É com lagrimas nos olhos que lhe escrevo esta carta, infelizmente nunca esperei que um dia escreveria uma carta pública ao senhor, para manifestar o meu repudio pela forma como o senhor tem liderado o MDM, que se presumia ser a alternativa acertada de governação para Moçambique.
Antes de mais quero lhe agradecer pela confiança que senhor outrora depositou em mim, ao me indicar para desempenhar as funções de Chefe do Departamento de Organização e Informação do MDM no período de 2013-2017. Mas também aproveito para lamentar pela forma como os órgão do partido funcionavam, pois na verdade os órgão do MDM nunca tiveram poder nenhum e as decisões tomadas sempre foram imposta por si e nunca se respeitou as decisões participativas e colegiais no seio do MDM.
Recordo-me de sempre ter lhe dito que estamos a funcionar sem nenhum plano nem orçamento e que em nenhum momento submetemos a apreciação e aprovação do Conselho Nacional os planos de actividades e orçamento do global do partido, pois só assim teríamos instrumentos orientadores para executarmos a nossa acção e o orçamento.
Sempre ignoraste as minhas constatações e nunca orientaste a quem de direito para que se observasse esta infração que estamos cometendo e fazias os seus ouvidos de mercador. Alertei que não estávamos sendo transparentes na implementação dos nossos procedimentos administrativos e financeiros, porque para executarmos uma despesa é preciso que esta seja programa e prevista no orçamento. No MDM as coisas são feitas ao belo prazer do Clube da Beira, e todos as receitas colectadas não tem um plano de alocação previsto. Tudo é gasto ao seu belo prazer, utilizando um método não transparente e corrupto.
Desde então comecei a questionar a sua seriedade e integridade na gestão da coisa comum, pois, nunca te preocupaste em observar e implementar uma gestão transparentes dos fundos que eram alocados para o partido e também que provinham da contribuição das quotas especiais dos deputados da assembleia da república e dos membros das bancadas das assembleias municipais e provinciais. A minha questão é como queremos governar o país se nas nossas práticas não somos transparentes.
O Cumulo de todo isso é ver sempre o Departamento de Administração e Finanças a prestar contas de despesas executadas que não constam de nenhuma previsão orçamental e sem ter um parecer da Comissão de Jurisdição para verificar a autenticidade documental dos justificativos que deveriam estar em anexos aos mapas de gasto que frequentemente nos apresentam sem nenhum suporte documental. A minha questão é: Se o senhor é um dirigente que se prese honesto e integro, porquê não implementa as boas práticas de gestão financeira dentro do MDM?
Senhor presidente, como um partido serio pode ter metade da sua receita quinquenal (um milhão de dólares) gasta em ajuda de custos, enquanto as suas delegações políticas provinciais ficam frequentemente sem fundo de funcionamento e falta de meios para realizarem o seu trabalho político de base?
Hoje, me espanta o senhor Luís Boavida vir ao público falar bojardas, pois na verdade durante o mandato dele nunca teve poder nenhum como Secretário Geral, pois nunca autorizou nenhuma despesa e nunca teve o poder administrativo, tudo era concentrado pelo senhor presidente e seu chefe de departamento de administração e finanças.
O Senhor presidente nunca teve peso de consciência ao recolher as contribuições de cerca de cento e oitenta mil maticais (180.000,00MT) proveniente da contribuição das quotas especiais dos membros da Assembleia Municipal da cidade de Maputo, e deixar a sua delegação sem sequer um tostão, enquanto os seus conterrâneos se degustam e levam uma vida de lorde ai na Beira, e por outro lado a sede da Delegação da Cidade de Maputo se degrada a cada dia, por falta de fundos para sua manutenção e funcionamento. A minha questão é: Qual é a sua agenda no MDM?
Recordo-me de sempre termos apresentado proposta de plano e orçamento para o funcionamento dos departamentos, mas infelizmente, o senhor nunca se dignou autorizar a alocação de fundos para o funcionamento dos departamentos nem de qualquer outro órgão do partido, a não ser somente para o seu gabinete. Que maneira é essa de funcionar? Não podemos viver de faz de conta, vamos ser coerente conosco, praticando o que também dizemos fora.
Recordo-me muitas vezes que haviam chefes de departamento enteados e filhos, pois os seus conterrâneos sempre lhes deste todas as condições necessárias para trabalharem e nós outros, éramos descriminados e somente estávamos ai como membros do Secretariado Geral para fazer número e para o inglês ver.
Muitas vezes o senhor tem tido um discurso de diminuir os poderes de Chefe de Estado e garantir a independência do judiciário e da procuradoria geral, assim também como defende a eleição dos Governadores, sendo um discurso de dentro para fora, mas aqui dentro do MDM o senhor é o tal que indica todos os dirigentes dos órgãos centrais do partido e ainda nomeia os delegados políticos provinciais e de distrito. Que porá é essa senhor presidente! Onde está a coerência entre aquilo que fala e faz?
O MDEM tem o slogan “Moçambique Para Todos”, mas as suas práticas são tribalistas e regionalistas, hoje você só colocou os seus conterrâneos nos órgãos de decisão do MDM, sendo você o Presidente, O seu irmão Chefe da Bancada , O Secretário Geral é seu conterrâneo, O Presidente da Comissão de Jurisdição é seu conterrâneo, o Chefe de Protocolo é seu familiar, A Secretária do seu Gabinete é sua cunhada, o Chefe do Seu Gabinete é seu familiar, o Director do Gabinete Central de Eleições e o Mandatário Nacional também são seus conterrâneos, os Chefes de Departamento de Governação Local, de Formação, de Organização, de Finanças e de Assuntos Sociais também são seus conterrâneos. Agora eu lhe pergunto, para que serve esse slogan? Não seria melhor dizer MDM para os Mandaus?
Hoje em dia o senhor faz de conta que não sabe a que se deve a crise que se vive no MDM, e faz o jogo sujo de manipulação dos membros que não sabem o que defendem e nem percebem que estão sendo usados para interesses de um grupo de pessoas tribalistas que usam a sua influência para se impor e controlar o partido para benefício próprio.
Muitas vezes ouvi falar de que os problemas internos devem ser discutidos em de fóruns próprio para debater, mas como se pode discutir assuntos em fóruns próprios se os órgãos o MDM não reúnem regularmente e nunca funcionaram.
Senhor presidente, é muito suspeito que todos os bons quadro tenham se reclamado de si na gestão de conflitos e do partido, acabando por abandonar o partido. De certeza que o problema não esses todos quadro que abandonam o partido, o problema é o senhor que gere o MDM como se de um clã se trata-se e de forma tribalista. Hoje o MDM deixou de ser aquele projecto político que toda juventude se revia e passou a ser um clube dos Mandaus e uma empresa privada da família Simango.
O MDM deixou de ser aquele projecto político alternativo, passou a ser isso que é hoje, um partido caindo aos pedaços, sem norte e sem foco devido a vossa ganancia e arrogância.
Vocês combater-nos todos aqueles que falava para o bem do partido e que lutavam para que os frutos provenientes do MDM pudessem beneficiar a todos os membros por ser intolerantes a crítica construtiva e por negarem que o MDM se torna-se nesse projecto político alternativo, democrático, aglutinador e inclusivo.
Termino deixando um ensinamento que também aprendi e sempre assim procedi “Trate aos outros do mesmo jeito que o senhor gostarias que outros lhe tratassem” fim da citação.
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