Friday, August 24, 2018

Diário da Zambézia 24 de Agosto de 2018

Previsão do tempo Quelimane Máxima 31 ºC Registado sob o nº 028/GABINFO-DE/2005 A Voz do Povo Jornaldiariodazambezia@gmail.com Contactos: 849290123/ 848972777 Mínima 21 °C Diário da Zambézia Director interino: Joaquim Chibalo Ano XIII Edição n°2.788 Sexta-feira: 24/08/2018 35,00 mt jornal dzSTAE lança campanha de educação cìvica eleitoral OLINDA 2 Diário da Zambézia 24 de Agosto de 2018 Edição n° 2.7878 Sindicalização na Função pública OTM-CS expectante Sociedade A Lei de Sindicalização da Função Pública, submetida pelo Conselho de Ministros com o objectivo de estabelecer o quadro jurídico para o exercício da liberdade sindical na Administração Pública, vai contribuir para melhor respeito aos funcionários e agentes do estado. Quem assim diz é o Secretário da Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM) – Central Sindical (CS) na Zambézia, Caetano Galhardo, em entrevista ao Diário da Zambézia, esta quinta-feira. De acordo com Galhardo, os funcionários e agentes do Estado, devem merecer melhor tratamento, reafirmando a unidade e solidariedade sindicais na luta comum dos trabalhadores pelo trabalho digno, paz laboral e diálogo social permanente, justificando desta forma a nova lei de envolver sindicato ao sector público. Para Galhardo, a grande preocupação neste momento é pelo facto de algumas entidades 3 Diário da Zambézia 24 de Agosto de 2018 Edição n° 2.788 empregadoras violarem constantemente a legislação laboral vigente, impedindo a criação de estruturas sindicais, o que precipita o aumento dos níveis de conflitualidade nas relações de trabalho. A fonte aponta sem receio que na função pública, também há grande desrespeito, dai que, segundo ele, a nova lei pode fazer com que os funcionários públicos e agentes do Estado gozem plenamente os seus direitos. “Teremos capacidade de enfrentar os desafios de todos trabalhadores” – disse Galhardo, para em seguida explicar que, “direitos laborais e sindicais conquistados à custa de muitos sacrifícios, devem ser respeitados e salvaguardados” – salientou o secretário da OTM-CS na Zambézia. Questionando se a OTM acha que vai conseguir combater este mal que prejudica sobre maneira aos funcionários públicos, uma vez que reina ao seu redor uma palavra de “este não é nosso” quando alguém quer reivindicar, Galhardo deu tantas voltas, para depois dizer que tudo é possível, para tal, há que mobilizar os secretários das diversas instituições para que possam trabalhar à sério, com vista a melhorar a vida dos trabalhadores. (Joaquim Chibalo) Educação Cívica Eleitoral STAE lança campanha Sociedade Arranca neste sábado à escala nacional, a campanha de Educação Cívica eleitoral para a fase de votação nas eleições autárquicas de 10 de Outubro próximo. E em Quelimane, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), vai realizar o lançamento da campanha, na EPC de Coalane. De acordo com Ismael Rodrigues José, director do STAE em Quelimane, a campanha vai durar 30 dias e segundo explicou de forma breve, para o distrito de Quelimane, o STAE recrutou 72 agentes de Educação Cívica que durante estes dias todos, terão a missão de explicar de forma detalhada os processos de votação. E não só, os agentes de Educação Cívica para além do português como língua oficial, vão também usar as línguas locais, por isso que, a seleção dos mesmos foi cuidadosa, 4 Diário da Zambézia 24 de Agosto de 2018 Edição n° 2.7878 Tabela de Publicidade para 2018 Dimensões da publicidade Preços [Meticais] 22cm - 18 [A4] Padrão Standard [Página inteira] 12.432,42 cm - 12 cm [A5] Metade da página 15 6.956,23 7.5cm – 5cm [A6] ¼ da página 3.478,75 Rodapé 3.042,00 Orelha 2.960,10 colocando em primeiro lugar estes conhecimentos à cima da mesa. Com esta campanha que se espera que alcance maior e se não todos cidadãos com idade eleitoral, o STAE antevê uma boa participação dos cidadãos no dia 10 de Outubro nos Postos de Votação que vão ser criados para acolher as eleições autárquicas. (Redacção) Com as suas terras População de Olinda é firme e não quer Chineses Sociedade • Governo provincial sem capacidade para negociação Continua o braço de ferro entre o governo provincial e a população do povoado de Olinda, Localidade de Chirimane, distrito de Inhassunge, sul da província da Zambézia. Em causa está o conhecido problema em que uma empresa de capitais chineses, pretende explorar areias pesadas naquela região, mas que a população rejeita, argumentando que estes chineses, por sinal, os mesmos que foram concessionados uma outra área no distrito de Chinde, nada fizeram em beneficio da população que perdeu suas terras onde praticava agricultura como base de sustento. O assunto não é novo. Aliás, o país e o mundo ficou chocado há duas semanas quando uma força militar baleou mortalmente uma pessoa e feriu outras sete, para além de ter detido um Secretário da zona. Esta quarta-feira, o executivo da 5 Diário da Zambézia 24 de Agosto de 2018 Edição n° 2.788 Zambézia “despachou” dois dos seus membros, sendo, o director provincial de Recursos Minerais e Energia na Zambézia, Almeida Manhiça e o da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Marcos Sapateiro, com objetivo de negociar com a população a aceitar que a