Especialistas em sistemas de voto eletrónico temem interferência
externa em Estados chave como Pensilvânia, Michigan e Wisconsin - que
podem virar resultado -e vão apresentar conclusões às autoridades
O grupo, que tem instado a campanha derrotada de Hillary Clinton a juntar-se à sua ‘guerra’, deverá apresentar um relatório detalhado com as suas preocupações às autoridades federais norte-americanas e aos líderes das comissões do Congresso dos Estados Unidos, avança o jornal inglês The Guardian.
O que estes Estados têm em comum é que todos os eles dão a vitória a Donald Trump por margens curtas no número de votos. Em Pensilvânia, Estado que tem votado democrata desde, pelo menos, Bill Clinton chegou ao poder, a diferença a favor de Donald Trump é de cerca de 28 mil votos. No Wisconsin, a diferença é de 27 mil votos e no Michigan, ainda por fechar, a vantagem atribuída a Donald Trump não passa dos 12 mil votos.
Estes três Estados juntos dariam um total de 46 votos no colégio eleitoral, o suficiente para Hillary Clinton conseguir uma maioria de 278 votos e assim derrotar Donald Trump nas presidenciais.
A composição do grupo que está a pedir este esforço ainda não é conhecida, mas o jornal britânico dá a conhecer alguns especialistas que estarão a contribuir para o movimento, na sua maioria especialistas em votação eletrónica e segurança informática.
Hillary Clinton liderou sempre nas sondagens que foram feitas para estes três Estados, mas os resultados conhecidos dão a candidata democrata a perder, ainda que por margens muito curtas, em dois Estados, com o Michigan ainda por declarar, mas onde se espera também uma derrota, por pouco.
Recorde-se que durante a campanha foram vários os casos em que se suspeitou da influência de piratas informáticos ao serviço de governos estrangeiros nos sistemas de voto eletrónico. As autoridades norte-americanas deram mesmo conta da intrusão de piratas informáticos russos nestes sistemas e no roubo de emails de altos responsáveis Democratas, revelados pelo Wikileaks.
Já nas últimas duas eleições em que venceu um republicano, George W. Bush, em 2000 e 2004, os resultados finais foram postos em causa. Na primeira destas eleições, em 2000 contra Al Gore, os resultados estiveram mesmos suspensos para uma recontagem no Estado da Florida, onde Al Gore teria ganho, até uma juíza declarar que uma recontagem não garantiria a integridade do voto e ter declarado o resultado daquele Estado nulo. A votação poderia dar a vitória a Al Gore.
Em 2004, John Kerry, o candidato democrata derrotado (agora chefe da diplomacia de Barack Obama), não concedeu a derrota de imediato e chegou a movimentar a sua equipa de advogados para contestar o resultado, mas acabou por não o fazer, deixando o caminho aberto para a segunda presidência de George W. Bush.
(artigo corrrigido às 10:25)
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