Pouco tenho a acrescentar à "problemática dos Mercedes", talvez porque certo da sua legalidade, porém convicto de ser eticamente reprovável no estágio em que vivemos... mas o que na verdade inquieta e irrita é certo populismo demagogo que parece instaurado na República, capaz de revelar perdidos os hiatos Direito e Justiça Social!
Há alguns dias, o INAE recebeu "mandato" para acabar com a venda de comida na via pública, conferido pela PGR de Moçambique!
Ora, pois, tal mandato, de acabar com a venda, na rua, de comida, pode encerrar em si uma panóplia de violações... partamos da ideia de não haver maldade nem ilegalidade, quando homens, mulheres e jovens, depois de alguns estudos de viabilidade, entre copy and paste, decidam arregaçar mangas e optem por um meio "limpo" de ganhar dinheiro, e confeccionem refeições para vender à outros compatriotas... dentre os quais, aos que não podendo encarar os proibitivos preços da nossa restauração, a têm ao longo de um árduo dia de trabalho, por vezes a primeira depois de acordarem à madrugada! Falamos aqui de uma série de princípios e direitos!
Ademais, não vejo, também, maldade no facto de uma mãe acordar pela manhã e tudo fazer, vendendo refeições, para alimentar seus filhos e garantir que os mesmos possam ir à escola... sem falar de incomensurável cadeia de sujeitos que se forma para firmar e depender do negócio... que "parado" implica que muita gente esteja desempregada e que por exemplo o crime recrudesça... para no fim perguntarmos se terá valido à pena!
Doutra banda, Mercedes "limpinhos" são comprados dentre impostos que o negócio de comida gera...
p.s. A política é para políticos... esta tentativa de ludibriar a crise do sector com "presidências abertas" pode não lograr o efeito desejado.. ademais, já temos despachos a contradizerem multas passadas com "arrojo"... queridas forte suporte para a receita pública... violação do princípio de separação de poderes? Não surpreende..
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