07.08.2017 às 10h51
Juan Carlos Caguaripano Scott estava a monte desde 2014, altura em que participou noutra tentativa de golpe de Estado. “Esclarecemos que isto não é uma tentativa de golpe, é uma ação cívica e militar para restabelecer a ordem constitucional”, afirma no vídeo que divulgou no domingo, dia em que atacou a base militar de Paramacay
O
ex-capitão da Guarda Nacional venezuelana Juan Carlos Caguaripano
Scott, que surgiu como orquestrador da tentativa de golpe de Estado de
domingo, terá conseguido escapar depois de ter atacado, com um grupo de
cerca de 20 homens, a base militar de Paramacay, em Valência, terceira
maior cidade do país.
Dois dos envolvidos foram mortos, um ficou
ferido, oito foram capturados e 10 fugiram, referiu o Presidente Nicolas
Maduro, numa declaração transmitida pela televisão. “Sabemos para onde
se dirigem e os nossos militares e a polícia foram mobilizados”,
afirmou, prometendo “pena máxima para aqueles que participaram neste
ataque terrorista”.
Responsáveis militares, que tinham
qualificado a ação como um “ataque paramilitar do tipo terrorista”,
indicaram que Cagaripano conseguira convencer alguns soldados a retirar
armamento e assumir o controlo de algumas áreas da base militar, ao que
as forças leais a Maduro reagiram instando-os, através de megafones, a
deporem as armas, seguindo-se confrontos. A base, a sede da 41.ª Brigada
Blindada do Exército, conta com o maior paiol de armas do país e o seu
controlo é vital.
“Esclarecemos que isto não é uma tentativa de
golpe, é uma ação cívica e militar para restabelecer a ordem
constitucional”, afirmou Caguaripano, num vídeo que divulgou nas redes
sociais, onde surgia acompanhado por cerca de 20 homens armados e com
uniformes militares. O ex-capitão fora expulso durante o primeiro
semestre de 2014 por suposta participação no Golpe Azul, orquestrado
pelo general Oswaldo Hernández Sánchez. Acusado de traição à pátria e
rebelião, encontrava-se foragido desde então.
O
general aposentado da Guarda Nacional Marcos Ferreira indicou ao diário
espanhol “El País” que Caguaripano estabelecera contactos com outros
oficiais para formarem um movimento de insurreição com ramificações em
todos os setores das forças armadas venezuelanas. Segundo militares
venezuelanos, o ex-capitão terá estado, a determinada altura, escondido
em Miami. Nos últimos meses foram presos vários militares venezuelanos,
entre os quais alguns generais, por suposta participação em planos de
insurreição.
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