo. O precioso
líquido vai continuar mais caro nas
capitais provinciais, tal como vinha
acontecendo à luz da última actualização
feita pelo Conselho de Regulação
de Águas (CRA), aprovada a 1 de
Setembro de 2017, que começou a vigorar
a 1 de Outubro do mesmo ano.
O CRA, entidade tutelada pelo Conselho
de Ministros, fundamentou a
sua decisão de voltar, cerca de 10 meses
depois, a mexer nas tarifas do precioso
líquido baseando-se no argumento
dos “custos operacionais e de
manutenção”. Nisto, destaca, a título
de exemplo, os custos com energia,
produtos químicos, custos financeiros
relacionados com os investimentos e
operações financeiras diversas.
O agravamento das tarifas foi solicitado
pelo Fundo de Investimento
do Património de Abastecimento de
Água (FIPAG), responsável pelos sistemas
de abastecimento de água das
capitais provinciais (designados por
sistemas primários), e pela Administração
de Infra-estruturas de Água e
Saneamento (AIAS), encarregue pelo
abastecimento do precioso líquido
nas vilas municipais e sedes distritais,
designados por sistemas secundários.
O Conselho Regulador de Águas deliberou
favoravelmente aos dois pedidos,
em sessão plenária, realizada a 4
de Julho.
O FIPAG e a AIAS justificaram a
pretensão, na altura do pedido, com
o fundamento de que a mesma (revisão
das tarifas) tinha em vista mitigar
uma possível degradação do serviço
devido ao agravamento da estrutura
de custos na prestação do serviço
público de distribuição de água e permitir
o cumprimento das obrigações
financeiras das empresas para com
terceiros, tendo em conta a função social
que a água desempenha na saúde
e bem-estar da população.
Assim, a fatura a partir de 7 metros
cúbicos/mês vai subir entre 90.40 e
100 MT nos sistemas principais, e
entre 34, 57 e 45.78 MT nos sistemas
secundários. Em termos práticos,
tomando como exemplo a cidade de
Maputo, que se enquadra nos sistemas
primários, se à luz do último
ajustamento o valor da factura era de
216. 20 MT agora passará a ser de
306, 97 MT por mês, isto para um
consumo de exactos 7 metros cúbicos
de água.
Para o caso de Alto Molocué, incluso
no grupo dos sistemas secundários,
tomando como base uma factura de
7 metros cúbicos, se, anteriormente,
devia pagar qualquer coisa como 200,
00 MT agora passará a pagar 234,59
MT por mês.
Nas capitais provinciais, as tarifas
para outros serviços são ajustadas em
23%, nomeadamente, o corte e religação,
aferição do contador, encargos
para contador danificado e/ou pela
violação da instalação.
Aliás, as ligações domiciliárias domésticas,
com contadores avariados
ou inexistentes, devem ser facturados
no consumo do mês, com base em
média de valores históricos disponíveis
até três meses imediatamente
anteriores à data da facturação, ou,
não sendo possível tal procedimento,
a factura do mês deve ser emitida para
um consumo estimado em 5 metros
cúbicos.
Magalhães Miguel, Secretário Executivo
do CRA, em conversa com o
mediaFAX/SAVANA, na tarde desta
terça-feira, disse que a revisão não é
extensiva aos consumidores domésticos
que fazem parte do “escalão
social”, cujo consumo termina nos 5
metros cúbicos.
Explicou que em termos monetários,
a factura mensal no escalão de 5 metros
cúbicos (160 litros por dia/por
família), nas capitais provinciais, vão
continuar a pagar os 133,50 MT/mês,
que vem pagando.
A tarifa de água fornecida aos fontenários
também não vai sofrer qualquer
agravamento porque não foi
contemplada na presente revisão.
Para a mesma categoria, “ escalão
social”, mas já nas vilas municipais
e sedes distritais, cujo ajustamento
não era feito desde 2014, Magalhães
Miguel avançou que a factura mensal
subiu entre 16,00 a 20, 00 MT.
Adiante, Miguel acrescentou que a
presente revisão alicerçou-se em dois
Associação das Empresas Jornalísticas
(AEJ)
Assembleia Geral Constituinte
Conforme acordado nas reuniões preparatórias,
convocam-se os representantes das empresas de
comunicação social registadas em Moçambique,
para voluntariamente participarem na Assembleia
Geral Constituinte (AGC), pelas 11 horas do dia 14
de Setembro de 2018, a ter lugar nas instalações da
mediacoop SA, sita na Av. Amílcar Cabral, 1062.
A AGC tem a seguinte agenda proposta:
- discussão e aprovação dos Estatutos da
Associação
- eleição dos corpos sociais
- outros assuntos de interesse dos participantes
Maputo, 3 de Agosto de 2018
A Comissão Organizadora
tipos de subsídios entre consumidores.
O primeiro, em que a tarifa geral
(cobrada aos serviços públicos,
comércio e indústria) é mais elevada
que a tarifa doméstica.
A outra, em que uma tarifa doméstica,
onde os que consomem mais
pagam mais, permitido, desta forma,
continuar a subsidiar o grupo que faz
parte do “ escalão social”.
A nossa fonte avançou, igualmente,
que, do ponto de vista social, o equilíbrio
encontrado no reajustamento
tarifário, permite que cerca de 1.7
milhões de consumidores do “ escalão
social”, sejam protegidos do agravamento
da tarifa, o que representa
cerca de 1/3 dos consumidores domésticos.
(Ilódio Bata)
Ajustamentos foram decididos pelo CRA a pedido dos fornecedores
Água potável mais cara
Mateus Magala
Savana 03-08-2018
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PUBLICIDADE DESPORTO SOCIEDADE
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SOCIEDADE
A
par do que se verifica com
o partido no poder, ao
nível da capital do país,
onde as bases queixam-se
de terem sido ignoradas na escolha
de cabeça-de-lista para as eleições
autárquicas de 10 de Outubro próximo,
a família da Renamo, na cidade
da Beira, capital provincial de
Sofala, também está dividida.
Em causa estão as supostas manobras
tendentes a contornar a
vontade dos membros da base e
indicar o nome de Manuel Bissopo,
secretário-geral da Renamo, para
cabeça de lista do partido naquela
autarquia.
O SAVANA sabe que, devido ao
imbróglio, a direcção do partido
afastou o delegado político provincial,
Albano Balaunde.
Balaunde era acusado de coagir as
bases para desvalorizar a figura de
Bissopo e elevar Geraldo Carvalho,
actualmente no Movimento Democrático
de Moçambique (MDM),
onde é deputado da Assembleia da
República, mas que já manifestou
junto à família da Renamo o interesse
de regressar à antiga casa.
Para afastar Balaunde, do centro das
operações sem frustrar as massas, a
direcção da Renamo transferiu-
-o para a capital onde foi indicado
para o cargo de chefe do departamento
de Defesa e Segurança.
No seu lugar foi indicado, interinamente,
um membro identificado
apenas pelo nome de Castelo, uma
figura aparentemente sem nenhuma
influência política ao nível da
cidade da Beira, mas que é próximo
de Manuel Bissopo e seus fiéis seguidores.
Conhecido como um mobilizador
por excelência, Geraldo Carvalho
foi, em 2003, um dos responsáveis
pela mobilização de jovens
dos bairros da periferia da cidade
da Beira, a apostarem na figura de
Daviz Simango, quando este foi indicado
por Afonso Dhlakama para
concorrer pela Renamo na presidência
daquela autarquia.
Em 2008, Geraldo Carvalho desafiou
Afonso Dhlakama e descordou
do líder da Renamo de afastar Daviz
Simango da corrida pela renovação
do seu mandato no município
da Beira.
Um ano depois, juntamente com
outros dissidentes da Renamo, Carvalho
teve um papel preponderante
na criação do MDM onde foi indicado
para a chefia do departamento
de Mobilização e Propaganda. Pelo
mesmo partido, que ajudou a fundar,
foi eleito deputado da Assembleia
da República por duas vezes,
2009 e 2014.
No entanto, Geraldo Carvalho
desentendeu-se com a direcção do
MDM quando, em finais de 2017,
exigiu que a indicação dos candidatos
do partido à presidência dos
Conselhos Autárquicos devia ser
por eleição partir das bases.
Carvalho entendia que esse era o
Bases da Renamo recusam Bissopo
Perdizes desavindos na Beira
'LUHFomRGDSDUWLGRH[RQHUDGHOHJDGRSURYLQFLDODFXVDGRGHFRDJLUPHPEURVDDSRVWDUHPQDÀJXUDGH*HUDOGR&DUYDOKR
Por Raul Senda e Argunaldo Nhampossa
modelo ideal para se evitar que figuras
como Daviz Simango, com
poderes bastantes no seio do partido,
fossem “árbitros e jogadores ao
mesmo tempo”. Também defendia
a tese de que, no fim do presente
mandato, Simango devia deixar a
presidência do município e dedicar-
-se apenas ao partido.
No mesmo período, manifestou interesse
de concorrer para a liderança
do município da Beira, facto que
não agradou a direcção do MDM.
Como resultado dessa ousadia,
Geraldo Carvalho não renovou a
chefia de Departamento de Mobilização
e Propaganda do MDM e
nem foi indicado para outro cargo.
Consta-nos que, Geraldo Carvalho
interpretou o seu afastamento
como retaliação da direcção do partido
por a ter desafiando a ser mais
transparente e democrática nos
processos.
Daí, segundo fontes, iniciou incursões
à Serra da Gorongosa com vista
a convencer o líder da Renamo a
abrir espaço para o seu regresso ao
partido, facto que, em vida, Afonso
Dhlakama tinha aceite.
Ao contrário dos municípios de
Maputo, Quelimane e Nampula
onde Afonso Dhlakama tinha indicado
os nomes de Venâncio Mondlane,
Manuel de Araújo e Paulo
Vahanle, para Beira ainda não tinha
tomado nenhuma decisão. Essa
lacuna abriu espaço para que Carvalho
mantivesse a sua ambição de
concorrer pela autarquia e abriu a
sua linha de corredores junto as bases
da perdiz naquela cidade.
Com a morte de Dhlakama, segundo
informações em poder do SAVANA,
Bissopo está a passar uma
imagem de que é aposta do líder falecido
para liderar a cabeça-de-lista
da Renamo na Beira, o que não
convence as lideranças da partido
ao nível provincial.
Sublinham que, na cidade da Beira,
a popularidade de Bissopo é baixa,
as bases não nutrem simpatias por
ser uma pessoa pouco comunicativa
e de difícil trato para além de elitista,
visto que, poucas vezes, interage
com os membros do baixo nível.
Além de ser politicamente frágil,
a sua passagem pelo município da
Beira, como vereador de Administração
e Finanças, no primeiro
mandato de Daviz Simango, também
não deixou saudades para os
membros da Renamo no Chiveve.
Os membros entendem que Bissopo
quer aproveitar-se das suas funções
no partido para auto-indicar-
-se e, dessa forma ignorar a vontade
das bases.
Geraldo Carvalho também não é
consensual, mas é influente junto as
bases, sobretudo nas classes marginalizadas
e desfavorecidas nos bairros
da periferia.
Por seu turno, as correntes com o
pensamento mais cosmopolita, entendem
que Geraldo Carvalho não
possui capacidade técnica para dirigir
uma autarquia do nível da cidade
da Beira.
Mesmo com limitações, os membros
da Renamo defendem que
Carvalho é o candidato capaz de
ombrear com Daviz Simango e o
concorrente da Frelimo porque, o
voto que define o vencedor das eleições
provém dos bairros da periferia
e, é lá onde Geraldo Carvalho penetra
com facilidade, quando comparado
com Manuel Bissopo.
Fernando Balaunde era conotado
como sendo o rosto das bases e uma
das figuras do topo da Renamo, ao
nível de Sofala, que não apoiava a
candidatura de Manuel Bissopo.
Consta que Balaunde advertiu a direcção
da Renamo, interinamente
liderada por Ossufo Momade, que
caso a “ Perdiz” indique Manuel
Bissopo, vai perder a eleição.
Recordou o que aconteceu com a
Renamo, em 2008, quando ignorou
a vontade das bases e na ultima hora
decidiu trocar Daviz Simango por
Manuel Pereira como candidato.
Mutismo na ordem do dia
Contactados pelo SAVANA, os
rostos da confusão, sem desmentir
os factos, recusaram comentar.
Geraldo Carvalho disse que não
tinha nenhum comentário sobre
o assunto. Na mesma linha seguiu
Manuel Bissopo, depois o Albano
Balaunde e por fim o delegado provincial
interino.
Bissopo justificou a recusa referindo
que na qualidade de SG do partido,
qualquer declaração sua podia confundir
a opinião pública.
Mesmo sem confirmar nada, Carvalho
não desmentiu as informações
sobre a sua eventual candidatura.
Contudo, em entrevista a Canal
de Moçambique, Ossufo Momade
assegurou que o cabeça-de-lista da
Renamo no município da Beira é
Manuel Bissopo que dentro de dias
será apresentado publicamente.
Outros candidatos
Enquanto o ambiente político no
seio da perdiz continua tenso na
cidade da Beira, nos principais
municípios do país, como Maputo,
Nampula, Quelimane e Matola a
Renamo já indicou os seus cabeças-
-de-listas para as eleições autárquicas
de Outubro próximo.
O processo teve o seu momento
mais alto, no passado sábado, com
a indicação de António Muchanga,
actual relator da Comissão de Administração
Pública e Poder Local
da Assembleia da República, como
cabeça-de-lista para o Município
da Matola.
Muchanga deverá esperar uma corrida
bastante renhida naquele ponto,
pois deverá enfrentar o actual
edil, Calisto Cossa e Silvério Ronguane,
candidato do MDM.
Na hora da sua indicação como cabeça
de lista Muchanga prometeu
acabar com brincadeiras de estradas
de fraca qualidade bem como a
demolição de casas sem as devidas
compensações aos proprietários.
Como é de conhecimento público,
para o apetitoso município de Maputo
a Renamo apostou em Venâncio
Mondlane que aguarda a indicação
do seu adversário da Frelimo,
tendo já o desafiado para umdebate
público sobre a governação da cidade.
Mondlane foi anunciado como
cabeça-de-lista depois de um acordo
de “cavalheiros” que teve com o
falecido líder da Renamo, Afonso
Dhlakama, facto que o fez abandonar
o MDM, partido pelo qual
concorreu nas autárquicas de 2013
e derrotado por David Simango.
Na mesma linha de Mondlane,
seguiu Manuel de Araújo que já é
cabeça-de-lista pela “Perdiz”, na
quarta-maior cidade do país, Quelimane.
Araújo deixou o MDM
mesmo depois de ter sido anunciado
como cabeça-de-lista e, neste
momento, aguarda a indicação do
seu adversário da Frelimo, mas já
sabe que tem pela frente Rogério
Waru-waru do MDM que vem defendendo
que é candidato residente
em Quelimane. Apesar desta situação,
tudo indica que Araújo deverá
renovar a direcção máxima daquele
município.
Para a chamada capital do norte, o
maior partido da oposição deu um
voto de confiança a Paulo Vahanle,
eleito na segunda volta da intercalar
no presente ano em Nampula.
Ainda na semana passada, a Renamo
apresentou outros cabeças-de
lista a nível da província de Maputo.
Trata-se de João Marisane, um antigo
vogal da CNE, que vai encabeçar
a lista para autarquia de Boane.
Jeremias Cumbe foi indigitado
como cabeça de lista para o município
de Namaacha. Cumbe dirige,
actualmente, o gabinete eleitoral da
Renamo e é conselheiro do partido
a nível daquele distrital.
Para o não menos importante município
da Manhiça, a escolha da
Renamo recaiu em Carvalho Mendes
que no preciso momento preside
a liga da juventude do partido a
nível distrital.
Para o município de Tete, a Renamo
apostou em Ricardo Tomás,
que tal como Venâncio Mondlane
e Manuel de Araújo abandonou o
MDM para juntar se ao partido do
malogrado Afonso Dhlakama. Tomás
foi eleito deputado da Assembleia
da República pelo MDM em
2014 e ainda não renunciou o seu
mandato.
CNE a espera
No entanto, a Comissão Nacional
das Eleições (CNE) continua refém
da promulgação da lei e a consequente
publicação no Boletim da
República. Fonte da CNE assegurou
ao SAVANA que só depois de
cumprido este procedimento administrativo
é que a instituição vai
apresentar um novo roteiro do processo
eleitoral, com destaque para as
datas de submissão de candidaturas.
A mediacoop, SA informa os seus clientes que, a partir do
dia 10 de Agosto de 2018, poderão ler o jornal SAVANA e o
diário electrónico mediaFAX no seu telemóvel, PC e tablet.
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Cell: 84 2272591 | 82 3171100 | 21 301737
SAVANA e mediaFAX
Membros e simpatizantes da Renamo clamando pela audição das bases
Savana 03-08-2018
7
SOCIEDADE 38%/,&,'$'(
Savana 03-08-2018 8
RELATÓRIO DE CONTAS
(1/5)
RELATÓRIO E CONTAS INTERCALAR
1º SEMESTRE DE 2018
“O BIM - Banco Internacional de Moçambique, S.A., com o intuito de manter informados os senhores Clientes e o público em geral da evolução da sua actividade, situação
SDWULPRQLDOHƮQDQFHLUDHHPFXPSULPHQWRGR$YLVRQ | *%0 HGD&LUFXODUQ | 6+& GR%DQFRGH0R¦DPELTXH DSUHVHQWDGHVHJXLGD DLQIRUPD¦¢RUHIHUHQWH
D GH-XQKRGH š
BIM - Banco Internacional de Moçambique. S.A.
Demonstração dos Resultados Consolidados e do Banco
SDUDRSHU¬RGRGHVHLVPHVHVƮQGRHP GH-XQKRGH MZN’000
Notas
Consolidado Banco
-XQ -XQ -XQ -XQ
-XURVHSURYHLWRVHTXLSDUDGRV
-XURVHFXVWRVHTXLSDUDGRV
0DUJHPƮQDQFHLUD
Rendimentos de instrumentos de capital -
5HVXOWDGRVGHVHUYL¦RVHFRPLVV´HV
5HVXOWDGRVHPRSHUD¦´HVƮQDQFHLUDV
Outros resultados de exploração
Total de proveitos operacionais
Custos com pessoal
2XWURVJDVWRVDGPLQLVWUDWLYRV
$PRUWL]D¦´HVGRH[HUF¬FLR
Total de custos operacionais
Imparidade do crédito
2XWUDVSURYLV´HV
Resultado antes de impostos
Impostos
Correntes
Diferidos
Resultado após impostos
5HVXOWDGRFRQVROLGDGRGRH[HUF¬FLRDWULEX¬YHOD
Accionistas do Banco - -
Interesses que não controlam - -
Resultado do exercício
Resultado por acção 0=1 0=1 0=1 0=1
3DUDVHUOLGRFRPDVQRWDVDQH[DVVGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDVFRQVROLGDGDV
BIM - Banco Internacional de Moçambique. S.A.
Demonstração Consolidada do Rendimento Integral
SDUDRSHU¬RGRGHVHLVPHVHVƮQGRHP GH-XQKRGH MZN’000
-XQ -XQ
,WHQVTXHSRGHU¢RYLUDVHUUHFODVVLƮFDGRVSDUDDGHPRQVWUD¦¢RGRVUHVXOWDGRV
$FWLYRVƮQDQFHLURVGLVSRQLYHLVSDUDYHQGD DOWHUD¦´HVQRMXVWRYDORU
Impostos -
Outro rendimento integral do período depois de impostos
,WHQVTXHQ¢RVHU¢RUHFODVVLƮFDGRVSDUDD'HPRQVWUD¦¢RGH5HVXOWDGRV
7UDQVL¦¢R,)56 -
-
Outro rendimento integral do período depois de impostos -
Resultado consolidado do exercício
Total do rendimento integral do exercício
$WULEX¬YHOD
Accionistas do Banco
Interesses que não controlam
Resultado consolidado do exercício
Impostos -
Total do rendimento integral do exercício
BIM - Banco Internacional de Moçambique. S.A.
Demonstração do Rendimento Integral do Banco
SDUDRSHU¬RGRGHVHLVPHVHVƮQGRHP GH-XQKRGH MZN’000
-XQ -XQ
,WHQVTXHQ¢RVHU¢RUHFODVVLƮFDGRVSDUDD'HPRQVWUD¦¢RGH5HVXOWDGRV
5HVHUYDVGH-XVWR9DORU
7UDQVL¦¢RSDUD,)56 -
Outro rendimento integral do período depois de impostos
Resultado líquido do exercício
Total do Rendimento integral do exercício
3DUDVHUOLGRFRPDVQRWDVDQH[DVVGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDVFRQVROLGDGDV
BIM - Banco Internacional de Moçambique. S.A.
Balanço Consolidado e do Banco
SDUDRSHU¬RGRGHVHLVPHVHVƮQGRHP GH-XQKRGH MZN’000
Notas
Consolidado Banco
-XQ 'H] -XQ 'H]
Activo
Caixa e disponibilidades no Banco de Moçambique
'LVSRQLELOLGDGHVHPRXWUDVLQVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWR
$SOLFD¦´HVHPLQVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWR
Créditos a clientes
2XWURVDWLYRVƮQDQFHLURVDRFXVWRDPRUWL]DGR
$WLYRVƮQDQFHLURVDRMXVWRYDORUDWUDY¨VGHRXWUR
rendimento integral
,QYHVWLPHQWRVHPVXEVLGL ULDV - -
,QYHVWLPHQWRVHPDVVRFLDGDV - -
3URSULHGDGHVGH,QYHVWLPHQWR - -
$FWLYRVQ¢RFRUUHQWHVGHWLGRVSDUDYHQGD
2XWURVDFWLYRVWDQJ¬YHLV
GoodwillHDFWLYRVLQWDQJ¬YHLV
$FWLYRVSRULPSRVWRVFRUUHQWHV
$FWLYRVSRULPSRVWRVGLIHULGRV
2XWURVDFWLYRV
Total do Activo
Passivo
5HFXUVRVGHRXWUDVLQVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWR
Recursos de clientes
7¬WXORVGHG¬YLGDHPLWLGRV
3URYLV´HV
3DVVLYRVSRULPSRVWRVFRUUHQWHV - - -
3DVVLYRVSRULPSRVWRVGLIHULGRV - -
2XWURVSDVVLYRV
Total do Passivo
Capitais Próprios
Capital
5HVHUYDVHUHVXOWDGRVDFXPXODGRV
7RWDOGR&DSLWDO3U²SULRDWULEX¬YHODR*UXSR %DQFR
Interesses que não controlam - -
Total dos Capitais Próprios
Total dos Capitais Próprios e do Passivo
3DUDVHUOLGRFRPDVQRWDVDQH[DVVGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDV
BIM - Banco Internacional de Moçambique. S.A.