empresa se implante. Entretanto, os dois membros do governo não lograram sucessos, porque a população de Olinda de forma categórica, disse “não” aos Chineses em Olinda e mostrou isso com cartazes também. Uma equipa de jornalistas, incluindo o do Diário da Zambézia interessada na matéria, esteve no palco das negociações e viu a humilhação que os dois quadros do governo provincial passou, perante uma população que, embora Olinda seja um local aparentemente “esquecido”, mas a população daquela zona, tem noção do que os chineses são capazes de fazer. Governo tenta convencer Perante uma multidão de aproximadamente 500 pessoas de entre homens, mulheres e até crianças, Almeida Manhiça, director dos Recursos Minerais, começou por explicar a população sobre o que os Chineses pretendem fazer naquela zona. Falou da exploração, mas também da componente reassentamento e compensação das famílias que forem abrangidas pelo projecto. Manhiça lembrou o incidente que houve, portanto, a morte de um cidadão na primeira acção que houve, tendo pedido calma aos populares. Enquanto o director dos Recursos Minerais apresentava este rol de coisas, os residentes visivelmente agastados iam murmurando em língua local, dando mostras que o consenso está longe de ser alcançado entre as partes. Aliás, logo que Manhiça terminou de falar, seguiram-se as intervenções dos populares. De forma sequenciada e unanimes, todos em jeito de repudio, informaram os ilustres visitantes que a população de Olinda não estava interessada no projecto de exploração das suas terras, porque na sua visão, as consequências futuras podem ser desastrosas. Jaime Jamal, Osvaldo Felix, Abibo Hibraimo Cassimo e Ironesa Gurra, esta última por sinal uma anciã, disseram que já basta de colônia e segundo os populares, o governo deve ter respeito pelo seu povo, visto que os cidadãos também tem direitos e aquela terra não é dos chineses. Os populares questionaram ao governo do porquê ter dado uma licença de concessão a empresa chinesa antes de fazer uma consulta pública para ouvir dos nativos e não só da população residente em Olinda (zona de exploração) se seria mais valia ou não. Um outro assunto que não foi posto de lado, foi o das mortes e prisões que foram protagonizadas pela Unidade de Intervenção Rápida, que até então faz as suas incursões, mas já com uma nova estratégia, vestindo-se à civil. Por isso que, a população exigiu primeiro a libertação do seu secretário que se encontra no Xilindró aqui em Quelimane. Esta atitude que o governo tomou em mandar a UIR para matar pessoas é sinal de que os interesses com os chineses estão acima do povo, por isso, em Olinda as terras não serão exploradas por ninguém. DPTADR fala em benefícios sociais Por seu turno, o director provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Marcos Sapateiro, por sinal Presidente da Comissão de Reassentamento, na sua intervenção, tentou explicar, mas sem sucesso sobre as vantagens do reassentamento, tendo enumerado vários serviços sociais que serão criados e que a população vai-se beneficiar dos mesmos e também da absorção da mão-de-obra na mesma empresa que vai explorar os recursos ali existentes. Aqui, a população impôs duas condições fundamentais para que haja negociação e cedênciadas terras. Primeiro, a população de Olinda quer ver erguidas as referidas infraestruturas que estão sendo prometidas, nomeadamente a Unidade Sanitária, Escolas, Casas para a população, bem como os campos, identificar áreas de produção agrícola, não deixando de lado actividades pesqueiras. Só depois dai, explicaram os populares é que 6 Diário da Zambézia 24 de Agosto de 2018 Edição n° 2.7878 o projecto pode ser implementado, mas caso não se concretizem estas ações para já, então que Olinda fique para história. ˝Construam primeiro as casas e depois venham negociar. Porque vocês enganaram nossos irmãos de Deia no distrito de Chinde e hoje eles estão a sofrer” - disseram para depois concluir com cartazes em jeito de repúdio mostrando com escritas ˝China fora daqui˝ enquanto simultaneamente abandonavam o local do encontro. Manhiça “perdeu” a cabeça Entretanto, já no fim, à imprensa abordou o director provincial dos Recursos Minerais e Energia na Zambézia, Almeida Manhiça, para tecer alguns comentários daquilo que os jornalistas testemunharam. Foi um momento de muita tensão, onde o diretor Manhiça, quase que ficou mudo. Mesmo perante a insistência, Manhiça, assumiu que perdeu a cabeça e não iria falar nada. Mas a perda de cabeça de Manhiça era espectável, porque primeiro, o governo não esperava que jornalistas, como dissemos lá atrás (interessados na matéria), estariam no local, porque não convidaram a ninguém oficialmente, dai que foi um grande choque gerir o assunto perante à imprensa que não era apenas a pública, mas também a privada. Os próximos dias, podem ser mais ainda sombrios olhando pela relutância daquela população. (Iderson Ribeiro, enviado a Olinda) 7 Diário da Zambézia 24 de Agosto de 2018 Edição n° 2.788 Assinaturas mensais USD 20 Edições mensais Mensal (Singulares): 40,00 Mensal (Instituções-Nacionais): 45,00 * Instituições Estrangeiras: 60,00 Cobrado em USD ou em moeda convertível ao Câmbio do dia PREÇÁRIO DE ASSINATURAS

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