*Os que tem medo de Venâncio Mondlane*
Por: Sônia Mucavel Basco
Durante muito tempo *fiquei longe da actualidade política moçambicana* por considerá-la possuir pessoas com mentalidade mediaval, que se interessavam apenas em encher os bolsos, aproveitando-se da ignorância de um povo sofrido e manietado propositadamente para não gostar de política, nem meter-se dela, uma táctica bastante comum nos Países africanos onde a pobreza e o embrutecimento enriquecem os “visionários”.
Contudo, nos últimos 5 anos, *com a entrada em cena do jovem Venâncio Mondlane na arena política, comecei a perceber que ainda há alguma réstia de esperança para África*, afinal de contas estavamos perante um africano com capacidades invulgares de fazer-se à política, com visão acima da mediocridade que sempre caracterizou os fazedores da política.
No dia em que se comemoravam os 43 anos da celebração da independência nacional, em Moçambique, *Venancio fez uma mensagem à nação cujo teor verbal e gráfico estava acima da mesmice que caracteriza a comunicação feita pelos políticos moçambicanos no geral*. Estava alí um verdadeiro líder nato, um político de alta craveira cujo único pecado que cometeu é acreditar por dias melhores num país que as elites políticas enaltecem e elevam bem alto a bandeira de serem projectos falhados na política.
*A coragem de Venâncio Mondlane de chamar os ladrões dos dois bilhões de dólares pelos seus próprios nomes, e solicitar que sobre eles a justiça funcionasse, de solicitar ao seu chefe de bancada (do seu próprio partido, incrível) para devolver os mercedes bez luxuosos comprados pelo dinheiro do Povo, de afrontar as forças policiais para defender os vendedores de um dos mercados de Maputo, de recuperar campos de futebol, etc, são obras que nenhum político pós independência teve a coragem e ousadia de empreender.*
Venancio Mondlane incomodou os de dentro (do MDM) e os de fora, aqueles que não estão habituados a ter homens livres e cônscios do seu dever enquanto representantes do Povo, homens que tudo fazem para proteger o povo não importe as dificuldades que atravessem, homens que batem-se de frente com os desafios de ver as suas lutas a resultarem na vida dos cidadãos, refiro-me a políticos de verdade, e Venâncio Mondlane sem sombra de dúvidas integra essa restrita lista.
As informações que circulam desde o dia 26 de Julho alegando *a planificação de um assassinato ao jovem Mondlane, embora preocupantes e reprovaveis, não me surpreendem* por dois factores; O primeiro, pelo facto *das forças que estão por detrás de ignóbil plano estarem apenas a usar aquilo que melhor sabem fazer desde que são políticos. Nunca fizeram diferente, não farão diferente pois é a sua essência, é o seu DNA*. Fazer o contrário seria auto-suicídio em massa. É esta a génese desta gente tão burra, tão mentecapta, tão mediana que para eles tudo vale para se manter no poder.
A segunda tem haver com o efeito Venâncio Mondlane. *Não há político em Moçambique que tenha capacidades de ombreiar “taco a taco” com ele e prevalecer. É a materialização perfeita do político que os desafios actuais de Moçambique necessitam. É o móbil de eu voltar a acreditar que África ainda pode reeguer-se das masmorras que os infames libertadores a colocaram*.
Os que tem medo de Venâncio Mondlane são todos aqueles que nos libertaram para nos fazerem piores escravos que no tempo do colonialismo que supostamente combateram.
Temem-no os que sabem que Venâncio Mondlane tem o povo ao seu lado. Aqueles que sabem que este *Povo já descobriu que Mondlane é o seu Moisés*.
Da mesma forma o temem aqueles que aproveitaram-se de Venâncio Mondlane para afirmarem-se no panorama político nacional e que, ao perderem o seu apoio, por desorganização interna e apologia à anarquia, usam o ostracismo e vilipêndio como auto consolo da sua consumada decadência. Estes sim são os que temem Venâncio Mondlane.
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