Demonstração dos Fluxos de Caixa Consolidados e do Banco
GRVSHU¬RGRGHVHLVPHVHVƮQGRHP GH-XQKRGH MZN’000
Notas
Consolidado Banco
-XQ -XQ -XQ -XQ
Fluxos de caixa das actividades operacionais
-XURVHFRPLVV´HVUHFHELGDV
-XURVHFRPLVV´HVSDJDV
Pagamentos a empregados e fornecedores
5HFXSHUD¦¢RGHHPSU¨VWLPRVSUHYLDPHQWHDEDWLGRV
Prémios de seguros recebidos - -
3DJDPHQWRGHLQGHPQL]D¦´HVGDDFWLYLGDGHVHJXUDGRUD - -
Resultados operacionais antes de alterações nos
fundos operacionais
'LPLQXL¦¢R DXPHQWR GHDFWLYRVRSHUDFLRQDLV
$WLYRVƮQDQFHLURVDRMXVWRYDORUDWUDY¨VGHRXWUR
rendimento integral
$SOLFD¦´HVHPLQVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWR
Depósitos no Banco de Moçambique
Crédito a clientes
2XWURVDFWLYRVRSHUDFLRQDLV
$XPHQWRV GLPLQXL¦¢R GRVSDVVLYRVRSHUDFLRQDLV
'HS²VLWRVGHRXWUDVLQVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWR
Depósitos de clientes e outros empréstimos
2XWURVSDVVLYRVRSHUDFLRQDLV
Fluxos de caixa líquidos das actividades operacionais
antes do pagamento de impostos sobre os lucros
,PSRVWRVSDJRVVREUHRUHQGLPHQWR SDJRV UHFHELGRV
Fluxos de caixa líquidos das actividades operacionais
Fluxos de caixa das actividades de investimento
&RPSUD UHIRU¦RGHSDUWLFLSD¦´HV - -
'LYLGHQGRVUHFHELGRV -
&RPSUDGHDFWLYRVWDQJ¬YHLV
9DORUHVUHFHELGRVQDYHQGDGHDFWLYRVWDQJ¬YHLV
)OX[RVGHFDL[DO¬TXLGRVGDVDFWLYLGDGHVGHLQYHVWLPHQWR
)OX[RVGHFDL[DGDVDFWLYLGDGHVGHƮQDQFLDPHQWR
'LYLGHQGRVSDJRV
$PRUWL]D¦´HVGH'¬YLGD6XERUGLQDGD - - -
)OX[RVGHFDL[DO¬TXLGRVGDVDFWLYLGDGHVGHƮQDQFLDPHQWR
Efeitos da alteração da taxa de câmbio em caixa e seus
HTXLYDOHQWHV
$XPHQWR GLPLQXL¦¢R HPFDL[DHVHXVHTXLYDOHQWHV
Caixa e seus equivalentes no início do período
&DL[DHVHXVHTXLYDOHQWHVQRƮPGRSHU¬RGR
3DUDVHUOLGRFRPDVQRWDVDQH[DVVGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDV
Savana 03-08-2018 9
RELATÓRIO DE CONTAS
RELATÓRIO E CONTAS INTERCALAR DO 1º SEMESTRE 2018 (Continuação 2-5)
BIM - Banco Internacional de Moçambique. S.A.
Demonstração de Alterações do Capital Próprio Consolidado
SDUDRSHU¬RGRGHVHLVPHVHVƮQGRHP GH-XQKRGH MZN’000
Total dos
capitais
próprios Capital
Reserva
Legal
Outras
reservas e
resultados
acumulados
Total do
Capital
Próprio
atribuível ao
*UXSR
Interesses
que não
controlam
6DOGRVHP GH-DQHLURGH -
7UDQVIHU©QFLDSDUDDUHVHUYDOHJDO - - - -
$TXLVL¦¢RGHSDUWLFLSD¦¢RGH
da SIM - - - -
'LYLGHQGRVGLVWULEX¬GRVHP - -
Rendimento integral - -
Outros - -
6DOGRVHP GH'H]HPEURGH
'LYLGHQGRVGLVWULEX¬GRVHP - -
Rendimento integral - -
Outros - -
6DOGRVHP GH-XQKRGH
3DUDVHUOLGRFRPDVQRWDVDQH[DVVGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDV
Banco Internacional de Moçambique, S.A.
Demonstração de alterações do capital próprio individual
SDUDRVSHU¬RGRVƮQGRVHP GH-XQKRGH
MZN’000
Total dos
capitais
próprios
Capital
Capital
Reserva
Legal
Reserva
Legal
Outras
reservas e
resultados
acumulados
6DOGRVHP GH-DQHLURGH
7UDQVIHU©QFLDSDUDUHVHUYDOHJDO - -
'LYLGHQGRVGLVWULEX¬GRVHP - -
Rendimento integral - -
6DOGRVHP GH'H]HPEURGH
'LYLGHQGRVGLVWULEX¬GRVHP - -
Rendimento integral - -
6DOGRVHP GH-XQKRGH
3DUDVHUOLGRFRPDVQRWDVDQH[DVVGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDV
NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INTERCALARES
CONSOLIDADAS E INDIVIDUAIS
GRSHU¬RGRƮQGRHP GH-XQKRGH
NOTA INTRODUTÓRIA
2%,0ś%DQFR,QWHUQDFLRQDOGH0R¦DPELTXH 6 $ ŠR%DQFRšRXŠ%,0š ¨XP%DQFRGHFDSLWDLVHVVHQFLDOPHQWH
SULYDGRVFRPVHGHVRFLDOHP0DSXWR (VWDVGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDVFRQVROLGDGDVV¢RFRPSRVWDVSHOREDQFRH
VXDVVXEVLGL ULDV FROHFWLYDPHQWHŠ*UXSRš
2*UXSRHR%DQFRDSUHVHQWDPGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDVTXHUHưHFWHPRVUHVXOWDGRVGDVVXDVRSHUD¦´HVSDUDR
H[HUF¬FLRƮQGRHP GH-XQKRGH
2%DQFRWHPSRUREMHFWRSULQFLSDODUHDOL]D¦¢RGHRSHUD¦´HVƮQDQFHLUDVHDSUHVWD¦¢RGHWRGRVRVVHUYL¦RVSHUPLWLGRVDRV%DQFRVFRPHUFLDLVGHDFRUGRFRPDOHJLVOD¦¢RHPYLJRU QRPHDGDPHQWHDFRQFHVV¢RGHHPSU¨VWLPRVHP
PRHGDQDFLRQDOHHVWUDQJHLUD DFRQFHVV¢RGHOHWUDVGHFU¨GLWRHGHJDUDQWLDVEDQF ULDV WUDQVDF¦´HVHPPRHGD
estrangeira e recepção de depósitos em moeda nacional e estrangeira.
Bases de apresentação
$VGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDVFRQVROLGDGDVHLQGLYLGXDLVIRUDPSUHSDUDGDVGHDFRUGRFRPDV1RUPDV,QWHUQDFLRQDLV
GH5HODWR)LQDQFHLUR 1,5)ŞV
$VGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDVFRQVROLGDGDVHLQGLYLGXDLVDJRUDDSUHVHQWDGDVUHưHFWHPRVUHVXOWDGRVGDVRSHUD¦´HV
GR%DQFRHGHWRGDVDVVXDVVXEVLGL ULDV HPFRQMXQWRŠ*UXSRš HDSDUWLFLSD¦¢RQR*UXSRQDVDVVRFLDGDVSDUDR
SHU¬RGRGHVHLVPHVHVƮQGRHP GH-XQKRGH
7RGDVDVUHIHU©QFLDVGHVWHGRFXPHQWRDTXDOTXHUQRUPDWLYRUHSRUWDPVHPSUHUHVSHFWLYDYHUV¢RYLJHQWH
As políticas contabilísticas apresentadas nesta nota foram aplicadas de forma consistente a todas as entidades
GR*UXSR HV¢RFRQVLVWHQWHVFRPDVXWLOL]DGDVQDSUHSDUD¦¢RGDVGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDVGRSHU¬RGRDQWHULRU
(VWDVGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDVFRQVROLGDGDVHLQGLYLGXDLVV¢RDSUHVHQWDGDVHP0HWLFDLV TXH¨DPRHGDIXQFLRQDO
GR*UXSRH%DQFR WRGRVRVYDORUHVIRUDPDUUHGRQGDGRVDXQLGDGHGHPLOK¢RPDLVSU²[LPD H[FHSWRTXDQGRLQGLFDGR
Uso de julgamentos e estimativas
$SUHSDUD¦¢RGDVGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDVGHDFRUGRFRPDV1,5)ŞVUHTXHUTXHD&RPLVV¢R([HFXWLYDIRUPXOH
MXOJDPHQWRV HVWLPDWLYDVHSUHVVXSRVWRVTXHDIHFWDPDDSOLFD¦¢RGDVSRO¬WLFDVFRQWDELO¬VWLFDVHRYDORUGRVDFWLYRV
SDVVLYRV SURYHLWRVHFXVWRV $VHVWLPDWLYDVHSUHVVXSRVWRVDVVRFLDGRVV¢REDVHDGRVQDH[SHUL©QFLDKLVW²ULFDH
QRXWURVIDFWRUHVFRQVLGHUDGRVUD]R YHLVGHDFRUGRFRPDVFLUFXQVW¡QFLDVHIRUPDPDEDVHSDUDRVMXOJDPHQWRV
VREUHRVYDORUHVGRVDFWLYRVHSDVVLYRVFXMDYDORUL]D¦¢RQ¢R¨HYLGHQWHDWUDY¨VGHRXWUDVIRQWHV 2VUHVXOWDGRVUHDLV
SRGHPGLIHULUGDVHVWLPDWLYDV
$VGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDVFRQVROLGDGDVHLQGLYLGXDLVDJRUDDSUHVHQWDGDVIRUDPDSURYDGDVSHOR&RQVHOKRGH
Administração do Banco.
3RO¬WLFDVFRQWDELO¬VWLFDV
a ) Base de consolidação
$SDUWLUGH GH-DQHLURGH R*UXSRSDVVRXDDSOLFDUD,)56 UHYLVWD SDUDRUHFRQKHFLPHQWRFRQWDELO¬VWLFRGDVFRQFHQWUD¦´HVGHDFWLYLGDGHVHPSUHVDULDLV $VDOWHUD¦´HVGHSRO¬WLFDVFRQWDELO¬VWLFDVGHFRUUHQWHVGD
DSOLFD¦¢RGD,)56 UHYLVWD V¢RDSOLFDGDVSURVSHFWLYDPHQWH
$VGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDVFRQVROLGDGDV DJRUD DSUHVHQWDGDV UHưHFWHPRV DFWLYRV SDVVLYRV SURYHLWRVH
FXVWRVGR%DQFRHGDVXDVXEVLGL ULD *UXSR HRVUHVXOWDGRVDWULEX¬YHLVDR*UXSRUHIHUHQWHVVSDUWLFLSD¦´HV
ƮQDQFHLUDVHPHPSUHVDVDVVRFLDGDV
b ) Politicas contabilisticas
$VSRO¬WLFDVFRQWDELO¬VWLFDVDSOLFDGDVQDHODERUD¦¢RGHVWDV'HPRQVWUD¦´HV)LQDQFHLUDV,QWHUFDODUHVIRUDPDSOLFDGDVDWRGDVDVHQWLGDGHVGR*UXSRHV¢RFRQVLVWHQWHVFRPDVXWLOL]DGDVQDSUHSDUD¦¢RGDV'HPRQVWUD¦´HV
)LQDQFHLUDVGRH[HUF¬FLRƮQGRHP GH'H]HPEUR LQFOXLQGRRVUHTXLVLWRVGHƮQLGRVSHOD,$6 ś5HODWR
Financeiro Intercalar.
2%DQFRHR*UXSRDGRSWDUDPDV1,5)6HLQWHUSUHWD¦´HVGHDSOLFD¦¢RREULJDW²ULDGHDFRUGRFRPDGHVFUL¦¢R
DSUHVHQWDGDQRUHODW²ULRDQXDOFRPUHIHU©QFLDD GH'H]HPEURGH
$VGHPRQVWUD¦´HVƮQDQFHLUDVV¢RDSUHVHQWDGDVHP0HWLFDLVDUUHGRQGDGRVDRPLOKDUPDLVSU²[LPR
0DUJHPƮQDQFHLUD MZN’ 000
*UXSR Banco
-XQ -XQ -XQ -XQ
Juros e proveitos equiparados
Juros de crédito
-XURVGHGHS²VLWRVHRXWUDVDSOLFD¦´HV
-XURVGHW¬WXORVGLVSRQ¬YHLVSDUDYHQGD
Juros e custos equiparados
Juros de depósitos e outros recursos
-XURVGHW¬WXORVHPLWLGRV - - -
2XWURVFXVWRVHMXURVHTXLSDUDGRV
0DUJHPƬQDQFHLUD
3. Rendimentos de instrumentos de capital MZN’ 000
*UXSR Banco
-XQ -XQ -XQ -XQ
5HQGLPHQWRVGHLQYHVWLPHQWRVHPVXEVLGL ULDV - -
- -
$UXEULFD5HQGLPHQWRVGHLQVWUXPHQWRVGHFDSLWDOFRUUHVSRQGH SDUDR%DQFR DGLYLGHQGRVUHFHELGRVDVVRFLDGRV
SDUWLFLSD¦¢RƮQDQFHLUDGHWLGDQD6HJXUDGRUD,QWHUQDFLRQDOGH0R¦DPELTXH 6 $ H SDUDR*UXSR DGLYLGHQGRVUHFHELGRV
GHRXWUDVSDUWLFLSD¦´HVGHWLGDVSHOD6HJXUDGRUD,QWHUQDFLRQDOGH0R¦DPELTXH 6 $
5HVXOWDGRVGHVHUYL¦RVHFRPLVV´HV MZN’ 000
*UXSR Banco
-XQ -XQ -XQ -XQ
6HUYLÂRVEDQF¼ULRVSUHVWDGRV
Por garantias prestadas
3RUVHUYL¦RVEDQF ULRVSUHVWDGRV
&RPLVV´HVGDDFWLYLGDGHVHJXUDGRUD - -
2XWUDVFRPLVV´HV
6HUYLÂRVEDQF¼ULRVUHFHELGRV
Por garantias recebidas
3RUVHUYL¦RVEDQF ULRVSUHVWDGRV
&RPLVV´HVGDDFWLYLGDGHVHJXUDGRUD - -
2XWUDVFRPLVV´HV
Resultados líquidos de serviços e comissões
Savana 03-08-2018 10
RELATÓRIO DE CONTAS
RELATÓRIO E CONTAS INTERCALAR DO 1º SEMESTRE 2018 (Continuação 3-5)
5HVXOWDGRVHPRSHUD¦´HVƮQDQFHLUDV MZN’ 000
*UXSR Banco
-XQ -XQ -XQ -XQ
/XFURVHPRSHUDÂÐHVƬQDQFHLUDV
2SHUD¦´HVFDPELDLV
2XWUDVRSHUD¦´HV
3UHMXÈ]RVHPRSHUDÂÐHVƬQDQFHLUDV
2SHUD¦´HVFDPELDLV -
2XWUDVRSHUD¦´HV - - -
-
6. Créditos a clientes MZN’ 000
*UXSR Banco
-XQ 'H] -XQ 'H]
Crédito com garantias reais
Crédito com outras garantias
Crédito sem garantias
Crédito ao sector público
&U¨GLWRHPORFD¦¢RƮQDQFHLUD
&U¨GLWRWRPDGRHPRSHUD¦´HVGH
factoring
- -
&U¨GLWRYHQFLGR PHQRVGH GLDV
&U¨GLWRYHQFLGR PDLVGH GLDV
Imparidade para riscos de crédito
$DQ OLVHGRFU¨GLWRD&OLHQWHVSRUVHFWRUGHDFWLYLGDGH¨DVHJXLQWH
MZN’ 000
*UXSR Banco
-XQ 'H] -XQ 'H]
$JULFXOWXUDHVLOYLFXOWXUD
,QG¹VWULDVH[WUDFWLYDV
Alimentação. bebidas e tabaco
Têxteis
3DSHO DUWHVJU ƮFDVHHGLWRUDV
Químicas
0 TXLQDVHHTXLSDPHQWRV
(OHFWULFLGDGH JXDHJ V
Construção
Comércio
5HVWDXUDQWHVHKRW¨LV
7UDQVSRUWHVHFRPXQLFD¦´HV
6HUYL¦RV
Crédito ao consumo
&U¨GLWRKDELWD¦¢R
Estado Moçambicano
2XWUDVDFWLYLGDGHV
Imparidade para riscos de crédito
$UXEULFDGH2XWURVDFWLYRVƮQDQFHLURVDRFXVWRDPRUWL]DGR¨DQDOLVDGDFRPRVHVHJXH
2XWURVDWLYRVƮQDQFHLURVDRFXVWRDPRUWL]DGR MZN’ 000
*UXSR Banco
-XQ 'H] -XQ 'H]
2EULJD¦´HVGRWHVRXUR
Outros títulos
Imparidade de títulos - -
$UXEULFDGH2XWURVDFWLYRVƮQDQFHLURVDRFXVWRDPRUWL]DGRFRUUHVSRQGHHVVHQFLDOPHQWHDW¬WXORVHPLWLGRVSHOR(VWDGR
GH0R¦DPELTXH GHVLJQDGDPHQWH%LOKHWHVGR7HVRXURH2EULJD¦´HVGR7HVRXUR
$WLYRVƮQDQFHLURVDRMXVWRYDORUDWUDY¨VGHRXWURUHQGLPHQWRLQWHJUDO MZN’ 000
*UXSR Banco
-XQ 'H] -XQ 'H]
$F¦´HV
$UXEULFDGH$FWLYRV)LQDQFHLURVDRMXVWRYDORUDWUDY¨VGHRXWURUHQGLPHQWRLQWHJUDO¨FRQVWLWX¬GDHVVHQFLDOPHQWHSRUDF¦´HV
2XWURVDFWLYRVWDQJ¬YHLV MZN’ 000
*UXSR Banco
-XQ 'H] -XQ 'H]
,P²YHLV
2EUDVHPHG¬ƮFLRVDUUHQGDGRV
Equipamento
0RELOL ULR
0 TXLQDV
(TXLSDPHQWRLQIRUP WLFR
,QVWDOD¦´HVLQWHULRUHV
9LDWXUDV
Equipamento de segurança
2XWURVDFWLYRVWDQJ¬YHLV
,QYHVWLPHQWRVHPFXUVR
Amortizações e imparidade acumuladas
Goodwill e activos intangíveis MZN’ 000
*UXSR Banco
-XQ 'H] -XQ 'H]
$FWLYRVLQWDQJÈYHLV
'Software'
,QYHVWLPHQWRVHPFXUVR
Amortizações acumuladas
'LIHUHQ¦DVGHFRQVROLGD¦¢RHGHUHDYDOLD¦¢R Goodwill
Seguradora Internacional de Moçambique, S.A - -
5HFXUVRVGHRXWUDVLQVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWR MZN’ 000
*UXSR Banco
-XQ 'H] -XQ 'H]
Recursos do Banco de Moçambique
Empréstimos a médio longo prazo
5HFXUVRVGHRXWUDVLQVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWR
no país
Depósitos a ordem
5HFXUVRVGHRXWUDVLQVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWRQR
estrangeiro
Depósitos a ordem
Empréstimos a curto prazo
Empréstimos a médio longo prazo
5HFXUVRVGHFOLHQWHV MZN’ 000
*UXSR Banco
-XQ 'H] -XQ 'H]
Depósitos à ordem
Depósitos a prazo
Outros Recursos
3URYLV´HV MZN’ 000
*UXSR Banco
-XQ 'H] -XQ 'H]
3URYLV´HVSDUDFU¨GLWRLQGLUHFWR
3URYLV´HVSDUDULVFRVEDQF ULRVJHUDLV
3URYLV´HVSDUDRXWURVULVFRVHHQFDUJRV
3URYLV´HVW¨FQLFDVGDDFWLYLGDGHVHJXUDGRUD - -
Savana 03-08-2018 11
RELATÓRIO DE CONTAS
RELATÓRIO E CONTAS INTERCALAR DO 1º SEMESTRE 2018 (Continuação 4-5)
&DSLWDO6RFLDO
2&DSLWDOVRFLDOGR%DQFRQRPRQWDQWHGH PLOKDUHVGH0HWLFDLV¨UHZSUHVHQWDGRSRU DF¦´HV GH
YDORUQRPLQDOGH 0HWLFDLVFDGDHHQFRQWUD VHLQWHJUDOPHQWHVXEVFULWRHUHDOL]DGR
$HVWUXWXUDDFFLRQLVWDD GH-XQKRGH DSUHVHQWD VHFRPRVHVHJXH
-XQ
%
participação 'H]
%
participação
1|$F¦´HV capital 1|$F¦´HV capital
%&3IULFD 6*36
Estado de Moçambique
,166 ,QVWLWXWR1DFLRQDOGH6HJXUDQ¦D6RFLDO
EMOSE - Empresa Moçambicana de Seguros,
SARL
)'& )XQGD¦¢RSDUD'HVHQYROYLPHQWRGD
Comunidade
*HVWRUHV 7¨FQLFRVH7UDEDOKDGRUHV *77V
5HVHUYDVHUHVXOWDGRVDFXPXODGRV
*UXSR Banco
-XQ 'H] -XQ 'H]
5HVHUYDOHJDO
2XWUDVUHVHUYDVHUHVXOWDGRVDFXPXODGRV
Resultado do exercício
3DUDƮQVGDGHPRQVWUD¦¢RGRVưX[RVGHFDL[D DOLQKD&DL[DHHTXLYDOHQWHVGHFDL[D ¨DVVLPFRPSRVWD
&DL[DHHTXLYDOHQWHVGHFDL[D
*UXSR Banco
-XQ -XQ -XQ -XQ
Disponibilidades em caixa
'LVSRQLELOLGDGHVHP,QVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWR
no país
'LVSRQLELOLGDGHVHP,QVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWR
no estrangeiro
'LYXOJD¦¢RGHFDSLWDO MZN’ 000
-XQ 'H]
FUNDOS PRÓPRIOS DE BASE
Tier &DSLWDO
Capital realizado
5HVHUYDVHUHVXOWDGRVUHWLGRV
$FWLYRV,QWDQJ¬YHLV
,QVXƮFL©QFLDGHSURYLV´HV
Tier 1 Capital total
Tier &DSLWDO
Outros
Tier 2 Capital total
Dedução aos fundos próprios totais
)XQGRVSU²SULRVHOHJ¬YHLV
Activos ponderados pelo risco
1REDODQ¦R
Fora de balanço
Risco operacional
Risco de mercado
5 FLRGHDGHTXD¦¢RGHIXQGRVSU²SULRVGHEDVH Tier 1
5 FLRGHDGHTXD¦¢RGHIXQGRVSU²SULRV Tier
5¼FLRGH6ROYDELOLGDGH
$1(;26&,5&8/$51| 6+& '2%$1&2'(02$0%,48(
02'(/2,,,ś%DODQ¦R &RQWDV,QGLYLGXDLV $FWLYR Milhares de MZN
Rubricas
-XQKR
1RWDV
4XDGURV
anexos
Valor antes
de provisões.
