Pelo menos temos um testemunho pedagógico e útil:
Atacar alvos económicos, alvos civis é crime e prejudica o desenvolvimento do país e da economia.
Este é o testemunho de Afonso Dhlakama, em carta enviada ao ministro da Energia. Desta vez porque homens armados presumivelmente pertencentes as FDS atacaram a sua mina de pedras preciosas em Bárue, Província de Manica. Na carta, Dhlakama pede para que Couto persuada colegas do seu governo a não atacarem os alvos económicos dele Dhlakama, por ser uma pessoa membro do Conselho do Estado e que por esta razão, merecedor de proteção especial, incluindo os seus negócios.
Eu acho que não estou a ler bem. Vocês entenderam?
PS: Se fosse eu o Couto, responderia nestes termos:
Excelentíssimo Senhor Presidente Dhlakama,
Acusamos a recepção da carta onde consta a sua preocupação em ver os alvos económicos protegidos e, principalmente os seus. Neste sentido, o Estado irá imediatamente mobilizar forças para proteger a si e os seus interesses económicos de modo a eliminar o risco à segurança.
Aproveitamos o ensejo para recordá-lo que como membro do Conselho do Estado e líder do segundo partido mais votado, V.Excia tem direito a escolta, gabinete e precedência protocolar, pelo que iremos escalar o assunto ao órgão apropriado para ver quais outras medidas adicionais a adotar.
Para terminar, gostaríamos, por mera curiosidade, saber se os ataques recentemente perpetrados contra alvos civis, nomeadamente hospitais e farmácias ou contra os camiões civis e da polícia nas Províncias da Zambézia e Manica foram perpetrados pelas milícias pertencentes ao partido Renamo.
Em caso afirmativo, gostaríamos de reiterar o nosso repúdio aos ataques contra alvos civis e económicos pois tais prejudicam a economia e põem em causa a segurança de todos nós.
V.Excia pode, querendo, indicar-nos a melhor forma de vos canalizar a segurança. Outrossim, esperamos vê-lo brevemente em Maputo, para assinatura dos acordos de cessação das hostilidades, ao mesmo tempo que lhe instamos a cessar os ataques atribuídos aos homens à seu mando e coordenação, pois assim procedendo estaríamos todos a contribuir para minorar o sofrimento do povo e criar condições para a Paz efectiva.
Sem mais, aceite a expressão dos nossos melhores cumprimentos.
Atenciosamente
Pedro Couto.
Sem mais, aceite a expressão dos nossos melhores cumprimentos.
Atenciosamente
Pedro Couto.
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