imparidade e
amoritzações
Provisões.
imparidade e
amortizações Valor Líquido 'H]
Activo
Caixa e disponibilidades
em bancos centrais
Disponibilidades em outras
LQVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWR
$FWLYRVƮQDQFHLURVGHWLGRV
para negociação - - -
2XWURVDFWLYRVƮQDQFHLURV
DRMXVWRYDORUDWUDY¨VGH
resultados - - -
$FWLYRVƮQDQFHLURV
GLVSRQ¬YHLVSDUDYHQGD
$SOLFD¦´HVHP
LQVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWR
Crédito a Clientes
,QYHVWLPHQWRVGHWLGRV
até à maturidade
$FWLYRVFRPDFRUGRGH
recompra - - -
'HULYDGRVGHFREHUWXUD - - -
$FWLYRVQ¢RFRUUHQWHV
GHWLGRVSDUDYHQGD
Propriedades de
LQYHVWLPHQWR
2XWURVDFWLYRVWDQJ¬YHLV
$FWLYRVLQWDQJ¬YHLV
,QYHVWLPHQWRVHP
ƮOLDLV DVVRFLDGDVH
empreendimentos
FRQMXQWRV
$FWLYRVSRULPSRVWRV
correntes
$FWLYRVSRULPSRVWRV
diferidos
2XWURV$FWLYRV
Total de activos
3DUWHDSOLF YHOGRVDOGRGHVWDVUXEULFDV
$UXEULFD GHYHU VHULQVFULWDQRDFWLYRVHWLYHUVDOGRGHYHGRUHQRSDVVLYRVVHWLYHUVDOGRFUHGRU
2VVDOGRVGHYHGRUHVGDVUXEULFDV H V¢RLQVFULWRVQRDFWLYRHRVVDOGRVFUHGRUHVQRSDVVLYR
02'(/2,,, 3$66,92 ś%DODQ¦R &RQWDV,QGLYLGXDLV 3DVVLYR Milhares de MZN
Rubricas
1RWDV
4XDGURV
anexos -XQ 'H]
Passivo
Recursos de bancos centrais
3DVVLYRVƮQDQFHLURVGHWLGRVSDUDQHJRFLD¦¢R - -
2XWURVSDVVLYRVƮQDQFHLURVDRMXVWR
YDORUDWUDY¨VGHUHVXOWDGRV - -
5HFXUVRVGHRXWUDVLQVWLWXL¦´HVGH
crédito
Recursos de clientes e outros
empréstimos
Responsabilidades representadas por
títulos
'HULYDGRVGHFREHUWXUD - -
3DVVLYRVQ¢RFRUUHQWHVGHWLGRVSDUD
YHQGDHRSHUD¦´HVGHVFRQWLQXDGDV - -
3URYLV´HV
3DVVLYRVSRULPSRVWRVFRUUHQWHV - -
3DVVLYRVSRULPSRVWRVGLIHULGRV - -
,QVWUXPHQWRVUHSUHVHQWDWLYRVGHFDSLWDO - -
2XWURVSDVVLYRVVXERUGLQDGRV - -
2XWURVSDVVLYRV
Total de Passivo
Capital
Capital
Prémios de emissão - -
Outros instrumentos de capital - -
$F¦´HVSU²SULDV - -
5HVHUYDVGHUHDYDOLD¦¢R
2XWUDVUHVHUYDVHUHVXOWDGRVWUDQVLWDGRV
Resultado do exercício
'LYLGHQGRVDQWHFLSDGRV - -
Total de Capital
Total de Passivo + Capital
Savana 03-08-2018 12
RELATÓRIO DE CONTAS
RELATÓRIO E CONTAS INTERCALAR DO 1º SEMESTRE 2018 (Continuação 5-5)
MODELO IV – Demonstração de Resultados - Contas Individuais Milhares de MZN
Rubricas
1RWDV
4XDGURV
anexos -XQ -XQ
-XURVHUHQGLPHQWRVVLPLODUHV
-XURVHHQFDUJRVVLPLODUHV
0DUJHPƮQDQFHLUD
Rendimentos de instrumentos de
capital
5HQGLPHQWRVFRPVHUYL¦RVH
FRPLVV´HV
(QFDUJRVFRPVHUYL¦RVHFRPLVV´HV
5HVXOWDGRVGHDFWLYRVHSDVVLYRV
DYDOLDGRVDRMXVWRYDORUDWUDY¨VGH
resultados - -
5HVXOWDGRVGHDFWLYRVƮQDQFHLURV
GLVSRQ¬YHLVSDUDYHQGD
5HVXOWDGRVGHUHDYDOLD¦¢RFDPELDO
Resultados de alienação de outros
DFWLYRV
Outros resultados de exploração
Produto bancário
Custos com pessoal
*DVWRVJHUDLVDGPLQLVWUDWLYRV
$PRUWL]D¦´HVGRH[HUF¬FLR
3URYLV´HVO¬TXLGDVGHUHSRVL¦´HVH
DQXOD¦´HV
,PSDULGDGHGHRXWURVDFWLYRV
ƮQDQFHLURVO¬TXLGDGHUHYHUV´HVH
UHFXSHUD¦´HV
,PSDULGDGHGHRXWURVDFWLYRVO¬TXLGD
GHUHYHUV´HVHUHFXSHUD¦´HV -
Resultados antes de impostos
Impostos
Correntes
Diferidos
Resultados após impostos
'RTXDO 5HVXOWDGRO¬TXLGR
DS²VLPSRVWRVGHRSHUD¦´HV
descontinuadas
3DUWHDSOLF YHOGRVDOGRGHVWDVUXEULFDV
02'(/29%DODQ¦R &RQWDV&RQVROLGDGDV$MXVWDGDV $FWLYR Milhares de MZN
Rubricas -XQ 'H]
Activo
Caixa e disponibilidades em
bancos centrais
Disponibilidades em outras
LQVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWR
$FWLYRVƮQDQFHLURVGHWLGRVSDUD
negociação - -
2XWURVDFWLYRVƮQDQFHLURVDRMXVWR
YDORUDWUDY¨VGHUHVXOWDGRV - -
$FWLYRVƮQDQFHLURVGLVSRQ¬YHLV
SDUDYHQGD
$SOLFD¦´HVHPLQVWLWXL¦´HVGH
crédito
Crédito a Clientes
,QYHVWLPHQWRVGHWLGRVDW¨
maturidade
$FWLYRVFRPDFRUGRGHUHFRPSUD - -
'HULYDGRVGHFREHUWXUD
$FWLYRVQ¢RFRUUHQWHVGHWLGRVSDUD
YHQGD
3URSULHGDGHVGHLQYHVWLPHQWR - -
2XWURVDFWLYRVWDQJ¬YHLV
$FWLYRVLQWDQJ¬YHLV
,QYHVWLPHQWRVHPƮOLDLVH[FOX¬GDV
de consolidação, associadas e
HPSUHHQGLPHQWRVFRQMXQWRV
- -
)LOLDLVQ¢RVXMHLWDVVXSHUYLV¢RGR
%DQFRGH0R¦DPELTXH
$FWLYRVSRULPSRVWRVFRUUHQWHV
$FWLYRVSRULPSRVWRVGLIHULGRV
2XWURV$FWLYRV
Total de activos
3DUWHDSOLF YHOGRVDOGRGHVWDVUXEULFDV
$UXEULFD GHYHU VHULQVFULWDQRDFWLYRVHWLYHUVDOGRGHYHGRUHQRSDVVLYRVVHWLYHUVDOGRFUHGRU
2VVDOGRVGHYHGRUHVGDVUXEULFDV H V¢RLQVFULWRVQRDFWLYRHRVVDOGRVFUHGRUHVQRSDVVLYR
5HFRQKHFLPHQWRSHORP¨WRGRGHHTXLYDO©QFLDSDWULPRQLDO
02'(/29%DODQ¦R &RQWDV&RQVROLGDGDV$MXVWDGDV 3DVVLYR Milhares de MZN
Rubricas -XQ 'H]
Passivo
Recursos de bancos centrais
3DVVLYRVƮQDQFHLURVGHWLGRVSDUD
negociação - -
2XWURVSDVVLYRVƮQDQFHLURVDRMXVWRYDORU
DWUDY¨VGHUHVXOWDGRV - -
5HFXUVRVGHRXWUDVLQVWLWXL¦´HVGHFU¨GLWR
Recursos de clientes e outros
empréstimos
$QH[R&LUFXODUQ| 6+& Responsabilidades representadas por títulos
'HULYDGRVGHFREHUWXUD - -
3DVVLYRVQ¢RFRUUHQWHVGHWLGRVSDUDYHQGD
HRSHUD¦´HVGHVFRQWLQXDGDV - -
3URYLV´HV
3DVVLYRVSRULPSRVWRVFRUUHQWHV - -
3DVVLYRVSRULPSRVWRVGLIHULGRV - -
,QVWUXPHQWRVUHSUHVHQWDWLYRVGHFDSLWDO - -
2XWURVSDVVLYRVVXERUGLQDGRV - -
2XWURVSDVVLYRV
Total de Passivo
Capital
Capital
Prémios de emissão - -
Outros instrumentos de capital - -
$F¦´HVSU²SULDV - -
5HVHUYDVGHUHDYDOLD¦¢R
2XWUDVUHVHUYDVHUHVXOWDGRVWUDQVLWDGRV
Resultado do exercício
'LYLGHQGRVDQWHFLSDGRV - -
,QWHUHVVHVPLQRULW ULRV - -
Total de Capital
Total de Passivo + Capital
MODELO VI Demonstração de Resultados - Contas Consolidadas Ajustadas Milhares de MZN
Rubricas -XQ -XQ
-XURVHUHQGLPHQWRVVLPLODUHV
-XURVHHQFDUJRVVLPLODUHV
0DUJHPƮQDQFHLUD
Rendimentos de instrumentos de capital
5HQGLPHQWRVFRPVHUYL¦RVHFRPLVV´HV
(QFDUJRVFRPVHUYL¦RVHFRPLVV´HV
5HVXOWDGRVGHDFWLYRVHSDVVLYRVDYDOLDGRV
DRMXVWRYDORUDWUDY¨VGHUHVXOWDGRV
5HVXOWDGRVGHDFWLYRVƮQDQFHLURV
GLVSRQ¬YHLVSDUDYHQGD
5HVXOWDGRVGHUHDYDOLD¦¢RFDPELDO
5HVXOWDGRVGHDOLHQD¦¢RGHRXWURVDFWLYRV -
Outros resultados de exploração
Produto bancário
Custos com pessoal
*DVWRVJHUDLVDGPLQLVWUDWLYRV
$PRUWL]D¦´HVGRH[HUF¬FLR
3URYLV´HVO¬TXLGDVGHUHSRVL¦´HVHDQXOD¦´HV
,PSDULGDGHGHRXWURVDFWLYRVƮQDQFHLURV
O¬TXLGDGHUHYHUV´HVHUHFXSHUD¦´HV
,PSDULGDGHGHRXWURVDFWLYRVO¬TXLGDGH
UHYHUV´HVHUHFXSHUD¦´HV -
'LIHUHQ¦DVGHFRQVROLGD¦¢RQHJDWLYDV - -
5HVXOWDGRVGHƮOLDLVH[FOXLGDVGH
consolidação, associadas e
HPSUHHQGLPHQWRVFRQMXQWRV
HTXLYDO©QFLDSDWULPRQLDO
- -
5HVXOWDGRVGHƮOLDLVQ¢RVXMHLWDV
VXSHUYLV¢RGR%DQFRGH0R¦DPELTXH
P¨WRGRGHHTXLYDO©QFLDSDWULPRQLDO
Resultados antes de impostos e de
interesses minoritários
Impostos
Correntes
Diferidos
Resultados após impostos antes de
interesses minoritários
'RTXDO 5HVXOWDGRO¬TXLGRDS²VLPSRVWRV
GHRSHUD¦´HVGHVFRQWLQXDGDV
,QWHUHVVHVPLQRULW ULRV
Resultados consolidados do exercício
SOCIEDADE Savana 03-08-2018 13 INTENACIONAL
A
lgumas horas após as
autoridades eleitorais
do Zimbabwe darem
vantagem ao partido no
poder, Zanu-FP nas eleições legislativas
de terça-feira, a capital
do país, Harare, mergulhou na
violência. As eleições tiveram
uma taxa de participação de 70%.
Até ao fecho desta edição, os resultados
do apuramento da Comissão
Eleitoral do Zimbabwe
(ZEC) e anunciados pela televisão
estatal ZBC atribuíam 122
assentos à Zanu-FP e 53 à Aliança
MDC, dos 210 lugares em disputa
na câmara baixa.
As autoridades confirmaram a
morte de três pessoas, atingidas
por balas disparadas pelos militares
que tomaram controlo de Harare,
numa cena que parecia ser
reminiscente aos acontecimentos
de 14 de Novembro, que culminaram
com o derrube do antigo
presidente Robert Mugabe.
Porém, na mente de todos paira
o fantasma das eleições de 2008,
marcadas por vários episódios
violentos contra elementos da
oposição.
Os manifestantes alegaram que o
partido no poder, a Zanu-PF, forjou
os resultados que lhe deram
uma maioria absoluta no parlamento,
e impediram a vitória de
Chamisa nas presidenciais.
O MDC acredita que Chamisa
venceu as eleições presidenciais, e
que a presença dos militares nas
ruas de Harare visava intimidar
os seus apoiantes.
“Queremos Chamisa”, gritavam
militantes da oposição, na sua caminhada
em fúria para uma antiga
sede da Zanu-FP na capital.
Pneus a arder, cenário de caos e
veículos do exército e da polícia a
circular pelas ruas caracterizam o
cenário que se podia ver na quarta-feira
na capital
As escaramuças eclodiram na sequência
das acusações de fraude
feitas pela oposição, que reivindica
vitória no escrutínio.
Os militantes do MDC estavam
reunidos confiantes em vários
pontos de Harare, mas o optimismo
deu lugar à raiva após o anúncio
dos resultados que dão vitória
ao rival Zanu-FP e da ausência
de número oficiais da disputa
presidencial.
Depois de declarar os resultados
das eleições parlamentares na
quarta-feira, a Comissão Nacional
de Eleições (ZEC) disse que
não poderia anunciar no mesmo
dia os resultados das presidenciais,
alegando que os mandatários
da maioria dos 23 candidatos
Harare mergulha na violência
“Queremos Chamisa”, gritam membros
da oposição
não se fizeram presentes para inspecionar
os dados na sua posse.
O líder do MDC e candidato
presidencial, Nelson Chamisa,
disse que a divulgação dos resultados
das legislativas antes das
presidenciais serve os interesses
da Zanu. “Tem o objectivo de
preparar mentalmente o Zimbabwe
para aceitar resultados presidenciais
falsos”, escreveu Chamisa
no Twitter. “Nós ganhámos
o voto popular e iremos defendê-
-lo”, garantiu.
A oposição tem desferido várias
críticas contra a Comissão Eleitoral,
que acusa de estar a favorecer
o partido no poder.
O atraso no anúncio dos resultados
das presidenciais foi alvo de
críticas por parte da missão de
observadores da União Europeia,
organização que esteve banida de
observar eleições no Zimbabwe
nos últimos 16 anos.
Queremos Chamisa na
presidência
Armados com pedras, paus e
tudo que apanhassem pelo caminho,
centenas de apoiantes da
oposição dirigiram-se a uma antiga
sede da Zanu-FP gritando:
“Queremos Chamisa”.
Ainda no trajecto para a sede da
Zanu-FP, os manifestantes foram
recebidos com canhões de água e
gás lacrimogéneo pela polícia.
Furiosos, os membros da oposição
atiravam pedras contra os
veículos das forças da lei e ordem.
Numa outra zona de Harare, as
forças de defesa e segurança distribuíam
bastonadas pelos protestantes
da oposição.
Testemunhas consideram que a
violência desta semana está longe
de se comparar com a escalada
dos resultados das presidenciais.
Face à tensão, Emerson Mnangagwa
apelou à paciência e à calma.
O ministro da Justiça, Ziyambi
Ziyambi, afirmou que o exército
foi colocado nas ruas para manter
“a paz e tranquilidade”.
“A presença do exército não é para
intimidar as pessoas, mas para
assegurar a manutenção da lei
e ordem. O exército está lá para
ajudar a polícia”, frisou Ziyambi.
Mais de cinco milhões de pessoas
inscreveram-se para o escrutínio,
tendo votado 70% dessa cifra.
A missão de observação da União
Africana considera que as eleições
foram livres e justas, assinalando
que o escrutínio marcou
um momento importante para a
transição política no Zimbabué.
)RUDPSDFtÀFDV 6$'&
Por seu turno, a SADC, num relatório
preliminar, refere que as
eleições foram, no geral, pacíficas
e conduzidas de acordo com a lei.
O ministro dos Negócios Estrangeiros
de Angola, Manuel
Domingos, falando em nome da
SADC, considerou as eleições
um momento de viragem na história
do Zimbabwe, que irá levar
à consolidação da democracia.
Por seu turno, a Comunidade
para o Mercado Comum da África
Oriental e Austral Comesa,
elogiou a comissão eleitoral pelo
uso do cartão eleitoral biométrico,
considerando que reduziu a
possibilidade da votação múltipla.
As missões de observação da
União Europeia e dos Estados
Unidos ainda não tinham emitido
as suas posições até ao fecho
da presente edição.
dos confrontos ocorridos no passado,
em que a intimidação pelas
forças de segurança estava na ordem
do dia.
Mas também não é o cenário de
paz que muitos previam antes do
escrutínio de terça-feira.
Por enquanto, os confrontos parecem
estar confinados à capital,
que tem sido favorável à oposição
em eleições. Os restantes pontos
do país aguardam os resultados
com calma.
Resultados oficiais dão uma
maioria confortável ao partido no
poder, enquanto para as presidenciais
ainda não havia dados sobre
a disputa entre Emerson Mnangagwa,
actual chefe de Estado e
candidato da Zanu-FP, e Nelson
Chamisa, do MDC.
O Zimbabwe tenta recuperar credibilidade
internacional depois
de anos em que os abusos cometidos
pelo regime de Mugabe
tornaram o país alvo de sanções e
isolamento.
Aparentemente, o triunfo da
Zanu foi alicerçado em vitórias
esmagadoras nas zonas rurais,
tipicamente bastiões do antigo
movimento de guerrilha. Analistas
notam que o mau desempenho
do MDC se ficou a dever a
divisões no seio da oposição após
a morte do seu antigo líder Morgan
Tsvangirai, em Fevereiro.
No entanto, o principal partido
da oposição diz que Nelson Chamisa,
40 anos de idade, ganhou a
corrida.
Observadores eleitorais da União
Europeia manifestaram preocupação
com a demora no anúncio
Militares colocados nas ruas em Harare
Apoiantes da aliança MDC protestam nas ruas de Harare
14 Savana 03-08-2018 Savana 03-08-2018 15
NO OLHO DO FURACÃO
Quarta-feira, 01 de Agosto de
2018. Tarde quente em Maputo.
Trinta e quatro graus
centígrados. O céu está
totalmente aberto. Agitação no Aeroporto
Internacional de Mavalane.
É o regresso do criminoso mais procurado
do país. Nini Satar chega sem
honra nem glória. Sob fortes medidas
de segurança, o todo-poderoso, com
tentáculos em quase todos os sectores,
agora está no encalço dos homens do
sistema da Justiça que ele próprio ultrajou.
Nini Satar aterrava no Aeroporto Internacional
de Maputo pouco depois
das 14 horas, transportado no voo kp
740 da Kenya Airways, vindo directamente
de Nairobi, depois de, na noite
de terça-feira, ter sido extraditado
num voo da Tailândia para Quénia.
Ao que o SAVANA apurou, Satar era
acompanhado por dois moçambicanos,
identificados por David David e
Wilson Nguane, que se acredita sejam
agentes de segurança enviados à Tailândia
para receber o criminoso condenado
em Tribunal por envolvimento
no assassinato do jornalista Carlos
Cardoso.
Nini foi imediatamente conduzido à
Penitenciária de Máxima Segurança,
vulgo B.O., sob fortes medidas de segurança.
O Jornal soube que, na tarde em que
Nini chegou à B.O., houve um recolher
obrigatório para os reclusos ali encarcerados.
Um aparato de segurança
fora do comum foi montado no local.
Na Penitenciária da Máxima Segurança,
uma casa que bem conhece, em
virtude de ter passado cerca de 12 dos
13 anos que cumpriu no “caso Carlos
Cardoso”, Nini vai inaugurar uma
nova cela, concebida para criminosos
tidos como altamente perigosos.
Trata-se duma cela com um sistema
de segurança digital, equipado com
câmaras de segurança e com vigilância
24 horas por dia. A nova cela inclui
um sistema para banho de sol, o que
significa que Nini não sairá da cela
para tomar o chamado banho do sol,
bastando abrir o pequeno sunnroof na
cobertura.
Reportam-nos as nossas fontes da
B.O. que Nini chegou, aparentemente,
relaxado e, dirigindo-se aos agentes
penitenciários, teria dito que não sabia
por que estava ali porque nada de mal
fez. “Hei-de sair em breve”, terá garantido
o criminoso com fortes tentáculos
no sistema da Justiça, onde alguns oficiais
ficaram com cheques sem cobertura
emitidos por Nini, em nome de
alguns estabelecimentos comerciais da
praça.
O SAVANA está na posse de nomes
de alguns oficiais que tiveram de engolir
a máfia por não terem onde reclamar
cheques recebidos em esquemas
comprometedores, que incluem
jornalistas. Na sua chegada, Nini teria
garantido ainda que submeteu um recurso
contra a revogação da liberdade
condicional ao Tribunal. Recorde-se
que a liberdade condicional de Nini
Satar foi assinada pelo juiz Adérito
Mahlope, da 10ª secção do Tribunal
Judicial da Cidade de Maputo. Para o
juiz, foi determinante o bom comportamento
(era responsável da biblioteca
e da Mesquina na BO), contra todos
os protestos da Procuradoria Geral da
República.
Agitação em Mavalane
A mega-operação de recepção de Nini,
no Aeroporto Internacional de Maputo,
foi feita ao detalhe, envolvendo um
forte aparato de segurança, num cenário
que lembra filmes de terror.
Até cerca das 12h: 20 minutos, quando
acampámos no local, já eram visíveis os
sempre disfarçados agentes dos serviços
de Informação e Segurança do Estado
(SISE).
Uma hora depois, às 13h e 20 min,
começam a chegar outras equipas de
jornalistas de diversos órgãos de comunicação
social, entre nacionais e
internacionais, que querem documentar
a chegada de “Sahime Mohammad
Aslam”, o nome pelo qual Nini Satar
se fazia passar quando foi preso a 25
de Julho último no Reino da Tailândia.
14h, uma viatura de guerra, os vulgos
BTR, estaciona no parque situado ao
lado esquerdo à entrada do Aeroporto.
14h:10 min, duas viaturas de transporte
de reclusos, vulgarmente conhecidas
por celulares, entram escoltadas por
duas outras mahindras, todas do Serviço
Nacional Penitenciário (SERNAP),
com agentes fortemente armados. Os
repórteres de imagem ligam as câmaras
e as máquinas fotográficas, começam
a registar o momento até que um
oficial com ares de chefia irrompe ao
meio.
“Estão a gravar o quê”, vai perguntar,
visivelmente, nervoso. Os jornalistas
estão habituados a tais ossos de ofício,
por isso, dão pouca atenção ao “buffo”,
até que desiste das ameaças. Era parte
de um expediente para evitar que a imprensa
registasse o momento.
De repente, de cinco viaturas civis
saem 13 agentes do Serviço Nacional
de Investigação Criminal (SERNIC)
à paisana, embora alguns envergando
colectes à prova de bala e empunhando
armados de fogo.
Aproxima-se a hora para a aterragem
do homem das “quantias irrisórias” ao
país de onde, mau grado uma Justiça
“sui generes”, não devia nunca ter saído.
Agitação total no Aeroporto. Trabalhadores
abandonam seus afazeres
para testemunhar a chegada do criminoso
mais procurado do país.
Duas viaturas da Polícia da República
de Moçambique (PRM), uma Hyundai
e outra Hardbody e uma viatura
de guerra da Unidade de Intervenção
Rápida (UIR) seguem para a pista do
Terminal Internacional.
14h e 25 min ouve-se sirene do lado
de fora de Aeroporto. Desespero para
a classe jornalística que já se apercebeu
do plano de despiste das autoridades.
“Já saíram. Estão aí. Já se foram”, grita
um.
Falso alarme. Eram mais duas mahindras
do SERNAP, um celular e outro
de escolta, que entravam no Aeroporto
para se juntar à equipa.
Já são 14h:28 min. O oficial que minutos
antes se enervara com a presença
da imprensa vem informar que a escolta
de Nini já saiu do Aeroporto. Mais
um expediente para abandonarmos o
local.
“Aos jornalistas, quero dar uma informação
útil: as 16h:30 min no SERNIC
terão toda a informação”, diz.
A notícia é mal recebida pelos profissionais
da pena. “Mesmo aqueles que
o prenderam mostraram-no. Agora,
nós que somos simples receptores é
que andamos a escondê-lo”, desabafa
um jornalista com fortes influências
no sistema da Justiça, desta vez, visivelmente
indignado.
Mas as movimentações no Aeroporto
Internacional de Maputo continuam
a sugerir que “Sahime” ainda está no
local, onde os agentes dos serviços secretos
continuam às sondagens.
Várias viaturas com vidros fumados,
desses que a Polícia combate, também
estão em movimentações dentro do
Aeroporto de Mavalane, transportando
agentes da própria corporação à
paisana. Algumas ostentam chapas de
inscrição fictícias, daquelas que as gangs
criminosas usam nas suas incursões.
Outras nem matrícula têm.
14h:38 min, os 13 agentes à paisana
entram nas quatro viaturas civis, duas
altezas, uma Runx e um Fun Cargo.
Perfilam, juntamente, com uma Hyundai
e um Hardbody da PRM, próximo
da entrada que dá acesso à pista.
O relógio não pára de contar. Já são
14h:54 min. Um grupo de trabalhadores
duma empresa de limpeza afecta ao
Aeroporto sobressai da entrada que dá
acesso à pista. Interpelamos o primeiro
para atestar a versão de que a escolta de
Nini já havia partido.
“Esses homens ainda estão lá dentro”,
perguntamos, depois de nos apresentarmos.
“Não sei”, responde, claramente
para evitar se envolver em “problemas
com jornalistas”.
Não desistimos. Interpelamos o segundo.
“Ainda não saíram. Estão lá”,
responde. “Estão na pista internacional”,
responde uma outra funcionária.
São notícias que contradizem o oficial
e confirmam a estratégia de despiste
das autoridades, mas que sobretudo
renovam as esperanças da classe.
Mas também se confirmava o equívoco
dos apressados repórteres televisivos
que, nos habituais show offs de semi-
-directos, já tinham dado como certa
a saída do criminoso, faltando apenas,
diziam eles, saber em que viatura Nini
havia sido transportado.
Enganados também estavam os repórteres
que cedo abandonaram o local,
convencidos com a primeira verdade
dada pelos oficiais.
“De qualquer das formas, aqui há uma
tentativa de despiste muito forte”, sublinha
um colega.
15h: 11 min, volta a se ouvir sirenes.
Agora é sério, está a sair a tão aguardada
escolta. Compreende a Hyundai e o
Harbody da PRM, as viaturas celulares
do SERNAP, o BTR da UIR e as
viaturas civis, que saem a velocidade de
cruzeiro. Maldita horam em que o Fun
Cargo branco que transporta agentes à
paisana nega arrancar. O condutor vai
abrir o “campom” e acerta o que a distância
não nos permite visualizar. Finalmente
vai arrancar a viatura ligeira.
A escolta está a sair em contra mão
pela entrada do Aeroporto. De repente
o Código de Estrada foi suspenso
e deu lugar ao Código Militar. As
viaturas particulares, que perfilam nas
cancelas da entrada do Aeroporto, devem
encostar para dar lugar a um delinquente
por tendência.
Assim que saem, as viaturas se dividem,
havendo as que seguem pela
Avenida Acordos de Lusaka e outras
seguem o Largo da Deta, o troço que
liga o Aeroporto à avenida de Angola.
Não se sabe se ainda é a estratégia de
despiste.
Assim foi no dia em que chegou o criminoso
mais procurado do país.
Patética SERNIC
Mais de uma hora depois, o SERNIC
dava uma patética conferência de imprensa,
praticamente, para dizer nada.
O porta-voz do órgão, Leonardo Simbine,
foi quem desempenhou o ingrato
papel de dizer aos jornalistas o que já
sabiam.
Disse que o arguido tinha chegado ao
país, que foi preso em cumprimento de
um mandado de captura internacional
na sequência da revogação da liberdade
condicional por ter violado certas
obrigações, que é indiciado na prática
de outros crimes cometidos durante
a vigência da liberdade condicional e
que usava um passaporte falso.
Confrontando sobre por que Nini não
foi exibido a imprensa, contrariando a
prática exibicionista da corporação, o
porta-voz socorreu-se de questões de
segurança.
Face às insistências dos jornalistas,
respondeu: “o que vos posso assegurar
é que o senhor Momade Assif, mais
conhecido por Nini Satar, encontra-se
em território moçambicano, como disse,
por questões de segurança”.
Fez saber que os processos que estão
em curso na procuradoria da cidade
estão relacionados com associação
para delinquir, roubos e raptos em que
Nini é indiciado como autor moral.
Sobre o possível julgamento de Nini
na África do Sul, onde também é indiciado
na prática de raptos, Leonardo
Simbine disse que só depois de se ter
comunicação oficial é que se pode tomar
os passos seguintes.
Quanto às circunstâncias em que foi
detido na Tailândia, Simbine referiu
que há informações sigilosas que não
podia avançar. Confirma que o arguido
passou por vários países, mas sublinhou
que o caso ainda está em investigação,
incluindo as circunstâncias em
que obteve o passaporte falso.
Tailândia não será base para
criminosos
Nini foi detido a 25 de Julho último
na Tailândia. Falando numa conferência
de imprensa, no domingo, o vice-
-comissário da Polícia tailandesa de
Turismo, Pol Hakpan, disse que Nini
foi preso num hotel em Thonglor, em
Bangkok.
“Ele não mostrou o passaporte quando
perguntado pela Polícia, mas a sua
aparência coincidia com a de Momade
Assif Abdul Satar, como mostrado no
alerta vermelho da Interpol”, informou
Hakpan, citado pelo bangkokpost,
um jornal editado na Tailândia.
As suas impressões digitais foram enviadas
para o Instituto de Medicina
Forense para exame e foi confirmado
que ele é Momade Assif Abdul Satar.
Investigações posteriores revelaram
que Nini permaneceu na Tailândia por
três anos. Foi inicialmente acusado de
violar a Lei de Imigração e teve seu
visto de entrada revogado.
Nini fica permanentemente banido de
voltar a entrar na Tailândia. Segundo
Surachate, o criminoso tentou subornar
a Polícia tailandesa quando foi
preso. Estava a tentar aquele que é o
seu modus operandi em Maputo, onde
controla o sistema de Justiça, numa cadeia
que se estende às redacções.
Na verdade, Nini Satar tem sido um
“mestre” em manipular os vários órgãos
de Justiça e, em função disso e de
muitas cartas que provavelmente terá
em mãos, será interessante ver qual deles
vai jogar por forma a complicar o
sector judicial.
Num curto vídeo feito pela Policia turística
da Tailândia, reconhece usar um
passaporte falso. Visivelmente desesperado,
o homem que, a partir do exterior
desafiou a tudo e todos, suplica as
autoridades policiais para acreditarem
nele, argumentando que as informações
contra ele em Moçambique são
totalmente falsas e prometendo fornecer
toda a sua documentação.
Ao confirmar a extradição, o major
general disse que a Tailândia não será
base para criminosos estrangeiros.
“Não vamos permitir que criminosos
estrangeiros usem a Tailândia como
base para suas operações”, sublinhou.
Nini, uma figura que representa a podridão
do sistema, volta à casa depois
para retomar a pena de prisão de 24
anos a que foi condenado pelo assassinado
do jornalista Carlos Cardoso,
depois de ter cumprido 13 anos. Para
trás deixa uma vida faustosa que fazia
questão de exibir nas redes sociais. O
regresso de Nini acontece numa altura
em que estão em vias de extinção as
celas da B.O. anexas ao Comando da
cidade de Maputo, onde passou mais
de quatro anos. Com a medida, os reclusos
que cumprem pena no chamado
corredor da morte, como Aníbal dos
Santos Júnior, autor material do assassinato
de Carlos Cardoso, passam a
partilhar as celas da B.O. com o homem
que um dia considerou, publicamente,
10 mil dólares como quantias
irrisórias.
Nini Satar em Maputo
No dia em que “quantias” regressou à B.O.
´1mRVHLSRUTXHHVWRXGHWLGR 1mRÀ]QDGD 0HWLXPUHFXUVR 9RXVDLUHPEUHYHµ DÀUPDo}HVGH1LQLDRVDJHQWHVSHQLWHQFLiULRVjHQWUDGDGDFHODHVSHFLDO
Por Armando Nhantumbo
O Aeroporto de Mavalane esteve debaixo de vigilância militar esta quarta-feira Até carros de assalto foram mobilizados para receber “Sahime” Parte dos agentes estava à paisana. Alguns se faziam transportar em viaturas civis.
O todo-poderoso Nini Satar sem honra nem glória
16 Savana 03-08-2018 INTERNACIONAL
Graça Machel foi a companheira
de velhice de
Nelson Mandela e a
única das suas três mulheres
ainda viva. Evelyn Mase
e Winnie Mandela, as mães dos
seus filhos, morreram, respectivamente,
em 2004 e 2018.
A única coisa que Nelson Mandela
lamenta na vida é não ter passado
mais tempo com os seus filhos,
confessou em 2008, à CNN.
Numa rara entrevista, na altura
dedicada aos seus dez anos de casamento,
a ex-primeira dama de
Moçambique, que quando casou
com Mandela era já viúva de Samora
Machel, explicou que viver
com o homem mais admirado do
mundo era sinónimo de felicidade,
conforto e paz. Ela foi a sua
companheira de velhice.
Curiosamente, quando era novo,
Nelson Rolihlhla Mandela não
queria casar, de tal maneira que
fugiu para Joanesburgo para escapar
a uma união arranjada pelo
tio. Tinha 22 anos e, na altura, em
1940, não pensava em assumir tal
compromisso. Mas ao frequentar
a casa do amigo e mentor Walter
Sisulu, no Soweto, conheceu
uma rapariga sossegada, bonita,
uma enfermeira quatro anos
mais nova do que ele. Era Evelyn
Ntoko Mase, com quem daria o
nó algum tempo mais tarde, apesar
de nenhum dos dois ter dinheiro
para pagar uma festa ou
comprar uma casa. O casal teve
quatro filhos, Maki, baptizada
com o nome da irmã falecida aos
nove meses, Thembi, que perderia
a vida num acidente de carro, em
Julho de 1969, mais Makgatho,
que em Janeiro de 2005 se tornou
aos 54 anos mais uma das vítima
do HIV-Sida a morrer na África
do Sul.
Mandla Mandela, filho de
Makgatho e neto de Mandela,
foi em 2007 nomeado chefe do
Conselho Tradicional de Mvezo,
numa cerimónia no Grande Palácio
de Mvezo, que é o local de
origem do clã Madiba a que pertence
Mandela. O histórico líder
sul-africano tem, segundo o Nelson
Mandela Centre of Memory,
17 netos e 13 bisnetos vivos, sendo
que Zenani, de 13 anos, morreu
em 2010 num acidente de
carro, quando regressava de um
concerto no âmbito do Campeonato
Mundial de Futebol.
Mandela e Evelyn escolheram
dedicar-se a causas diferentes
quando as coisas começaram a
correr mal, ele ao Congresso Nacional
Africano, o ANC, ela ao
Jeová. Ele passava muito tempo
fora de casa, ela tinha que deixar
os filhos com a avó, até que um
dia decidiu dar-lhe a escolher ensul-africano
no livro O Legado de
Mandela: Quinze Lições de Vida,
Amor e Coragem. David James
Smith, jornalista britânico e autor
do livro O Jovem Mandela, publicado
em 2010, surgiu no entanto
como uma outra versão depois de
investigar o passado do ex-líder
do ANC: Mandela terá tido vários
casos amorosos durante a
sua juventude, alguns dos quais
quando ainda se encontrava casado
com Evelyn.
Smith baseia o início da sua argumentação
numa frase que foi
excluída da autobiografia A Longa
Caminhada para a Liberdade.
Mac Maharaj era segundo ele um
dos prisioneiros responsáveis por
garantir o sucesso do esquema
que permitia a Mandela passar
mensagens para o exterior. Num
certo dia virou-se para o líder do
ANC e disse-lhe que aquilo que
ele estava a escrever era um mero
instrumento político, que o homem
e a pessoa não estavam ali
reflectidos e que ele deveria falar
por exemplo da primeira mulher
e do divórcio de ambos.
Smith, que acedeu a documentos
e falou com vários amigos e
familiares de Mandela, referiu no
seu livro que pode ter havido traição
entre Evelyn e o ex-líder do
ANC. Ruth Mompati, ex-dactilógrafa
do escritório de advogado
que Mandela e Oliver Tambo
abriram, em 1953, em Joanesburtre
a família ou a vida política. Ele
optou pela segunda, o casal divorciou-se
13 anos após jurar amor
eterno, escreveu o histórico líder
da luta anti-Apartheid na ‘Longa
Caminhada para a Liberdade’, a
autobiografia que começou a escrever
na prisão em pedaços de
papel higiénico que passava para
o exterior.
Richard Stengel, editor da revista
Time, que ajudou Mandela a escrever
a autobiografia, confirma
a versão do ex-chefe do Estado
go, terá sido uma das amantes do
líder do ANC. Numa entrevista
que deu a este jornalista de investigação
há anos, não negou nem
confirmou que tivesse existido
esse tipo de relação entre ambos.
Evelyn terá confidenciado mesmo
ao jornalista britânico Ferd
Bridgland, especialista nessa zona
do continente africano e autor da
biografia de Jonas Savimbi, que
chegou a ameaçar deitar água a
ferver por cima da dactilógrafa
caso ela voltasse a ir à casa deles.
Esta ficava no número 8115
Ngakane Street, Orlando Ocidental,
Soweto, tendo hoje em
dia dado lugar a um museu sobre
a família do Nobel da Paz.
Amina Cachalia, uma das mais
antigas amigas de Mandela, disse
a Smith: “Mesmo que eu pergunte
ele nega e diz para não dizer
disparates quando pergunto sobre
Ruth”. Esta activista admite que
ele gostava muito de mulheres
e escolhia sempre as mais bonitas.
Lilian Ngoyi, ex-membro da
Liga das Mulheres do ANC, terá
sido outras das amantes, tal como
a actriz e cantora sul-africana
Dolly Rathebe, contemporânea
de Miriam Makeba.
O casamento acabou em 1958 e
Evelyn viria a morrer em 2004.
Winnie Madikizela, ao contrário
de Evelyn, vinha de uma família
importante. Quando conheceu
o advogado e activista Mandela,
com 23 anos, tornara-se a única
estudante negra de serviço social
no hospital de Baragwanath. Ele
via nela uma mulher apaixonada
pela política e por ela própria enquanto
pessoa individual. Tiveram
duas filhas, Zenani e Zindzi,
em 1959 e em 1960, que ela criou
praticamente sozinha. Enquanto
ele esteve preso, desde 1962 até
1990, ela desafiava o regime para
o visitar. Mas com o tempo, as
visitas e as cartas foram reduzidas,
até quase não haver qualquer
contacto, tendo ela sido presa, em
1967, em frente às filhas, ambas
menores de dez anos.
Ao longo dos anos de luta Winnie
emergiu como uma forte
opositora do regime branco do
apartheid mas, no final, quase que
se autodestruiu. Formou a equipa
de futebol Mandela, não para jogar
à bola, mas para eliminar os
opositores. Foi o que aconteceu
com Stompie Seipei, um alegado
informador de apenas 14 anos,
que foi raptado e posteriormente
morto, ao que tudo indica, sob as
suas ordens. Isso mesmo admitiu
um dos seus guarda-costas, em
tribunal, algo que deixou o marido
muito desiludido. GuardianWashington
Post
Em 2010, Nadira Naipaul, jornalista
e mulher do Nobel da Literatura
V.S. Naipaul, publicou um
artigo no jornal Evening Standard
em que relatava uma conversa
que tinha tido com Winnie
Madikizela-Mandela na sua
casa em Joanesburgo. “A única
preocupação que eu tinha era pelas
minhas filhas. Nunca saber o
que lhes acontecia. Sinto que elas
sofreram muito com tudo isto.
Não eu nem Mandela. Essa angústia
era insuportável para uma
mãe, não saber como estavam as
minhas filhas, enquanto eles me
encerravam em confinamento
prolongado na solitária”, terá dito
na entrevista, que logo em seguida
desmentiu apesar de o jornal
britânico reafirmar a sua confiança
em Nadira. Na tal conversa,
escreveu a jornalista, Winnie terá
dito também que Mandela desiludiu
os sul-africanos negros com
um acordo que os prejudicou.
Em entrevista ao DN, em Novembro
de 2017, a realizadora
francesa Pascale Lamche, que
realizou o documentário Winnie
e venceu com ele o festival de
Sundance desse ano, disse considerar
que a segunda mulher de
Mandela foi um pouco injustiçada.
“Este filme é uma versão condensada.
Não pude pôr tudo. O
Nelson Mandela Football Club
não era uma milícia. No Soweto
houve muita violência e havia
muitos clubes desses para tirar os
jovens da rua. Da violência. Para
tentar proteger pessoas ameaçadas.
O clube de futebol era um
disfarce para pessoas que vinham
lutar, fazer operações, depois voltavam
a sair do país. Isso tem que
ver com o facto de ela ser vista
como a mãe da Nação e, por
isso, não ser bem-vista como líder
militar”. Winnie morreu a 2 de
Abril de 2018, aos 81 anos, vítima
de doença prolongada e após vários
internamentos por infecção
nos rins.
Casamento com Graça
Machel
O divórcio oficial entre Winnie e
Mandela surgiu em 1996, altura
em que líder sul-africano já era
algo próximo de Graça Machel,
a viúva a quem dez anos antes
enviara uma mensagem de condolências
pela morte de Samora.
“Não foi exactamente amor à
primeira vista”, disse ela, um dia,
mas com o tempo descobriram
que tinham muita coisa em comum
e queriam partilhar a vida.
Ele encontrou nela uma pessoa
inteligente, dinâmica, uma mulher
que cuida dele. “Quando
ouço o Nelson a falar às vezes
parece que é o Samora que fala”.
Formada em línguas românicas,
em Portugal, Graça integrou a
Frelimo em 1973 e tornou-se
ministra da Educação e Cultura,
dois anos depois, aquando da independência.
Foi então que casou
com Samora, que viria a morrer
na queda de um avião, ainda por
esclarecer. Teve dois filhos com
ele, que criou sozinha, sendo a família
uma das razões pelas quais
não assumiu mais cedo o seu romance
com o histórico do ANC.
No dia do funeral de Mandela,
em Dezembro de 2013, Graça e
Winnie estiveram juntas.
Mas se Mandela lamentou não
ter passado mais tempo com os
seus filhos, também conseguiu
marcar positivamente a vida dos
filhos dos outros. Foi o caso de
Josina Machel, filha de Graça e
Samora, que tinha apenas dez
anos quando o pai morreu. Em
entrevista ao DN, publicada também
em Novembro de 2017, Josina
afirmou: “Infelizmente, o meu
pai foi assassinado tinha eu dez
anos. Perdi muito. Gostaria de ter
tido a oportunidade de conversar
com ele, de beber muito mais dos
conhecimentos de quem era, do
grande homem que era.
DN.pt
Nelson Mandela: três companheiras para
uma longa caminhada
Da direita para a esquerda, Nelson Mandela com Graça Machel, Evelyn e Winnie, no dia dos respetivos casamentos.
PUBLICIDADE Savana 03-08-2018 17
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Cartoon EDITORIAL
S
ócrates, no Banquete, opunha-
-se a Agatão e à ideia de que
o conhecimento se transmite
mecanicamente de um ser
humano a outro como a água que flui
através de um rego na argila, desde um
recipiente cheio até outro vazio. Quem
é professor observa essa impossibilidade.
Hoje a este problema associa-se outra
questão: até há pouco o ensino era considerado
um patamar para a formação
do ser humano e isso habilitava-nos
para todo o tipo de competências porque,
no fundo, éramos adestrados para
o gosto de aprender; agora ninguém
quer aprender por gosto, os âmbitos do
ensino passaram a ser designados pelo
impessoal “os conteúdos”, tende-se a
só dar valor ao que é “útil”, àquilo que
imediatamente produza renda, “lucro” -
pretende confinar-se o ensino a uma
transmissão aplicada. Paralelamente, o
professor deixou de querer iluminar as
significações para unicamente bombardear
os alunos com “informações” - atitudes
nos antípodas. E privilegiam-se
os meios técnicos e o saber tecnológico
sobre as Humanidades, como se estas
fossem ferramentas “inúteis”.
Dois livros recentes demonstram o
erro que tal representa e prognosticam
um triste fim para as sociedades que
insistem em tal modelo: Sem Fins de
Lucro/ Por que a democracia necessita
das humanidades, de Martha C.
Nussbaum, uma pedagoga e filósofa
americana, e A utilidade do inútil, de
Nuccio Ordine, um professor italiano.
Ambos se podem consultar na net.
Diz Nussbaum: “… esquecemos o que
significa abordarmos o outro como
uma alma, mais do que como um
instrumento utilitário ou um obstáculo
para os nossos próprios planos”.
E lembra que para Tagore, o poeta e
pedagogo indiano, a palavra alma se
refere às faculdades do pensamento
e da imaginação combinadas, e como
este concebia os vínculos como relações
humanas complexas em lugar de
serem meros vínculos de manipulação
e utilização.
Da educação: que modelo?
É neste aspecto que o rumo da educação
molda o tipo de vínculos humanos
que a sociedade pretende cultivar.
Queremos o desenvolvimento humano
e fomentar as relações humanas complexas,
onde o respeito e o interesse
pelo outro modelem o nosso comportamento
como cidadãos, ou visamos a
multiplicação de servos a quem manipular,
seres imaturos e por isso mais
controláveis? Neste caso optamos por
um ensino meramente técnico. É evidente
que o ensino técnico é igualmente
necessário e que no meio estará a
virtude.
A manutenção das Humanidades exige
coragem política. Porquê? A Filosofia
ensina-nos a ser críticos e a interrogar
os dogmas; a História complementa a
formação da Filosofia e dá-nos uma
leitura em perspectiva, que ora desarma
as ilusões do presente, ora faz-nos
comparar a ética dos políticos do presente
com os do passado; a Literatura
faz com que cada ser humano seja deveras
humano, i.é: ajuda-o a sair de si
mesmo e a transformar-se, mesmo que
virtualmente e através da identificação
com as personagens, noutro, noutros.
Potenciando a empatia, a literatura
ensina-nos a ampliar as nossas fronteiras
físicas e psíquicas; através dela
eu saio da minha tribo e torno-me
cosmopolita - passo a entender melhor
o outro e até o meu inimigo. E até capto
melhor nessa abertura a origem de
tantas coisas que supúnhamos “nossas”.
Para acompanhamento na cozinha, por
exemplo, é lícito usar a batata, o arroz,
o milho ou a mandioca - alimentos que
não têm uma origem africana e foram
introduzidos?
Claro que não falo de culinária, mas
de identidades, ou antes de narrativas.
Havendo narrativas que se esvaziam
quando percebemos, através do que a
literatura ou a História nos ensinam,
que sempre assimilámos mais do que
julgávamos.
Daí que a cultura (não falo de “costumes”,
embora às vezes erroneamente
se confundam uns e outros) e as suas
diversas modalidades, presentes nas
Ciências Humanas, sejam vitais: habilitam-nos
a uma leitura mais correcta
do presente enquanto simultaneamente
produzem os símbolos através dos
quais comunicamos com as matrizes
dos mitos (às quais renovamos quando
dialogamos com as novas variantes
compulsadas pelos inputs, vindos de
fora). Sem essa porosidade os símbolos
não renovam o tecido vivo dos mitos e
a saúde mental das consciências colectivas
debilita-se.
Por isso quando criaturas de pouco
fósforo intelectivo nos referem que, no
mundo da funcionalidade, um martelo
vale mais do que uma sinfonia, um punhal
mais do que um poema, uma chave
inglesa mais do que um quadro de
Malangatana, dado que não se entende
para que serve a música, a literatura ou
a arte, devemos piedosamente explicar-
-lhe que só estas coisas supérfluas é que
nos dão a chave hermenêutica para enxergar
um sentido no mundo, mesmo
que parcelarmente muitas actividades
(de martelar, de trinchar a carne…) se
possam realizar alienadas de sentido.
Podemos ficar pelas aparências em vez
de escolhermos a essência das coisas
(paradoxalmente: o seu modo relacional),
mas este reducionismo (- e o
nacionalismo pode ser uma narrativa
de utilitarismo reducionista) equivale a
alguém ter feito sexo toda a vida sem
conhecer o amor. Será a mesma coisa?
Não. Sabemos da importância de algo
inútil como o amor, para o nosso equilíbrio.
Sabemos que quem só conhece a
“ginástica” sexual está emocionalmente
castrado e que nunca será um adulto
sem aportar a essa outra dimensão.
E os instrumentos para reconhecermos
a verdadeira propriedade da vida adquirimo-los
na Filosofia, na História,
na Antropologia, na Arte e na Literatura,
tudo coisas “inúteis”.
PS.- O ciclo de filmes do Bergman, que
terá lugar no Teatro Avenida, passou
para Setembro.
O
mês de Julho foi bastante rico em matéria de informação interessante
a partir da Tailândia.
Primeiro foi o incidente que envolveu uma equipa de futebol de
adolescentes, e que só a ciência, a tecnologia e a sabedoria humana
conseguiram evitar que se transformasse numa tragédia internacional. Só ao
fim de três semanas, lá se conseguiu retirar os meninos que, inadvertidamente,
se viram presos numa gruta completamente alagada.
Mas já de interesse directo para nós, foi o heroico acto das autoridades tailandesas
em desactivar o bandido mais mediático da actualidade em Moçambique.
Momade Assif Abdul Satar, de seu nome, mas também conhecido por
“Nini”, foi detido pela polícia turística daquele país asiático, em cumprimento
de um mandado de captura emitido pelas autoridades moçambicanos, em
cooperação com a Interpol.
Nini, condenado a 24 anos de prisão pela sua participação na morte do jornalista
Carlos Cardoso, viria a beneficiar de uma liberdade condicional, depois
de ter cumprido metade da pena, em conformidade com a lei.
De seguida beneficiou de uma autorização judicial para efeitos de tratamento
médico na Índia. Enquanto na Índia, alegando precisar de mais tempo,
obteve mais uma outra autorização.
De notar que todas estas autorizações foram alvo de contestação mesmo ao
nível da classe dos magistrados, por se entender que pelo seu comportamento
no estabelecimento prisional, Nini não merecia beneficiar da liberdade
condicional, a qual, como o título sugere, está condicionada a um comportamento
exemplar, que demonstre arrependimento por parte do beneficiário.
Nini violou, sistematicamente, os regulamentos internos do estabelecimento
prisional onde se encontrava, tendo em diversas ocasiões sido encontrado
com vários telefones celulares, em comunicação com o exterior e até mesmo
acusado de envolvimento em acções criminosas, incluindo raptos e assassinatos.
Já fora do país, e em flagrante violação dos termos da sua liberdade condicional,
Nini lançou, através da sua página no Facebook, uma verdadeira
cruzada contra o sistema judicial moçambicano, insultando a todos aqueles
que nunca compactuaram com as suas actividades criminosas. Em particular,
os insultos eram dirigidos a Augusto Paulino, o juiz que o condenou no
caso do assassinato de Carlos Cardoso, e à Procuradora Geral da República,
Beatriz Buchili.
Órgãos de comunicação social e jornalistas que reportavam com objectividade
as suas actividades, e que não lhe faziam as vontades de reproduzir as
suas tiradas no Facebook, também não escapavam aos seus insultos. Para
desviar as atenções, chegou mesmo a processar judicialmente alguns órgãos
de comunicação social, sob alegação de o terem difamado, mesmo sabendo
que não estaria presente para seguir tais processos.
Com todo o dinheiro à sua disposição, todo ele de proveniência criminosa,
e fazendo-se valer de funcionários corruptos, Nini montou uma rede de informadores
que o punham ao corrente de todos os processos que fossem do
seu interesse e que corriam os seus trâmites ao nível da Procuradoria Geral
da República (PGR). Sempre que lhe conviesse, essa informação era vazada
por este criminoso fugitivo mesmo antes do seu anúncio oficial.
Advogados sem escrúpulos, movidos apenas pela ganância pelo dinheiro fácil,
estavam à sua disposição para redigir todo o expediente que lhe conviesse.
Um procurador que estava a trabalhar num caso de raptos e em que se alegava
o envolvimento de Nini, foi brutalmente assassinado quando regressava
a casa depois de um dia de trabalho. É óbvio que Nini mantinha também
contactos privilegiados com oficiais superiores da polícia, que o colocavam
ao corrente de todas as iniciativas visando neutralizar as suas actividades.
É assim que, na verdade, o caso Nini é o espelho de todo um sistema de administração
de justiça altamente corrupto, podre e permeável. Está claro que
Nini nunca deveria ter beneficiado de liberdade condicional. Porque num
sistema onde a integridade é o comando das instituições e dos funcionários
que as servem, os serviços prisionais teriam atestado ao facto de que o seu
comportamento, mesmo em condições de privação de liberdade, estava longe
de ser considerado exemplar. Um juiz íntegro e agindo em estrito respeito
pela lei e em consciência, nunca o teria autorizado a sair do país com tamanha
facilidade, sem ponderar quanto à possibilidade de, dado o seu instinto
de delinquência irreformável, haver a possibilidade de em definitivo fugir da
justiça moçambicana.
Mas Nini tem muito dinheiro para distribuir por todos aqueles que se predispõem
a prestar-lhe serviço, na hora, sejam eles procuradores, juízes, agentes
da polícia, ou funcionários penitenciários.
A lição que todos estes deveriam aprender é de que com um mundo globalizado,
pode levar tempo para neutralizar criminosos internacionais, mas o
espaço para eles se esconderem está a tornar-se cada vez mais escasso.
As peripécias de um
criminoso incorrigível
Tudo pronto para
uma votação livre
e justa
Savana 03-08-2018 19 OPINIÃO
591
Email: diariodeumsociologo@gmail.com
Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
De entre várias outras coisas,
José Saramago disse que a
grande chatice é a gente não
saber o que fazer com a vida.
Subscrevo incondicionalmente, consciente
embora da minha humilde
condição. Li essa opinião do Saramago
quando já ia a caminho dos 45
anos de idade, mas ela arremessou-
-me num golpe único e violento para
uma fase da vida que considero única
e irrepetível, transcorrida entre Maio
e Outubro de 1975. No mês de Maio
fui desmobilizado da tropa, depois de
cumprir apenas 12 meses de serviço,
graças ao golpe que tinha acontecido
em Portugal a 25 de Abril de 1974.
Não pude escapar ao remoinho em
que tudo mergulhou desde então. Eu
tinha 22 anos, e a possibilidade de
encontrar emprego de imediato era
mais que remota. Um aspecto típico
Memórias da cigarra
da paisagem lourenço-marquina de
então eram os contentores dos chamados,
na altura, «retornados», que a
todo o preço e a todo custo queriam
abandonar a ex-colónia, de regresso à
ex-metrópole. Ninguém estava para
ninguém. Eu e toda a minha criação
estávamos numa vertigem tal, que
mal nos podíamos concentrar para
pensar no que poderia ser o nosso futuro
a curto, médio ou mesmo longo
prazos. Era tudo um mar de incertezas.
Nesse período, deu-nos então de nos
concentrarmos regularmente num
casarão de madeira e zinco que se
situava numa das margens da Rua
da Guiné, que é uma das principais
artérias da Mafalala, paralelamente
à Rua de Goa, sendo que ambas,
depois de uma bifurcação no começo
e no fim, acabam por desaguar na
Avenida Angola. A Rua da Guiné
partia daquilo que é agora a Marien
NGouabi e, depois de perfurar a Mafalala,
contornava o emblemático estaleiro
de bandeira para desaguar nas
imediações da agora sede provincial
do partido Frelimo, que em tempos
funcionou como restaurante-prostíbulo
Vasco da Gama. Nesse casarão,
que era a casa paterna do Jerry,
onde ele vivia, concentrávamo-nos
mais ou menos na mesma situação,
desculpem a comparação, em que se
encontravam os discípulos de Jesus
Cristo, desde a sexta-feira em que ele
foi crucificado até ao domingo em
que ressuscitou: juntos, paralisados
pelo medo de, a qualquer momento,
serem surpreendidos pelos soldados
romanos e seguirem o mesmo destino
que o Mestre. Víamo-nos ali sujeitos
a ser presos por um motivo ou outro,
desde que o secretário do grupo dinamizador
ou as milícias, ou quem quer
que fosse que representasse a autoridade
local do partido, não fosse com
a nossa cara.
Podíamos ser presos só por termos
frequentado o Liceu António Enes
Salazar, pois isso correspondia, para
eles, ao facto de sermos assimilados;
podíamos ser conotados com seguidores
de Salazar, uma vez que quem
frequentou o liceu nessa altura tinha
de frequentar necessariamente
a Mocidade Portuguesa; podíamos
ser conotados com o divisionismo,
uma vez que, na maior parte dos casos,
nos recusávamos a comunicar em
língua changana, que nesse período
era tida como uma língua segunda e
obrigatória de todos os que tivessem
nascido ou vivessem no Sul do país,
fosse nas províncias de Gaza, Inhambane
ou Maputo; podíamos ser presos
por desobediência, uma vez que nos
recusávamos terminantemente a participar
nos trabalhos voluntários de
limpeza ao bairro aos fins-de-semana
(e a nossa argumentação era forte: é
que se o trabalho era voluntário, não
podia ter carácter obrigatório. Mas
eles argumentavam que era trabalho
voluntário obrigatório, e nós não! Nunca
pusemos os pés por lá, portanto,
apesar dos apitos e das ameaças); podíamos
ser acusados de ser seguidores
do movimento hippie, uma vez que a
maior parte de nós andava de cabelo
revolto e comprido, de calças jeans e
camisetas; também podíamos ser acusados
de ser burgueses, uma vez que
alguns de nós, os que já trabalhavam,
já não faziam compras de roupa no
Xitolo xa Natu, no Xipamanine, mas
sim na Casa Fabião do Alto-Maé ou
da Baixa, e comprava o seu calçado na
Sapataria Londrina.
Mas, mais do que isso, o que nos poderia,
de facto, servir de maldição aos
olhos dos representantes do poder na
altura, a nível do bairro, era o facto de
sermos consumidores irredutíveis de
soruma. No quarto do Jerry, com efeito,
bem fechadas as janelas e a porta,
cada um depositava o seu contributo
de Cannabis numa peneira enorme,
e um de nós – seleccionado rotativamente
a cada sessão –, encarregava-
-se de envolver os charros. O que era
verdade era que, ao fim de uma ou
duas horas, o espaço estava mergulhado
numa fumarada intensa, num
ruído ensurdecedor de música, de guitarras
enlouquecidas e de conversas,
mantidas em voz baixa e com frases
resumidas ao essencialmente necessário,
entre nós e as nossas namoradas,
entre elas ou entre nós outros. Foram
momentos de transe, de medo, mas
também de muita solidariedade, pois,
como se sabe, o medo faz crescer no
meio daqueles que o experimentam
um sentido profundo de entreajuda,
de solidariedade e de compreensão.
Passados, hoje, quase 40 anos, e quando
todos já somos mais que sessentões,
continua-se a cumprir um acordo
tácito que firmámos quando, passada a
tempestade, o grupo se dissolveu: o de
nunca mais nos procurarmos, nunca
mais tentarmos contactar-nos, mesmo
em circunstâncias em que, como em
casos de velórios e falecimentos de um
de nós, nos encontrássemos ou cruzássemos.
Coisa difícil de acontecer ou
de manter, dada a impossibilidade de
conter um lampejo fugaz, mas intenso,
e um sorriso cúmplice que aflorava
aos lábios, quando o encontro ou cruzamento
casuais tinham lugar entre
membros da tribo de sexos diferentes.
Foram tempos, apesar de tudo, em que
conseguimos ser felizes sem compromissos.
Tempos que nos marcaram
indelevelmente pela positiva.
É
douard Philippe escapou à
apresentação simultânea de
duas moções de censura na Assembleia
Nacional ao fim de 14
meses de governação, mas o prestígio
do executivo e do Presidente Emmanuel
Macron acabou irremediavelmente
manchado.
À direita, Les Républicains alegaram
confusão de poderes, incapacidade de
exercício de responsabilidades e funções
institucionais, enquanto socialistas
e comunistas da Nouvelle Gauche,
Gauche Démocrate et Républicaine e
France Insoumise condenavam impunidade
ao mais alto nível e obstrução a
inquérito parlamentar.
Só por si a maioria de La République
en Marche (312 dos 577 deputados)
bastava para derrotar a apresentação
em simultâneo das duas moções e ultrapassar
a censura parlamentar que
desde a instauração da V República
em 1958 se tem revelado de escassa
valia.
Georges Pompidou foi, de resto, o
único primeiro-ministro a demitir-se,
em 1962, após uma moção de censura
de deputados socialistas, centristas
e da direita desafecta ao Presidente
Charles de Gaulle contra o desrespeito
das normas constitucionais pelo
chefe de Estado ao convocar um referendo
para eleição presidencial directa
por sufrágio universal.
Esquerda e direita em convalescença
do choque provocado pela vitória de
Macron em Maio de 2017, conseguiram,
por fim, na terça-feira, mostrar
iniciativa para explorar o Caso Benalla
e aproveitar a falta de popularidade
presidencial, cuja taxa de aprovação
caiu para 39%, de acordo com sondagem
publicada na última edição do
Journal de Dimanche.
Após polémicas sobre intuitos reformistas
contraditórios e sem resultados
tangíveis do Presidente e seu executivo,
acabaram por ser os abusos de
um segurança da confiança pessoal do
Presidente a dar a maior machadada
à imagem de homem de Estado séMolhar
a sopa por conta do Presidente
Por João Carlos Barradas*
rio, impoluto, exemplar, cultivada por
Macron.
Dar-lhes porrada
Alexandre Benalla pouco vale.
Licenciado em Direito, filho de emigrantes
marroquinos, aos 26 anos integrava
o corpo de segurança pessoal
de Macron, ganhava cerca de 6 mil
euros limpos, e gozava de privilégios
consideráveis, designadamente o usufruto
de um apartamento no Palácio
de L’Alma, um anexo monumental
reservado a funcionários do Eliseu e
seus próximos.
François Mitterrand, por exemplo,
alojou num apartamento do Palácio,
em segredo e por conta do erário público,
a amante Anne Pingeot e a filha
de ambos, Mazarine, durante a sua
presidência entre 1981 e 1995.
Em vez de ficar pelo Palácio de
L’Alma, Benalla foi às manifestações
parisienses do 1 de Maio à cata de
desacatos para exercitar os músculos
e não hesitou em usurpar insígnias
policiais e munir-se de capacete de
protecção.
Um vídeo apanhou Benalla a agredir
dois manifestantes e soube-se logo
disso no Eliseu que sigilosamente o
suspendeu sem vencimento por 15
dias.
As imagens de Benalla a molhar a
sopa, na companhia de agentes policiais,
foram, contudo, passadas ao jornal
Le Monde que as divulgou a 18 de
Julho e fez-se silêncio no Eliseu.
Macron só se pronunciou sobre o caso
seis dias depois numa reunião em Paris
com deputados do seu partido e o
que transpirou a público caiu mal.
O Presidente declarou-se desapontado,
traído por Benalla, cuja dedicação
apreciava, ironizou negando que fosse
amante do segurança, lhe pagasse uma
fortuna ou cedesse os códigos do arsenal
nuclear gaulês e terminou apontando
à imprensa intenções dúbias e
falta de legitimidade para criticar um
Presidente eleito pelo povo.
Na sexta-feira seguinte, Macron acusou
numa cerimónia pública os media
de propagarem “muitos disparates” e
de politizarem “um triste caso pessoal”.
Um político vulgar
Ante inquéritos no Senado e Assembleia
Nacional, além de investigações
da Procuradoria de Paris, ruía a imagem
do Presidente soberano capaz de
manter um relacionamento distante
com os media e impor respeito.
Para a gestão de imagem de político
de alto gabarito importam, também,
os serviços de Michèle Marchand e
da sua influente agência Bestimage a
quem Macron e sua senhora concederam
o exclusivo da promoção nas
revistas cor-de-rosa.
Trivial como qualquer outro, proclama
agora Macron que “a nossa imprensa
já não procura a verdade”; assevera que
“o poder mediático quer tornar-se um
poder judiciário”.
Quanto a pormenores vai-se sabendo
que Benalla não passava de um
operacional influente no círculo mais
próximo de Macron, “um chefe de orquestra
sob a autoridade do chefe de
gabinete” do Eliseu, segundo declarou
à comissão de inquérito do Senado
o coronel Lionel Lavergne, chefe do
grupo de segurança oficial da presidência
francesa.
Alexis Kohler, secretário-geral do
Eliseu, por sua vez, informou a Comissão
de que Benalla era coordenador
de viagens presidenciais e agente
de ligação do gabinete do Presidente
com o corpo de segurança oficial.
Nada, portanto, a ver com os abusos
de serviços paralelos e clandestinos de
espionagem e contra-espionagem que
De Gaulle ou Mitterrand montaram
no Eliseu.
Com Macron e Benalla temos, de momento,
apenas um trivial caso de encobrimento
de abuso e de exasperação
presidencial ante críticas nos media.
O Júpiter do Eliseu é, obviamente, um
político tão vulgar quanto a maioria
dos seus confrades. “C’ est la vie.”
*Jornaldenegocios.pt
591
20 Savana 03-08-2018
&DSLWDOLVPRFDPXÁDGRHVRFLDOLVPRPDVFDUDGR
OPINIÃO
SACO AZUL Por Luís Guevane
D
os principais partidos políticos
de Moçambique emergem os
cabeças-de-lista já confirmados
ou aqueles ainda por confirmar.
Os favoritos, nos seus partidos, podem
gozar do mesmo crédito entre aqueles
que, em última instância, decidem sobre
as suas vitórias. Dito deste modo cria a
percepção de fraude. Não. Neste caso
referimo-nos àqueles que votam livremente,
àqueles que fazem o apuramento
livremente, àqueles que divulgam os
resultados reais. Referimo-nos, enfim, a
um processo eleitoral limpo e com um
final credível. Este desejo, ao que parece,
sempre esteve nublado para não dizer
adiado. Há desejos à espera de concretização.
Um salto de ocasião para o Zimbabwe
permite-nos perceber que o eleitorado
confirmou o partido no poder. Maioria
Desejos à solta
absoluta é coisa boa para quem vence, mas
com o tempo pode corromper o seu próprio
discernimento político. Moçambique
tem alguma experiência nesta matéria. O
verdadeiro problema não é ter disponível
a maioria absoluta, mas sim servir-se da
mesma, negativamente. No Zimbabwe, à
primeira vista, parece que o problema nunca
foi o partido no poder, mas sim Mugabe. O
actual concorrente, Emmerson Mnangagwa,
que quase era unha ou carne do outro,
está mesmo desejoso da vitória por razões
históricas. Pode ser que ele, seja confirmado.
Assim, a SADC volta ao normal na sua
missão política de bem respirar. Se Nelson
Chamisa não vencer as presidenciais talvez
o faça na segunda oportunidade. No Zimbabwe
a verdadeira vitória será mesmo a do
início da democracia multipartidária. Lixada
pela politiquice aureolada no medo ao
dito capitalismo, o Zimbabwe tem agora a
oportunidade de dar voz à sua economia, na
região e no mundo. Há desejos à espera de
concretização.
Esses desejos são incontáveis. No Sul de
Moçambique, pelo menos nas cidades de
Maputo e Matola, já se discute ou se conversa,
com a emoção cada vez mais descontrolada,
sobre os candidatos propostos
pelos partidos da oposição e pelo partido
no poder. Parece que vamos ter uma campanha
eleitoral interessante, tendo como focos
António Muchanga, que é cabeça-delista
pela Renamo, Calisto Cossa, pela Frelimo
e actual edil da Matola, e Silvério Ronguana,
do MDM (Movimento Democrático de
Moçambique). Todos eles são muito queridos
e/ou odiados. Cada um deles saberá
como capitalizar o seu lado bom, partindo
do princípio de que não há vitórias antecipadas.
Mas, entre estes três, pelo menos
dois estão entre as maiores preferências do
eleitorado. Descobriremos no momento
certo a cor do fantasma da fraude,
se por alguma inconveniência aparecer.
A compreensão poderá vir a ser necessária
para fundamentar a existência ou
inexistência de tal fantasma. O mesmo
princípio servirá para Maputo. Há mesmo
desejos à espera de concretização.
O desejo da maior parte dos países da
SADC é que a ZANU-PF e Emmerson
Mnangagwa estejam em frente dos
destinos do Zimbabwe, dentro daquilo
que defendem como estabilidade política.
Mugabe deve estar a cuspir algum
senilismo para o lado, depois do amargo
rapé palaciano que lhe foi dado a consumir.
Entretanto, como não tem “way”
até é perceptível a sua frustração. É que
ao criar o partido confundiu isso com
a sua própria criação. O maior desejo é
que a democracia comece a se concretizar,
a sair vitoriosa.
A
o longo da nossa existência como
país independente desde 1975, andamos
balançados entre dois extremos:
o capitalismo camuflado e o
socialismo mascarado protagonizado pelos
“camaradas”. De um lado vemos os que pululam
pelo país revelando-se acima da lei: a
rédea solta, o ódio à lei, à regra, à disciplina
e gozando de liberdade absoluta amarrada,
revelando ser Moçambique um Estado reduzido
a uma série de administrações de interesses
à parte e de função muito pouco semelhante
à da polícia, que só aparece quando
há barulho.
De facto o capitalismo ou o liberalismo que
a Frelimo (com a sua actual falta de identidade)
formatou, tem sido fruto da corrupção
desenfreada por uma casta de personalidades
que assumiu e assume posições chaves
no Governo e no Estado e lá vão afirmando
que o “Bem Comum” é fruto espontâneo da
liberdade, de que o Estado se deve ocupar o
menos possível, sob pena de estragar tudo.
Mas ao mesmo tempo na sua veia política
corre o socialismo! Um socialismo todo ele
geométrico com a “mania” da lei e do regulamento
detestando as iniciativas privadas e
livres quando na verdade é sustentado por
praticantes do capitalismo selvagem como
apelidava Afonso Dhlakama, o Grande Líder.
E de corrupção em corrupção, aquela casta
sempre entende que não há reforma possível
sem funcionários que, em nome do Estado,
isolados da nação, distribuam a pobreza, as
doenças, os crimes, os acidentes ambientais
ou seja...o que for mau para o Povo!
Assim, quer se trate da família, da educação,
da saúde, do trabalho e seus acidentes, quer
da doença ou da morte, a Frelimo, o Governo
e o Estado que dirige, entrincheirado por trás
dos seus interesses, é que há-de fazer tudo!
Mas vê-se logo que, num como noutro caso,
é sempre a mesma escravidão e demagogia
Liberdade absoluta amarrada...até quando?
Por Ivone Soares*
discursiva. E neste estado de coisas já lá se
vão belos 43 anos, “alimentando” o povo de
promessas cheias de nada.
E é justamente por isso – porque andamos
tanto tempo atraídos por estes dois erros –
que hoje alguns governantes não sabem bem
o que seja o Estado, e muito menos o “Bem
Comum”. De modo que, hoje, até os mais
sensatos, são já forçados a reflectir, para rectificar
a coisa e compensar a ilusão ambiente.
Ora, para os sucessivos governos da Frelimo
nunca lhes passou pela cabeça que todo o ser
humano, independentemente da sua cor, religião,
tribo, nacionalidade, sexo, orientação
sexual, filiação ideológica ou partidária, só
atinge o seu pleno desenvolvimento, quando
enriquece as suas relações sociais, o que de
certo modo prolonga a sua própria personalidade.
Estas relações, sem as quais o indivíduo
nada valeria, constituem para quem as
possui, uma verdadeira riqueza.
Toda a sociedade e tudo quanto condiciona
objectivamente a felicidade individual: o
conjunto dos seres, homens, coisas, ou organizações
sociais, que, pelas suas relações com
o indivíduo, lhe permitem normalmente o
acesso ao grau de desenvolvimento da actual
civilização, tudo isto é que é considerado o
“Bem” de cada um e, por sua vez, o “Bem Comum”
de toda a gente.
O “Bem Comum” por natureza tem de ser
rigorosamente indispensável, por ser o único
completo e suficiente à vida humana, ou não?
No nosso contexto sócio-político e económico,
as empresas estratégicas como por
exemplo a LAM, TDM, TVM, RM, Mcel,
EDM, Águas de Moçambique, entre outras
que o Governo gere deveriam ser parte do
nosso “Bem Comum” para que cada um de
nós atingisse um desenvolvimento pessoal
sustentável.
Todos nós deveríamos partilhar no nosso
país do “Bem Comum”, ou seja, do conjunto
de circunstâncias sociais indispensáveis à
conservação e à boa ordenação dos bens individuais
e das riquezas morais, intelectuais
e materiais, comuns e indivisas. Devemos,
porém, notar que esta partilha do “Bem Comum”
ultimamente é muito mais desigual,
podendo até dar-se como regra que quem
mais tem é justamente quem mais recebe. É
só reparar quando certas figuras ligadas ao
Estado realizam visitas de trabalho aos distritos:
recolhem todos os sacos de arroz, farinha,
feijão, alho, cebolas, cocos, e mais, entulham
tudo nos voos das Linhas Aéreas de
Moçambique e como são Suas Excelências,
muitas vezes nem sequer pagam pelo excesso
de peso e esperam que a dita companhia
de bandeira pratique preços razoáveis para
transportar ao povo do Rovuma ao Maputo?
Nem sonhar! O nosso bondoso povo doa os
seus parcos produtos a quem tem mais e a
quem devia criar as vias de acesso que faltam
para escoar os produtos e os mercados para
que os mesmos fossem comercializados...
Essa tem sido a grande marca do socialismo
democrático e do capitalismo de Estado
corrupto que se vende aos eleitores moçambicanos.
Aliás, basta lembrarmo-nos do que
aconteceu na primeira República, onde todos
éramos iguais: por mais defeitos que se
lhe reconheçam, pelo menos Samora, assim
como os nossos pais, colocava os seus filhos
nas escolas públicas e a educação tinha a
qualidade que hoje falta. Quem não se recorda
de que naquele tempo andávamos quase
todos “juntos” nas longas bichas para comprar
pão nas cooperativas do povo? Aquelas
bichas eram um autêntico ponto de encontro
entre governados e governantes. Não que se
tenha saudades de adquirir produtos fabricados
em série, apenas queria mostrar que o
socialismo daquela época estava muito distante
do actual a que denomino socialismo
das dívidas inconstitucionais.
É importante que o equilíbrio social, o interior
da virtude, a paz e a concórdia entre
todos os moçambicanos, ou seja, a harmonia
das relações humanas, seja posta justamente
ao alcance de todos, tudo isso pela participação
no “Bem Comum”.
Retomando o caso das empresas estratégicas,
importa dizer que o que tem acontecido
com estas empresas estratégicas é
o desenrolar de um ou de vários puro(s)
egoísta(s) dirigente(s) que esquece(m) tudo
e enriquece(m), recebendo os impostos do
povo sem o dar nada de volta ou em troca.
Com pena, quer parecer que o objectivo de
alguns dirigentes em exercício hoje é o de
isolar ao povo, empobrecendo-o cada vez
mais, permitindo uma crescente desordem
social a custa da existência duma classe de
parasitas a viver à custa dos impostos deste.
Há que substituir os sapatos que o Estado
(fundado pela Frelimo em 1975) tem calçado
dado que (nos últimos 43 anos de independência)
todos os moçambicanos, incluindo
os sensatos que são membros do partido
que ainda suporta o governo, notam muitas
vezes, os sapatos serem usados ao contrário
mesmo em caso de extrema necessidade de
bem servir ao povo. Afinal é isso mesmo que
está a acontecer! O povo clama por socorro,
vive mal, tem falta de praticamente tudo e
os dirigentes prometem mundos e fundos,
na verdade pouco ou nada fazem e acreditam
que muito fizeram. Quem pode parar os tigres
de papel, adversários do “Bem Comum”?
Os sensatos dentro da própria Frelimo têm
uma obrigação moral de fazer a diferença.
O povo tem a oportunidade de mudar o
xadrez votando naqueles que pior do que o
país está, não deixarão. Todo aquele que tinha
medo da mudança, deve encher-se de
energia e ser na vida verdadeiro patrão do
seu destino: ignorar a todo aquele grupo que
desde 1975 promete e não cumpre e ir apoiar
a vitória dos que podem ser uma autêntica
alternativa para o que há no círculo hoje.
*Deputada e chefe da bancada da Renamo na
Assembleia da República
Savana 03-08-2018 21 SOCIEDADE
O Conselho de Administração da mediacoop
SA comunica com consternação o falecimento
da Sra. Lídia Machaieie, mãe do Sr. Agostinho
Vuma, presidente da CTA, ocorrido no
dia 27/7/18 e cujo funeral se realizou no dia
31/8/18 na sua terra natal, no Chókwè.
Neste momento de dor, endereçamos à família
enlutada as mais sentidas condolências.
Lídia Machaieie
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Visite agora e mantenha-se informado,
(integridade & independência)
https://www.savana.co.mz
Agenda Cultural
Cine-Gilberto Mendes
Sextas, Sábados, Domingos e Feriados 18h30
Apresenta a peça“My Love”
Maputo Waterfront
Todas Sextas, 19h
Jantar Dancante com Alexandre Mazuze
Todos Sábados, 19h
Música com Zé Barata ou Fernando Luís
Chefs Restaurante
Todas Sextas, 19h Música ao vivo
F
ace à contínua insegurança
na província de Cabo Delgado,
as multinacionais envolvidas
na exploração de
gás natural estão a avançar com
iniciativas visando acautelar os
seus interesses na região.
Na sexta-feira da semana passada,
o consórcio liderado pela italiana
ENI lançou um concurso para
a selecção de uma empresa de
transporte aéreo, que vai operar
dois helicópteros encarregues do
transporte de 12 passageiros, cada.
De acordo com o anúncio, além
do transporte de pessoas e carga,
os helicópteros devem fazer operações
de busca e resgate, tanto
em terra como no mar.
Em Maio, a multinacional norte-
-americana já tinha lançado concurso
similar, assinalando que a
função primária do transportador
aéreo será a evacuação médica.
Realçava que a transportadora vai
assegurar o movimento ocasional
de passageiros o Campo Pioneiro
e Aeroporto Internacional de
Pemba, aeródromo da Mocímboa
da Praia ou o Hospital de Dar-es-
-Salaam.
O concurso da Anadarko foi ganho
pela companhia de transporte
Cabo Delgado
Multinacionais adoptam
medidas contra insegurança
aéreo Everett Aviation, sedeado
no Quénia.
A Anadarko terá chegado a acordo
com o Governo moçambicano
para que os seus veículos e pessoal
passassem a contar com protecção
das Forças de Defesa e Segurança
moçambicanas nas deslocações
entre as suas instalações no distrito
de Palma e a capital provincial
de Cabo Delgado, Pemba.
Testemunhas contaram à Zitamar
terem visto veículos da Anadarko
entre Palma e Pemba escoltados
por militares.
Mas um porta-voz da Anadarko
limitou-se a afirmar que a empresa
continua a trabalhar com
o Governo para a protecção das
pessoas e infra-estruturas críticas
do Estado moçambicano.
Negou que a empresa esteja a receber
escolta militar.
Mais de 100 pessoas morreram
desde Outubro na onda de violência
protagonizada por grupos
armados supostamente de inspiração
islâmica, que têm atacado
vilas remotas de alguns distritos
de Cabo Delgado.
Os ataques têm também visado o
distrito de Palma, onde multinacionais
que se preparam para produzir
gás natural liquefeito têm os
seus acampamentos.
22 Savana 03-08-2018 DESPORTO
Campeonato Nacional da Segunda Liga
Ao rubro e não recomendável aos cardíacos!
Por Paulo Mubalo
O campeonato nacional da Segunda Divisão está ao rubro
Classificação actual
J V E D GM GS P
Baía de Pemba 10 8 1 1 17 02 25
Fer. Lichinga 12 7 2 3 13 07 23
Fer. Pemba 11 6 2 2 18 07 20
Monapo e Benfica 12 6 2 3 15 06 20
UD Ilha de Moç. 11 2 5 3 04 10 11
Angoche 12 2 2 7 05 18 08
Desp. Pemba 11 2 1 7 09 18 07
Liga Desp. Cuamba 12 2 1 7 06 17 07
Classificação actual
J V E D GM GS P
Desportivo 12 8 3 1 26 01 27
AD Macuácua 12 8 3 1 16 03 27
Fer. Gaza 12 6 3 3 13 07 21
Fer. I’bane 12 6 2 4 19 13 20
Estrela Vermelha 12 5 4 3 10 07 19
Clube Gaza 12 4 7 2 07 05 19
Águias Especiais 12 4 4 5 07 12 16
Académica 12 4 3 4 13 06 15
ESFA FC 12 3 3 5 12 14 13
UP Maxixe 12 2 3 7 10 20 09
Clube da Manhiça 12 1 3 7 05 21 06
Ntumbuluco 12 0 4 8 01 21 04
Classificação actual
J V E D GM GS P
Têxtil de Púnguè 12 8 2 2 25 08 26
Match. de Mocuba 12 7 2 3 20 16 23
Fer. Quelimane 11 5 5 1 14 08 20
Pipeline da Maforga 11 6 2 3 12 09 20
Chingale 11 5 4 2 14 04 19
Sporting da Beira 12 5 2 4 13 08 17
Est. Verm. da Beira 11 2 4 5 05 05 10
Desp. Manica 8 2 1 5 08 21 07
Benfica do Dondo 10 1 3 6 05 10 06
Desport. Tete 11 1 2 5 02 12 05
E
nquanto se espera pela tomada
de medidas drásticas
pela Federação Moçambicana
de Futebol contra
os prevaricadores nos campos de
futebol, particularmente na zona
norte, o campeonato nacional da
Divisão de Honra está ao rubro,
razão pela qual cada partida, salvo
raras excepções, é à priori, de
desfecho imprevisível.
Aliás, fazendo fé às palavras de
Alberto Simango Júnior e Ananias
Coane, presidente da FMF
e LMF, respectivamente, os desacatos
têm dias contados.
Sabe-se que a ministra da Juventude
e Desportos, Nyeleti Mondlane,
pediu aos actores e gestores
do futebol a necessidade de
observância do fair-play.
Entretanto, o caso mais recente
de violência teve como protagonista
três jogadores do Ferroviário
de Pemba, os quais chegaram
a agredir a equipa de arbitragem,
numa cena que não faz lembrar o
diabo.
Renhido e imprevisível
Se na Zona Norte o Baía de
Pemba caminha a passos largos
para a subida ao Moçambola do
próximo ano, tendo em conta o
facto de ter dois jogos em atraso,
nas Zonas Sul e Centro a luta é
titânica.
Na última ronda, isto a contar
para a zona norte, o líder Baía de
Pemba venceu categoricamente
o Angoche Clube de Desportos,
por duas bolas a zero.
Na Zona Centro, as coisas não
se afiguram fáceis para o Têxtil
de Púnguè, líder da prova, tendo
em conta a ascensão meteórica do
Matchedje de Mocuba e do Pipeline
da Maforga.
Na Zona Sul, Sebastião Sitoe,
que assumiu recentemente o comando
técnico do Desportivo de
Maputo teve uma estreia feliz,
pois os alvinegros golearam, sem
dó nem piedade, o Ntumbuluco,
por seis bolas a zero.
Já a Associação Desportiva de
Macuácua, que partilha a liderança
com o Desportivo, venceu a
Académica de Maputo, por duas
bolas sem concorrência.
Resultados da 5ª Jornada (2ª volta)
Fer. Pemba-UD Ilha de Moç (4-
0)
Angoche-Baía de Pemba(0-2)
Desp. Pemba-Fer. Lichinga(0-1)
Liga Desp. Cuamba-Monapo e
Benfica(0-2)
ZONA CENTRO
(1ª jornada da 2ª volta)
Jogos em atraso
Fer. Quelimane-Desportivo de
Tete (adiado)
Est. Verm. da Beira-Benfica do
Dondo (adiado)
Resultados da 3ª jornada (2ª volta)
Pipeline da Maforga-Têxtil de
Púnguè (2-1)
Chingale-Sporting da Beira(2-0)
Match. de Mocuba-Fer. Quelimane(3-2)
Desportivo de Tete-Est. Verm. da
Beira(1-1)
Benfica do Dondo-Desportivo de
Manica*
*O Desportivo de Manica não
viajou a Dondo
ZONA SUL
Resultados da 1ªJornada (2ª volta)
ESFA-UP Maxixe (3-2)
Desportivo-Ntumbuluco (6-0)
Águias Especiais-Estrela Vermelha
(1-0)
AD Macuácua-Académica (2-0)
Clube da Manhiça-Clube de
Gaza (0-0)
Fer. Gaza-Fer. Inhambane (2-1)
A
Federação Moçambicana
de Xadrez
está a desenvolver
contactos
com algumas colectividades
desportivas do país para
que, a curto e médio prazos,
possam introduzir esta
modalidade no seu seio.
Entre os clubes já contactados
contam-se o Ferroviário,
Maxaquene, Estrela
Vermelha, Munhuanense
Azar, Mahafil, Matchedje,
entre outros, segundo apuramos
de Domingos Langa,
presidente da FMX.
A fonte observou, ainda,
que no país existem muitos
atletas que estão a precisar
de clubes. “Julgo que os
Clubes da capital vão introduzir
xadrez
clubes podem ajudar ainda mais
na massificação e crescimento do
xadrez”.
Num outro desenvolvimento,
esclareceu que a Academia de
Xadrez da Matola se propõe a
oferecer 500 (quinhentos) tabuleiros
para os clubes, empresas ou
entidades que pretenderem acolher,
massificar e dinamizar esta
modalidade.
Sabe-se que a FMX está preocupada
com a proliferação de professores
que ministram aulas de
xadrez nas escolas privadas, sem
que tenham passado por uma
formação. Através de um ofício,
a federação manifestou a preocupação
aos Ministérios da Juventude
e Desportos, assim como
da Educação e Desenvolvimento
Humano, na esperança de que
estas duas instituições criem meA
28ª jornada do Moçambola foi manchada por actos de
violência protagonizados alegadamente por adeptos e simpatizantes
do 1º de Maio, contra os jogadores do Textáfrica.
Informações ainda por confirmar indicam que os prevaricadores
chegaram a banhar os jogadores do Textáfrica com
água suja e salgada, com a justificação de que os fabris do
Planalto recorrem aos curandeiros para ganhar as partidas
que disputam. Triste sina a nossa!
Resultados da 28ª jornada
Desportivo de Nacala, 1 - Ferroviário de Maputo,0
UP de Manica, 0 - Costa do Sol, 0
ENH,0- Ferroviário da Beira, 0
1º de Maio, 1 - Textáfrica, 0
Sporting de Nampula, 0 - Ferroviário de Nampula, 2
Incomati, 2 - Liga, 0
O Ferroviário de Maputo comanda a tabela classificativa
com 38 pontos, seguido pela Liga e Textafrica, ambos com
34 pontos, e Ferroviário de Nampula e Chibuto, com 32.
Moçambola
Jornada manchada
por actos de violência canismos de controlo e regulamentação
da actividade.
“Nós não os conhecemos e
queremos uniformizar a formação,
ao mesmo tempo que
pretendemos que as escolas
públicas pratiquem o xadrez
e tornem-se clubes”, afirmou.
Anotou que o convite para a
criação de clubes é extensivo
não só aos clubes tradicionalmente
conhecidos, mas a outras
instituições ou empresas,
como bancos.
De referir que a federação
assinou um acordo com o
Ministério da Educação e
Desenvolvimento Humano
visando a introdução, nos institutos
de formação de professores,
de xadrez.
Savana 03-08-2018 23 PUBLICIDADE DESPORTO
24 Savana 03-08-2018 CULTURA
Ofotógrafo Moçambicano
Mário Macilau
esteve mais uma vez
em Luanda, capital
Angolana, até dia 30 de Julho, a
participar num projecto de autoria
pessoal, a pedido da Cipro
Group e de Arpino Legato.
Segundo o fotógrafo “não é pela
primeira vez que vou para Angola,
tenho lá ido duas a três vezes
por ano e quase sempre a trabalho,
é uma tristeza ter de dizer
que, infelizmente, tenho mais reconhecimento
fora do meu país.
Em Moçambique julgo que tenho
pessoas que admiram o que faço,
mas com ausência de consideração,
respeito e reconhecimento
não como favor ou uma obrigação,
mas porque o que tentamos
fazer merece uma força local que
uma simples admiração temporária.
Acredito que vai mudar um
dia apesar de ter testemunhado já
“Tenho reconhecimento fora do país”
diversos actos relacionados com
nossos artistas de grande renome
e enquanto isso nós, os da nova
geração, temos de aproveitar as
oportunidades que nos surgem
pelo mundo fora para melhor
representar o nosso povo. Esta
é uma oportunidade para tal”,
aponta Mário Macilau.
Trata-se de um processo de produção
fotográfica que envolve a
pré-produção, captura e a edição
final de um espólio que será usado
pelas duas instituições portuguesas
em parceria com identidade
moçambicana M consulting.
A Cipro Group é uma empresa
de construção civil, que inaugurou
o seu complexo sede na Zona
Especial Económica (ZEE) de
Viana em Luanda, em 2014.
A colaboração da Cipro com o
fotógrafo Mário Macilau tem
como motivação o respeito e a
reacção internacional ao seu trabalho,
que ao provocar emoções
sensoriais junto do público, tem
estimulando um interesse que
origina oportunidades de colaboração
como esta, um pouco por
todo o mundo. O projecto é um
processo de aprendizagem para
superar limites colocados. “Este
projecto é muito desafiante, gosto
de aprender e ultrapassar os meus
limites e os desafios que me são
colocados. Este projecto permite-
-me pensar num conjunto de
elementos visuais que, de forma
sistêmica, representem nomes,
ideias, logos, marcas, produtos, a
empresa ou um serviço, de uma
forma colaborativa e artística”,
frisa o fotógrafo.
Mário Macilau é um artista multidisciplinar,
nascido em Maputo,
Moçambique, e, actualmente,
vive entre Lisboa, cidade do Cabo
e Maputo. Iniciou o seu percurso
na fotografia em 2003 e profissionalizou-se
em 2007, quando trocou
o telemóvel da sua mãe pela
sua primeira máquina fotográfica.
A sua especialidade são projectos
de longa duração com foco nas
condições ambientais e sociais
de Moçambique, bem como na
complexa realidade do mercado
de trabalho na região.
O trabalho de Macilau tem sido
reconhecido com prémios e é,
regularmente, apresentado em
exposições individuais e conjuntas
tanto no seu país de origem
como no estrangeiro tendo já viajado
para mais de trinta países na
África, Europa, Américas e Asia.
A.S
Mário Macilau
A
ssociação IVERCA
em parceria com a
AVVI - Associação
Vanghano Va Infulene
e as organizações italianas
- Diapason e Antoniano Onlus
com o apoio da Regione Emília
Romagna, realiza no próximo
dia 07 de Agosto de 2018, entre
as 14:00 e às 17:00h, no Camões
– Centro Cultural Português,
em Maputo, um seminário sobre
musicoterapia.
O seminário está integrado no
projecto Armoniosamente, uma
abordagem educativa não formal
que prevê a utilização da
Seminário sobre musicoterapia
musicoterapia e do teatro para
estimular processos particulares
de comunicação verbal e não-
-verbal.
O projecto tem em vista, por outro
lado, o incremento da aprendizagem,
potenciar a memória,
autonomia, capacidade expressiva
e consciência de si nas crianças.
O projecto é desenvolvido
na cidade de Maputo, concretamente
no bairro da Mafalala,
pela IVERCA em parceria com
a AVVI - Associação Vanghano
Va Infulene e duas organizações
italianas - Diapason e Antoniano
Onlus e apoio da Regione
Emilia Romagna.
O
escritor Manuel Mutimucuio
lançou recentemente
no Centro
Cultural Brasil-Moçambique
(CCBM), o seu segundo
livro intitulado Moçambique
com Z de Zarolho. A
apresentação esteve a cargo de
Jorge Ferrão, reitor da Universidade
Pedagógica.
Trata-se de um romance que
descreve o dilema de um empregado
doméstico, Hohlo, que se vê
desamparado em um universo de
becos sem saídas, onde sua única
esperança alcançar o domínio
completo da língua portuguesa
como possibilidade de ascender
Moçambique com Z de Zarolho
socialmente – se vê interrompida
pela chegada de uma nova língua
oficial do país, o inglês.
Chancelado pela Editorial Fundza,
o livro, de acordo com o
autor, é inspirado na “transformação
linguístico-cultural que
se assiste um pouco por todos os
países de língua e expressão portuguesa”.
Para Mia Couto, Manuel Mutimucuio,
nesta nova obra, reafirmou
a sua capacidade em “ construir
uma história que fala de
uma nação que luta para emergir
das cinzas e do caos”, colocando-
-se assim entre as “ importantes
vozes da nova geração de escritores
moçambicanos.”
Manuel Mutimucuio nasceu em
Maputo, em 1985, mas teve os
seus anos formativos na Beira.
É doutorando em Governação e
profissional de desenvolvimento,
todavia, na escrita literária
encontra um espaço de reflexão
criativo sobre os desafios
da construção do Moçambique
contemporâneo. Recentemente
esteve no Brasil a participar no
Festival Literário de Poços de
Caldas (Flipoços 2018), onde
apresentou a sua obra de estreia
“Visão” (2017), a qual disseca os
contornos da ajuda internacional
em Moçambique.
A.S
F
oi lançado, recentemente,
o livro intitulado
“mundo grave”,
de Pedro Pereira
Lopes, obra vencedora da
primeira edição do Prémio
Literário INCM/Eugénio
Lisboa, no Camões – Centro
Cultural Português,
pólo da Beira.
Depois das duas obras distinguidas
na primeira edição
do Prémio Literário
INCM/Eugénio Lisboa
– “mundo grave”, de Pedro
Pereira Lopes (obra vencedora),
e Bebi do Zambeze,
de António Manna (menção
honrosa) terem sido
apresentadas no Camões –
Centro Cultural Português
em Maputo, no dia 17 de
Abril, a obra vencedora agora
foi apresentada na cidade
da Beira pela Professora
Doutora Maria do Rosário
Amaral.
O galardão, destinado a trabalhos
em prosa inéditos
de autores moçambicanos,
“Mundo grave” de
Pedro Pereira Lopes
foi instituído em 2017 pela
Imprensa Nacional-Casa
da Moeda (INCM), com
o apoio do Camões, dando
corpo à sua missão de
promoção e preservação da
língua portuguesa. Além de
procurar incentivar a criação
literária moçambicana,
através da edição das obras
distinguidas e da atribuição
de 5 mil euros ao vencedor,
o Prémio presta ainda homenagem
à figura de Eugénio
Lisboa, enquanto cidadão e
homem de cultura nascido
em Moçambique.
Pedro Pereira Lopes nasceu
na província da Zambézia,
em 1987, e estreia-se, assim,
no romance. Venceu os
prémios “Lusofonia” (2010),
“Maria Odete de Jesus”
(2016) e “Eugénio Lisboa”
(2017). É membro da Associação
dos Escritores Moçambicanos
e é pesquisador e
docente no Instituto Superior
de Relações Internacionais,
em Maputo. A.S
A intervenção do projecto na
Mafalala baseia-se numa abordagem
preventiva em relação às
drogas, abusos sexuais e outros
comportamentos desviantes que
crianças e adolescentes possam
ser vítimas.
Esta acção tem como grande
inovação a abordagem de técnicas
de psicologia associada ao
trabalho, o facto de estar inserida
pela primeira vez numa escola
primária local Unidade 23
e ainda por usar instrumentos
moçambicanos de base tradicional,
enaltecendo o vasto património
musical do país.
A.S
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2 Savana 03-08-2018 SUPLEMENTO Savana 03-08-2018 3
Incluímos os 2 gêneros para não parecermos machistas
e mulheres
Savana 03-08-2018 27 OPINIÃO Abdul Sulemane (Texto) Naita Ussene (Fotos) N
os últimos dez anos, este foi um dos poucos em que se assistiu uma migração
massiva de membros de outros partidos para a Renamo. O normal
era o inverso. Como continuamos na janela de transferências de inverno,
algo fica por descortinar nesta conversa amena entre Ivone Soares, chefe
da bancada parlamentar da Renamo, e Prakash Ratital, antigo PCA do Moza
Banco.
Por força de sanções aplicadas pelo Xerife de Washington, no intricado dossier
que culminou com a intervenção do Moza pelo banco central, Ratilal está interdito
de exercer funções de gestão em instituições de crédito e sociedades financeiras
no país, por um período de dois a três anos. Com o aproximar das eleições
do próximo ano, quem sabe se não seria uma mais-valia tê-lo do lado da Perdiz
para ajudá-la nos serrados debates a nível da Comissão de Plano e Orçamento da
Assembleia da República, nas discussões da Conta Geral do Estado ou mesmo no
Orçamento do Estado. O futuro é mesmo imprevisível.
A crónica de Fernando Lima, publicada na última edição do SAVANA, na qual
desvenda que na sua mítica viagem a Matchedje em 1977, não encontrou nenhum
vestígio que identificasse o local como palco do II Congresso dos camaradas.
Sublinhou que nem sequer viu o famoso tronco da pouse de Eduardo Mondlane
e Samora Machel, no decurso do congresso em 1968, entre outros o que lhe valeu
título de apóstolo da desgraça. Não é de espantar que o homem que a história
oficial do país atribui a autoria do primeiro tiro em Chai, Alberto Chipande, esteja
a exigir explicações terra a terra perante um sorriso soslaio da Ornila Machel, filha
do fundador da República de Moçambique.
Apesar do regime do dia, acolitado por uma certa imprensa, insistir que o tronco
é o tal de 1968, ao cidadão atento persistem dúvidas da possibilidade da sua existência
num local como aquele durante mais de 50 anos, exposto a chuvas, calor,
cacimba e humidade todos os dias, sem deixar de lado as populações que por lá
procuram lenha. Se perguntar não ofende, qual é o tempo de vida de um tronco
abandonado num espaço como aquele?
A chegada de Nini Satar no solo pátrio, após a sua detenção e repatriamento em
Tailândia, agitou os escribas que por nada queriam perder aquele momento no
aeroporto de Mavalane. Polícias burocratas que não entendem esta nobre profissão
não faltaram que pretendiam desviar os jornalistas para o SERNIC de modo que
não testemunhassem o momento sua saída. Mas como o escriba só acredita vendo,
graças à persistência conseguiram capturar as imagens do jovem que desafiou o
Estado moçambicano.
Estas situações fizeram com que Paulo Sousa, PCE do BCI, procurasse saber de
Helena Khida, vice-ministra do Interior, como situações dessas acontecem. Quem
aproveitou o caso para dar uma risada foi Hermenegildo Mulhovo e Caifadine
Manasse.
Não há explicação
À HORA DO FECHO
www.savana.co.mz EF "HPTUP EF t "/0 997 t /o
1282 Diz-se... Diz-se
IMAGEM DA SEMANA Naita Ussene
P
or meio do decreto Número
40/2018 de 23 de Julho, o
Governo decidiu pelo agravamento
das taxas de registo,
licenciamento, renovações e averbamentos
nos serviços de imprensa escrita,
radiofónica, televisiva incluindo
as plataformas digitais, bem como
na acreditação de jornalistas correspondentes
nacionais, estrangeiros e
freelancer.
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Mais uma machadada na
liberdade de imprensa
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Savana 03-08-2018
EVENTOS
1
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EVENTOS
O
Banco Nacional de Investimento
(BNI), constituído
em Junho de
2010, como um banco de
desenvolvimento e investimentos
BNI abre primeira agência fora da capital
e que contribuem para o processo
de desenvolvimento sustentável
de Moçambique e dinamização
dos sectores empresariais.
No acto da abertura nesta segunda-feira,
Nyusi destacou o papel
fundamental do BNI na criação
de condições para o crescimento
da economia e elogiou a sua actuação.
“O BNI é um banco nacional.
Tem estado a fazer muito bem o
seu papel de financiar projectos
de desenvolvimento. Continuem
a evoluir, devagar, paulatinamente,
mas seguros. O mais importante
não é se espalharem de uma
só vez, mas resolver problemas”,
referiu Nyusi no seu discurso.
Por seu turno, o PCA do BNI,
Tomás Matola, precisou que o
primeiro passo da nova agência
foi estabelecer uma parceria com
a Agência de Desenvolvimento
do Vale do Zambeze, da qual resultou
a criação de uma linha de
financiamento designada FAE –
Financiamento ao Agronegócio e
Empreendedorismo.
O FAE tem por objectivos promover
a melhoria da cadeia de
valor de determinados produtos
nacionais, considerados estratégicos,
nomeadamente arroz, feijão,
batata reno, hortícolas e produtos
avícolas, de modo a permitir
o reforço da disponibilidade dos
mesmos ao nível da região do
Vale do Zambeze em particular,
bem como a nível do mercado nacional
em geral; e, por outro lado,
estimular o empreendedorismo
na área do agronegócio.
No último exercício, o BNI registou
um lucro líquido de cerca de
1.071 milhões de meticais, o que
permitiu ao banco pagar dividendos
ao Estado nos últimos quatro
anos, no valor global de 120 milhões
de meticais. O banco tem
um rácio de solvabilidade de 32%,
contra o mínimo regulamentar de
9%.
O
Instituto Superior
de Ciências de
Saúde de Maputo
(ISCISA) graduou,
na passada sexta-feira, 350
técnicos superiores de saúde.
Trata-se de profissionais
das áreas de administração e
gestão hospitalar, anatomia
patológica, enfermagem geral,
enfermagem pediátrica,
enfermagem de saúde Materna,
fisioterapia, psicologia
clínica, nutrição, terapia
ocupacional, terapia da fala,
saúde pública e ainda da área
de tecnologia biométrica e
laboratorial.
A cerimónia de graduação
foi dirigida pela Presidente
do Conselho Geral do
ISCISA, Ana Rita Sithole,
que apelou aos graduados
Serviço de saúde ganha mais 350 técnicos superiores
para a necessidade de mostrarem
compromisso e amor à profissão,
trabalhando com qualidade e em
qualquer ponto do país onde,
eventualmente, forem colocados.
Na sua intervenção, Sithole apelou
aos graduados para que contribuam
com toda a sua capacidade
de modo a garantir uma saúde
cada vez mais presente e cada vez
mais qualitativa a favor das populações,
dignificando, deste modo,
a escola na qual foram formados.
Ana Rita Sithole, deputada e
membro da Comissão Política
da Frelimo, o partido governamental,
aproveitou a ocasião para,
também, felicitar o corpo docente
pelo esforço empreendido durante
a formação dos 350 técnicos
superiores de saúde. Aliás, é
também o esforço do corpo docente,
associado à entrega dos
graduados, que vai permitir que
estes últimos sejam verdadeiros
disseminadores da mensagem de
prevenção de doenças e promoção
da saúde.
Por sua vez, o representante do
Ministério da Saúde (MISAU),
Paulino Rodriguez, encorajou os
recém formados, solicitando-os a
serem humildes no atendimento
da população e prestando serviços
humanizados, particularmente
nos distritos.
Rodriguez recordou aos licenciados
que devem apresentar como
foco a necessidade de assegurar
saúde de qualidade às zonas recônditas
do País, tendo em conta
o grande défice que ainda se assiste
nesses locais do extenso território
nacional.
Enquanto isso, o director-geral
do ISCISA, Alexandre Manguele,
apelou aos graduados para que
dignifiquem o seu novo estatuto
académico e profissional, da instituição
que os formou, assim como
dos familiares que ao longo do
processo formativo sempre deram
o seu contributo para o sucesso da
caminhada.
Assim, como desafios, Manguele,
um antigo ministro da Saúde na
administração Guebuza, apontou
a necessidade de os graduados
contribuírem com todo o seu saber
e entrega na redução da mortalidade
materna, infantil e dos
riscos de desnutrição crónica, não
se esquecendo ainda de ajudar na
prevenção de doenças transmissíveis
como o HIV-SIDA, entre
outras.
“Contribuam activamente para a
redução da mortalidade materna,
infantil e dos riscos de desnutrição
crónica. Contribuam para
redução das doenças transmissíveis,
em particular o HIV-SIDA,
e das doenças preveníveis como
a tuberculose, a malária e outras
doenças relacionadas”,
exortou Manguele.
Já a representante dos graduados
afirmou que estão
preparados e assumem o
compromisso de cumprir
todas as missões que lhes
forem confiadas no respeito
à profissão que escolheram,
trabalhando com respeito e
dignidade ao serviço da sociedade
e fazer valer o Slogan
do MISAU “ O NOSSO
MAIOR VALOR É A
VIDA”.
Esta é a XI cerimónia de
graduação realizada pelo
ISCISA desde a sua criação
no ano de 2004 e, até agora,
foram colocados no mercado
mais de 900 profissionais
do sector da saúde,
parte dos quais já em exercício.
(Cléusia Chirindza)
moçambicano, acaba de abrir, em
Tete, a sua primeira agência fora
da capital numa cerimónia dirigida
por Filipe Nyusi, Presidente
da República, que se encontra em
visita de trabalho àquele ponto
de Moçambique.
O BNI, 100% estatal, está vocacionado
para o financiamento de
projectos apostados na inovação
Savana 03-08-2018 EVENTOS
2
N
ovos directores de função
e regionais foram empossados
nesta terça-feira na
Telecomunicações de Moçambique
(TDM) e Moçambique
Celular (mcel), no quadro de reestruturação
e fusão das duas empresas.
Os novos directores passam a
fazer parte da nova estrutura orgânica
transitória.
São, no total, treze directores, seleccionados
através de um processo
independente, conduzido por um
painel constituído por quadros da
TDM-mcel bem como por convidados
provenientes de diversas
empresas e instituições de renome
nacionais e estrangeiras. Uma operação
idêntica aconteceu na Electricidade
de Moçambique (EDM),
outra empresa pública que passou
por reformas profundas dirigidas
por Mateus Magala.
Os novos directores da TDM-
-mcel são Luís Pililão (director de
Empossados novos directores TDM-mCel
Sistemas de Informação), Pedro
Gil (director Técnico), Carla Marra
(directora de Contabilidade e
Finanças), Samuel Mandlate (director
de Planeamento e Finanças
Corporativas), António Faria (director
de Logística e Serviços Gerais),
Nelson Chacha (director de
Marketing), Guilherme Muchanga
(director de Pessoal e Organização),
Aurélio Matavel (director
de Negócios), Alexandre Buque
(director da Unidade de Procurement
e Gestão de Contratos),
Arnaldo Mateus (director da Unidade
de Wholesale, Interligação e
Roaming), Celso Ferreira (director
Regional Sul), Bonifácio Raposo
(director Regional Centro) e Jusab
Esmail (director Regional Norte).
Na ocasião, o presidente do Conselho
de Administração da TDM-
-mcel, Mahomed Rafique Jusob,
referiu que o processo de selecção
dos novos directores foi conduzido
em estrita observância aos princípios
de transparência e abertura e
em coordenação com os comités
das duas empresas.
Os quadros ora empossados vão
dar suporte ao Conselho de Administração
no processo de reestruturação
e fusão da TDM e da
mcel, virado para a defesa dos trabalhadores,
dos interesses das duas
instituições e da nação.
Por isso, “identificámos quadros
com qualidade, talento e outras
características, não só de carácter
técnico, mas também de carácter
humano, com integridade e probidade
reconhecidas, que vão ajudar
a levar a cabo a transformação e
fusão das duas empresas”.
Num outro desenvolvimento, o
PCA reconheceu a complexidade
de um processo de reestruturação
e fusão de empresas, tendo, por
isso, apelado para uma incondicional
dedicação e entrega por parte
dos empossados.
“Os desafios são grandes, mas o
maior é connosco próprios. É a
entrega inequívoca e incondicional
ao objectivo que foi definido
para a reestruturação e fusão das
duas empresas. Vamos seguir o caminho
de revolução e transformação
permanente, dentro das boas
regras de gestão, virada para a melhoria
contínua da nossa eficácia”,
disse o presidente do Conselho de
Administração da TDM-mcel.
“O compromisso deste Conselho
de Administração é com a
boa gestão, a liderança dinâmica
e a transparência nos processos”,
acrescentou Mahomed Rafique
Jusob, que disse contar com quadros
qualificados e empenhados
em desenvolver a TDM-mcel e
servir a nação.
A
Fundação Universitária
para o Desenvolvimento
da Educação (FUNDE),
através do Centro
de Excelência em Comunicação
para a Saúde (CECS), lançou,
semana passada, a quarta edição
da radionovela “Fatias da Vida”,
uma série que aborda diversos temas
ligados à saúde familiar, tais
como o planeamento familiar,
aconselhamento e testagem voluntária
do HIV, nutrição, cuidados
pré-natais, saúde da criança,
entre outros.
A radionovela, produzida pelo
CECS no âmbito do projecto
RUMOS, em parceria com a Johns
Hopkins University e com
financiamento da USAID, retrata
a vida de três casais (Alfinete e
Kiwanga, Juma e Fátima, Flávio e
Lançada radionovela sobre saúde familiar
Anita) que, juntos, enfrentam dificuldades
e ajudam-se a resolver
e ultrapassar problemas relacionados
com a saúde familiar.
Na cerimónia de lançamento,
Lourenço do Rosário, presidente
da FUNDE, explicou que a
radionovela “Fatias da Vida”, a
ser transmitida pela Politécnica
Rádio (97.1FM), foi concebida
para ajudar as comunidades a encontrar
formas de resolver muitos
dos problemas que enfrentam na
área da saúde, como são os casos
da desnutrição, o HIV, entre outros.
“O facto de estarmos a lançar a
quarta edição demonstra que estamos
a atingir os objectivos para
os quais nos propusemos”, considerou
Lourenço do Rosário, referindo
que a FUNDE tem actuado
em diversas vertentes na área
da saúde, com o apoio de vários
parceiros, dentre os quais o Ministério
da Saúde (MISAU).
Na ocasião, a representante do
MISAU, Natércia Monjane, afirmou
que a radionovela “Fatias da
Vida” vai contribuir para a educação
da população moçambicana
sobre vários assuntos relativos à
área da saúde.
Por isso, acrescentou Natércia
Monjane, “contamos com a vossa
colaboração na produção de mais
programas sobre outros temas
na área da saúde, dando maior
primazia ao uso de línguas locais,
que são as que mais chegam
àquelas comunidades mais recônditas”.
Já os representantes da USAID
e da Johns Hopkins University,
Júlio Machava e Patrick Devos,
respectivamente, disseram esperar
que a radionovela contribua
para a mudança de comportamento
no seio das comunidades.
O projecto RUMOS, no âmbito
do qual foi produzida esta novela
radiofónica, visa apoiar os
esforços nacionais de melhoria
da capacidade de desenhar, implementar,
monitorar e avaliar
intervenções estratégicas de comunicação
para a mudança de
comportamento.
A iniciativa cobre diversas áreas
ligadas à saúde, nomeadamente
malária, planeamento familiar,
nutrição, água e saneamento,
aconselhamento e testagem para
o HIV, entre outras.
C
erca de sessenta quadros
do Instituto Nacional
de Segurança Social
(INSS), provenientes de
todo o País, foram capacitados
esta semana, na cidade de Maputo,
em matérias de contratação
pública. A capacitação foi levada
a cabo por quadros do Ministério
da Economia e Finanças (MEF)
e da Unidade Funcional de Supervisão
das Aquisições (UFSA).
Durante a formação, que terminou
na passada sexta-feira, na
qual também participaram quadros
do ministério do Trabalho,
Emprego e Segurança Social
MEF capacita quadros do INSS
(MITESS), foram abordados, entre
outros temas, os fundamentos
e o quadro legal de contratação
pública, o regime jurídico e modalidades
de contratação, a gestão
de contratos, os critérios de
avaliação de concorrentes, a ética
e a deontologia profissional nos
actos de contratação, bem como
a planificação em contratação pública.
A capacitação enquadra-se
no plano de actividades do INSS
para o ano 2018.
Intervindo na cerimónia de abertura,
o chefe do Departamento
Central de Recursos Humanos
do INSS, Daniel Clemente, referiu
que a capacitação tem em
vista a melhoria, por parte dos
funcionários, do desempenho
no que diz respeito às acções de
contratação de bens e serviços do
Estado.
Para o chefe do Departamento
Central de Recursos Humanos
do INSS, os funcionários, nas
suas acções, devem guiar-se por
princípios éticos e deontológicos
tendo como fim a satisfação do
utente do Sistema de Segurança
Social Obrigatória:
“A capacitação visa, igualmente,
assegurar o processo de desconcentração
de procedimentos de
contratação do nível central para
as delegações provinciais, o que
irá concorrer para a simplificação
de procedimentos e a racionalização
dos recursos”, acrescentou
Daniel Clemente.
Savana 03-08-2018
EVENTOS
3
O
Presidente da República,
Filipe Nyusi, testemunhou,
nesta terça-feira,
ao lançamento da primeira
pedra para a construção da
agência do Banco Comercial e de
Investimentos (BCI), no posto
administrativo de Mualazi, distrito
de Chifunde, província de
Tete. A acção insere-se no âmbito
do Projecto “Um Distrito um
Banco” lançado pelo Chefe de
Estado, e que tem como objectivo
dotar todos os distritos do país
de cobertura bancária até ao final
de 2019.
O governador de Tete, Paulo
BCI chega a Chifunde
Auade, e o Presidente da Comissão
Executiva do BCI, Paulo
Sousa, simbolizaram o acto de
lançamento, numa cerimónia que
contou, entre outras personalidades,
com a presença do ministro
das Finanças, Adriano Maleiane,
do ministro da Terra, Ambiente
e Desenvolvimento Rural, Celso
Correia, de membros do governo
local, líderes comunitários e a população
local.
Para além de abranger a população
do distrito de Chifunde, estimado
em mais de 100 mil habitantes,
devido à sua proximidade,
a futura agência bancária vai também
trazer melhorias na prestação
de serviços às populações dos
povoados de Angónia e Macanga.
Refira-se que, quando esta unidade
de negócios estiver operacional,
o BCI apresentará o seu
nono balcão no âmbito do programa
“um distrito, um banco”.
Deste programa fazem parte as
agências do BCI, já em funcionamento,
de Balama (Cabo Delgado),
Chemba (Sofala), Guro
(Manica), Mabote (Inhambane),
Maúa (Niassa), e em construção
de Muidumbe (Cabo Delgado),
Cheringoma (Sofala), Molumbo
(Zambézia) e esta de Chifunde
(Tete).
A escola secundária Mateus
Sansão Muthemba, em Maputo,
acolheu, no último sábado, o
lançamento do projecto “Arte e
Sustentabilidade”. Trata-se de
uma iniciativa inserida no âmbito
do programa responsabilidade
do Moza Banco, com vista a
promover a educação cívica ambiental,
com destaque para a reutilização
e reciclagem de papel e
outros utensílios nas escolas.
Na ocasião, o director de responsabilidade
social do Moza Banco,
Adam Yussof, destacou a importância
de se contribuir para a
preservação do meio ambiente
através desta campanha de sensibilização
destinada aos jovens e
adolescentes.
“Estamos satisfeitos em poder
partilhar o conceito de sustentabilidade
ambiental com esta
camada. Com esta iniciativa, enquadrada
na cidadania empresarial
do Moza, mostramos que é
possível reutilizar materiais descartados
para algum fim importante”,
afirmou.
“O desafio é levar essa consciencialização
a cada vez mais
pessoas, pois acreditamos que se
cada um de nós produzir menos
resíduos sólidos, reutilizar e reciclar
os existentes, teremos um
ambiente saudável e um mundo
do qual podemos orgulhar-nos”
acrescentou.
Por sua vez, o director da Escola
Secundária Sansão Muthemba,
Ernesto Ngomane, afirmou: “os
nossos alunos estão satisfeitos
e motivados por fazerem parte
desta iniciativa, acredito que
tenham assimilado os conhecimentos
partilhados sobre a sustentabilidade
ambiental e espero
que o apliquem no seu dia-a-dia.
O material produzido será afixado
em diferentes áreas da escola,
para servir de ensino aos actuais
e futuros alunos da nossa instituição”.
Os alunos, que sob orientação do
artista plástico, Titos Pelembe,
transformaram panfletos, cartazes
e outros materiais doados
pelo Moza, em obra de arte, prometem
replicar o que aprenderam
nas suas comunidades.
“Eu sabia que era possível transformar
lixo em obra de arte, mas
não dava importância porque não
tinha muita informação, de hoje
em diante mudarei de comportamento,
graças a esse workshop
promovido pelo Moza”, enalteceu
Inácia Cumbana, uma das
alunas.
“Estou emocionado porque
quando convidaram-nos para
Moza promove
Sustentabilidade
Ambiental
participar do evento, disseram
para dar uma mensagem aos
alunos, mas eu é que acabei por
receber a mensagem, que é de
transmitir às pessoas a importância
da preservação do meio ambiente,
pois a mudança começa
por nós, na nossa casa, no nosso
bairro”, enalteceu Sheu Han, um
dos padrinhos da iniciativa.
Savana 03-08-2018 EVENTOS
4
O
Governo moçambicano
defende que as
instituições de ensino
e de investigação
devem usar devidamente as
capacidades técnicas e os recursos
humanos que possuem
para promover a transferência
da tecnologia identificada
para as Pequenas e Médias
Empresas (PME).
Trata-se de uma informação
avançada nesta quarta-feira,
por Celso Laice, secretário
permanente do Ministério da
Ciência Tecnologia, Ensino
Superior e Técnico Profissional
(MCTESTP), que falava no
âmbito da cerimónia de abertura
do Encontro Nacional
sobre Capacitação Tecnológica
para Uso de Informação Científica
e Técnica e Lançamento
de Tecnologia Apropriada.
A formação enquadra-se no
âmbito da implementação
do acordo entre o Governo
de Moçambique e a OMPI
(Organização Mundial da
Propriedade Intelectual), assinado
em Fevereiro último, em
Genebra, um acordo de cooperação
com vista à melhoria
da gestão, administração e uso
de informação técnica e científica,
cujo objectivo é o desenvolvimento
da capacidade
tecnológica de Moçambique
e o alcance das metas de crescimento
e desenvolvimento do
país.
Instituições de
pesquisa desafiadas
“Acreditamos nós que desta
maneira estaremos a incentivar
a interacção entre as instituições
de ensino, investigação e
o sector produtivo de modo a
promover a inovação”, referiu
Laice.
Laice acrescentou ainda que,
no contexto da promoção
do uso das TIC, o executivo
aprovou a Estratégia de Ciência,
Tecnologia e Inovação de
Moçambique e a Estratégia
da Propriedade Intelectual. Os
referidos instrumentos recomendam
a promoção da inovação
em duas vertentes: de um
lado o apoio directo ao esforço
criativo dos moçambicanos. E
através do Programa de Apoio
aos Inovadores já permitiu a
identificação de cerca de 260
inovadores em todo o país.
Por seu turno, McLean Sibanda,
CEO do Bigen Group,
Investments and Concessions
na África do Sul, destacou a
importância do uso das tecnologias
de comunicação e informação
para o desenvolvimento
dos países.
Refira-se que o evento, com
duração de três, constitui espaço
para reflectir sobre os
seguintes pontos de agenda:
Transferência de Tecnologia
Apropriada, incluindo os principais
conceitos e estratégias de
implementação e a criação do
Grupo Nacional de Especialistas
que vai liderar o projecto
em Moçambique. (E.C).
D
ecorreu, no último sábado,
mais uma sessão do
TEDxKampfumo, uma
conferência jovem organizada
para partilhar ideias e
construir reflexões para mudanças
sociais em Moçambique.
A iniciativa tem como base discutir
questões vivenciadas por
moçambicanos e traçar respostas
através da partilha de ideias
criativas, difundidas por oradores
com grande destaque na sociedade
civil e que, através de suas experiências,
elucidam caminhos a
serem seguidos para a construção
de um país cada vez mais sustentável,
humanitário e unido.
Depois de “(re)Definir Crescimento”
na sua primeira edição, a
equipa jovem desta conferência
propôs-se a trazer um debate à
TEDx promove debate para
mudança social
volta do minimalismo e potencial
de desenvolvimento do país.
O tema deste ano, “A Volta do
Xirico”, evocando a necessidade
de os moçambicanos se reunirem
outra vez em volta de uma ideia
ou objectivo comum que reafirme
a identidade conjunta e a necessidade
de traçar caminhos cada
vez mais leves e sustentáveis para
o futuro.
Carina Capitine, parte da equipa
de organização do evento revelou
que o TEDxKampfumo deseja
abrir espaços para que as gerações
possam não só reflectir, mas promover
mudanças reais. “Hoje as
pessoas reclamam da não existência
de espaços onde todas as gerações,
mais novas e mais velhas,
possam sentar para discutir e em
conjunto propor soluções para o
desenvolvimento do país. O TEDxKaMpfumo
quer ser esse espaço”,
disse.
Por sua vez, Leonor Gomes, representante
da seguradora Fidelidade,
um dos parceiros da iniciativa,
referiu que a empresa se
associa, uma vez mais, a projectos
que visam trazer ideias construtivas
e de promoção de bem-estar
dos moçambicanos. “Moçambique
é um país com uma estrutura
etária muito jovem e iniciativas
deste tipo merecem o nosso
apoio”, destacou.
“A Fidelidade pretende continuar
a apoiar os próximos eventos
TEDx e outras acções que
inspirem e incentivem a procura
de soluções para a melhoria de
vida de todos os moçambicanos”,
comentou a responsável sobre o
envolvimento nas próximas edições
do evento. (E.C)
O
Millennium bim apoiou
a digressão internacional
“We Got 2 Move Tour” do
agrupamento musical moçambicano
Gran Mah, que representou
a estreia da banda em palcos
internacionais e que resultou num
enorme sucesso para a cultura moçambicana
além-fronteiras.
A digressão começou em Portugal,
com um espectáculo no Café Concerto,
em Pombal, seguindo-se depois
um concerto na Casa da Cultura,
em Figueiró dos Vinhos. A tour
terminou com concertos da Banda
no LX Factory e no festival Noites
dos Índicos, em Lisboa, sempre com
muito público e uma recepção calorosa
do público português.
O agrupamento seguiu depois a sua
viagem rumo aos Estados Unidos da
América, onde realizou um concerto
na Maryland Hall for the Creative
Arts, em Anappolis Maryland, um
concerto no Smithsonian Museum
Millennium bim aposta
na internacionalização
da cultura
of African Art, dois concertos no
Bossa Lounge e, por fim, um concerto
Pop-up no Addis Paris Café,
em Washington. Infelizmente, o
Festival Matapa, no Canadá, foi
cancelado.
Os Gran Mah fazem um balanço
muito positivo desta digressão internacional
e do intercâmbio cultural
que esta proporcionou. De acordo
com a Banda “desde o início do
tour, o feedback dos espectadores foi
sempre muito positivo. Em Portugal
tivemos vários elogios do público no
final dos concertos”, dizem.
“Fomos também bem acolhidos nos
Estados Unidos, onde tivemos forte
apoio e elogios da Embaixada de
Moçambique, pela World Artists
Experiences, pelo Bossa Lounge e
pelo produtor e promotor de eventos
Frank O. Agbro” garante a Banda
moçambicana que revela, igualmente,
que “fomos convidados a regressar
no próximo ano! Foi um sucesso
mesmo!”.
A
Trans African Concessions
(TRAC), concessionária
da EN4, doou,
recentemente, diverso
equipamento médico de assistência
às vítimas de acidentes de
viação e de outros sinistros ao
quartel do Serviço Nacional de
Salvação Pública (Bombeiros) da
província de Maputo.
O lote, que inclui macas de utilidade
diversa e outros materiais
necessários para uma recomendada
assistência às vítimas de
sinistros, vai servir para equipar
a ambulância dos bombeiros, torTRAC
equipa bombeiros da
província Maputo
nando-a cada vez mais preparada
para atender as várias solicitações.
No acto de receção dos equipamentos,
os beneficiários, agradeceram
o gesto e garantiram
que com a ambulância equipada
estão em melhores condições de
atender as necessidades de socorro
da população por eles servida,
incluindo os milhares de utentes
da EN4.
A doação canalizada aos bombeiros
da província visa, segundo os
responsáveis da TRAC, contribuir
para a melhoria de vida nas
comunidades atravessadas pela
EN4.
Actualmente, a TRAC está a investir
2.400 milhões de meticais
da reabilitação e alargamento
do troço entre o cruzamento da
Shoprite da Matola e Praça 16 de
Junho, na cidade de Maputo, bem
como 808 milhões nas obras de
Ressano Garcia ao cruzamento
da Moamba.
Importa recordar que o contrato
para a construção da EN4 foi
assinado a 5 de Março de 1997
entre a TRAC e os governos de
Moçambique e África do Sul,
cuja validade é de 30 anos renováveis.
A
s atletas moçambicanas
Chana Paxixe e Suraya
Rijal, ambas de 16 anos
de idade, estão a representar
Moçambique na 16ª edição
do Basketball Without Borders
Africa (BWB Africa), que
decorre em Joanesburgo desde
terça-feira até sábado próximo (4
de Agosto).
O evento é promovido pela FIBA
e NBA e tem como objectivo
proporcionar uma preparação
de elite aos atletas com maior
margem de progressão e que foram
seleccionados em mais de
Paxixe e Rijal representam
Moçambique no NBA
25 países africanos (nascidos em
2001/2002).
Nos últimos três anos, o histórico
da participação moçambicana
neste evento é de sucesso: 2015
- Sílvia Veloso (Melhor Jogadora
do Campo); 2016 - Chanaya Pinto
(Melhor Jogadora do Campo);
2017 – Ester Gomes e Carla Budane
(Melhor Jogadora do Campo
& Jogadora Mais Valiosa do
All Star Game, respectivamente).
Nos exercícios de campo, as atletas
serão orientadas por treinadores
e jogadores da NBA, ao
mesmo tempo que terão acesso a
vários workshops sobre liderança,
saúde, educação, entre outros.
No último dia do campo terão a
oportunidade de assistir ao NBA
Africa Game 2018 - Team Africa
Vs Team World, que irá juntar
várias estrelas africanas e de outros
países que actuam na melhor
liga do mundo.
Referir que o BWB é um programa
para o desenvolvimento do
basquetebol e sua disseminação
pelas comunidades de vários países.
Foi criado pela NBA e FIBA
e desde a primeira actividade, em
2001, já alcançou mais de 2780
jovens atletas de 134 países, dos
quais 46 foram indicados para a
NBA (drafts).
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